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Betão, o Boy do Tráfico

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Sabe meu bebê, ele assim começou, lá de onde eu vim, não me faltava nada, de tudo eu tinha na mesa, vim conhecer a desgraça da fome aqui na tua terra, minha mãe era igual a tua, tinha preguiça de cozinha não, café da manhã na mesa de tudo havia, bolo de aipim, de milho, pães caseiros de todo tipo, carnes, cuscuz, leite na mesa era de balde, vida era fácil não, três da manhã eu já tava de pé, tirando leite das vacas, depois nos fartavá-mos no café almoço, depois enchiamos
as quatro carretinhas de melão e abacaxi, íamos eu mais três irmãos pra estrada que descia pra Paraíba, Recife e vinha acabar em São Paulo, eram seis, sete kms ida, outros seis, sete de volta, todo dia, de domingo a domingo fizesse chuva ou sol, era lá que vendíamos nossa colheita, ia caminhão tb comprar as frutas lá em casa, pagavam a dinheiro de hoje uns vinte centavos cada, na estrada dependendo da cara do freguês, nós cobrava dois, três cruzeiros por cada uma e o povo pagava.
Ficávamos na estrada até quatro hs da tarde, voltavamos pra casa, peso já era menor, grande parte ou toda a carga já havia sido vendida, chegavámos em casa já ao escurecer, dinheiro todo na mão de Pai, as despesas com os nove filhos e netos eram muitas, pros casados ele dava uma parte da renda, prá mim mulekão ainda, nem um centavo.
Meus irmãos tavam acostumados com aquela vida, mesa sempre cheia, carinho de mãe não faltava, meu pai já era austero, puxei à ele acho, filhos dele tinham que andar na linha, senão relho comia, danado quando pegava prá bater, tinha dó não, eu era dos que apanhava mais, vivia desobedecendo, mas tb era o mais bajulado por minha mãe, igual tu.
Jantavámos, tudo que é comida gostosa tinha em nossa mesa, carnes variadas à vontade, depois cama todo mundo, desmaiavamos cedo, dia seguinte três da manhã, nós tudo em pé de novo, escola era na volta da estrada, na casa da professora mesmo, era meia horinha, uma hora de aula no máximo, tinha prova nem reprovação não, todo mundo passava, assim tirei meu diploma do ginásio, era o nível mais alto de estudo lá, colegial só indo pra capital pra estudar lá.
Domingo tínhamos uma folguinha, estrada vendendo era até meio dia só, corríamos pra casa pro almoço em família, a tarde era livre, irmãos casados ficavam tudo no terreiro de casa com a família, era dia de eu pegar os mais novinhos ou as safadinhas pobres de roça e levar pro mato ou alguma ilhazinha no rio, eu era mlk bonito, jeito de homem, faltava pra mim não, arranquei foi muito cabaço de novinha e dos mlks da redondeza ou então ia pra praça da cidade ver os mlk mais ricos paquerando as filhas do prefeito, vereadores, donos de comércio, com suas lambretas, dkvs, sincas, romisetas etc, esse era o mundo que eu queria, ter carro, lambreta, um dinheiro no bolso pra pagar uma limonada que fosse pras princesas, meu pai não entendia isso, ia sem um centavo no bolso, véio não dava não.
Com tua idade, a cobiça, inveja, orgulho, luxúria já me devoravam, tudo que não presta eu carregava, minha idéia era vir pra esse SP onde quem trabalhava ganhava dinheiro muito e depois voltar prá lá, dirigindo meu próprio carro, usar roupas bonitas, ser gente, prá mim quem não tinha um automóvel, lambreta, inclusive meu Pai, tinha valor não.
Os dias, meses iam passando, eu cada vez ficando mais forte, bem alimentado, trabalho pesado, os músculos e hormônios a mil iam me moldando, na hora de derrubar, boi, vaca, eu era o escolhido pra por no chão à unha pra pai ou meus irmãos ferrar nossa marca, domingão era sempre igual tb, pegava um ou uma pra levar pra algum descampado, as meninas iam na esperança de casar comigo um dia, eu lá queria aquelas xilelentas, queria menina ajeitada da cidade mas pra isso faltava lambreta, carro, lá tinha idade pra dirigir não, carta de motorista ninguém tinha, os mlk eu arrastava pra caçar ninho, pescar, lá longe de tudo eles viam o tamanho do ninho que esperava eles, se tentavam correr com medo eu dava um soco só nas costas ou barriga, ficavam tudo quieto pra não apanhar mais, ae eu fazia o que queria, tirava sangue dos danados, pra isso eu era ruim já naquele tempo.
Quando fiz dezesseis anos, seu Chiquinho, era homem respeitado nas redondezas, amigo de todo mundo, tinha vindo pra São Paulo novo, fez a vida aqui, deixou dois filhos adultos já aqui e aposentado voltou pra terra dele, tinha muitos parentes aqui, uma duas vezes todo ano, subia no pau de arara e vinha pra cá passar um, dois meses, depois voltava prá lá.
Apareceu lá em casa num Domingo prá almoçar com nós e se despedir, tava vindo pra terra do ouro como ele chamava aqui de novo, passei a semana inteira, batendo pé, implorando prá painho prá deixar eu vir com ele e ficar com Florival seu primo e a mulher Deusdete até arrumar meu canto aqui na nossa cidade.
