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Primeiros Tempos – Laura, 10

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Desejos, tesão é o que tem norteado minha vida e recordações me jogava no tempo espaço de vida como aquele dia que Joana se entregou…

10. Uma andorinha sozinha não faz verão

📃 O historiador e o poeta não se distinguem um do outro pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso. Diferem entre si, porque um escreveu o que aconteceu e o outro o que poderia ter acontecido.
Aristóteles

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📅 Sábado, 18 de novembro de 2006
✔ (Brincar com Joana é tocar onça com vara curta, já com Laura é mexer em vespeiro e com Sâmela perto, é um Deus nos acuda…)

Recordar dos tempos de criança e do namorinho com Francisca foi uma espécie de lenitivo, mas lembrar daquele flagra comigo e com sua mãe foi uma explosão (Relembre, clique aqui )
― Ainda se encontra com mamãe? – um sorriso iluminou o rosto.
― Não, quer dizer, faz tempo que não vou na vila… – espiei pelo basculante, Laura tomava banho de sol – Éramos crianças…
― Não tão crianças… o pai gostava muito do senhor – estava em pé apoiada na pia – Ele sabia de vocês dois?
― Sabia… nem tudo, é claro – concertei – Naquele tempo teu pai tinha um arranca rabo do Paulinha, mas teu avô vivia falando que tua mãe se casaria com ele…
― Sei, vovô sempre foi dessas coisas – riu e coçou a base do seio – Era turrão, tanto que morreu…
Olhei para ela, sempre olhava como se olhasse Francisca, é incrível como se parece com a mãe. Ela me olhou e sorriu, já tinha lhe falado isso e ela soube do que eu estava pensando.
― Tu me olha como se estivesse me comendo…
― Não… – suspirei e levantei, minha cabeça doía zunindo de pensamentos – E quando vamos comemorar o canudo?
― Tu sempre foi assim, muda de assunto como macaco pula de galho…
― Não garota, queremos saber como vai ser… – acariciei o ombro desnudo, ela me olhava como olhava a mãe – Deixa isso, depois eu lavo…
― E também sempre deixa pra depois as coisas que devem ser feitas logo – no rosto um olhar meigo, narinas dilatando, lábios ressequidos – Sempre te achei meio vacilão…
― Vacilão, eu? – segurei seu rosto, ela parecia sorrir, só parecia, estava séria – Você sabe que não…
Ficamos nos olhando dentro de nossos olhos tentando sugar o que se passava em nossas cabeças.
― Tu sabe que te quero…
― Sei, sempre soube… – um suspiro nascido em minhas entranhas estremeceu meu corpo – Desde menina você nunca escondeu…
― Mas tu não me quer mais… – dessa vez sorriu, o rosto bem feito mudou de coisa séria para, novamente, menina mulher que sabe o que quer – Te esperei ontem…
― Imaginei que sim, mas não deu…, eu queria, mas não deu… – beijei sua testa, ela suspirou – Cinco anos, tu era a garotinha da mamãe…
― Era não, era…, sou tua garota – acarinhou meu peito – Sempre te quis…
― E eu sempre soube, tua mãe também… – suspirei relembrando aquele domingo.
― Tinha medo da mamãe brigar conosco… – nos abraçamos – Nunca imaginei que ela agiria daquela maneira, acho que tia Marisa também viu…
― Viu, tinha que ver – sorri – Tu estava endiabrada…
― Ela nunca falou nada – lembrou – Amava…, amo esse jeito de vocês viverem, achava estranho mas mamãe me fez ver o outro lado da moeda…
― Não há outro lado, tudo é o mesmo…
― Agora eu sei, naquele tempo não… – sorriu suspirando – Acho que sabia…, naquele dia que te peguei beijando mamãe…
― Xica quase teve um troço… – acariciei seu rosto, nunca deixou de ser a moleca levada da breca, é mais baixa que a mãe, mas muito mais maluca que Francisca foi – Não estranhei, talvez quisesse que as pessoas soubessem…
― Mamãe conversou comigo depois que tu voltou, estava morrendo de medo que eu fizesse alguma coisa… – nos desgrudamos, olhei novamente pelo basculante, Laura e Sâmela conversavam e davam risinhos sapecas – Tu ainda está me devendo uma…
― Tu sempre foi doidinha… – andei.
Ela olhou, não queria que eu saísse, segurou minha mão, olhei para ela, ela olhou para mim e nos olhamos sabendo o que queríamos.
― Te amo Lucinho, tu és o único… – me empurrou, colei na parede, nos beijamos da maneira quase animalesca que sempre nos beijamos – Sempre vou ser tua…
Aquilo foi o gatilho e meus pensamentos voaram singrando o tempo.

