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Pedrinho na boléia 6

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Os primeiros raios de sol enfeitavam o céu quando Pedro e Antonio param novamente diante do caminhão vermelho. Nenhuma palavra foi dita durante o trajeto até ali. Após Tonho abrir a porta do veículo, Pedrinho se adianta e escala sozinho os degraus, ignorando as mãos de Tonho já preparadas para ajudá-lo (e para tirar uma casquinha daquele bumbum macio). Tonho dá a volta e entra na posição do motorista. Ao olhar para o lado, vê um menino pensativo e cabisbaixo.

“Hey, Pedro. Está tudo bem?”

O garoto apenas balança a cabeça de maneira afirmativa, mantendo o olhar baixo.

“A gente precisa conversar sobre… tudo que aconteceu” diz o homem, titubeando um pouco. “E você também pode me perguntar o que quiser. Prometo responder honestamente todas suas perguntas. Acho que deve ter um monte de dúvidas nessa cabecinha aí, não é?”

Sem olhar para o lado, Pedrinho balança a cabeça novamente.

“Isso vai ser complicado”, pensa Antonio, sem dizer nada.

“Bom, por que você não começa me contando que coisas você já tinha feito antes, relacionadas a sexo.”

Pedrinho estava com o rosto vermelho. Aquela última palavra fez sua face esquentar ainda mais. Não sabia exatamente o que ela significava, mas sabia que era uma palavra proibida. Mantendo o olhar baixo, tentou balbuciar alguma coisa, mas nenhum som saiu de sua boca.

Vendo a reação do menino, Tonho decide se aproximar, eliminando a distância entre eles, e se senta no banco ao seu lado. Seu braço passa pela nuca do menino e sua mão aperta seu ombro do lado oposto.

“Não precisa ficar envergonhado. Lembra do que te falei? Você pode confiar em mim. Já tive sua idade, fui um menininho igual você, curioso sobre tudo, especialmente sexo, hehehe. Na sua idade, já era bem safadinho. Adorava tentar levantar a saia das menininhas. O máximo que cheguei a fazer nessa época foi esfregar meu pintinho duro em uma ou outra bucetinha ou na bundinha de umas amiguinhas… e também de uns amiguinhos, hahaha. Acho que foi nessa época que meu pai começou a me ensinar sobre sexo também… E você, me conta?”

Bem diferente de Tonho, Pedrinho era totalmente inexperiente nessa área. Nunca tinha tido nenhuma experiência sexual com coleguinhas ou adultos. Espera. Exceto aquela vez que o Juninho, irmão mais velho de seu amigo Carlinhos, ficou se esfregando em sua bundinha enquanto brincavam de esconde-esconde. Sentia algo duro se esfregando em seu bumbum e tentava se mover, mas o menino mais velho o segurava pela cintura, respirando ofegante como aqueles homens no banheiro. A esfregação durou apenas alguns minutos já que logo foram descobertos e tiveram que sair do esconderijo. Pedrinho nunca havia associado essa experiência àquela palavra proibida. Na verdade, sua completa inocência o impedia de pensar nessas coisas até então. Após alguns instantes e ainda envergonhado, Pedrinho sussura algumas palavras, sem olhar para o lado.

“Eu nunca tinha feito nada dessas coisas com ninguém antes” responde o menino, decidindo omitir o episódio com Juninho.

“Nossa, nadinha mesmo? Uau! Você foi muito bem por ser sua primeira vez. Você foi muito corajoso e aposto que aqueles caras adoraram você” diz Tonho, enquanto acariciava o ombro do menino.

Pedrinho olha para o rosto do amigo pela primeira vez e dá um sorriso de canto de boca. Depois olha para baixo novamente e pergunta: “Tio Tonho, por que aqueles homens fizeram aquelas coisas comigo?”

Tonho suspira ao ouvir aquela pergunta.

“Pedro, vamos começar do começo. O que você sabe sobre sexo?”

O menino cora novamente e fica em silêncio por alguns instantes, pensando na resposta. Ainda olhando pra baixo, diz incerto, em tom interrogativo “É o que os homens e mulheres fazem quando querem ter um bebê?”. Isso era tudo que sabia.

