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O Diário de Um General

982 palavras | 4 |4.07
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Esse relato quase foi apagado da história. Todos os livros que o continham foram queimados. Mas após uma escavação, eis que ele veio à tona.

“Eu não sei por onde começar.
Estou já velho e nem sei se deveria contar isso.
Ninguém no vilarejo sabe do meu passado.
Muito menos das minhas glórias como general de uma importante legião.
Todas aquelas conquistas.
Por que eu deveria contar isso?
Se nunca me gabei por ter sido quem fui!?
Mas isso me atormenta e nunca deixou de me atormentar.
Talvez eu carregue esse tormento comigo para o Hades ou, quem sabe, para esse céu dos Nazarenos.
Mas eu decidi escrever.
Já não me resta tanto sopro.

Eu estava em campanha.
Acreditava que sairia vitorioso.
Tinha um bom plano e os melhores oficiais.
Meus homens eram bem treinados.
Os submetia a todo tipo de pressão, para forjar não apenas soldados, mas verdadeiras lendas para as gerações vindouras.
O general do exército que eu estava prestes a confrontar, tinha a fama de ser justo e de não matar quem se rendesse e depois de um tempo até os deixar livres.
E isso era fato.
Os assentamentos que nós estávamos buscando recuperar era prova disso. Alguns soldados e o próprio chefe da guarda de Berma haviam sido poupados. Eu só não entendia o motivo que havia levado um homem virtuoso e forte, conhecido estrategista de Berma ter se enforcado alguns dias em sua cidade natal, em Tróade.
Mas eu descobri da pior forma.
E por quantas vezes…
Por quantas vezes eu olhei para essa mesma faca que agora encaro, como se fosse um refúgio?
Mas não!
Devo deixar que o sol venha me buscar quando chegar a hora.

Ei vi minha legião ser dizimada.
Vi algo que nem em meus piores pesadelos consideraria real.
Fui subjugado, juntamente com o que sobrou de tudo que realmente importava para mim.
Eu estava feito árvore seca.
Sem folhas, mas ainda de pé.
Mas fui levado.
Éramos oito.
Estávamos imobilizados e sendo tratados sem distinção de patente.
Uma estrutura de madeira não muito desconfortável.
Consigo sentir ainda o cheiro de madeira fresca.
Recebíamos água e comida.
Quando finalmente me dei conta de mim mesmo, percebi que estava com meus homens com aqueles olhares, esperando algo de mim. Uma palavra ou ação.
Mas eu me sentia tão pequeno.
Talvez até menor do que eles.

Passados dois sois e três noites o General deles veio até nós.
Eu entendia a língua deles. Mas ele falava diferente.
Se sentou diante de nós e nos encarou um por um. Mas não com intimidação. Ele tinha um olhar de ternura. E isso me causou o pior terror que eu já havia sentido na vida.
Ele perguntou quem queria morrer ou ser liberto para voltar para a parentela.
Disse que seria uma morte rápida, digna e sem sofrimento.
Meus homens me olharam.
Era visível a sensação de estranheza em seus olhos. Mas também uma espécie de alívio.
Ficaram esperando uma postura minha.
E eu sempre tive medo da morte.
Sempre fui bom com a espada.
Não era tão facilmente vencido.
Nunca havia sido, na verdade.
Mas o que ninguém sabia. Nem mesmo os mais próximos. É que eu sempre temi. Não a morte. Mas o que viria depois.
Então eu disse que queria viver.
Todos os meus homens disseram o mesmo.
Eu pensei que se fosse de fato solto com meus homens, poderia voltar e criar uma estratégia melhor.
Eram tempos difíceis aqueles, longe de todo esse marasmo que encontrei aqui.

O general se apresentou. Nome difícil. Mas codinome fácil.
Para nós significa Fonte. Não faz sentido um homem de tal estatura se chamar Fonte. Pelo menos era o que significa para nós. E ele confirmou isso.
Ele sabia quem eu era desde o início.
Então me fez ficar de pé e perguntou se eu concordava que meus homens fossem soltos, caso quisessem. E eu balancei a cabeça.
Ele olhou para eles e novamente fez a pergunta.
Eu os olhei com meu consentimento.
Então o Fonte ordenou que eles fossem levados até os limites, com água e pão.

Meus homens foram liberados. Mas não antes de comermos e até bebermos um vinho, que era realmente bom.
Não falávamos.
Estávamos temerosos.
E então chegou o momento de sermos libertados.
Fonte fez questão de ir com um agrupamento até terras seguras.
Disse para mim, que eles não seriam seguidos, mas que estariam realmente livres. Mas que eu iria somente na semana seguinte.
Aquele olhar de ternura não combinava com aquele guerreiro que eu vi em campo. E isso realmente me apavorava.
Eu vi meus homens sendo escoltados e depois liberados. A escolta retornou e todos voltamos.”

Volta e meia eu faço postagens ou comentários aqui. E sei que muitos devem estar se perguntando o que isso tem de conto erótico. Mas eu nunca em toda a minha vida vi nada parecido com isso. E se você leu até aqui, te convido a continuar essa leitura. Mas não pode ser toda de uma vez. Tem que ser dentro do contexto. E se você tiver um terço da experiência que tive ao término da leitura, certamente não terá se arrependido de seguir em frente.

Mas eu preciso saber se faz ou não sentido continuar. Portanto, quem realmente curte contos eróticos de qualidade – e eu sei que tem muita gente aqui que não apenas curte, mas que entende a arte e toda a magia por trás de um bom conto -, eu vou pedir que diga nos comentários. Seria muito bom dividir essa experiência com vocês.

Até!

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4 Comentários

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  • Responder Luiz ID:3v6otnnr6ic

    Quando vai postar o próximo capitulo

    • Tenente. ID:1e84unb0ud2j

      Agora mesmo.
      Que bom que aguarda.
      Espero que curta.

  • Responder Sluttyboy ID:g62pa70v1

    Espero ansiosamente pelo próximo ♡

    • Tenente. ID:1e84unb0ud2j

      Que bom que gostou.
      Vou postar.