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👣🚪 Voando no tempo, escorregando para aquele domingo… 🚪👣

📅 Domingo, 18 de novembro de 2001
✔ (Tinhamos ido para a vila passar o final de semana e nem me passava, pela cabeça, que poderia acontecer o que Francisca já havia previsto…)


― Não sei se vou, Laura está dormindo – Marisa sentou em meu colo – Vai com elas…
― Queria que vocês fossem, as duas – olhei pela janela.
Aquele domingo amanheceu bonito, devia ser umas seis e meia, o sol já botava a língua espantando a vontade de ficar no ninho. Ouvimos bater de panelas e sussurros das duas falando baixinho pensando que ainda dormíamos.
― E aí, está pronto? – Francisca ainda não tinha trocado de roupa, vestia a roupa de dormir.
― Tá… – Joana sentou no tamborete na cozinha, estava agoniada – A maré tá quase em cima…
― Levou as coisas? – virou, eu tinha saído do quarto – Bom dia, dorminhoco!
― Bom dia meninas… – beijei o rosto de Joana e abracei minha amiga de longas datas – Marisa não quer ir, Laura ainda dorme…
― Vai ser bom tio… – um sorriso moleque iluminou o rosto bonito – Vamos até a ilha… – também Francisca viu o que eu estava vendo, a garota de pernas abertas deixando ver a calcinha branca escorregada pro lado imprensada nos pequenos grandes lábios da xoxotinha quase toda emplumada – E é bom vocês deixarem de sacanagem, viu?
Sorrimos, estava abraçado nas costas de Francisca que sentiu meu pau estremecer.
― Então fecha essa perna que teu tio não é de ferro…
Joana corou e fechou as pernas, Marisa também saiu do quarto vestindo somente calcinha atolada na bunda e uma camiseta folgada.
― O café tá cheirando… – farfalhou os cabelos de Joana e beijou o rosto de Francisca – Como é, o iate esta pronto?
― O tia disse que a senhora não ia…
― Estava em dúvidas… – puxou um tamborete(1) e sentou – Laura não falava em outra coisa.
― Vamos pra ilha tia… – olhou para a mãe que continuava parada – Vamos no Senhora da Luz…
― E vocês sabem manobrar? – Marisa ainda não estava segura.
― Essas nasceram dentro de um saveiro(2) e pilotam como mestras – sorri acariciando a barriga de Francisca.
― Eu não, mas a pestinha aí nasceu… – segurou minha mão – Estávamos vindo de Cajapió(3) foi papai quem pegou ela…
― Por isso é uma tambiuzinha(4) nadadeira que só além de piloto de mão cheia – saí detrás dela, meu pau estava querendo endurecer.
Fizemos o desjejum contando lorotas e nossos risos despertou Laura que saiu do quarto nua como dormia.
― Vixe Maria, agora danou tudo! – Marisa estendeu a mão para a filha que não deu bolas e sentou em meu colo – Essa daí não desgruda do velho…
― Né velho não, meu papai é muito é novo e bonito, né pai – se acomodou.
― Você é é uma puxa saco, isso sim… – riu da filha que tomou café sentada em meu colo.
― Vamos lá minha gente, que a maré não espera preguiçoso – Francisca, Joana e Marisa foram para o quarto.
― A gente vai mesmo andar de barco? – se ajeitou escanchada em meu colo – Tem perigo não, né?
― Claro que não filha, vamos em um barco seguro – acariciei a barriguinha, ela se arrepiou – E, caso afunde, você me salva…
― Não guento o senhor não… – riu e, como sem querer, segurou minha mão e colocou entre suas pernas – Acordei melada…
Olhei para ela, de noite andou se esfregando em mim sem que a mãe notasse, passei o dedo na rachinha, estava melada, ela suspirou.
― Agora vamos nos aprontar – ia tirar a mão, ela não deixou – Agora não, safadinha…
Peguei-a no colo e fomos para o quarto.
Não aconteceu nada de estranho no passeio de ida para a ilha, mas na volta, quando a maré tornou subir, as coisas começaram cambar(5) pro lado da sacanagem. Marisa e Laura estavam no compartimento tentando tirar uma soneca depois de um dia cheio, a lua começava brigar com o sol que não queria se esconder, Joana estava deitada na proa como se também dormisse, um vento gostoso enchia as velas e o barco cortava a água mansa.
― Dessa vez tu não escapa – Francisca segurava o leme, eu bebericava a enésima dose – Vê se não arromba a menina… – riu.
― Deixa de besteira… – sentei do lado dela – É só uma menina faladeira…
― Quando tu comeu meu cu era mais nova que ela – suspirou e riu – Fiquei três dias cagando sangue…
― Não vou comer tua filha – acariciei sua perna, os cabelinhos eriçaram – Prefiro a mãe…
― Tu é mesmo um sacana, tua mulher nos viu no poço…
― Ela me falou… – suspirei, ninguém entenderei nossa maneira de viver – Mas pode tirar o cavalinho da chuva, tu não vai fazer eu foder Joana…
― Eu não, ela é que vai… – riu – E se tu não cuidar, Laura também…
