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Novos Anjos parte 3

1579 palavras | 4 |4.10
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Lá vai a parte 3, espero que me perdoem pela demora e que curtam bastante.

Comecei a me encher de pensamentos, que azar que estou tendo agora. Então é assim que os tais hormônios funcionam? Me traindo nas piores horas possíveis e sem me deixar nem um tiquinho de controle? O que eu faço? O que eu faço? Eu pensava- Tudo bem, meu pinto não era grande coisa mesmo duro, talvez eles nem notassem muito- Mas meu nervosismo ia acabar me entregando- parei e dei um passo pra trás, me virei de costas enquanto eles sem ainda perceber se adiantaram alguns passos. Obviamente isso não durou quase nada.

Ei Paulo- se virou Arthur- Tá tudo bem?
Tá, tá sim- tentei inventar uma desculpa enquanto me encolhia toda e a desculpa não me aparecia na mente- Preciso urgente de algo pra “broxar”, sério, foi só o que consegui pensar. Ou um milagre né? Vai ver um milagre cai do céu pra mim agorinha mesmo antes que eles voltem pra me ver.

Sem nem olhar para os lados apenas me ergui um pouco e o “milagre” pra broxar aconteceu, sim mas bem entre aspas mesmo, claro, vai querer um milagre de graça? Nada disso, todo milagre tem seu preço. Bati numa parede enorme que surgiu sei lá de onde , era simplesmente um moleque imenso, que merecia bem o título de parede, devia ter uns 15 cm mais de altura do que eu, com cabelo curto raspado estilo militar, moreno claro e bastante atlético, devia fazer esporte com certeza. A cara de bravo ligou o alerta, alerta de surra.

Que droga pivete- bradou- não olha por onde anda não? Me fez derrubar minha mochila, se tiver quebrado alguma coisa dentro você vai se ver comigo. E deu aquela estalada de punho bem intimidadora.
De- desculpa, desculpa. Respondi já choroso- Não me bate por favor- falei colocando as mãos no rosto como defesa.
Até parece que vou bater em criancinha- falou debochando e me agarrando pelo colarinho- qual é a sua moleque? Já tá aí se tremendo todinho só porque levantei a voz?
Tira a mão dele- gritou Arthur num visível misto de coragem e medo. Só sabe pegar quem é menor que você?
Como é que é? Se virou me soltando- um magrelinho aí menor do que esse aqui acha que vai me fazer o que?
Então vem, bate- falou tremulo, grito, faço um escândalo aqui, estamos numa escola, alguém vai aparecer e você que vai se dar mal.
Ahhh- suspirou- o viadinho faz um escândalo porque? Só pra salvar o namoradinho? Que fofo, hein? Debochou.
Calma Gustavo- chegou Flávio- Eles são os meninos novos da minha sala- desculpa ele, olha como tá nervoso.
Você conhece esse bruto? Disse Arthur enquanto me puxava pro seu lado aproveitando a distração concedida pelo Flávio.
É, bem, esse é o Gustavo, ele é do 9 ano- Vai Gustavo, larga mão disso por favor, eu só tava mostrando a escola pra eles já que estamos em horário livre.

Mas nem tivemos tempo de saber se o Gustavo ia mesmo poupar a gente de boa vontade pois logo surgiu uma Senhora de salto alto e vestido azul e branco de longos cabelos e muito bem produzida e com um grande crachá no pescoço onde se lia “coordenação”.

Meninos? Está tudo bem por aí? Perguntou
Está tudo bem respondeu Flávio, não foi nada não, o 7º ano está de aula livre e eu vim mostrar a escola pros dois alunos novos.
Humm- ponderou, é mesmo? Mas suponho que seja apenas o 7º ano não é senhor Gustavo? O que faz fora da sala?
Estou apenas voltando do banheiro- respondeu secamente- Podemos ir ao banheiro de vez em quando ou é proibido?
Não é- respondeu com um leve ar de insatisfação. Pode voltar agora então.

Enquanto Gustavo ia andando pelo corredor de volta a área das salas de aula o nosso fôlego ia voltando a medida que o susto passava, só consegui ouvir a coordenadora falando alguma coisa para o Flávio e se despedindo de todos nós dizendo que qualquer coisa estaria a disposição para ajudar já que erámos novos.

Uau, essa passou perto hein gente? Quanta emoção pra um primeiro dia- falei ainda tremendo um pouco. Meu Deus Arthur, você é maluquinho hein? Dei uma risada.
Ah, é que eu odeio essas coisas de violência- respondeu- Tipo, como que um esbarrão justifica o cara querer fazer aquele medo todo na gente?

Você tem toda razão, mas ei, muito obrigado por me defender, tô te devendo uma.
Que é isso? Falou timidamente com o rosto corado- Não me deve nada não, quer dizer… a amizade já me basta, quer dizer… podemos ser amigos né?