“Isso, muito bem, garoto!” diz Antonio, sacudindo o ombro do menino. “Quando um homem e uma mulher querem ter um filho, eles fazem sexo. O homem coloca o pinto duro na buceta da mulher e goza dentro. E se tiverem sorte, 9 meses depois, nasce um bebê.”

Pedrinho olha para Antonio e sua cara de dúvidas denunciava que não tinha entendido muita coisa… “Você já viu uma mulher ou uma menina peladas?”

Pedro sente as orelhas queimando e apenas balança a cabeça afirmativamente. “Ah, safadinho”, brinca Tonho e sacode o garoto novamente. A verdade é que a única mulher que Pedrinho havia visto sem roupas era sua própria mãe. Não eram raras as ocasiões em que isso acontecia. Após o banho, de manhã ao acordar… Sua mãe parecia não se importar, e nem Pedrinho ligava muito para aquilo.

“As mulheres têm um buraco no meio da pernas. Chama vagina, buceta ou xereca. Na hora de fazer sexo, o pau do homem entra nesse buraco e se ele gozar dentro, a mulher pode engravidar. Seu pai e sua mãe fizeram sexo pra você nascer, entendeu?” explicou Tonho com seu linguajar grosseiro, mas de forma paciente.

Pedrinho tentava entender tudo aquilo. Era um tanto complicado para sua mente infantil. Diferente do sentimento de repulsa que a cena de sexo entre pai e mãe pode causar à maioria dos filhos, Pedrinho sentiu curiosidade ao imaginar aquilo. A figura desconhecida de seu pai o impedia de personificar o homem junto a sua mãe naquele ato. Era uma figura sem rosto, com um pinto duro como dos caras que conheceu no banheiro no dia anterior.

“E aí, entendeu?” pergunta Tonho após alguns segundos, fazendo aquelas imagens sumirem da cabeça de Pedrinho.

Tonho olha o rostinho do menino e percebe que os seus lábios ensaiam algum movimento. “Pode perguntar”, incentiva.

Quase sussurrando, Pedrinho pergunta “Gozar… é quando sai o leitinho do pinto?”

Tonho não se segura e ri da pergunta do menino “Isso mesmo, esqueci de explicar essa parte. Eu sou um professor muito ruim mesmo, né? O sexo é muito gostoso, e vai ficando cada vez melhor, e melhor e melhor até que o homem sente uma sensação muito, muito boa, chamada orgasmo e goza. É a melhor sensação do mundo e quando isso acontece sai o leitinho do pau. A gente também chama de porra, esperma ou sêmen. Mas você sabe que não é igual leite de vaca, né?” brinca o adulto.

Pedrinho não responde, mas já entendia aquilo muito bem. Ainda lembrava do gosto e do cheiro do leitinho dos três homens que sentira em sua boca. Bem, na verdade de dois, já que o pai do jovem que colocou o pinto em sua bundinha havia enfiado o pau em sua garganta na hora de gozar, sem dar a ele a oportunidade de sentir o sabor de seu esperma. Aquelas lembranças fizeram seu corpo estremecer de repente. Definitivamente, diferente do leitinho de vaca.

Pedrinho e Tonho ficaram alguns minutos em silêncio. Pedrinho ainda estava pensativo e curioso sobre tudo aquilo, quando vira o rosto para Tonho e dispara:

“Eu vou ter um bebê?”, com um tom angustiado.

Tonho olha para Pedrinho e começa a gargalhar. Após alguns segundos, vê que o menino ainda o observa, com o rosto sério e preocupado. Se recompondo, Tonho responde “Não Pedrinho. Você já viu algum homem grávido? Tá certo que tem uns caras com uma baita pança por aí, mas só mulheres ficam grávidas”.

“Então, por que fizeram aquilo comigo?”, Pedrinho retoma a pergunta inicial. E complementa “Acharam que eu fosse uma menina? Eu não pareço menina!” Pedrinho diz de maneira mais enfática, indignado.

Tonho sorri e diz “Claro que não! Você é um menino muito lindo e inteligente”, sacodindo o ombro de Pedrinho novamente, enquanto se prepara para a segunda parte da explicação. Pedrinho sorri. Não estava acostumado a ouvir elogios.