― Isso é brincadeira de Marisa, nunca vou trepar com minha filha e,… e nem com a tua.
Nem parecia estarmos em um barco, apenas os respingos de água salgada e o ranger gemido nos mastros sustentando as velas estufadas de vento fazia lembrar, o tombadilho aqui e acolá varrido por água quando a vela cambava esta frio.
― Lucinho, vem pra cá! – Joana chamou, Francisca sorriu e eu gelei.
Não sabia se deveria ou se queria ir, a conversa com Francisca acendeu o candeeiro da desconfiança.
― Vai lá, bendito fruto entre as mulheres – espargiu(6) água em mim, olhei para ela, ela sorria – Não maltrata minha menina…
Para alguns a vida pode parecer estranha, cheia de curvas e ladeiras, para mim tem sido um eterno aperreio e que, muitas vezes, me deixava em dúvida sobre se viver assim era saudável. De Marisa eu entendia, desde nosso começo em Ribamar estava sendo assim (Relembre, clique aqui ) e aquele joguinho com Laura era só isso, um joguinho perigoso mas não Francisca que, mesmo sabendo de alguns acontecimento das “Três Mosqueteiras e o Cavalheiro errante”, não tinha vivido aquele relacionamento carregado aceito por nos sem constrangimento ou culpas para que agisse como vinha agindo.
― Tu queres mesmo que tua filha… – olhei para ela, ela estava séria.
― Lucinho, tu deve estar estranhando mas… – parou, uma lufada maior de vento inclinou o barco, não foi nada, logo novamente estávamos navegando como navegássemos em uma avenida de asfalto novo – Prefiro que seja contigo, tu sabes muito bem como vivem as meninas da vila…
Não respondi, não tinha o que responder. Olhei para ela, ela olhava para a vastidão do mar mitigando(7) dores de certezas incertas.
― Você não está com frio, moleca? – parei, Joana tinha tirado o corpinho do biquíni.
― Tu tava namorando a mãe, né safado?… – olhou para cima, olhava para ela e ela sorria sem sorrir de rir, era sorrir de vontade – Porque tu namora ela se tu é casado?
― Não namoro Francisca… – sentei no tombadilho encostando na mureta da cabine – Somos amigos quase irmãos…
― Mas tu namorou ela, não namorou?
― Foi há muito tempo… – acariciei sua barriga, a pele amorenada pelo sol – Antes de conhecer Marisa…
― Mas tu beija ela, eu vi e… – segurou minha mão – Cês não é irmão, irmão não beija irmã na boca… – calou lembrando de coisas que viu e que a mãe lhe explicou – Tu gosta de beijar na boca de nois, né?
― De nos quem? – sorri também.
― Mas eu gosto também – levantou tapando o resto do sol teimoso que não queria deixar a lua nascer.
O barco singrava majestoso a imensidão rumo a um horizonte onde pessoas faziam suas coisas de final de dia sem imaginarem as coisas que pensava os embarcados, o espargir da água moleca que batia na proa respingava em gotículas que não molhava. Joana olhou para a mãe que olhava pro firmamento rezando suas orações de mãe, na cabine Laura dormia o sono sonhado dos anjos, Marisa seminua sentada no catre(8) folheava a caderneta de bordo, que encontrara fincada em um nicho perto do rádio, onde os capitãs do “Senhora da Luz” anotavam uma espécie de diário de bordo.
― A pinininha também beija tua boca… – coçou a perna ainda olhando para a mãe que olhava pro firmamento rezando rezas que o pai rezava quando navegava de volta pra casa – A mãe diz que é porque ela te ama, mas… – desgrudou o olhar para a mãe que olhava sem olhar para um ponto qualquer dentro daquele mundo de silencio – Mas pensava que era de saliência…
― Nem tudo o que se faz e se vê é sacanagem – falei olhando através do corpo bronzeado de sol – Também nos beijamos…
A garota olhou com um olhar entre duvidoso e desejoso, sorriu, coçou o biquinho do peito que coçava dos respingos frios da água do mar e andou, com passos firmes e decisivos e parou em minha frente.
― Mas quando te beijo né o mesmo que tu beijar tua filha, né? – aquele olhar, meigo e faceiro olhar, que olhava antes de fazer o que o bichinho da molecagem sussurrava no meio da cabeça – A gente se beija é querendo se bolinar, né?
― Às vezes não… – segurei sua mão e beijei a palma salobra de água do mar – Nem tudo o que se faz…
― Sei… – riu – é sacanagem… mas tem vez que é, né? – sentou escanchada em meu colo – Mas toda vez que tu me beija quero que seja, tu não, né?
― Não, moleca sapeca… – olhei em seus olhos castanhos esverdeado, não era mais que uma moleca querendo deixar de ser – Te conheci menina mamando, tua mãe queria que eu fosse teu padrinho, teu pai não… – a figura do rapaz moreno segurando a mão de Francisca bailou em minha lembrança – Tinha te prometido pro padre José e Nossa Senhora da Guia…
