Linhas Cruzadas – Capítulo 7 O rio segue seu curso

Dois meninos pré adolescentes com realidades opostas tem suas vidas cruzadas durante um dilema familiar, no que será que isso vai dar?

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… ufa! Agora mais calmo a adrenalina baixou. Já nos vestimos e estamos na sala.
Cinco minutos e mamãe chegou, ficamos esperando ela tomar banho e fomos jantar.
Enquanto jantávamos papai e seu Osmar chegaram e se juntaram a nós.
Seu Osmar e Fabinho se recolheram, me recolhi cedo também.
Deitei e fiquei refletindo. Uma frase que eu havia dito a Fabinho enquanto nos pegávamos não saía da minha cabeça: Para amor… Foi totalmente espontâneo, tudo bem que foi em um momento de tesão, mas indiretamente eu disse que o amo, é acho que sim. Boa noite caros leitores nos falamos amanhã. 💭💤

Bom dia , estamos saindo apressados acordei em cima da hora e engolí um copo de achocolatado e estou comendo uma maçã enquanto descemos.
– Bom dia Dr.a , Bom dia Tiago
– Bom dia seu Manoel, respondemos ao mesmo tempo.
Mal tive tempo de falar com Fabinho, apenas trocamos olhares, aqueles olhares.
Cheguei na escola, hoje tenho aula com a Madalena…
No fim da aula de Literatura e Redação chamei a Madalena.
– Madá você acha possível alguém amar duas pessoas ao mesmo tempo, romanticamente falando?
Ela inclinou a cabeça pro lado e respondeu
– Sim, se tratando de relações e sentimentos humanos muita coisa é possível … mas por que a pergunta?
– Pensando em escrever algo do gênero, baseado numa história que eu li.
– É um tema complexo, daria um bom drama romântico. ela respondeu.
– Ô se dá…
– Depois me conta mais sobre suas ideias
– Conto sim
Nos despedimos. Ah se ela soubesse que o personagem principal dessa história sou eu e que estou dividido entre dois amores por uma menina e um menino… Lembrei daquela frase de Shakespeare: “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar”.
Chega o intervalo e estou com fome, vou correndo até a cantina. Fico conversando com o Igão e Francisco até o fim do intervalo.
Vamos pras duas últimas aulas, já volto…
O sinal tocou saí caminhando junto com a Nat em direção a portaria, segurei a mão dela e demos um selinho de despedida.
Dessa vez papai conseguiu parar bem em frente.
– E aí filho tudo certo?
– Aham, aula hoje foi muito boa
Seguimos pra casa…
Fabinho e seu Osmar estavam sentados na varanda, demos nosso tradicional toquinho com as mão abertas 🙏🏻.
– Como foi a hemodiálise hoje seu Osmar?
– Foi tudo bem, a gente só fica lá sentado vendo a máquina fazer o serviço.
Almoçamos e depois segui com minha rotina. Fui ver se Fabinho precisava de ajuda com seus deveres. Ele estava respondendo umas questões de matemática, justo matemática?.
Vamos lá pro meu quarto que te ajudo, deixa teu pai descansar sossegado. Seu Osmar estava cochichando as vezes abria o olho e voltava a cochilar.
Entramos no meu quarto e nos beijamos, sentamos e comecei a ler as questões, fomos resolvendo-as, até que terminamos.
– Cara me deu até dor de cabeça, quem foi o infeliz que teve a idéia de misturar números com letras?
Fabinho riu
– Não é tão difícil assim, é mais chato que difícil.