“Pedrinho, na verdade, nem sempre os homens fazem sexo para ter bebês. Na verdade, na maioria das vezes, os homens não querem bebês, só sexo mesmo. Os homens fazem sexo porque é bom, muito bom. Pra ter prazer. E pra ter prazer, nem sempre precisa de uma buceta de mulher. Qualquer buraquinho apertadinho que os caras podem enfiar o pau já serve. Pode ser uma boquinha, ou mesmo um cuzinho. Tudo pelo prazer, entende?”

Tonho continuava explicando devagar e Pedrinho começava a entender. Então aqueles homens colocaram o pinto na sua boca e no seu bumbum pra ter prazer (e não pra terem um bebê, afinal ele não era uma menina!).

Tonho continua “Alguns caminhoneiros são solteiros, mas a maioria são casados. Quando estão em casa, podem fazer sexo com suas mulheres e ter prazer. Mas quando estão na estrada, longe de casa, viajando por dias ou semanas, sentem falta do sexo, do prazer. São necessidades, entende?”

Pedrinho permanece calado por alguns minutos, processando aquelas informações. Não entendia muito bem o que era aquela sensação de prazer, nem a necessidade daquilo. Então se move no banco do caminhão, se sentando de frente para Antonio. “Então… me deram dinheiro porque queriam que eu desse prazer a eles em troca?”

“Isso mesmo, meu querido. E, com certeza, você entregou a eles o que eles queriam. Você foi muito bem.” diz Tonho com um sorriso estranho no rosto. Depois continua “Quando estamos sozinhos, nós homens podemos brincar com nosso pinto pra ter prazer. Chama punheta, é bem comum e todos os homens fazem” nisso Tonho interrompe o raciocínio e pergunta ao menino “Você já brincou com seu pintinho pra ter prazer, Pedrinho?” e faz um movimento rítmico estranho com a mão parcialmente fechada acima da linha da cintura. Sem saber o que responder, Pedrinho balança a cabeça negativamente. E Tonho continua “É gostoso, mas é diferente do sexo entre duas pessoas. Sexo é sempre melhor. Por isso, às vezes os homens pagam por sexo. Pra ter mais prazer, entende?”

Nesse momento, Pedrinho se lembrou da cueca melecada que havia encontrado ao lado da cama, ao acordar. Tomando coragem, questiona “Tio Tonho, o senhor… você… brincou… (ahnnn) com seu pinto essa noite?”

Antonio se surpreende com aquela pergunta e olha o menino nos olhos, um tanto desconcertado “Você viu enquanto eu batia punheta?”

Pedrinho percebe que surpreendeu o amigo, sorri e diz. “Vi sua cueca lambuzada de leitinho. Você fez, não fez?” pergunta o garoto, sem saber bem que verbo usar.

Tonho retribui o sorriso do menino e diz “Ah, seu safadinho. Descobriu meu segredo, hein?” e move suas mãos fazendo cócegas na barriga do menino, que começa a rir e tentar afastar as mãos adultas. “Você é muito espertinho mesmo”.

De repente, Tonho move o corpo do menino no banco e puxa o cinto de segurança, prendendo seu peito. “E aí, vamos tomar nosso café? Está com fome?” diz, movendo-se para o banco do motorista e prendendo seu próprio cinto. Pedrinho pula no banco e responde “Sim, eba!”

E então, o menino ouve o ronco do motor de dentro do caminhão pela primeira vez. Quando o veículo começa a andar, seus olhos brilham e seu coraçãozinho começa a bater mais forte. Antonio olha pro lado e vê o sorriso de orelha a orelha do menino, não fazendo a mínima questão de esconder sua janelinha. Após sair da parada de caminhões e pegar a pista, Tonho aumenta a velocidade e abre a janela do caminhão. O vento bagunça os cabelos castanhos do menino, que dá gritinhos de alegria.

“E aí, está gostando?”

“É muito legal!” Pedrinho observa as árvores passarem, sentado naquele caminhão enorme e bem mais alto que os carros que cruzavam seu caminho, enquanto sentia o vento em seu rosto e ouvia o ronco alto do motor. Estava fascinado.