Esse primo de pai dizia ser muito rico, ano em ano ou a cada dois anos, ele e a mulher chegavam lá em casa, iam sempre nas festas juninas, ficavam um, dois meses e voltavam de novo, não tinha mulher nas redondezas que não fosse em casa pra ver as unhas e cabelo dessa Deusdete, bixa num lavava um copo pra não estragar a unha dizia, lá em Mossoró tinha mulher mais chique não.
Chegavam de ônibus, quatro, até cinco dias enfiados num, ele não dirigia seus carros pra lá, estrada muito ruim, ela morria de medo de avião, contavam eles.
Sei que chegavam, pai de tudo que é bom, abastecia a casa pra eles, inté whisky não faltava, deles não se via um centavo saindo do bolso, ficavam mostrando a mansão com piscina em frente ao mar onde moravam, as fotos dos carros, eu besta, ficava babando sem enjoar de olhar, endereço deles tinha lá em casa, lembro até hj, Rua João Luso, nr esqueci, olha, quando algum daqui for pra São Paulo é pra ficar lá com nós viu, eu ansiava por ser esse um e vir pra essa terra mágica aqui, quando vinham embora, eu ia na frente puxando a carretinha cheia de doces, carnes salgadas de boi, bode e carneiro que pai dava pra eles, nem um tostão me davam de agrado.
Pois insisti tanto que meu pai concordou, lá é terra de doido filho me disse, tu vai se arrepender, mas já é homem vc, vou te segurar aqui não, minha mãe chorava de dor, era o dodói dela e o primeiro filho que ela via sumir mundo afora.
Dia da partida pai me deu uns trocados, pra tu comer nessas estradas do mundo filho, até chegar lá em primo Florival, mande notícias senão minha véia morre aqui, minha mãe veio com um saco de pano cheio de farofa de peru, garfo e colher dentro, fui andando sozinho pra cidade onde ia me encontrar com Seu Chiquinho, da porteira olhei pra trás, irmãos e pai não, eram tudo macho, as Muié, irmãs, cunhadas, tudo se derretendo em lágrimas, minha mãe tinha ido chorar lá dentro, parece que sabiam que eu tava indo pra sempre, só não podiam imaginar que daqui bem longe eu ia desgraçar a vida de todo mundo ali.
Na cidade o pau de arara pegou eu e Seu Chiquinho, era um caminhão velho, uma lona furada em cima, carroceria de madeira cheia de buraco, foram seis dias de sofrer inté chegar aqui, demos sorte, conheci gente que levou foi quinze dias pra chegar.
No último dia de viagem nós já tava tudo morto de dor e cansaço, ninguém conversava mais e era em quinze pessoas que vínhamos, uma mulher, duas crianças e doze adultos homens, só sei que uma hora um moço olhou por um buraco na lona e gritou, eita peste de lugar grande, o motorista lá na frente gritou, chegamos, bem-vindos à SP, levantamos a lona, todo mundo abestado olhando praqueles prédio alto, o caminhão saiu da estrada e entrou na cidade, era carro, ônibus, trem indo e vindo pra todo lado, tinha hora que o caminhão parava de tanto trânsito, eu abismado de existir tanto carro no mundo, o povo nas calçadas tudo arrumado, umas roupas que nem em dia de festa nós tinha pra colocar, com dezoito anos do jeito que trabalho tou rico pensei, volto gente de verdade lá pra minha Mossoró.
Caminhão entrou numa rua calma, inté hj lembro o nome, Rua Prates, Bom Retiro era o bairro Seu Chiquinho me falou.
Descemos tudo do caminhão, todo mundo amassado de roupa e corpo, pessoal na rua olhava pra nós com pena de ver tanta miséria junta acho, e dá-lhe o povo a jogar saco de roupa na calçada, todo mundo se despediu uns desejando boa sorte aos outros, Seu Chiquinho e eu fomos andando até a estação pra pegar o trem e descer a serra pra cá.
Depois dumas quatro hs, entramos no trem, nunca tinha entrado num, povo tudo animado dentro, vendedor de sanduíche e tudo o mais indo dum vagão pro outro, quando chegou na serra, minha macheza sumiu, me segurei no banco pq achei que aquilo ia despencar até lá em baixo, calma rapaz disse Seu Chiquinho, tem transporte mais seguro que esse não.
Só sei que desci de olhos fechados até chegar embaixo, ae fui vendo aqueles morros daqui, fui achando tudo bonito, trem parou no Valongo, Seu Chiquinho se despediu, ia andando pegar a barca, acho que é essa mesma que Leuzinha pega pra vir pra cá, fiquei lá sentado num banco, meus pés doíam do sapato apertado, uma fome do cabrunco tava mas dinheiro que eu tinha só dava prum pão com banha, resolvi guardar.
Já era hora de almoço, levantei do banco, tinha um homem fardado andando lá dum lado pro outro, fui pedir informação pra ele de como chegar nesse tal Macuco, ele me explicou mas era longe o lugar, agradeci e fui pegar minha mala no banco, cadê ela, tinha sumido, naquele tempo aqui já era infestado de punguista bebê, desde esse dia peguei ódio de ladrão, vaguei aquela estação de cabo a rabo procurando se via alguém com minha mala e nada, agora só tinha a roupa do corpo e suja já, sai de lá e fui andando na direção que o guarda tinha me falado, dia já tava pra escurecer, me bateu um desalento, um negócio que eu nunca na vida tinha tido mas segui andando pela cidade e perguntando aqui e ali do caminho a seguir, eu era bom de caminhada, cheguei no cais, um vai e vem de trem de carga, caminhão, a fome já era duida agora, andei andei, cheguei na tal Senador Dantas que tinham me falado, era bonde passando, ônibus mas cadê dinheiro pra mim pegar um, cheguei nessa tal João Luso era bem umas dez hs da noite, uma rua feia, as casinha tudo igual, meu primo com certeza é o homem mais rico daqui pensei.
