A nova realidade que mudou o mundo – parte 20: usadas até o fim

(Avisando que esse capítulo extrapola, e tem morte, canibalismo, necrofilia e não é nada politicamente correto. Caso não suporte, pode pular para o próximo capítulo)

Uma das perguntas mais feitas, é o que acontece com as escravas que acabam morrendo. Pois em um mundo onde elas deixaram de ser pessoas, e viraram propriedades, é natural que exageros e crueldades possam antecipar a duração da vida dessas vadias. E essa necessidade de descarte desse lixo orgânico é fundamental para o bom convívio da sociedade.
Já sabemos que as velhas, machucadas, e incapazes de cumprir as obrigações de uma escrava, são enviadas para lixões humanos, onde ficam à mercê de suas próprias forças, contando com a sorte para se alimentar, beber água e continuar vivendo. E esquecidas nesses lixões, elas sobrevivem por anos, algumas morrem, e acabam se decompondo e putrefazem ao ar livre, junto das sobreviventes, que em alguns casos comem a carne da morta para satisfazer a fome. E ao apodrecer, somem, deixando apenas ossos jogados para trás.
As sobreviventes, para evitar superpopulação de imprestáveis escravas nesses lugares, já vimos que execuções são realizadas todos os anos, para manter o controle de espaço no lixão, onde os lixos femininos são levadas para campos na frente da população, servindo pela última vez como alegria para homens que assistem elas sofrendo ao perder a vida.
Mas fica a dúvida, e as escravas particulares, ou mesmo as públicas que morrem antes de ir aos lixões, o que acontece com elas? Pois é dedutível que criar cemitérios para escravas é desnecessário e extremamente um desperdício de recursos.
No caso das escravas particulares, aquelas que morrem sob a tutela de seus donos, podem ter dois fins mais comuns. Ou elas são vendidas por quilo para fabricantes de ração animal, que trituram os corpos dessas vadias, e transformam essa proteína e cálcio em ração para cães, gatos e outros animais. Geralmente o valor pago nessa carne fêmea é um valor simbólico, e não é raro ser permutado em ração para uso dos donos dela. Caso a escrava seja muito jovem, ou extremamente bonita, pode ser vendida por um valor maior para centro de pesquisas, hospitais e escolas, onde elas são embalsamadas para uso escolar. Nesses casos, o dono pode ter sua marca em uma instituição importante, já que a marca ou tatuagens de propriedade nunca são apagadas.
Já as escravas públicas, essas quando morrem, podem ter dois destinos bem definidos, conforme a categoria de escrava que ela se enquadra. Pois como existe uma oferta grande de escravas, elas são catalogadas, e isso define o fim que seu corpo vai ter em prol das suas colegas de escravidão.
Caso a escrava seja velha, calejada de trabalho, doente e emagrecida pelo esforço, ao morrer, a escrava é triturada em uma enorme moenda, e seus restos moídos são direcionados para a fabricação de adubo para uso na agricultura, onde após processamento, ela é jogada no solo, servindo a produção de comida do mundo. Após triturada, cozidas e jogadas ao solo, elas são plenamente esquecidas, deixando apenas um número de registro, que em poucos meses vai ser ocupado por outra escrava, e sua vaga de trabalho é imediatamente preenchida por uma escrava nova.
As escravas novas e saudáveis, ao morrer, são enviadas para frigoríficos, onde são picadas por outras escravas, e preparadas como carne para a produção de marmitas para as trabalhadoras. E os ossos dessas escravas são triturados e viram adubos para jardinagem. Toda a carne é moída, e usada como ensopado pelas escravas de trabalhos braçais, que comem esse ensopado em suas marmitas, comendo de forma rápida, e sem luxos, elas nem percebem que estão comendo carne de suas colegas, e uma escrava média, consegue fornecer carne para mais de duzentas marmitas, abastecendo e matando a fome de suas colegas de escravidão.
Já as escravas jovens, ao morrer irão virar carne para alimento de outras escravas, mas de acordo com a idade, irão ser enviadas para locais específicos. As acima de nove anos, são preparadas para alimentar as meninas em idade escolar, fornecendo uma carne macia e com poucas fibras, alimentando as escravas que estão em galpões de meninas. Tudo delas é aproveitado, a carne vira ensopado, os órgãos internos viram salsicha, e os ossos são transformados em farinha para reposição de cálcio nas meninas. E toda escrava abaixo de nove ao falecer, servirá como carne para as escravas religiosas, que possuem pela condição especial, o direito a carne macia, nobre e virgem dessas garotas. Elas são comidas em datas especiais, e proporcionam um ritual macabro de alimentação dessas sortudas escravas.
Apenas aquelas escravas condenadas a execuções que estragam suas carnes, seja por envenenamento, as queimadas em fogueira, as apodrecidas em tanques de fezes ou tambores, e as vítimas da Caixa de Hades é que não são usadas na indústria do novo mundo. Já que são imprestáveis para o consumo, são jogadas em rios, ou levadas aos lixões humanos para apodrecer.

No fundo, toda escrava tem função, e suas vidas ou morte são motivos para a nova sociedade se manter forte e estruturada.

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