– Pra mim são as duas coisas , eu tenho dificuldade com coisas chatas haha.
Quase nos beijamos fomos interrompidos por batidas na porta, nos recobramos assustados.
– Entra
-Querem comer alguma coisa?
– Já vamos lá Cidinha
– Fabinho veja se seu pai quer um cafezinho, chame ele lá. continuou Cidinha antes de sair.
Demos o beijo que havia sido interrompido chamamos seu Osmar e fomos fazer nosso lanche.
Seu Osmar falava que já estava com saudades da roça, a vida na cidade era muito confortável mas que ele gostava mesmo da terra. Se sentia um passarinho na gaiola dentro de um prédio…
– Fabinho temos que terminar teus deveres, falei
– Vá meu filho estudar, disse seu Osmar
Fomos pro quarto , seu Osmar ficou conversando com Cidinha e Flávia.
Tranquei a porta e voltamos a nos beijar, foi subindo o tesão e instantaneamente nossas mãos foram parar nos pintos.
Baixei o short de Fabinho me ajoelhei e comecei chupar, ele soltou um gemido.
-uh
Ele começou fazer movimentos suavemente com o quadril, olhei pra ele, e estava com os olhos fechados.
Voltei a ficar de pé, puxei ele pro banheiro, baixei meu short comecei a esfregar a glande do meu pinto na dele, ele acariciou meu saco, se ajoelhou e pôs meu pinto na boca.
– isso é muito bom. sussurrei
Ele intercalava chupada e lambida, eu estava em êxtase, arfando baixinho.
Ele se levantou nos abraçamos de frente pressionando um pinto contra o outro, pus as mãos sobre sua bunda e apertei, ele fez o mesmo em mim.
Minha vontade era arrancar a camisa dele e possuirmos um ao outro agora mesmo. Um lampejo de juízo me conteve.
Permacemos assim, com os shorts abaixados nos beijando e meneando os quadris, apertando um pinto contra o outro, nos desgrudamos e começamos bater punheta freneticamente até que gozamos.
Entramos em um caminho sem volta, dois meninos apaixonados com os hormônios a flor da pele, descobrindo os caminhos do prazer. E havia muito mais a ser explorado.
Nos limpamos, saímos do banheiro, nos demos mais um beijo e antes de sairmos ele me olhou e soltou:
-Te amo
Caramba senti um frio na espinha.
-Tambem te amo
Fomos pra sala e jogamos um pouco, logo anoiteceu e seguimos a rotina de todos os dias…
Estou deitado tentando dormir, minha cabeça dói um pouco. Estou indo na sala íntima pegar uma água. Está tudo em silêncio, nem sei que horas são. 23:32
– Ainda acordado filho?
– Que susto mãe! , tô com a cabeça doendo.
– Vou pegar um remédio pra você
Fomos até o quarto dela, papai estava deitado lendo um livro.
– Tudo bem?
– Só um pouco de dor de cabeça
Mamãe me entregou um comprimido e eu tomei.
-A vezes tenho saudade de quando você era pequeno e corria pra cá quando acordava com medo lembra Hildebrando?
– É, o tempo passa rápido demais, mas bem se está com saudade podemos encomendar um pequeno ou uma pequena pra correr pela casa.
-Não começa bem… retrucou mamãe
-Vou tentar dormir se não amanhã já viu
-Vai meu amor, qualquer coisa chama tá?
-valeu mãe, tchau pai.
Mamãe costuma comentar que realizou a vontade de ser mãe quando me teve. Papai acho que gostaria de ter mais filhos. Bom isso é assunto deles, deixa eu dormir…😴

