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O Mecânico, A Criança E O Zé Mané (Capítulo 3)

2132 palavras | 13 |4.61
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Por fim, Maurício tem acesso ao cuzinho do pequeno Davi.

Depois do banho me enrolei na toalha, peguei minha cueca usada e fui até à cozinha, onde Rogério estava preparando um macarrão para a nossa janta.

– Cara, vou ter que ficar de toalha – falei – porque minha roupa não dá mais pra vestir. A cueca tá exalando o maior cheirão de ovo e rola – joguei a cueca pra ele. – Sente aí o aroma.

Fiz isso na única intenção de sacanear. Descobri o quanto era gostoso tirar sarro desse otário, que ficou parado, segurando minha cueca e olhando pra mim com cara de trouxa.

– Dá uma aspirada boa aí, mano – mandei. – É a cueca do seu parça – dei um sorrisinho malandro.

Continuou olhando pra cueca, pensando no que fazer e então disse:

– Vou colocar na máquina pra lavar.

– Vai cheirar não? – perguntei.

Apenas balançou a cabeça e foi pra área de serviço, levando a minha cueca.

– Você é o maior mané, Rogério – falei rindo.

Voltou e continuou fazendo a janta. Percebi que ele não estava legal, algo estava diferente em seu semblante. Nem me olhava direito.

– Tá tudo legal contigo? – perguntei.

– Tá – apenas respondeu.

Mas eu sabia que não estava. Entretanto, poderia fazer duas coisas. Primeira alternativa, entender o que ele estava sentindo e procurar ajudar. Segunda alternativa, fazer de conta que ele nem existia.

– Cara, eu tô sentindo que você não está legal – insisti. – Aconteceu alguma coisa enquanto eu estava no banho?

Continuou calado.

– Fala, cara. Eu sou teu brother. Solta aí o bagulho que tá mordendo você – falei sério.

– Tá tudo bem – garantiu.

– Olha só – comecei. – Vou lhe dar a visão. Se liga. Se você não me diz o que tá pegando, eu não vou saber porque não sou vidente. Só posso pensar uma coisa, você tá com essa cara amarrada por causa da minha presença. Então parceiro, vou meter o pé e tu fica de boa aí.

– Não – disse rápido. – Não é nada disso.

– Então é o quê?

– É que não tô me sentindo muito bem com o que aconteceu.

Fiquei esperando ele falar mais alguma coisa.

– Resposta vaga, cara – falei. – Preciso de mais informação.

– O que aconteceu no banheiro – disse quase gaguejando. – É isso.

– Aconteceu muita coisa no banheiro – falei pegando água na geladeira. – Seja direto.

– Fico sem jeito de falar. Deixa pra lá. Vou ficar bem.

– Deixa pra lá, não. Começou, agora vai até o fim – disse taxativo.

Procurou um modo de falar e soltou:

– Tô pensando no momento que eu botei seu negócio na minha boca.

– Meu negócio que você quer dizer, é meu pau – apertei e segurei, deixando marcado na toalha.

– É – desviou o olhar pra não ver minha tromba.

– Sim, e o que tem, o que pega? Qual é a neura de ter botado ele na boca?

– Se alguém ficar sabendo? – estava preocupado. – Já pensou nisso?

– Ah – falei. – Seu problema é a preocupação com o que o povo fala.

– Sim. É isso. Você conhece o pessoal daqui.

Com bastante calma, pra deixar ele bem tranquilo, eu falei:

– Conheço o povo daqui e sei que adoram uma fofoca. Mas o que eu sei de verdade foi o que aconteceu naquele banheiro. E o que aconteceu quando você se ajoelhou e botou meu pau na sua boca não foi uma mamada.

– Não – esclareceu preocupado – não foi. Claro que não.

– O que eu vi acontecer naquele banheiro foi um pai lutando com todas as forças para dar o melhor ao seu filho.