― Mamãe me contou, disse que tu era meu padrinho de coração… Não conheço meu padrinho e minha madrinha mora no céu… – toquei no biquinho do peito, ela suspirou assoprando vento quente que queimava no fundo do querer – Mas tu não é meu padrinho, tu é meu namorado… meu e da mamãe…
E sempre será, sempre houve uma a mais naquele jogo insano que fazia corações estrebuchar se movendo, como peças vivas de desejos, nesse estranho e imenso tabuleiro que chamamos de vida e aquilo me fez lembrar uma conversa com Dolores em um sábado há muito tempo (Relembre, clique aqui… ) fazendo com que viver seja uma roda que gira e, de vez em quando, volta parando aqui e acolá tornando verdades incertas em certas verdades.
― Mas você é pinininha ainda… – continuei bolinando no biquinho do peito e ela suspirava gostando de ser bolinada – Um dia você vai achar alguém com quem dividirá a vida…
― Tu sabe que é tu, não sabe? – a mão delicada de menina quase moça acariciou meu rosto – A mãe disse que a gente deve saber o que se quer de verdade, que quando a gente acha o que gente quer de verdade a gente não pode deixar escapulir… – não parecia uma menina, quase moça, falando de coisas que não deveria estar falando – Que a gente deve de brigar pra ter o que a gente gosta, gosto de ti…
― …você vai crescer, se tornar mulher, vai conhecer pessoas e vai namorar, e…
― Já achei…, né preciso ser grande prá achar, é preciso só olhar olhando de verdade e ver que né preciso nada, viu? – sorriu sorriso de menina anjo quase moça e me beijou beijo que não era de menina e nem de anjo.
Dúvidas, medos, temores se embaralhava fervendo em ebulição na cabeça, não tinha esse direito, não tinha de me deixar levar pelo ouvido, não deveria, jamais, me deixar envolver e caminhar ao encontro dos medos de uma mãe que, como medo de que a filha, cria de um casamento que nunca quis de verdade, caísse no mundo despudorado de desejos e prazeres mundanos.
E o sabor da boca, o tocar da língua na língua anuviou(9) o pensar de não saber se era certo querer. Estava entregue, deixei o tempo me levar e, de rostos e bocas coladas, não dava para ver a mão buliçosa afastar a beirada da calcinha do biquíni amarelo. Senti ela levantar de olhos fechados sem desgrudar nossas bocas, senti a mão nervosa tirar meu pau duro e senti quando ela espanou as beiradas da vagina e sentou.
Sei, poderia ter evitado e fugido para longe, talvez ter mergulhado no mar calmo que espargia gotículas de água ou então correr para os braços de Marisa, na cabine, lendo os rabiscos, alguns inteligíveis, da caderneta de anotação. Mas não evitei, não mergulhei no mar calmo e nem fugi para os braços de minha mulher, mãe de minha filha que dormia nua, com as pernas levemente separadas, sonhando sonhos de anjo.
― Espera, assim não! – senti medo, medo que tinha de ter sentido antes daquele beijo que não me deixou ver, nos olhos castanhos esverdeados, desejos de querer – Espera Joaninha, assim não…
― É assim…, assim…, que eu quero… – não vi medos naqueles olhos de menina quase moça, não vi sofrer no rosto bonito que sorria – Assim deve de ser mais bom…
E ficou, ora parada me olhando, ora forçando sentindo a glande encaixada na boquinha da xoxota melecada de coisas de prazer.
― Espera um pouco… – segurei seu corpo com as mãos segurando pela bunda – Tu é doidinha mesmo… – minha mão expulsou sua mão, segurei meu pau, sentia os músculos da pequena vagina tensos – Abre mais as pernas, afasta com as mãos…
Ela suspirou, abriu as pernas sentindo também abrir esticando a boquinha da xoxota virgem e suspirou sorrindo.
― Sou também tua viu, tu…, hum…, hum…, é meu… – no rosto não vi dor de doer, talvez dor de querer,
― Meu pau não vai entrar… – sussurrei um sussurro de dizer o que ela não queria ouvir – Deixa assim, não força…
― Não…, assim não, tem de meter… – forçou mais, sentia o encaixe, sabia o que queria sem saber que não devia querer – Entra sim, tu tá é com medo de eu sentir medo, né?
― Medo de você sentir dor… – o dedo bolinou a xoxota, senti pelo tato e pelo sentir na cabeça do pau que as beiradas estufadas teimava em querer não se estufar só na cabeça.
― Eu guento, deixa, eu guento… – um arremedo de sorriso tentava esconder a careta da dor – Larga, eu guento…
Soltei, tirei a mão que sustentava seu corpo e ela escorregou, escorregou escorregando até eu sentir a perna tocar minha mão que segurava o pau e ela aguentou, não tinha entrado tudo, só um pouco mais que a metade e ela suspirou uma respiração respirada e soprada pela boca riste que tentava enganar a dor que sentia.