Tava um povo tudo papeando em cadeiras nas portas das casas, cheguei no número, uma casa feia da desgraça, tou lascado pensei, errei o nr na memória, só pode, e cadê o marzão em frente que não vejo nada, uma vergonha de bater palmas fiquei devido ao horário tardão já, na casa ao lado uma família de cor tavam sentados em cadeiras tb, dei boa noite à eles, expliquei minha situação que tinha perdido o nr da casa, se eles conheciam alguém por ali de nome Florisval e Deusdete, é essa casa ae mesmo falou a mulher, não pode ser Dona eu falei, eles tem um piscinão bem na frente da casa, são ricos, a mulher e todo mundo caiu na gargalhada, tem mesmo piscinão quando chove, a rua aqui vira rio, grite lá, tão os dois ricos ae dentro, voltei pra porta da casa, gritei, abriram uma janelinha, fecharam de novo, dei uns cinco minutos chamei de novo, abriu um pouco outra janela, fecharam e apagaram as luzes, volte pra sua terra moço a mulher do lado disse, não abriram, não vão abrir mais a porta pra você, sai desesperado, agora era vontade de ir ao banheiro que eu tava além da fome tb, peguei a Siqueira Campos e fui andando sem saber pra onde.
Ele parou de falar um pouco, ficou alisando meus cabelos, tou te contando tudo bebê pra tu me perdoar depois da parte que virei um monstro, eu beijei a mão dele, ele continuou.
Lá na frente tinha um bar aberto, uns caras jogando bilhar, fui no balcão, perguntei se podia usar o banheiro, o homem respondeu, pode se consumir, vai pedir o que, tenho banheiro pra vagabundo cagar de graça não, era a primeira vez na vida que alguém me chamava de vagabundo, o povo todo do bar me olhando, me deu uma vergonha, fui saindo de cabeça baixa, na porta um Sr me disse, moro aqui do lado rapaz, tenho um banheirinho no quintal, pode usar se quiser, eu aceitei lógico, tava me cagando nas calças já, um rapaz que tava bebendo no balcão gritou, ae Genésio, arrumou pinto pra hj hen, na hora não entendi nada.
Entrei na casa do homem, me levou prum banheiro lá no fundo, mal sentei na privada, me esvai, mais um minuto, me sujava todo, sai, agradeci, de repente o homem afinou a voz, tem janta lá dentro, pode tomar um banho, dormir aqui se quiser, olhei pra ele, tinha idade pra ser meu avô acho, respeitei por isso, era do mato mas não era besta não, safado queria que eu comesse ele, eu não tinha saído da minha terra pra isso não, fui embora sem dizer nada, peguei a avenida e continuei seguindo ela, agora mais aliviado, até minha fome tinha diminuído, no fim da rua, já era meia noite ou mais, ae sim, vi o mar, aquelas areias da praia, uns navio aceso lá longe, eita coisa bonita era aquilo bebê.
Fiquei em pé na areia olhando aquela lindeza, as ondas vinham, voltavam, como vou dormir hj pensei, voltei pra avenida, meus pés ardiam já, sentei na soleira dum restaurante fechado, tirei os sapatos e fiquei ali, com sede e fome inté raiar o dia.
Prá resumir bebê, teu Beto passou apurado por muito tempo naquela área, revirei lixo muitas vezes prá poder me alimentar, trabalho procurava, mas sujo, na rua, ninguém dava não.
Um dia eu tava sentado na soleira dum mercado na praia, já sujo, cara de mendigo mesmo, água, minha roupa só via da água do mar, sentou um mendigo véio do meu lado e começou a conversar, esse povo rico aqui prã ceder um prato de comida é difícil né me falou, verdade eu respondi, passo muitos dias só com torrada véia que me dão em padarias, bom mesmo é nos bairros pobres lá da ZN, ninguém nega um prato de arroz e feijão não, onde é isso perguntei, ele explicou o caminho, perguntei à ele, mas se lã é bom, pq o Senhor não está lá, lá o povo é unido ele respondeu, qualquer coisa que a gente roubar, o povo junta e cobre de cacete, era ladrão o fdp.
De manhãzinha pensei, pq não ir pra esse lugar, de repente arrumo uma ocupação pra garantir ao menos uma refeição decente por dia, fui, demorei bem umas quatro horas pra chegar lá, fui andando pelas ruas, muita gente construindo, me oferecia pra ajudar em troca de comida, dormia nas portas de mercearias, bares e fui levando aquela vida desgraçada, ganhei umas roupas usadas do povo lã, nas casas pedia comida, uns davam outros não.
Um dia pedi comida pruma mulher lá perto do cemitério, ela bem brusca, disse que não tinha, vá lã na casa de fulana ela me falou, a trouxa não tem nem geladeira, mas enche o buxo de todo mundo que pede lã, onde é perguntei, ela respondeu, não tem errada, explicou como chegar na rua, era perto, tem duas goiabeiras na frente, um salgueiro tb, do lado uma mangueira enorme, interrompi ele, eita, igual lá em casa falei, não era igual tua casa bebê, era a tua casa, a trouxa que a mulher falou, era nossa santa mãe.