O otário logo esboçou um sorrisinho orgulhoso. Eu já estava entendendo como trabalhar na mente desse Zé Mané. Continuei:

– O que eu vi foi você crescer de uma forma que nunca imaginei que homem algum pudesse chegar. Você foi grande, cara. Você foi imbatível. Você defendeu as suas verdades até as últimas consequências. Sem medos. Com força e muita coragem. Agora vai ficar aí com medo do que essa galera otária daqui possa pensar de você? Manda todo mundo se fuder. E outra coisa, cara.

– O quê?

– Você vai contar pra alguém que botou meu pau, aqui, na boca? – tirei a toalha para exibir. – E que eu enchi sua boca de leite e você engoliu tudinho feito um bebezinho faminto?

– Não – quase gritou de medo. – Claro que não.

– Então, Mané – peguei no seu ombro e fiz me olhar – segura a onda porque o pai aqui não vai contar nada a ninguém. O que aconteceu fica entre a gente. É assunto nosso. Não interessa a filho da puta nenhum. Tá ligado?

Ele balançou a cabeça afirmando.

– Então, relaxa, e curte a onda – dei dois tapinhas em seu rosto. – Coloca um sorriso grande nessa cara.

O babaca abriu um sorriso que tomou sua cara inteira.

– E mais uma.

– O quê?

Apontei para o meu pau e mandei:

– Dá uma pegada nele segura, só pra mostrar e provar que você é o cara. Que ninguém aqui é maior que você. Que você pega mesmo na minha pica a hora que você quiser. E se tiver vontade, mama e toma o leite todo. Porque você é o cara mais foda que eu já conheci em toda a minha vida.

Antes de terminar de falar, ele já estava de mão cheia na minha rola. Segurou com vontade mesmo, apenas provando que era realmente o maior babaca, mas na imaginação dele, estava provando que era o macho do século.

Teria curtido mais com a cara do idiota, mas senti a fome apertar, então mandei ele voltar a cuidar da comida.

– Tô fazendo uma massa muito boa – disse feliz e sorridente. – Aprendi com minha mãe.

– Sua mãe, – falei – lembro pouco dela. Que Deus a tenha colocado em um bom lugar.

– Minha mãe está viva – falou rápido.

– Tá mesmo?

– Claro que está. Ela mora em Curitiba com minha tia.

– Pô, cara, foi mal – falei. – Achei que a velha já tinha ido fazer uma visita a Jesus.

– Não. Ela está bem. Graças a Deus.

– Então tá ótimo. Mas termina logo aí que eu tô com muita fome – mandei. – Vou colocar a toalha aqui na área.

– Você vai ficar nu? – se preocupou.

– Vou – respondi taxativo.

Percebi mil palavras se formando em sua mente para usar contra a minha nudez, mas engasgou com todas. Me deu até um pouco de pena. Perguntei:

– Davi está dormindo, não está?

– Está.

– Então pronto. Não há perigo em eu ficar nu, já que só estamos nós dois aqui. E você já tem intimidade com ela – sorri.

Ele tentou ficar sério, mas acabou correspondendo ao meu sorriso. Apenas perguntou:

– Se ele acordar, você coloca a toalha?

– Coloco – garanti. – Fique tranquilo.

Demorou pouco e a comida já estava pronta. Ele serviu até vinho. Coisa que eu jamais imaginei que poderia ter em sua casa, bebida alcoólica.

– Vou colocar uma música – falou conectando o celular à caixa de som e logo tocou uma música típica de otário.

– Que porra é essa aí? – perguntei rindo.

– Luke Hemmings – respondeu. – Eu adoro essa música. Na verdade, eu amo o álbum todo.

– Tá, entendi – cortei a explicação. – Vamos comer.

Depois de provar o macarrão, comentei:

– Tá bom mesmo esse macarrão. Sua mãe ensinou bem.

– Obrigado – agradeceu todo bobão.

Ficou me olhando um tempo.

– Qual foi? – perguntei.

– É outra coisa que tá me incomodando.

– Solta aí. Manda pra cá.

Esperei ele arrumar as palavras, construir uma linha de raciocínio, caminhar no tempo dele, lesado e sem pressa.

– É sobre mim. É algo que sempre me deixou muito mal. Me constrange e me deixa humilhado. É como se eu fosse menos homem que os outros.

