eu banco o ex da minha esposa – parte 3

– dois rodizios completos! disse o Daniel ao garçon depois de nos sentarmos à mesa.
– mas a Simone não vem também? ela não come japones?
– acho que come sim, então, mas os dois são pra ela e pra mim.
– e eu? (sorrindo constrangido)
– uma porção de hot roll pra ele, disse se dirigindo ao garçon.
– bebem alguma coisa?
– vou começar com um saquê, traga a garrafa. uma água também pra ele.
– sim senhor, mais alguma coisa?
-por enquanto é só.
-cara, vou te ensinar uma coisa e é só essa vez, espero que aprenda: quando eu estiver falando com alguém, não me questione. não precisa ficar perguntando nada sobre as minhas decisões, vc parece que é burro, não consegue entender que eu penso melhor do que vc? sua obrigação é aceitar. de preferência fica de cabeça baixa quando eu to falando com alguém, blz? vc me envergonha na frente dos outros!
-desculpa Daniel, não foi a minha intenção. É que eu pensei que ia comer rodizio tb.
-pensou errado. Não precisa gastar essa grana toda entende? eu to pensando em vc tambem, ficaria caro se pegarmos 3 rodízios. Se vc não comer vai poder economizar essa grana. Na verdade, eu vou precisar de um outro esquema depois, e vc vai me ajudar, então essa economia é importante.
-ta bom, obrigado.
-Oi Dani, tudo bem?
Olhei para trás e vi pela primeira vez aquela que seria a minha esposa. Estranho eu pensar isso naquele momento, pois jamais havia visto aquela mulher e já sabia que deveria ser seu esposo.
-Olha quem chegou! Fica a vontade, senta aqui do meu lado. Foi fácil chegar aqui? Já conhecia?
– Obrigada!, eu nunca vim a um restaurante japonês, sempre quis conhecer hehe. Oi Cleber, seu amigo me falou bastante sobre vc.
-Oi Simone, que bom que vc chegou! seja bem-vinda! espero que tenha falado bem de mim heim Daniel hehe
– Ele falou sim.
Ela era uma moça bonita, magra, cerca de 1,75m, e no seu peso ideal. Branca, cabelos compridos castanho escuro, olhos castanhos também. Usava uma calça jeans, salto alto e uma blusa de alça com um decote generoso. Estava bem vestida, mas se percebia a simplicidade nas roupas. Nada de marca ou de estravagância. O que me chamou a atenção foi que ela não usava muita maquiagem, apenas batom. Também percebi que ela tinha um sotaque, era provavelmente de algum lugar so nordeste.
O rodizio havia começado e comíamos e conversávamos sobre amenidades. A Simone era o centro das conversas pois era a primeira vez que comia a maioria das coisas servidas. A reação dela em experimentar alguns sabores era engraçado.
– Como vocês se conheceram? perguntei enquanto comia meus hot rolls bem devagar pra não acabar antes do rodízio deles.
– Eu fui pra academia que o Daniel trabalha pra fazer um período de teste. Tinha ganhado um passe de 5 dias pra conhecer a estrutura e as aulas… acabei conhecendo o professor hehe
– esse meu amigo é rápido no gatilho, falei brincando
O Daniel me olhou com cara de quem não gostou do comentário, mas sorriu e desconversou – E você resolveu nem fechar o plano ne?
– Não é isso, mas a academia lá é bem cara, estrutura ótima, mas não dava pra mim por enquanto. Você treina Cleber?
-Não, eu já tentei, mas não consegui ainda criar gosto.
-Eu também acho que não gosto tanto assim, disse a Simone.
Já estávamos na segunda garrafa de saquê e eles já estavam mais devagar no rodízio, quando o Daniel puxou o assunto:
– Então, falei com a Simone sobre o quanto vc quer ser pai e que seu sonho e o sonho dos seus pais é que vc tenha uma família ne?
-Sim, é um sonho mesmo. Minha família sempre me fala sobre isso também, mas ainda não conheci ninguém com os mesmos objetivos.
-Sei como é, disse a Simone. Minha família também me cobra bastante. Minha mãe, com a minha idade, já tinha se casado e já tinha filhos. Eles são muito religiosos e sempre me dizem que eu deveria resolver isso logo, senão vou ser um fardo pra eles pra sempre.