Eita Nego, quantos anos tu tinha, dezesseis pra 17 lek, era rapazote ainda me disse, por isso minha mãe vivia falando que parecia que te conhecia já quando vc começou a ir lá disse à Ele, verdade meu lekinho ele falou, na segunda vez me abri pra ela, escondi nada não, tu tão novinho, te queria pra mim de verdade, ia começar a coisa de forma errada dessa vez não, tua mãe quando te deu prá mim sabia de tudo já, minha vida de cabo a rabo, sabia prá quem tava entregando o dodói dela, pois é meu bebê, lembro de tu neném ainda, parecia um bixinho de pelúcia de tão lindo, por isso te chamo de meu bebê, teu Beto é um monstro meu lekinho, era minha obrigação te livrar do teu pai mas acabei cometendo o mesmo erro dele, pensei muito antes de te catar lek, mas meu tesão foi muito forte, resisti não.
Fiquei calado, pois é, ele continuou, tua mãe não me dava só comida não, me dava conselhos tb, teu pai tb dava nas raras vezes que estava lá, até emprego tentou arrumar pra mim, o monstro do teu pai já foi bom prá mim um dia lek, por isso não deixei nem Aroeira nem Assis matarem ele.
Fiquei muito tempo na tua área lá bebê, ajudava nas construções, comida sempre tinha mas tava com dezessete anos quase já, corpão e cara de homem, eu queria um canto meu, um banheiro, um colchão pra poder dormir de verdade.
Um dia lá no Rádio Clube, passei numa casa, tavam fazendo a laje, nem perguntei se queriam ajuda, já fui pegando uma lata de concreto e carregando ela prá dentro, sabia que o rango ia ser dos bons depois, foi o início da minha desgraça, se soubesse nunca tinha parado ali.
Tinha um monte de rapaz e homem trabalhando, no quintal tava um homem mulato, cabelo grisalho, bermuda, camisa, sapato, tudo dum branco tão branco que nunca tinha visto, danado tinha presença, era a cara do Juvenal, tava de camisa meia aberta, um medalhão de ouro no pescoço, fazia nada não, só conversava enquanto serviam pra ele umas bebidas, era whisky acho, esse é rico pensei.
Já quase no fim da laje, passe por ele, me chamou, qual teu nome rapaz me perguntou, Alberto Oliveira da Silva respondi, ê garoto, gente que nem tu nunca deve falar nome inteiro pra ninguém não, prazer, eu sou o Cachorro do Mangue, a lei e a marginália só me conhece por esse nome, quem quiser o de batismo, que procure, cachorro do mangue repeti intrigado, sim rapaz, Deus não pôs na terra ainda caranguejo que aguente ficar mais tempo debaixo da lama do que eu, vamos ali no fundo da casa ter um particular me disse
Lá no fundo me contou o que fazia da vida, tinha uns pontos de drogas e tava querendo alguém com meu perfil pra tomar conta, era lá no ponto final do bonde 1, boca chique disse ele, tu é forte, com inseticida na cabeça pra matar os piolhos, uns remédios pra verme, um bom corte de cabelo, umas roupas de bom corte, tu vai ficar parecendo boy, rapaz que tem família, eu tenho família Sr disse à ele, vivo nas ruas mas tenho família e das boas.
Hummmmm ele continuou, sujo, fedido, fudido na vida e orgulhoso, perfil perfeito pro tráfico rapaz, posso te fazer um grande homem se vir trabalhar comigo, desculpe Sr respondi, quero trabalhar sim mas não fazendo coisa errada, prometi pro meu pai quando vim pra essa terra, nunca manchar o nome dele e da família, tá bom disse ele, continua na merda que vc está e reza pro Esquadrão da Morte nunca te confundir com marginal e te fazer peneira de tanta azeitona que vão te enfiar.
Voltei pro trabalho, toda hora passava por ele, eu tava tão cansado de vida na rua bebê, fiquei pensando, e se eu aceitar essa proposta dele só por uns tempos, me levantar, comprar umas roupas e voltar lá pro meu povo, expliquei à ele o que eu queria, ele aceitou, menino de juízo me disse, mas com carro, lambreta, morando frente ao mar, numa semana tu esquece que tem família, pode crer.
E foi assim mesmo meu lek que aconteceu, o tal homem me levou em loja chique, me encheu de roupa boa e sapatos, no mesmo dia me levou prum apartamento pequeno mas com todo o conforto que alguém necessita.
Eu estava no céu pensei, mas com dinheiro amaldiçoado lógico que esse céu iria virar inferno um dia.
Ele me mostrou o ponto que eu iria vender as porcarias dele, onde eu ia levar a parte dele, meu era trinta por cento das vendas e onde eu iria buscar as coisas quando acabasse o que me deixou.
E eu entrei nessa porcaria de vida que eu achava que tava uma maravilha, almoçava e jantava do bom e do melhor, as meninas faziam fila pra me dar chana e cuzinho, eu era honesto com o cabra, não pegava um centavo que não fosse meu, ele começou a gostar do trampo do troxa aqui, ponto era bom, as vendas aumentavam dia a dia, meses depois eu tava de lambreta, romiseta, tudo que sempre pedi a Deus, nem lembrava que tinha família, já me chamavam na área de Betão, o Boy do Tráfico, os que me pagavam direitinho eu considerava amigos, os que pisavam na bola, arrastava pruma quebrada e quebrava os ossos, aos dezoito anos eu já era respeitado no submundo, a fama se espalhava.