Vários minutos depois, Tonho percebe que a excitação inicial do menino havia diminuído e fecha novamente a janela, ligando o ar-condicionado.

De repente, Pedrinho vira para o lado, alcança a mochila e começa a retirar as notas de dinheiro do bolso da frente. As espalha sobre o banco e fica em silêncio por um instante. “Tio Tonho, tem alguma outra coisa diferente que eu posso fazer pra ganhar dinheiro?”

Tonho olha para o lado e diz “Isso é bastante dinheiro, Pedrinho. Você é muito pequeno pra ajudar em outras coisas. O trabalho do caminhoneiro é um trabalho muito bruto, não é pra qualquer um. E com certeza, nenhuma outra coisa pagaria tão bem”. Pedrinho viu novamente aquele sorriso estranho nos lábios do amigo.

“Mas me conta uma coisa”, continua. “Você não gostou de nada do que aconteceu lá?”

Pedro fica calado. Imediatamente, as memórias daqueles dois dias aparecem em sua mente. O rapaz colocando o pinto em seu bumbum enquanto seu pai enfiava o pau enorme em sua garganta, o xixi que teve que tomar… O menino estremece. Mas então se recorda da sensação estranha um tempo depois quando o pinto do rapaz se movia para dentro e para fora enquanto Tonho mexia em seu pintinho. Se recorda dos carinhos e palavras de incentivo enquanto chupava o pau daquele desconhecido momentos antes. Se sentira importante, útil, desejado. Aquilo tudo era muito confuso para sua cabecinha de criança. Sem saber o que responder, Pedrinho nada disse e permaneceu pensativo.

“Pedrinho, sexo é bom demais. Mas só se ambos curtirem. Eu sei que não foi legal quando enfiaram no seu bumbum e na sua boquinha contra sua vontade. Aquilo foi errado. Mas eu sei que você curtiu em alguns momentos, não foi? Pensa que eu não vi esse pintinho duro?” e a mão do caminhoneiro busca a cintura do menino, enquanto sorria. Pedrinho riu enquanto se protegia das cócegas novamente.

Pedrinho permaneceu pensativo e após mais alguns quilômetros, eles chegam a uma pequena cidade às margens da rodovia. Pedrinho se impressiona com o barulho do freio a ar quando o motorista para o caminhão. Soltando o cinto de segurança, Tonho se move em direção a Pedrinho e abre o porta-luvas, diante dele. Procura algo e retira uma carteira de dentro.

“Me espera aqui um pouquinho, já vamos tomar café. Preciso ir num lugar rapidinho, não mexe em nada” diz Tonho, saindo sem nem esperar a resposta do menino.

Pedrinho acompanhou os passos do amigo até uma loja com uma cruz vermelha na entrada. Era uma farmácia, Pedrinho sabia disso. Mas sua atenção já havia sido atraída para outro lugar, minutos antes. Enquanto Tonho mexia no porta-luvas, Pedrinho viu umas revistinhas lá dentro. Pareciam gibis. E o menino adorava histórias em quadrinhos.

A curiosidade era grande mas Tonho havia pedido que não mexesse em nada. Pedrinho aguentou alguns minutos, mas sucumbiu ao tédio e abriu o porta-luvas, pegando as 3 revistinhas que estavam lá dentro.

Uma imediata decepção tomou conta do menino quando ele viu que não eram gibis. Nas capas, fotos de homens e mulheres bonitos e com poucas roupas. Pedrinho pensou em devolver as revistinhas, mas novamente a curiosidade falou mais alto. Ao folear as páginas, Pedrinho se surpreendeu ao ver vários homens e mulheres pelados. Agora, o menino sabia o que faziam. Sexo. De vários tipos, em várias posições. O rosto de Pedrinho estava vermelho e suas orelhas estavam quentes. Uma mulher na revista fazia caretas estranhas enquanto vários homens penetravam todos os seus orifícios com seus enormes membros rígidos. Havia vários closes, inclusive. Ao final, despejaram seus leitinhos no corpo da mulher. Pedrinho sabia que fazia algo proibido. Olhou para fora e não viu nem sinal de Tonho quando começou a folear a segunda revista. Sem saber explicar por que, seu pintinho estava muito duro e empurrava a cuequinha dentro do shorts. A segunda revista era diferente. Havia apenas homens. Vários homens peludos fazendo coisas uns com os outros. Sexo. Era essa palavra.