-É isso, e eles tem razão, tanto a sua família quanto a do Cleber estão totalmente certos. Vocês não podem ser um fardo pra sempre. Ninguém gosta de gente assim, que só dá trabalho. Foi por isso que eu quis apresentar vcs dois. Eu quero ajudar vcs. É o seguinte: o Cleber conversou comigo e me convenceu a te apresentar pra ele. Ele quer muito se casar e ter um filho, e eu já falei pra ele que vc está grávida e que não sabemos na verdade de quem é o filho. Ele quer te dar uma família. Ao mesmo tempo que vc dá uma família completa pra ele.
Fiquei pasmo! nem sabia o que falar. A verdade era um pouco diferente do que ele falou mas eu nem tinha condições de questioná-lo, principalmente depois da nossa conversa quando chegamos ao restaurante.
-Como assim não sabemos quem é o pai? disse a Simone, que parecia preocupada apenas com esta parte do discurso.
-Sabemos? eu nem te conheço, sei quem é vc ha menos de um mês, pode ser de qualquer um. Eu te fodi, gozei, e vazei. Não quero nem saber de quem é essa criança, vc tem que arrumar um pai antes que sua família descubra, e o Cleber vai ser esse cara.
-Ambos estávamos em choque! ela começou a chorar e a enxugar as lágrimas com o guardanapo. Eu, de cabeça baixa, comia o último hot roll que havia no meu prato. Estendi a minha mão pra ela com um lenço que trazia em meu bolso. -Não chore, vai ficar tudo bem!
O Daniel chamou o garçon e pediu a conta. Ele mesmo pegou o cartão da minha carteira, que estava sobre a mesa, e passou no crédito. Foram 450 reais. Me despedi da Simone depois de pegar o whats dela. Esperamos o uber que ela havia chamado chegar e entrei no carro do Daniel, que me deixou em casa. Praticamente não conversamos durante o trajeto, eu não sabia o que dizer.
-Seguinte, a gente precisava colocar tudo na mesa e falar tudo o que foi dito. Vc é um ingrato, ficou quieto e nem me agradeceu! amigo de merda que é vc.
-Perdão Daniel, é que eu fiquei em choque. Não foi bem como eu pensei, vc falou as coisas de um jeito que não era bem a verdade ne?
-Vai se fuder seu viado, boiola! ta me chamando de mentiroso?
-não!
-acho bom cara, vc é um merda, um nada. se não fosse eu sua vida ainda estaria aí estagnada, sem sentido nenhum. aAposto que vc ja teria se matado e essa hora ninguem ném ia se lembrar, ninguém ia nem chorar cara, já pensou nisso? de tanto merda que vc eh.
-perdão! eu reconheço que vc eh muito importante pra mim Daniel, sempre foi. EU te valorizo por isso, obrigado por ser meu amigo!
-valoriza o caralho! é o seguinte: eu te dei carona de ida e de volta nessa porra, gastei minha gasolina com vc hj e assim que vc agradece?
-perdão!
-vc vai ter que implorar pelo meu perdão cara, pega o seu cartão ai e implora pra eu aceitar um presente em troca disso tudo que vc ta me devendo
Eu peguei o meu Nubank, que ele já sabia a senha, e estendi pra que ele pegasse.
-Vc acha que é assim, fácil?
Ele colocou a sua perna direita sobre o meu colo. Ele usava a bermuda do uniforme da academia e o tênis que eu ia comprar de volta, que já havia comprado pra ele ha cerca de 6 meses.
-Pede perdão beijando meu tênis!
-sem pensar, eu coloquei minha mão esquerda na coxa dele e a direita na sola do tênis que estava sobre o meu colo. Me curvei pra beijar a ponta do tênis. Antes de alcançar, entretanto, tomei um tapa na nuca.
-sai fora viado escroto, não falei pra vc tocar em mim. tira essa mão da minha perna! era só beijar meu tênis. vc é muito burro! agora vai ser uma lambida na sola.
Ele levandou a perna e colocou a sola do tênia na minha boca. Só coloquei a lingua pra fora e ele movimentou o tênis de cima para baixo, fazendo com que eu lambesse a sua sola do calcanhar à ponta.
-Pronto Cleber, desculpas aceitas! amanhã eu te devolvo seu cartão. Vou comprar umas coisas e aí então eu te perdôo de verdade.
Entrei pra casa atônito com tudo o que havia acontecido nessa noite. Deitei e dormi rapidamente. Na manhã seguinte tinha aula.

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