Um dia Cachorro do Mangue mandou recado pra eu me encontrar com ele no lugar de sempre, geralmente era pra tratar de mudança de onde buscar as porcarias.
No dia seguinte eu tava lá, na ponte do Piratininga na entrada da cidade, nós conversavamos sempre no meio da ponte, se aparecesse enrosco de algum lado, nós fugia pro outro.
Nesse dia, do nada, apareceu polícia de ambos os lados, uns cara grandão, tudo armado, eu fiquei paralisado, Cachorro pulou da ponte e saiu correndo pela lama, como não afundava não sei, eu ergui os braços, um dos policia gritou, pegamos o braço direito do tráfico internacional, tu vai soltar pela boca tudo que sabe fdp, ou morre hj mesmo.
Me enfiaram num carro preto e branco depois de algemado, sabia que era meu fim bebê, eu ia pagar por todos meus pecados.
Seguimos serra acima com dois carros, era um total de oito policiais civis, perto de um túnel viraram à direita, perto duma cachoeira pararam, tiraram minha algema, mandaram eu ficar pelado, um deles ainda me zoou, marginal é homão falou, pinto bom pra mim dar muito choque hj, eu tremia de medo, daqui não saio vivo pensei.
Começaram perguntando onde tava guardado o dinheiro do tráfico, não sei respondi, não sabia mesmo, o maior deles me deu um chute na boca do estômago que cai no chão, os outros me chutaram caído mesmo, me levantaram, lembra agora o esconderijo da grana e da muamba fdp, nós quer dinheiro e a droga, um deles falou.
Eu não sei nada dos esquemas falei, tenho dinheiro pouco no meu ap só, fdp ele continuou, aqui tem troxa não, começaram a me dar cacetada, eu implorava, suplicava e nada deles pararem, um deles mandou me segurarem firme, tirou um isqueiro do bolso, vou fritar teu pau malandro, pegou no meu pinto, taparam minha boca, eu me debatia, ele ficava circulando a chama perto da cabeça da piroca, eu suava mais que panela fervendo água pra fora, saporra é bem treinada disse um deles, vamos pro ap dele pegar que tem de valor, carro, tudo, lá em SP nas mãos do Dr Araújo, com cassetete no cu ele conta tudo.
Descemos a estrada de volta, no ap pegaram.jóia, roupa, tudo de bom que eu tinha, .minha caranga e lambreta não vi nunca mais.
Subimos a serra de novo, dessa vez até São Paulo, eu tava arrebentado já, cheio de dor, pararam numa Delegacia de Polícia Federal, era noite já, entramos, ligaram pro tal Dr Araújo, achei que era um delegado mas não, era um médico de jaleco duns dois metros de altura e forte, tipo assim do Assis só que moreno claro.
Desceram comigo prum porão, eu chorava de medo, entramos numa sala cheia de correntes pendurada nas paredes e no teto, uma mesa grande de inox com um ralo prá escoar água, fica nu e deita nela fdp me disse o Dr, agora tu vai cagoetar tudo que sabe, meteram meus pés e as mãos abertas numas correntes, puxaram outra corrente pra cima e eu subi, numa barra de ferro no alto me prenderam nuns ganchos e eu fiquei de pernas e braços abertos, pendurado naquilo, minha bunda e piroca ali exposta pra eles, por favor não, só falava isso eu, sabia o que me aguardava agora.
Saiu todo mundo da sala, fiquei uns trinta minutos só ali pendurado, tinham ido jantar, quando entraram veio junto um polícia alemão gigante tb, o interrogatório ia ser com ele, minha vida tava nas mãos dele dali em diante.
Saiu todo mundo mas ficaram do lado da porta aberta, ouvia a conversa deles, o alemão tirou a roupa, ficou só de cueca, tou cansado de vagabundo sujando eu de sangue e merda me disse, fala verme, quero saber toda a rota do dinheiro e das drogas, expliquei que não era informado de nada dessas coisas, ele pegou uma maquininha, prendeu uns fios no meu saco e piroca, pôs numa tomada e ligou, eu estrebuchava de aflição, ele ria, lá fora riam tb, desligou, começa boy do tráfico, sou todo ouvidos, eu não sei de nada Sr respondi, ele mexeu num botão, ligou de novo, agora era mais forte o choque, meu corpo estremecia nas correntes, a mesa encheu de merda, ai Deus, me leva, gritei bem alto, todo mundo rindo.
Um cara entrou, ligou um chuveirinho da mesa, a sujeira escorreu ralo afora, pronto pra soltar o verbo agora falou o Alemão, eu chorava e dizia não saber dos esquemas.
Venham, chamou o pessoal, o verme é duro na queda, vamos ver se ele guenta o cassetão de ferro, quem quer estourar o cu dele, todos disseram, eu, achei que os fdp iam me enrabar mas não, o escolhido abaixou, debaixo da mesa tirou um cano grosso duns 50 cm, vou morrer agora disse pra mim mesmo.