Foi quando a porta de passageiros ao seu lado se abriu. Pedrinho deu um pulo no banco.

“Hey, o que tá fazendo aí, menino. Isso não é coisa de crianças” disse Tonho tirando as revistinhas de sua mão, de maneira um tanto ríspida.

Tonho jogou as revistas dentro do porta-luvas novamente, juntamente com uma sacolinha que tinha uma cruz vermelha desenhada.

Tonho voltou para o banco do motorista e encontrou o menino encolhido no banco ao seu lado. Uma pequena protuberância no shorts denunciava seu estado. O motorista sorriu. “Hey, está tudo bem. Me desculpa por ter gritado com você.”

Foi só então que Pedrinho conseguiu olhar para o lado e viu o sorriso no rosto do companheiro (sim, aquele sorriso estranho), ficando imediatamente mais aliviado. Seu corpo ainda tremia um pouco. “Eu não devia ter mexido nas suas coisas, achei que fossem gibis…”

Após dar partida no caminhão, Tonho responde “Bom, acho que não tem problema, você já é bem espertinho, apesar de novinho”. Quando o caminhão começou a andar novamente, acrescentou. “Eu uso pra me inspirar, você sabe” e fez novamente o movimento da mão acima da virilha, sorrindo para o menino. Após alguns segundos, dispara “E aí, gostou das revistinhas?”

Pedrinho acenou com a cabeça, ainda se recuperando do susto e pensando nas cenas que viu. Aquilo era verdade, as pessoas realmente faziam aquilo. Sexo.

“Tio Tonho, você usou as revistinhas enquanto fazia com seu pinto ontem à noite?”

Tonho sorriu. “Não, Pedrinho. Nem precisei delas”, respondeu com aquele sorriso no rosto.

Após algumas quadras, o caminhão para novamente em frente a uma lanchonete. Tonho dá a volta, abre a porta e estende o braço para Pedro, que desce o primeiro degrau e joga seu corpo em direção ao amigo, sendo acolhido por seus braços fortes. Ao colocá-lo no chão, Tonho levou a mão à virilha do menino de surpresa e deu uma apalpada rápida. “Já voltou ao normal? Não é legal ficar andando por aí de barraca armada” e riu. Pedrinho se encolheu e deu um risinho envergonhado, sem entender bem aquilo que o adulto havia dito. Então, tomou sua mão e caminharam juntos em direção a lanchonete.

Era um local simples, típico restaurante pequeno de beira de estrada, e o salão estava vazio. Escolheram uma mesa em um canto e se sentaram um de frente para o outro. Tonho observou que os pés do menino quase alcançavam o chão, mas ao invés disso, ficavam balançando para frente e para trás.

Antes de serem atendidos, Tonho diz: “Pedro, você sabe que não pode contar nada do que aconteceu pra ninguém, né? Nem pra sua mãe! Se alguém descobrir, isso pode dar um problema enorme. Pra você e para mim”.

Após ponderar alguns segundos, o menino responde “Tá bom, juro que não conto pra ninguém”.

“Isso mesmo. Bom garoto” diz o homem afagando os cabelos do menino do outro lado da mesa. “Você vai dizer a sua mãe que uma pessoa do bairro perguntou se você queria as roupas porque estava doando. E que achou um bolo de dinheiro na rua, entendeu?”

“Entendi” e repetiu o que o motorista havia dito, ensaiando uma conversa com a mãe.

“Muito bem!” elogiou o adulto. A garçonete se aproxima com 2 cardápios e entrega aos clientes. “Bom dia, já sabem o que vão querer?” Antonio pede um tempo para escolherem, a garçonete pede licença e sai.

“E outra coisa muito importante: você não pode ir lá no estacionamento sozinho, quando eu não estiver lá. É perigoso, você entendeu?”

“Entendi”, responde Pedrinho enquanto imagina aqueles caras fazendo coisas ruins com ele. De fato, agora ele entendia. Seu corpo estremece e aquela sensação faz sua pequena mão buscar a mão do caminhoneiro apoiada sobre a mesa, segurando dois de seus dedos com força. “E quando a gente vai poder se encontrar de novo?”