Bom dia! Acordei bem melhor, já tomei aquela ducha pra despertar e vou tomar café.
Abro a porta e me deparo com Fabinho no corredor. Não resisto, o puxo de sopetão pelo braço pra dentro do quarto e lhe tasco um beijo. Ele sorri
-você é doidinho!
-Tô, por você.
Seguimos pra tomar café.
Papai e seu Osmar estão de saída.
– Vão mais cedo hoje?
– Osmar tem que colher sangue antes da hemodiálise hoje.
Fabinho dá um abraço apertado no pai e volta pra mesa, mamãe chega em seguida pra tomar café.
– Como está com as atividades Fabinho?
– Indo bem dona Gisele. Daqui a pouco já vou ver o que passaram pra hoje.
-Isso, que bom querido.
-Ontem Tiago me ajudou
-Que nada só lí as questões, você que resolveu tudo, ele é melhor que eu em matemática mãe…
Seguimos a rotina a caminho da escola
Chego na escola e dou de cara com Igão sentado cabisbaixo.
– Ei cara o que foi? falei lhe dando um tapinha nas costas.
-Leonara tá ficando com um carinha
-Putz
-Azar o dela, parte pra outra
– Se eu não tivesse tão a fim dela eu partiria
– Cara vai passar, ela que tá perdendo
Coloquei a mão em volta do ombro dele e fomos pra sala…
Aula de geografia, a professora Eunice parece menos carrancuda hoje, estamos vendo sobre as bacias hidrográficas, invariavelmente todo rio segue seu curso até desaguar em algum lugar a sua maioria no mar, alguns desaguam em outros rios , em lagos ou lagoas.
Me pus a pensar sobre o amor como sendo um rio que segue seu curso… e na minha cabeça viajante a aula de geografia virou de filosofia .
O sinal tocou eu estava tão distraído em meus pensamentos filosóficos que nem ví.
-Tiago
-Tiago?
Retornei a sí com a Natália me chamando e acenando.
-Eu
-Tá voando?
– Tô boiando pra ser mais preciso
– Bobo, respondeu a Nat sorrindo.
Hora do intervalo e só mais duas aulas, o tempo passou voando, ainda bem! Preciso seguir meu caminho até em casa e desaguar nos braços de Fabinho.

– Oi pai
-Oi seu Osmar
Eles estavam bem animados!
-Ô meu filho, a boa nova do dia é que a primeira parte do tratamento do Osmar tá dando resultado
– Yes! Sabia que ia dar certo seu Osmar, falei batendo em seu ombro
– A guerra ainda não está vencida mas a primeira batalha está. disse papai
Fomos conversando no caminho, parece que a tal injeção que ele tomou começou fazer efeito, o sistema imunológico parou de atacar. Ele ainda teria que tomar mais duas dessas injeções a próxima daqui três meses. E ainda ia precisar de mais dez sessões de diálise até os rins melhorarem. Porém o fígado ainda inspira cuidados.
– Se tudo continuar correndo bem em até duas semanas já vou poder voltar pra casa se Deus quiser. disse seu Osmar.
Minha felicidade se transformou em angústia. Claro que estou feliz em ele estar se recuperando, mas dentro de duas semanas eu vou ficar longe de Fabinho. Caramba! Eu sabia que em breve ele teria que voltar pra vida dele, mas não tinha parado pra pensar nisso ainda.
Será que nosso amor sobrevive a distância? Só a manhã na escola longe dele já me deixa ansioso. Como vai ser isso?…
Chegamos em casa, eu estava feliz porém triste. Me senti mal pois deveria estar totalmente feliz pelo início da recuperação do seu Osmar.
Na boa, não quero pensar nisso agora, deixa o rio correr seu curso. O melhor que posso fazer é viver as duas próximas semanas intensamente o que tiver pra viver.
Como diz aquela canção do Lulu Santos: 🎶 vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir.

Entramos em casa, Seu Osmar estava radiante, os remédios pro fígado ainda lhe tiravam a energia mas as boas novas lhe deram vigor.
– Hoje a noite vamos a uma churrascaria pra comemorar, disse papai.
Fui no meu quarto tomar um banho antes de almoçar.
Depois do almoço chamei Fabinho pra ir estudar no meu quarto.
O abracei forte e nos beijamos.
– Eu não quero ficar longe de você, mas também não quero pensar nisso agora. Acho que a gente tem que aproveitar ao máximo.
– Você tá certo, depois a gente vai dar um jeito. disse ele concordando.
Deitamos na minha cama nos abraçamos e ficamos quietos em silêncio, nesse momento só isso nos basta a presença um do outro.

Desculpem caros leitores, preciso de um tempo apenas deintrospecção com meu amor. Por agora encerro aqui. Nos falamos em breve.

Continua…

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