Encostou o troço no meu rabo, encaixou devagarinho até entrar uns cms, eu berrava de dor, parou, e ae fdp disse o Alemão, vou contar até dez, eu não conseguia mais falar, chegou no dez ele fez sinal de positivo, o cara enfiou o ferro uns 30 ou 40 cm em mim, num golpe só, desmaiei, me jogaram água gelada na cabeça, acordei, agora o que pingava na mesa era sangue, muito sangue, me matem logo, por favor me matem implorei, riam até não mais poder, matar é disse o alemão, vamos te vender no Carandiru verme, novinho ali dá dinheiro, vai virar mulherzinha do pavilhão inteiro, Pai Sansão tá querendo um assim disse um deles, se pagar bem é todo dele falou o Alemão, mlk vai saber que é uma tora de negão no rabo e na boca todo dia, nunca mais trafica quando sair de lá, se sair vivo lógico.
Me tiraram das correntes, cai no chão sem forças, um me chutou dizendo, levanta lixo, aqui num é enfermaria de hospital não, levantei cambaleando pra cair de novo, o tal Dr Araújo deu uma olhada em mim, falou pros outros, podem levar pro Delegado, danado guenta pau, tá inteiro ainda.
Me vesti, uma sede do cão tava, mas cadê coragem de pedir, subimos as escadas, era dia já, me levaram pruma sala, toda ajeitada, ventiladores ligados, me sentaram numa cadeira numa mesa, ae veio um Sr branco, de gravata, era o Delegado, foi bem tratado aqui me perguntou, olhei pros polícia, fui sim Sr respondi, um policial tava numa mesa perto datilografando, veio com uns papéis, me fizeram assinar um monte de folhas sem ler nada, o Delegado carimbou e assinou tb, podem seguir pro Presídio disse aos homens, tráfico internacional de drogas falem lá, rapaz novo, tá vendido já que eu sei, tragam minha comissão inté o fim do dia, boa sorte rapaz me falou e saímos da sala, algemaram eu de novo, entramos no carro, seguimos eu e mais dois, andamos, andamos num trânsito doido danado, os dois falando que era melhor me por na cela do tal Sansão jã, costumava pagar bem.
Eu aflito mas pensando, tou morto ainda não seus fdp, pra deixar alguém comer meu rabo, depois de muito tempo o carro virou numa entrada, Carandiru tava escrito na frente em letras gigantes, carro entrou, logo depois do portão, paramos num corredor, entregaram uns papéis pros homens lá, ficaram tomando café, um negão de farda preta mandou tirar minhas algemas, tiraram, o Negão mandou eu ficar pelado de novo, pegou uma lanterna, iluminou meu corpo todo, fica de quatro lixo, fiquei, caralho falou pros outros, vcs arrombaram o mlk legal hein, queria tar lá pra ver, me jogou uma calça bege e uma camiseta branca, veste lixo humano, tua roupa se um dia tu sair daqui, tu retira, qual pavilhão é pra depositar essa carne nova perguntou aos outros, sete responderam, vamos juntos pra negociar com Pai Sansão, aiai, o lixo agora vai saber que o crime não compensa, Sansão é foda, estoura sem dó.
Passamos bem por uns quatro portão tudo com guardas, de repente abriram um portão mais estreito, quando entramos, o cheiro era dos infernos, tudo ali era dos infernos, eu não podia chorar, tinha que me mostrar forte, começou um barulho de ferros batendo, olhei pra cima, centenas duns malaco sujos começaram a gritar, carne nova, carne fresca, dá pra nós, nós paga, o carcereiro respondia, já tem Dono, Pai Sansão tá comprando, quando enjoar, revendo prá vocês, eu ia quieto mas sempre pensando em como sair dessa.
Subimos um monte de escadas, pegamos um corredor largo, onde nós passava a gritaria era a mesma, paramos numa porta de ferro, o carcereiro abriu, me deu um chute na bunda que eu caí no meio da cela, do chão, olhei os chinelos, tinham oito pés, quatro inimigos que eu teria que enfrentar.
Fiquei sentado analisando as caras, Pai Sansão era um preto alto, gordão mas meio parrudo tb, devia ter força pensei, me mediu sério e foi pro corredor negociar, depois duns quinze minutos voltou, foi pro banheiro, saiu e entregou um mação de dinheiro pros guardas que me trouxeram, esse pode meter porrada Sansão, bixo é daqueles que guenta cacete bem dado falou o policial.
Eu no chão pensando, tenho que dar uma de mlk bonzinho, se me imobilizarem tou lascado, tenho que manter pé e mão livres, os fdp não sabiam que esse cara todo arrebentado, com 14, 15 anos já derrubava boi na unha pra ferrar a marca da família nele, iam comer cu sim mas não o do filho de Seu Cesário e Dona Xanda, eles criaram filho Macho, eles iam ver isso e logo.
Tal Sansão veio, levanta minha gracinha, Pai sabe que tu tá todo machucadinho, vou cuidar bem de vc, tou cheio de dor Pai, trata deu que o Sr não se arrepende falei com voz mansa, hummmm disse ele aos outros, esse é dos manso, vai dar muito trabalho não, Wilson, falou a um dos presos, pega iodo lá e cuida da minha nova propriedade, daqui dois dias quero minha menininha linda e xerosa pra cuidar do Pai.
Tal Wilson me levou pro banheiro, tive que ficar pelado de novo e meteu iodo no meu rabo, é mocinha, três vez por dia tu vai passar por isso, Pai Sansão num pede, ordena, bixo é meio avantajado mas daqui dois dias agrade ele, se for bonzinho não te falta nada aqui, vou ser respondi, quero apanhar mais não.