Tonho se surpreende com o toque e com a pergunta. “Pedrinho, eu gostei de te conhecer, mas a gente não precisa se encontrar de novo se não quiser…”

“Eu quero sim, por favor” diz o menino em voz alta e com os olhos verdes arregalados, apertando ainda mais sua mão e atraindo os olhares da garçonete.

“Shhh, fala baixo”, responde Antonio. “Eu durmo naquela parada todas as quintas-feiras. Chego mais ou menos na hora do almoço. Umas duas da tarde com certeza já estou por lá. Mas tem que tomar cuidado pra ninguém te ver”.

O menino sorri. A possibilidade de encontrar o novo amigo novamente o enchia de alegria. Mas após alguns instantes, suas feições mudam abruptamente.

“Tio Tonho, na próxima vez eu vou ter que fazer aquelas coisas de novo?”

Antonio prestava atenção no cardápio. “Que coisas?”

Com grande naturalidade, o menino diz “Sexo”.

Tonho se assusta e olha para os lados. “Hey, não pode ficar falando isso em público”. Na sequência, adiciona “Pedrinho, você não precisa fazer nada que não queira. Esse dinheiro deve ser suficiente para sua mãe comprar um monte de coisas pra você e para casa”.

Pedrinho sorriu, aliviado.

“Já decidiu o que quer comer?” pergunta Tonho, mostrando algumas opções no cardápio ao menino. Pedrinho parecia indeciso e Tonho observa os olhares distraídos dele para a foto de um hamburguer que ilustrava a parede da lanchonete.

Tonho faz um sinal à garçonete. “Pois não”. “Eu vou querer um pingado e um pão com manteiga”. A garçonete confirma o pedido enquanto anota em um bloquinho de papel. “E você, lindo?” pergunta a moça, olhando para Pedrinho. O menino tímido se afunda na cadeira. Antonio responde “Pode fazer um hamburguer para o menino?”. A garçonete olha surpresa, mas confirma o pedido. “Batata frita e um milkshake de chocolate também”, acrescenta Tonho. A garçonete sorri e anota, despedindo-se na sequência.

Pedrinho tinha um brilho nos olhos, mas pergunta, preocupado “Esse dinheiro dá pra tudo isso?”, tirando as duas notas de 50 do bolso. Tonho sorri e responde “Não se preocupe, meu querido, é por minha conta”.

Pedrinho sorri abertamente e balança os pés mais rápido. Como era bom ver aquele sorriso no rosto do menino. Após alguns instantes, Pedrinho quebra o silêncio, perguntando, um pouco envergonhado “Você me chamou de ‘meu querido’ várias vezes… Por quê?”

Tonho sorri “Ué, por que eu gosto de você”.

Pedro fica observando o caminhoneiro por alguns segundos, quase surpreso com aquela simples resposta. Então, sorri e diz “Eu também gosto de você, tio Tonho”. Aquelas palavras eram de uma sinceridade e pureza que quase fizeram o coração duro de Tonho derreter.

“Mas eu gosto mais”, responde o adulto, cutucando a perna do menino por debaixo da mesa.

“Não, eu gosto mais”, responde ele, imitando o amigo e esticando sua perninha até atingir a panturrilha de Tonho.

“Não, eu gosto mais”, retruca o caminhoneiro. E assim, permaneceram, rindo juntos, enquanto seus pés se tocam por debaixo da mesa.

E então, a garçonete chega com os pedidos. “Esse é pro senhor… e esse é para seu filho faminto” diz com um sorriso.

Os olhos de Pedrinho se voltam diretamente para Tonho. Seus lábios ensaiam alguma resposta, mas antes que pudesse dizer algo, Tonho agradece. “Perfeito, muito obrigado”. A garçonete pede licença e se retira.

“Por que não falou pra ela que eu não sou seu filho?” questiona Pedrinho.

“Ela não precisa saber” responde Tonho. E mudando de assunto “Seu hamburguer parece bom, experimenta”.

Pedrinho agarra o hamburguer enorme com as duas mãos, morde e sorri. “É muito gostoso, eu sempre quis comer um desses”.