― Já está bom, já está bom…
― Não!… Não…, tira a mão, deixa… hum, hum, deixa…, tira a mão…
Tirei e ela escorregou e sentiu dor, a dor que eu sabia que ela sentia desde que começou sentar, mas não gritou, não gemeu a dor que deveria ter gemido como a mãe gemeu há muitos anos atrás.
― Viu, viu… – suspirou agoniada prendendo a vontade de chorar e não chorou, não gritou como gritou a mãe e só sorria um surreal sorriso que escondia a careta de estar sentindo dor.
― Vi… – acariciei seu rosto, uma gota, uma única gota escapuliu dos olhos castanhos esverdeado – Está doendo, eu sei… levanta…
Ela não levantou e não apagou aquele sorriso, estranho sorriso que escondia a careta de dor. Não levantou, só me abraçou e me beijou um beijo que, antes de menina quase moça, agora menina mulher sentada, empalada no pau que escolheu seu. Não havia mais nada a fazer, eu estava dentro da filha da mãe que não teve medo de entregar a filha e senti as beiradinhas estufadas tremendo um tremer de descobrir e ela suspirou, eu apertei os músculos de meu cacete e ela sentiu, sentiu e suspirou e começou ora rebolar, ora subir para logo descer descendo no pau que lhe unia a mim.
Não sei quanto tempo ficamos ali nos sentindo homem e mulher, mulher que era menina mulher, agora mulher menina que pinoteava sentindo o entrar e sair espremido espremendo desejos de querer desejar.
― Ui, ui, ui…, hum, hum… – sorria sorriso de estar feliz – Ai, tá, tá… tô, tô…
E gozou um gozo gozado melhor que os gozos lambidos que tinha gozado em minha boca. E não parou de pular e gemia gemido de prazer, sentia pinicar na pele o pinicão que pinicava de dentro da vagina estreita de menina que gozava. Não falou, só bufou dilatando as narinas ao sentir jatos jatados no fundo do corpo de menina que gozava e gozei, como gozei e abracei o corpinho que tremia, e beijei a boca, pequena boca e chupei a língua sentindo o sabor mulher, de menina mulher, que gozava gozos gozados.
Talvez tenha sido o batucar dos calcanhares de Joana na tabua pintada de azul celeste do convés que prendeu a atenção de Marisa, que a fez levantar, seminua, vestida só na calcinha do biquíni azul marinho e olhar pela vigia(10) de vidro enevoado de maresia e ver o corpo moreno de sol pinotear estrebuchando.
― Doidinha… – suspirei, tentei sorrir – E agora?
Joana me olhou olhando não como me olhava antes, era diferente, não era mais inocente menina mulher, era o olhar de mulher menina que tinha gozado gozo de gente grande.
― Agora sou mais tua que antes, né? – aquele olhar, o jeito moleque de falar era novamente a Joana de sempre – Éguas Lucinho, pensei que ia sair pela boca?
― Doida, doeu, não doeu?
― De doer doeu, mas foi uma dorzinha danadinha de boa… – rebolou, não tinha espaço, era como se estivesse arrolhada – Mas tinha de doer, né? Puta merda, teu pau é muito grande siô!
― Você sabia, já tinha chupado… – acariciei seu rosto sentindo a vagina como que querendo mastigar meu pau – Era isso…, assim que você queria, não é?
― Era e não era… – riu – Mas tu não quis na cama, né?
― Na verdade nem aqui… – beijei a ponta do nariz arrebitado – Nem em lugar nenhum…
― Mas agora tu quer, não quer?
― Quero, mas… É complicado Joana, você sabe…
― Né não… eu queria e tu agora quer, tem complicação não!
― Não é tão simples assim, há complicações…
― Tamo chegando cambada! – Francisca gritou, não tinha prestado atenção já estarmos quase no porto – Solta a vela Lucinho… Filha, recolhe…
Joana levantou, escapuliu uma mistura de meu gozo avermelhado de sangue. Ela olhou e olhou para mim sorrindo, tapou a vagina com o biquíni amarelo que manchou de vermelho e correu para soltar a vela grande enquanto eu recolhia a menor. Marisa saiu amarrando a alça do corpinho azul marinho, os seios, durinhos de sempre, apontava para o mundo e sentou ao lado de Francisca em pé vendo, no pensamento, o canal por onde embicou até sentirmos o casco roçar na lama do fundo.
― Vai ter que buscar a canoa filha!
Terminei de atar a vela menor e corri para amarar o pano da vela grande, Joana sorria sorriso de menina e pulou, de ponta cabeça, na água amarronzada e nadou até subir na canoa que trouxe, guiando com a vara, até encostar no costado do pintado de branco do “Senhora da Luz”, Francisca arrumava as coisas do barco, peguei o isopor e as sacolas que entreguei pra Joana que ajudou Marisa e Laura e as levou para a margem,
― E aí, ela é gostosa como a mãe? – falou sorrindo – Vi o biquíni manchado.
― Não, como a mãe ninguém… – olhei para ela que olhava para mim – Ela é mais doida que tu…