Ele parou e ficou me olhando. Eu saquei do que ele estava tentando falar e perguntei:

– Você está falando do seu pau?

Apenas balançou a cabeça. Estava visivelmente envergonhado.

– Cara, eu nem sei o que dizer sobre isso.

– Eu só queria que você não comentasse sobre isso com ninguém – pediu.

– Porra, velho – falei chateado. – De novo essa história? Já disse pra você que o que aconteceu aqui e o que ainda vai acontecer é assunto nosso. Nasce e morre dentro dessa casa. Para com essas viagens à toa, mané, porque não dá futuro, não. Porra, larga disso.

Ficou calado, de cabeça baixa. Pensou um pouco e falou num fiozinho de voz.

– Fico com medo das pessoas pensarem que Davi não é meu filho.

– Quem vai pensar uma asneira dessa, cara? Você tá de viagem.

O cara estava pequeno alí na minha frente, quase inexistente de tanto medo. Parecia uma criança assustada, sozinha e indefesa, com medo que alguém lhe tomasse seu doce.

– Relaxe, Rogério – naquele momento eu fui sincero. – Esqueça essa onda. O moleque é seu filho. Quem é maluco de falar que não?

Depois de um momento conseguiu dizer:

– Ele é meu filho.

Ficou um clima pesado e estranho. Eu odeio momentos assim, então pra descontrair, eu perguntei:

– Nunca pensou em fazer uma xoxotinha?

– Oi? – perguntou de supetão.

– Fazer uma xoxotinha – repeti. – Já vi caras assim. Eles fazem uma cirurgia, tira o pau e faz uma xota. Fica da hora mesmo.

– Você tá dizendo pra eu virar uma mulher? Uma transsexual?

– Não precisa você virar mulher – expliquei. – Os manos continuam sendo homens, sacou? Mas no lugar do pau, tem uma xotinha gostosa.

– São não-binários.

– O quê? – perguntei.

– Homens com essas características são não-binários. O órgão genital não os definem, entendeu?

– Muito não, mas essa não é a questão.

– Na verdade é – falou sério. – Essa é a questão, que todos deveriam entender, compreender e respeitar, para não saírem julgando, condenando e matando.

– Tem razão – me corrigi. – Eu entendo e sei que essa galera passa uma barra pesada, mesmo tendo todo o direito de serem o que quiserem ser.

Ficamos calados por um momento, talvez refletindo e tentando sentir o mínimo que fosse, uma fagulha ínfima das dores que as pessoas causam à outras, pelo simples fato dessas não se sentirem confortáveis com padrões arcaicos, e demonstrarem infinitas possibilidades para serem felizes.

– Você poderia pensar nisso – concluí. – Se você quiser, eu lhe apoio.

Não me respondeu, ficou calado, quieto, como se não estivesse mais ali. Parecia que havia entrado em transe, viajado para outra dimensão. O cara era realmente meio surtado.

Ele e o filho dormiram juntos. Eu dormi no quarto de Davi, em sua caminha de solteiro.

Logo pela manhã, bem cedo, fui acordado pelo moleque. Despertei com vários selinhos.

– Fiquei com medo – falou dengoso, deitado sobre minha barriga.

– Medo do que, meu amorzinho? – perguntei alisando seus cabelos.

– Pensei que você foi embora.

– O papai dormiu aqui, na sua caminha.

– Você vai morar aqui com a gente?

– Não – sorri.

– Poxa! – fez birra. – Eu quero que você more aqui.

– Tá. Depois a gente vê isso. Agora deita aqui com o papai – fiz ele ficar sob o lençol que me cobria.

Estávamos juntos, colados, ele de cuequinha e eu completamente nu, já com a rola ganhando tamanho, e se acomodando entre suas coxas roliças e macias.

Beijei sua boca sentindo seus sabores matinais, e esse sabor de inocência e pureza fizeram meu pau crescer por completo.

– Você é a maior delícia que eu já tive – lhe fiz carinho. – Nunca imaginei que isso fosse possível.

– O quê? – perguntou curioso, me olhando nos olhos.