“Pobre menino”, pensa Antonio enquanto observa uma carinha ainda maior de felicidade quando o menino prova o milkshake de chocolate.

Após finalizar seu café, Antonio fica observando Pedrinho se deliciando com a comida, mas num ritmo mais lento. “Se não aguentar mais, não tem problema, toma o milkshake. O resto você leva para comer mais tarde”.

O menino seguiu o conselho e chupou todo o milkshake com o canudinho.

“Olha só, mesmo depois de beber tudo aquilo no banheiro, ainda aguentou um milkshake desse tamanho”

Pedrinho entendeu a piada e ficou sem graça. Antonio percebeu o desconforto do menino.

“Hey, não tem que ficar envergonhado. Você não fez nada de errado, ok? Essa é a profissão mais antiga do mundo. Dar prazer em troca de dinheiro. É assim que as prostitutas, as putas ganham a vida”.

Pedrinho fica em silêncio enquanto pensa sobre aquilo.

“É por isso que aqueles homens me chamavam de ‘putinha’, tio Tonho?”

“Isso, Pedrinho, você foi a putinha deles enquanto dava prazer a eles”, explica Tonho em voz baixa com aquele sorriso estranho nos lábios, novamente.

Após ponderar alguns instantes, Pedrinho questiona:

“Tio Tonho, você acha que eles sempre vão querer fazer…” e sussurra “…sexo…”, voltando ao tom normal “…comigo?”

“Pedrinho, pode ter certeza de que sempre vai ter um caminhoneiro cheio de tesão que não vai resistir um menininho sexy como você”, responde Tonho. “Mas lembre-se, só se você quiser. Eu vou sempre estar ao seu lado pra te proteger”, complementa.

Antonio leva a mão ao canto da boca do menino, que estava suja de chocolate, esfrega o dedão, que depois volta para sua própria boca.

Antonio faz um sinal para garçonete que aparece um minuto depois com a conta.

Enquanto Tonho retira a carteira do bolso e conta o dinheiro, a garçonete comenta. “Deve ser muito bacana viajar com os filhos nas férias, né? Cruzar esse Brasilzão num caminhão…”

Tonho retira todas as notas de sua carteira, colocando apenas uma delas de volta e usa as demais para pagar a conta. “Sim, é muito divertido, né filho?”

Pedrinho se assusta com a pergunta e só consegue mexer a cabeça para cima e para baixo, com uma carinha de assombro.

Tonho gargalha e após se despedir da garçonete, ambos seguem para o caminhão, carregando um isopor com metade do lanche e algumas batatas.

Pedrinho não podia deixar de pensar naquilo. Como seria bom ter um pai. Como seria bom se seu pai fosse como Tonho. Poder viajar com ele naquele caminhão enorme. Dormirem juntinhos. E poder fazer outras tantas coisas legais que pais e filhos fazem juntos.

Seus pensamentos foram interrompidos por uma risada do caminhoneiro. “Você precisava ver sua cara quando te perguntei aquilo, hahaha”.

Pedrinho só sorria, envergonhado pelo susto que levou e por sua reação.

“Espera um pouco aí que eu preciso pitar”, disse o caminhoneiro tirando um maço de cigarros do bolso e acendendo com o isqueiro.

“E aí, gostou? Tá cheio? Se continuar comendo desse jeito, logo, logo vai ficar gordinho, hein” dando uma risada.

“Sim, estava muito gostoso, tio Tonho, obrigado. Acho que comi demais mesmo, estou muito cheio”.

Conversaram mais um pouco sobre a comida enquanto Tonho terminava o cigarro. “Vamos?”

Tonho ajudou o menino a subir no caminhão, não deixando passar a oportunidade de dar um aperto naquela bundinha redondinha, mas longe de ser gorda. Depois de entrar no caminhão, retira a camisa e diz “E aí, está doendo ainda?”

Pedrinho precisou de alguns segundos para lembrar a que o amigo se referia. Todas aquelas experiências e pensamentos quase fizeram ele esquecer o que acontecera antes. “Não, tio Tonho. Não está doendo quase nada.”

“Vamos dar uma última olhada e colocar remédio mais uma vez. Vai lá trás e abaixa as calças.”