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👣🚪 Escorregando no tempo, de volta para o agora… 🚪👣

― Tu sabes que te gosto, complicado mas te gosto…
Não fossem as meninas chamarem teríamos feito sexo ali mesmo.
― Vai lá… – riu – Minha quase irmãzinha também quer o paizinho…
Olhei para ela e tornei beijar sua boca, não foi a primeira vez que falou aquilo, na realidade desde aquele dia que Laura a havia feito sua quase irmã e, tanto Marisa como Francisca, se deliciavam com a relação das duas.
― Tu não vem não, pai? – Laura chamou – Vem também Joaninha!
Nos desagarramos e sabíamos que Laura sabia o que íamos fazer.
― Vai lá moleca, bota o biquíni que hoje deixei hoje é só safadeza… – beijei sua mão e fui ao encontro de minha filha.
Não era incomum e não estranhei, as duas deitadas em toalhas tomando banho de sol sem a parte de cima dos biquínis.
― Cadê Joana? – virou de bruços, os peitinhos contrastava com a pele morena queimada de sol – Ela não vem?
― Foi botar roupa…
― E ela tava era nua tio? – Sâmela brincou sem virar.
― Claro que não, foi vestir o biquíni… – passei direto para o bar – E tua mãe?
― Deve ter chegado em Recife, vai ficar no teu cafofo…
Me servi de uísque com gelo de água de coco e comecei acender a churrasqueira. Joana trouxe a maminha que havia temperado e ajudou arrumar as coisas do churrasco.
― Deixa isso filha, vai te torrar com as pequenas – apalpei a bunda, ela sorriu – Ainda te devo o presente…
― Vou cobrar – olhou para as meninas, Laura levantou e Joana se afastou – Tua pequena tá vindo…
Mas Laura não veio direto, primeiro foi ao banheiro, Joana correu e mergulhou na piscina.
― Pensei que a gente ia almoçar fora… – Laura me abraçou, os pequenos peitinhos espetados em meu peito – Tu vai fazer churrasco…
― Resolvi ficar em casa com minhas meninas – acariciei seu rosto, ela estremeceu e beijei sua boca um beijo que não era beijar de pai, mas também não era de homem atiçando mulher – Mas se você preferir…
― Não…, aqui é mais gostoso – se esfregou se esfregando em mim e sentiu meu pau duro – Tu comeu ela, não comeu?
― Não…, mas vou comer essa maminha – falei não falando dela, era do churrasco;
― Só a maminha? – pegou minha mão e colocou em seus seios intumescidos – Tem outra coisa mais gostosa…
― Maminha do churrasco, minha moleca maldosa – acariciei os peitinhos, ela suspirou e meteu a mão dentro de minha bermuda, não estava de cuecas – É bom a gente parar com isso…
― Porque?
― Você sabe… – ela acariciava, o dedinho brincava na cabeça de meu pau quase duro – As meninas estão aqui…
― Tu come a Joana… – riu, tirou meu pau – Se tu quisesse já tinha me comido e Sâmela está doidinha pra levar vara também…
Olhava com olhar de desejo, por mais que eu tentasse mentir para mim eu sabia que era inevitável uma hora acontecer.
― Você não sabe com o que está brincando… – mexia no peitinho, ela sorria e massageava meu pau – Isso não é brincadeira filha… – mas não fiz nada, deixei que ela me massageasse e tirasse minha bermuda.
Ela respirava forte, sentia a vagina melada de vontade. Olhava para mim com olhar enamorado carregado de querer não ser apenas filha, queria ser mulher e poder agir como mulher e eu olhava para ela sem sentir, sem perceber que não deveria olhar sem olhar como pai, e naquele momento, depois de haver recordado tudo aquilo, depois da conversa com Joana estar alí com minha filha massageando meu pau alguma coisa quebrou dentro de mim e a peguei nos braços, e a coloquei na mesa e ela me olhou entre assustada e desejosa.