Claro que vamos ser- apertei a mão dele- e que mão pequena e macia, me derreti todo. E você também né Flávio me virei para ele que nos observava, valeu também pela sua parte, mas você conhece mesmo aquele brutamontes?

Bem… conheço quase todo mundo na escola na verdade.
A coordenadora parece bem legal, mas eu vi que ela te falou um monte, desculpa se você levou bronca por nossa causa. Eu disse.

Que nada- ele riu- só as broncas normais de todos os dias de manhã, tarde e noite.
Como assim? Interrogou Arthur- ela te dá bronca até fora de aula?

É, bem…eu ia contar pra vocês depois, lembram que eu disse que tinha uma carta na manga ? Bem é mais ou menos isso, vocês chamam ela de coordenadora, eu chamo de “mamãe”- caiu na gargalhada.
Sério? Falamos espantados ao mesmo tempo eu e Arthur.
Sim, e ela é casada com o Diretor, o Raul, vocês devem ter conhecido, é meu padrasto.

Depois do espanto todo e das novidades que começamos a descobrir na escola o dia se passou tranquilo, Flávio nos mostrou tudo, foi bem legal, vimos os laboratórios, passamos perto do ginásio de esportes que estava fechado, provavelmente já havia acabado a atividade lá com nossa turma mas deu pra dar uma boa espiada na quadra de esportes imensa com uma piscina ao fundo, infelizmente também fechada.

Vimos a biblioteca onde Arthur ficou todo empolgado com a quantidade de livros e correu para fazer logo sua carteirinha, Flávio botou a língua pra fora e fez uma cara de nojo para os livros e gargalhamos juntos. Levamos uma enorme bronca pelo barulho na biblioteca e saímos de mansinho. Apesar de tudo foi um dia bem legal, fiz dois novos amigos e não teve tanta aula o que ajudou a gente a poder se conhecer bastante.

-Ei Arthur- ponderou Flávio enquanto iámos até a cantina- eu soube que você ganhou a bolsa total na prova da escola e que fechou a prova, então você é nosso novo gênio?

Nossa, como você sabia? Sim, fui eu, respondeu meio envergonhado- mas não sou gênio não, só gosto de ler muito, além do mais fiquei feliz com a oportunidade que vou ter por estudar numa escola tão boa.

Ah, sim claro, mas desculpa, não falei “gênio” com intenção de zoar nem nada viu?
Que nada- ele riu- mas eu que tenho o dom das piadinhas aqui viu? E o Paulo também é bem nerd, ele veio dos eua você sabia né? Imagina tudo que esse moleque não aprendeu lá?

Ei- gritei- Em minha defesa eu digo que aprendi só o que não presta- rimos todos juntos- além do mais nerd agora é elogio, vocês não sabiam?

Chegamos- falou Flávio sentando na mesa da cantina- o que acham de uma bebida, cavalheiros?
Nossa, falou que nem um príncipe grego- riu Arthur.

Vai começar com nerdices é? Espera só pra conhecer o Professor de Português e a professora de Ciências, vão arrancar seu couro, meu tio e minha tia aliás, irmãos da minha mãe.

Nossa, Flávio- dei um salto de surpresa- todos nessa escola são seus parentes?
Que nada- respondeu- a longa lista acaba aí mesmo, eles quatro são os sócios da escola, mas os meus tio preferem continuar dando aula. Mas então vamos beber meu novos amigos e pegou 3 latinhas de guaraná na cantina, hoje é por minha conta.

Caramba, muito obrigado- disse Arthur espantado.
Valeu cara- eu respondi. Acho que começamos bem nosso novo dia né Arthur? Vamos nos adaptar bem a nova escola, um brinde ao Flávio e a nova escola?
Que é isso? Falou Flávio visivelmente envergonhado, não precisa brindar em minha homenagem não, e porque você tá falando desse jeito? Parece até adulto.
Mas eu sou um cara muito culto- sorri- desculpa não quis te deixar com vergonha não, mas não posso brindar a sua beleza não é? Falei tentando blefar.

Não, claro, quer dizer…vc me acha bonito é? Bem, obrigado, quer dizer, é meio estranho ou não, sei lá- se enrolou todo.
Relaxa, tô zoando- respondi arrependido por tê-lo deixado tão sem jeito.
Então um brinde… sei lá… ao começo do ano? Não…ao começo de uma amizade bacana né?
Legal- falou Arthur, um brinde então, e batemos as latinhas uma na outra.

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4 Comentários

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  • Responder paulo cesar fã boy ID:7121w172d4

    acabei de ler este e estou partindo para o próximo capitulo.

  • Responder Danilo ID:3ynzdhgz8rb

    Excelente conto continua pf

  • Responder Um alguém ID:gsu8ywn8j

    Continua, é promissor…

  • Responder greenbox amigobc ID:3ij2ccyxt0j

    Cara este capítulo está ótimo gostei mesmo ainda bem que apareceu algo bom pra se ler pelo amor dos meus filinhos esse cite quando tem coisa boa eles não tão valor não desista esperando o próximo