– Sentir o que eu estou sentindo por você.

– O que é? – perguntou com seu jeitinho doce de criança sapeca.

– Tesão – beijei sua boca com uma fome imensa de comer aquele garotinho inteiro. – Um tesão imenso que eu não sei explicar de onde vem.

– O que é tesão?

– É isso que eu tô sentindo por você – apertei seu corpo e alisei sua bundinha arrebitada. – Essa vontade de ficar agarradinho, fazendo carinho e beijando.

– Eu também tô com tesão.

– Tá?

– Tô – sorriu encantador – eu quero beijar e fazer carinho em você.

Nos beijamos. Vários selinhos e muitas lambidas de línguas. Puxei sua cueca para baixo, deixando a bundinha de fora. Ele sorriu. Passei o dedo pelo reguinho quente e acolhedor. O desejo naquele menino estava se apoderando completamente do meu ser, da minha alma, da minha mente, do meu corpo, do meu pau, que como sempre, pulsava enlouquecido e melava suas perninhas de pele sedosa.

PS: Você pode ler esse conto na íntegra acessando o meu blog.
No Twitter há informações de como receber o convite e fazer parte dos leitores selecionados.

Meu perfil no Twitter é:

@DNACoimbra

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13 Comentários

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  • Responder Ano ID:7123ykdm9a

    A conta do twitter caiu?

    • Amante de voyeur ID:1ct9vkzn8yao

      Sim

  • Responder Argo ID:7r02ts78ra

    Esse é o meu estilo de conto favorito, com um personagem ingênuo. Tem outros assim no site, mas normalmente é com uma filha. Finalmente você fez um nesse estilo Daniel, tava na hora já. E mantenha assim o conto, com o pai sendo o mais inocente e ingênuo possível, pois essa é a graça, mesmo que não seja realista hehe, porque se o pai passar a ficar esperto, acredito que só vai virar mais um conto genérico igual tantos outros. Mandei uma solicitação no twitter, meu nome lá é Argo também. Fico no aguardo de você aceitar, porque eu queria ver o conto no seu blog.

    Um abraço amigo.

  • Responder Greg ID:2iucaum6mes

    Pelo subtítulo eu esperava que o mecânico tivesse pelo menos gozado na portinha do cuzinho do Davi, mas me decepcionou um pouco a leitura desse conto. Espero que o próximo venha com mais momentos entre os dois, e que o pai volte a ser o coadjuvante. Essa insistência em zoar o pai do menino e falar até de fazer xoxota, ficou bem tosco.

    • Daniel Coimbra ID:xlpy9g8m

      Oi Greg, você pode ler esse capítulo completo no blog ou no Telegram e vai ver que o subtítulo está de acordo com o texto.
      Para contato, segue o meu Twitter, onde você encontra todos os links:

      @DNACoimbra

  • Responder Leo ID:ltno0f1gzz6

    Quero mais

  • Responder Maell66 ID:1dexead86qku

    Muito interessante como tá prosseguindo essa história continue

  • Responder Amante de voyeur ID:1ct9vkzn8yao

    Vai chupar o cuzinho desse putinho quando?

    • Regis Santos ID:1dhrcmpcguon

      Bom comer um cuzinho novinho.. muito bom mesmo..
      [email protected]

  • Responder Aondnlwn ID:1dxn28n4wl2a

    A insistência na humilhação do pai só prejudica o conto. Além do cara ser impossivelmente estúpido e quebrar totalmente a imersão, faz parecer que o narrador é um babaca completo. Pagando de comedor mas no fundo uma bicha enrustida com tesão por homens com retardo mental.

    • lugaidvandroy ID:gnruj2dv2

      eu tava esperando uma proeza no nível do cap 11 da série lucas meu enteado, em vez disso o cara me oferece um pitboy gay ursão que nem sabe como comer muleque.
      volta pros contos românticos, brother. neste tu errou a mão.

  • Responder Genti10 ID:mta4r19hl

    Aceita no tt po

  • Responder Apenas mais um ID:fuortbkm2

    Aceita lá no Twitter