― Desculpa filha, desculpa…
Puxei a calcinha do biquíni, ela não fez nada, apenas me olhou sem olhar de filha, não era filha, era mulher, filha mulher querendo não ser filha, desejando ser mulher. Me abaixei, deveria ter lhe beijado, poderia ter lambido seus seios de menina moça, mas beijei sua boca e não chupei seu peito.
― Pai…
Não sei, e nunca saberia, se aquilo foi um lamento de espanto. Mas não era.
― Pai…
Abriu as pernas, a vagina melada de desejos, os pequenos grandes lábios reluzindo e aquele aroma, doce aroma de mulher, invadindo meus sentidos.
― Pai…
Deverei ter beijado sua boca, deveria ter beijado seus peitinhos intumescidos, mas não beijei. Beijei outra boca, lambi e engoli não a saliva de sua boca, mas o liquido de melava a xoxotinha e lambi, chupei, beijei e ela suspirava me sentindo lamber onde pai algum deveria ou poderia ter lambido, ter chupado, ter bebido o que de delicia jorrava de dentro dela e ela gemeu, segurou minha cabeça, abriu as pernas e me empurrou com um desejo animalesco de que, não somente minha língua, estivesse entrando no canal vaginal e eu lambia, chupava, bebia as golfadas de gozo que ela gozava e ela gozou e gemeu um gemido carregado de prazer e eu continuei lambendo e chupando.
Na piscina quem primeiro ouviu e prestou atenção foi Joana que soube do que representava aquele gemido que continuou sendo gemido e que Sâmela ouviu e, também, soube o que estava acontecendo.
― Assim tu me mata pai… – acariciou meu rosto – Tava nem pensando nisso, viu… – respirou fundo e sentou, fiquei entre suas pernas – Não ia ser só maminha?
Rimos e a peguei, ela abraçou minha cintura com as pernas e saí caminhando, ela me olhou.
― Tu vai me levar pra onde?…
― Precisamos banhar antes da maminha…
As meninas viram, estávamos nus, e riram imaginando coisas que não aconteceram, Sâmela levantou e tirou o biquíni, na piscina Joana olhava, apenas olhava e me joguei, Laura de um gritinho mas não me soltou e, quando nos vimos depois do lençol de água, ela gemeu.
― Hum…, tu… tu tá vendo… hum… ui, pai…
Meu pau estava na boca que eu tinha chupado.
― É isso mesmo o que você quer? – falei baixinho no seu ouvido.
Ela não respondeu, apenas me beijou e se jogou pra frente sentindo a xoxota ser invadida.
― Ui paizinho, hum… ai, espera, espera… ui pai ui,tá doendo pai, para, para… – na verdade não era eu que metia, era ela escorregando – Espera um pouco,… hum, porra pai, porra…
Sâmela olhava sem acreditar, Joana acreditava e fazia de constas que não olhava e eu, prado com o pau quase dentro da vagina de milha filha.
― Vou tirar, viu? – falei baixinho, não baixinho demais e Joana escutou e se aproximou.
― Tira Lucinho, ela não aguenta… – acariciou o rosto da quase irmã.
― Não Joaninha, não, deixa, deixa… Viu pai, deixa, eu aguento, não tira…
Eu sentia incomodo, era muito estreita e não estava preparada de verdade como estavam Joana e minhas mosqueteiras, ela não.
― Não força filha, espera… – tirei, ela me olhou, tirei – Você não aguenta, tua irmã tem razão…