Sai do banheiro minúsculo, fui pra cela, não quis sentar, tava todo estropiado pelo cano, Sansão mostrou o beliche que eu ia dormir, ele embaixo, eu em cima, tá com fome minha riqueza me perguntou, tou Pai Sansão, muita fome e muita sede, ele puxou um pano na parede, tinha suco, leite, pão, bolacha, doce e muitas coisas mais, pode comer o que quiser minha feminha, tem que ficar forte pro teu pai.
Comi mesmo e muito, só leite tomei umas três garrafas, sabia que tinha que ficar forte, quando eu quebrasse os ovos dele dois dias depois, tinha mais três ali prá eu derrubar, eles não perdiam por esperar, Sansão escolheu a mulherzinha errada, eu ia me foder depois tb mas ele nunca mais ia ser homem na vida.
Dia foi acabando, um dos presos tirou um fogãozinho de uma boca só a álcool e foi preparar a janta, comida do presídio é uma merda minha fêmea me disse Sansão, sou o bambambam deste corredor, propriedade minha passa bem, de cabeça baixa respondi, obrigado Pai, depois de amanhã você agradece filhinho, agradece bem gostoso, com certeza Paí falei, vou saber retribuir o que o Sr tá fazendo por mim.
O cara acabou o arroz, pôs carne seca pra cozinhar, escureceu, um guarda trouxe as marmitas, deixou a porta aberta, abri a minha, um macarrão com uma salsicha gosmenta em cima, deixei de lado como os outros.
Um dos caras saiu com uma sacolinha pra fora, hora de vender as drogas pensei, vamos andar no corredor meu neném me disse Sansão, venha atrás de mim de cabeça baixa, fêmeas andam assim, sim Sr respondi, ficamos indo e vindo no corredor, em alguns lugares ele parava pra conversar e mostrar sua aquisição, eu sempre de cabeça baixa, voltamos pra cela os três, um guarda veio recolher as marmitas, nós jantamos, a comida do fdp dava pra comer, jantamos e deitamos, preciso de uma escova pai disse a Sansão, ele foi no buraco da parede, trouxe escova, pasta e um pente, obrigado Pai eu disse.
Escovei os dentes e subi pro meu beliche.
Fiquei atento, vou deixar pra descansar de dia pensei, as luzes se apagaram, alguém acendeu uma vela, ficaram conversando um tempo, depois veio o silêncio.
Mais tarde ouvi o som de alguém mamando Sansão, não podia olhar pra baixo mas vi que a cama do Wilson tava vazia, safado pensei, chupa rola em troca de comida, depois silêncio de novo.
De manhã, saímos pro café depois dum banho gelado, no refeitório bandido pra todo lado, café com leite azedo e pão murcho com banha, comi e depois saiu todo mundo pro banho de sol, percebi que alguns presos, uns até velhos já, andavam como eu, atrás de outros e de cabeça baixa, eram as fêmeas.
Fêmeas não abriam a boca, ficavam mudos perto do seu Sr, tb fiquei lógico, depois banho no banheirao geral, não tomei não mas entrei pra acompanhar Sansão, uns caras iam pros cantos prá meter rola em outros caras, tudo pinta de machão, dão em troca de cigarros me explicou Sansão, tocou o sino, todo mundo pra cela de novo e o dia foi passando.
A noite a rotina se repetiu, guarda abriu a porta, Sansão saiu mas não me levou, descanse me falou, te quero limpinho na hora do café lá fora, nós dois ficaremos aqui, vc vai enfim, ter a honra de me servir, sim Sr respondi.
A noite correu, acabei dormindo, logo cedo à porta se abriu, os três saíram, Sansão conversou com o carcereiro e ele se foi.
O safado sentou na cama, arriou a calça, fica peladinho e se ajoelha pro Dono minha Fêmea, só abaixei a calça e falei, vou mamar gostoso pai, fico peladinho na hora de guentar essa coisa gostosa do Sr, ele gostou, ah safadinho vêm logo, lambi o beiço com a língua, ele se estirou pra trás encostando as costas na parede, tava do jeito que eu queria, o sacão ali, pronto pra receber a força do meu punho.
Ajoelhei, passei a língua no beiço de novo, ele fechou os olhos, as ovas jogadas sobre o colchão de molas duro, quando ele abriu os olhos já era tarde, meu punho com toda a força do mundo, já estava levando minha mão pesada de encontro aos ovos do machão, berro como aquele nunca ouvi, ficou paralisado de dor, dei outro, ae desmaiou, levantei, subi minha calça já ouvindo os passos dos guardas no corredor, que tu fez com Sansão me perguntaram, nada respondi, só soquei os ovos dele, apertaram a sirene do corredor e me levaram pra sala da disciplina, me algemaram numa cadeira, fiquei lá.
Depois duns minutos vieram dois guardas fortões, o barulho lá fora era de enlouquecer qualquer um, levei tanto soco e chute que a cadeira quebrou, me arrastaram corredores afora, muitos presos batendo palmas pra mim, ae garotão, provou que é macho, numa porta esquisita chegamos, eles abriram e me jogaram lá dentro, três dias sem água nem pão verme falaram, eu tava no inferno bebê, a solitária era o inferno, quando eu sai dali trinta dias depois, teu Beto tinha morrido, o que saiu dali foi um monstro, um monstro que o Carandiru nunca tinha conhecido pior.

