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O estagiário curioso

1435 palavras | 8 |4.30
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Ele tinha 17 anos e estava curioso sobre o mundo BDSM. Seria errado não contribuir com a educação do estagiário.

Quem leu os contos do jovem bailarino deve se lembrar das pequenas referências que fiz a esse instigante universo do BDSM. Se você for mais sensível e não gosta dessas coisas, faça um favor a si mesmo e não prossiga com a leitura. Agora, se você gosta, seja bem-vindo.

Caíque era um jovem de 17 anos que tinha acabado de interessar na universidade. Cursava Administração de Empresas por influência do pai, um empresário amigo meu. Pra não levar o garoto pra dentro da própria empresa, o bendito pediu que eu desse uma vaga de estágio logo, pra ele sentir o que era a vida no escritório. Prestativo que sou, garanto que ele poderia trabalhar diretamente comigo. E assim começou nossa história.
Ele não é muito alto, tem 1,65, se não me engano. Loirinho de olhos azuis, herança alemã da família da mãe, e sem pelos no corpo. Claro que nos conhecíamos dos compromissos sociais, clube, festas, etc. Então não foi difícil pra ele se sentir à vontade. Pedi que preparassem uma mesa pra ele do lado de fora da.minha sala, perto da minha secretária. Ele deveria ficar lá e atender a todos os pedidos dela. Além disso, logicamente, deveria estar sempre pronto para as minhas próprias necessidades. Nada muito complicado. Um serviço até tedioso, pra falar a verdade.
Uns dois meses se passaram e o menino era um bom funcionário. Pensei que ia ser um filhinho de papai, mas todos elogiavam sua eficiência e cordialidade. Minha secretária chegou a comentar que ele sempre obedecia com um sorriso no rosto, sem questionar e sem nunca fazer corpo mole.
Fiquei pensando naquilo e tive uma ideia sórdida.
– Dobre, ou melhor, triplique as tarefas dele na semana que vem. Se não tiver o que fazer, invente. Depois me diga se ele continua assim, subserviente.
Ela até abriu a boca, imagino que para perguntar o motivo do meu pedido, mas desistiu no meio do caminho e apenas concordou. Voltei pra casa naquele dia com um pensamento martelando na minha cabeça: “Então ele gosta de obedecer”.
Na sexta-feira da semana seguinte, antes do final do expediente, chamei-a para ter minha resposta.
– Estou impressionada. Nunca vi um menino tão bom. Ele fez tudo que eu mandei, e olha que peguei pesado. Até trabalho braçal o.coitado fez essa semana e sempre sorrindo.
– Ótimo, muito obrigado. Não preciso pedir pra não comentar sobre isso com ninguém, né?
– Não senhor, pode ficar tranquilo.
– Ótimo, vá descansar então. Mas antes de sair, peça ao Caíque para vir aqui. Obrigado e bom final de semana.
– Pro senhor também.
Enquanto ela saía, abri uma gaveta e peguei alguns apetrechos que tinha deixado lá, já pensando nessa pequena armadilha. Um chicote de montaria, um chicote de couro trançado, uma vara curta, uma mordaça e quatro pares de algemas de aço. Deixei tudo sobre a mesa e saí da sala, cruzando com ele na porta.
– Entre, sente-se. Fique à vontade que já volto
– Sim senhor.
Essas duas palavras já soavam diferentes saindo da boca dele. Minhas expectativas estavam cada vez maiores. Saí dali e fui ao banheiro. Enrolei por uns 10 minutos pra ele ter tempo de ficar curioso com os itens que estavam sobre a mesa. Quando voltei, fiz questão de ser sorrateiro e meu plano estava funcionando muito bem. Foi tempo suficiente pra ele ficar entediado e curioso ao ponto de mexer naqueles instrumentos incomuns para a maioria das pessoas. Caminhei silenciosamente até estar bem perto dele, que estava sentado adulando o chicote trançado com as pontas dos dedos.
– Gostou dele? – perguntei com a voz firme.
Coitado do menino, levou um susto tão grande que quase caiu da cadeira. Arregalou os olhos com uma cara de culpa que estava linda. Eu já estava de pau duro.
– Fiz uma pergunta.
– Desculpe, eu não queria…
– Fiz uma pergunta! – repeti mais alto e mais firme que da primeira vez.
Ele engoliu em seco e respondeu:
– Sim senhor, é muito bonito.
– Sabe pra que servem essas coisas?
Ele continuou parado, me olhando, sem saber como agir. Minha vontade era deixar aquela bochecha branquinha vermelha naquela hora, mas não podia espantar o garoto, então tinha que continuar apenas no discurso. Caminhei até o lado da cadeira onde ele estava e peguei o chicote de montaria. Ele virou o corpo, acompanhando atentamente meus movimentos, mas sem dizer nada.