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🗂️ Você leu o episódio 10, não esqueça de comentar, atribuir nota e leia, continue lendo…

🖐️ Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência…

Para melhor entender esse relato, leia os episódios anteriores
1. Descobrindo Laura
2. Despertando com Laura
3. Mas eu te amo…
4. Um pouco do passado e o Presente
5. Amores de sempre…
6. Coisas de Dolores…
7. Meninas curiosas que gozam…
8. A César o que é de César, a Deus o que é de Deus
9. Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura

Glossário:
(1) Tamborete: assento quadrado ou redondo, sem encosto e braços, gerlmente com quatro pés; mocho, banco.
(2) Saveiro: Embarcação a vela, de construção forte, de um ou dois mastros, boca larga, utilizada em regiões litorâneas para transportar pessoas e cargas, além de ser usada em pescaria.
(3) Cajapió: Município Maranhense distante a 68 km da capital. “Cajapió” é uma palavra Tupi-guarani que significa fruto maduro ou fruto dourado, é a forma como os índios que ali habitavam chamavam o fruto do cajazeiro em seu estado maduro, chegando até mesmo a chamá-lo de cajá de ouro.
(4) Tambiú: Peixe de pequeno porte (Astyanax bimaculatus lacustris), da família dos caracídeos, encontrado nas bacias dos rios Amazonas, São Francisco e Prata. Alcança até 15 cm de comprimento, tem corpo prateado, mais escuro na cabeça e no dorso, mancha escura atrás de cada opérculo e nadadeira caudal cor de ouro velho; lambari-guaçu, lambari-pintado, matupiri, piaba-da-lagoa, piaba-rodoleira, piau-da-lagoa. Chama-se tambiuzinha(o) crianças acostumadas nadar desde muito novas, variação regional de “piabinha”.
(5) Cambar: Passar (alguém ou algo) a ser de outro modo; alterar, mudar, transforma
(6) Espargir: Espalhar ou derramar um líquido em gotas ou borrifos; borrifar, respingar: O padre espargiu água benta sobre os fiéis.
(7) Mitigar: ornar(-se) menos severo, penoso ou intenso; abrandar(-se), aliviar(-se), diminuir(-se)
(8) Catre: Cama pobre e tosca; Leito de lona engradado, suspenso pela cabeceira, acomodado em vãos de cobertas dos navios; grabato.
(9) Anuviar: Cobrir de nuvem; (fig) tornar(-se) triste ou melancólico.
(10) Vigia: Janela de parede da cabine que, em barcos costeiros de carga, são retangulares; Também chamada de “aboio”.

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1 comentário

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  • Responder Shygio ID:eycvthj

    Muito excitante. Um dos melhores contos de todos os tempos. Nota 10.