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11 Comentários

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  • Responder luiz ID:dlns5khrd

    Ou Beto da o cu a muito presos ou o conto fica pior, ninguem conseguia escapar ileso do carandiru, Beto nao seria o primeiro, vamos la faz beto da esse cu dele a muito presos, senao mnao leio mais esses contos seus, o beto é bandido, entro para o trafco fudeu a vida de muitas familais e ainda acha ruim da o cu a Sansao

  • Responder nojodepedo ID:yb0j5wd3

    mds n acredito que perdi meu tempo lendo td isso kkk essa eu passava, sinceramente…

  • Responder PutinhoqueamaZoo&Cp ID:6sugpwp6id

    Tem gente que ainda lê os contos inteiros desse autor?

  • Responder Francisco ID:g3jga5oij

    O Beto dentro da cadeia tem de dar o cu. Na próxima coloque ele dando gostoso. Show o relato.

    • Aff ID:2ql0ptfzj

      Não não vai ficar horrível

  • Responder Sla ID:2ql0ptfzj

    Tadinho do Beto sofreu mt

    • Adailton ID:g62zenxv4

      Escolheu isso…e pagou o preço.
      Simples assim.

  • Responder Lex75 ID:5vaq00tfi9

    Sim sofreu muito e daí?? Foi o único???

  • Responder pevteem ID:1dai0tev9c

    kkkkkkkkkk que merdaaaaaaaaaaaaa

    • Aff ID:2ql0ptfzj

      Vdd

  • Responder Aff ID:2ql0ptfzj

    Triste Não gostei do Beto dando o cu