– Parece que alguém está com dificuldades pra responder hoje. Vou perguntar mais uma vez. Sabe pra que servem essas coisas? – agora eu estava tentando dar um ar de mistério, um pouco de sedução à situação.
– Eu… Já li alguma coisa sobre isso… Mas não é o que o senhor está pensando! – ele falava atrapalhado, estava nervoso e isso me.dava um tesão absurdo.
– Eu tenho te observado – continuei a falar calmamente enquanto caminhava até o outro lado da cadeira onde ele estava, dando a volta por trás – e você não parece ser do tipo que gosta de mandar nas pessoas. Se você já leu sobre isso, estou curioso, me diga o que aprendeu.
– Eu não…
E ele deu um pulo na cadeira com o susto que tomou. Diante do início de mais uma frase de fuga, bati com o chicote de montaria na mesa, fazendo um barulho alto que ele não esperava.
– Acho que você não entendeu. Fale.
Só quem já viveu essa experiência sabe como aquela carinha de susto é deliciosa. Aqueles olhos de insegurança, que transmitem o medo de não saber o que virá a seguir. Isso não tem preço.
– Tá bom… Eu falo. Eu li alguma coisa na internet. Vi um vídeo e fiquei curioso. Li sobre dominação e sadomasoquismo. Nunca tinha visto um chicote assim, de verdade. Por isso peguei pra sentir como era. Desculpe.
Ele mantinha os olhos baixos. Não fazia contato visual direto. Eu tinha pensado em apenas instigar um pouco, mas a cena estava tão linda que resolvi desfrutar do Caíque alí mesmo. Pelo horário, todos já deviam ter saído, então ninguém ouviria o show.
– Ah, mas eu também acho que você precisa sentir como é esse chicote sim, seu viadinho bisbilhoteiro.
Novamente ele engoliu em seco e dessa vez ficou olhando fixamente pra mim, olhos nos meus olhos.
– Vou fazer algumas perguntas e você me responde apenas com “sim senhor” e “não senhor”. Entendeu?
– Sim senhor.
– Bom menino. Então você sabe o que é um dominador e o que é um submisso?
– Sim senhor.
– Sabe o que se faz com essas coisas e tem ideia da dor que causam?
– Sim senhor.
– Você quer isso?
– Sim senhor.
A cada resposta eu ficava mais excitado. A calça social estava apertada demais pro meu pau que queria explodir pra fora.
– Você não tem vontade de ser dominado, não é?
– Não senhor.
– Sabe o que é uma palavra de segurança e como funciona?
– Sim senhor.
– Então escreva aqui pra mim as palavras que quer usar, hoje você será meu.
Entreguei um bloco de anotações e ele rapidamente escreveu as duas palavras que escolhera para usar. Não vou me alongar com explicações a esse respeito, porque presumo que meus leitores saibam de que se trata. Peguei o bloco das mãos dele e, depois de ler, coloquei sobre a mesa.
– Excelente – eu disse com um sorriso maldoso nos lábios – vamos começar a diversão.
Quem estava ali já não era eu. Pelo menos não o meu “eu normal”. Não sei explicar direito, mas é como se outra persona tomasse o controle. O dominador é diferente, pensa diferente, age diferente. Até a postura é outra quando estamos imersos nesses momentos. O olhar, segundo alguns submissos que já passaram pela minha vida, é assustador como o de um predador. Acho que é mais ou menos isso mesmo. É nosso lado selvagem que se manifesta.
– De pé! – ordenei, e ele se levantou rapidamente.
Já passa da meia noite, estou com sono e gosto de deixar o leitor curioso. Amanhã termino. Prometo.

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8 Comentários

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  • Responder luciano ID:81rdwn849k

    confesso que tenho um lado bdsm, nao sei se dominador ou escravo, mas me excitam essas estorias.

    • Youknow10icanseeyou ID:muj5lf08m

      Interessante, seria um prazer te ajudar a descobrir o que é mais o seu perfil.

  • Responder Youknow10icanseeyou ID:muj5lf08m

    Então… Vou me limitar a dizer apenas que não é minha praia. Boa sorte irmão.

    • Youknow10icanseeyou ID:muj5lf08m

      Parece que o comentário original foi excluído. Melhor assim.

  • Responder [email protected] ID:wc40106h

    Não curto, mas esse eu achei legal Espero que continue

    • Youknow10icanseeyou ID:muj5lf08m

      Puxa, obrigado! Um elogio de quem não aprecia essa prática é um verdadeiro presente!

  • Responder luiz ID:dlns5khrd

    amanha sem falta nao me mata de tezao

    • Youknow10icanseeyou ID:muj5lf08m

      Eu escrevi no dia seguinte, mas demorou pra aparecer 😁