O menino tenta argumentar “Não precisa, tio Tonho, já estou bem.”

Tonho olha para o menino, sério. “Anda logo, Pedro”.

O menino acha melhor não discutir, tira o tênis e pula para a cama no compartimento traseiro. O caminhão começa a andar, devagar. “Vou estacionar em um lugar mais tranquilo”, diz Tonho. E após alguns minutos, pede “Pensando melhor, Pedrinho, tira o shorts e a cuequinha, assim fica mais fácil”. O menino já estava mais à vontade e confiava no amigo, então seguiu suas ordens sem questionar. Mais alguns minutos depois, Pedrinho escuta o barulho do freio antes do caminhão parar totalmente.

Tonho entra no compartimento de descanso e encontra um menino peladinho da cintura para baixo, deitado na sua cama, com a cabeça apoiada no travesseiro. Após pegar o kit de primeiros socorros, se aproxima de Pedro. “Abre bem a boquinha, linguinha pra fora”. Pedrinho estava bem mais tranquilo que na primeira vez e prontamente obedeceu, fechando os olhinhos. Por algum motivo, se lembrou do cara no banheiro gozando em sua boca, até que sentiu o gosto do spray de menta no fundo de sua garganta.

Abriu os olhos e viu a figura enorme de seu amigo procurando pela pomada. Antes da ordem do caminhoneiro, ergueu as pernas e as segurou contra o peito, expondo sua bundinha.

“Muito bem”, Tonho sorriu, vendo a cena e se posicionando para inspeção. Novamente, utilizou ambas as mãos para abrir as bandinhas do bumbum do menino. Após alguns segundos disse: “Ótimo. Já está bem menos vermelho e o corte já cicatrizou. Quase pronto pra outra. Continua segurando que vou colocar um pouco mais de pomada”.

Pela posição, Pedrinho não conseguia ver o que estava acontecendo, mas logo sentiu algo melado em seu cuzinho. Com o indicador, Tonho aplicava novamente a pomada ao redor do esfíncter do menino, em movimentos circulares.

Pedrinho sentiu uma sensação estranha. Seus lábios se abriram em um sorriso.

O dedo saiu do local por um instante e então o menino escutou “Agora lá dentro, relaxa”. Pedrinho sentiu novamente aquele dedo enorme pressionando seu buraquinho e a pontinha entrando. “Relaxa”. Pedrinho deu algumas risadinhas quando sentiu a ponta do dedo se movendo dentro dele, aplicando a pomada cuidadosamente. Aquela sensação estranha só aumentava. Era um calor no corpo e uma dorzinha na parte de baixo do estômago. Com certeza, fome não era, estava estufado de tanto comer.

Aquele processo se repetiu mais duas vezes e, enquanto seu amigo aplicava mais pomada em seu bumbum, o menino obedientemente mantinha a posição. Ao final, sentiu aquela mão enorme dar dois tapinhas de leve em sua bundinha branca empinada.

Mais um risinho do menino e o homem diz “Pode abaixar”. Pedrinho abaixa as pernas, mas algo insiste em permanecer apontando para cima. Seu pintinho duro, mirando o teto do caminhão.

Pedrinho percebe o olhar de Tonho direto para sua minhoquinha dura e leva as mãos para escondê-la.

O homem se aproxima de seu rosto e diz “Acho que já conversamos sobre isso, né? Não precisa ter vergonha de seu corpo. Seu pintinho é lindo, assim como você todinho”. Pedrinho sente a mão de Tonho agarrando sua coxa direita. Sua mão era tão grande que quase fazia a volta ao redor dela por completo. Tonho se abaixa mais e diz em seu ouvido “E assim, durinho, é irresistível”. Pedrinho sorria enquanto sentia aquela mão esfregando a parte interna de sua coxa e subindo cada vez mais. Sente um beijinho na nuca que faz seu corpo estremecer. “Tá gostoso, meu lindo?”. Pedrinho ensaia uma resposta, mas de sua boca sai apenas um grunhido fino. Aquela sensação estranha só crescia, era como se seu corpinho estivesse pegando fogo. E por mais que seus dedos se esforçassem em colocar seu pintinho para baixo, ele se mantinha firme na posição, como um soldadinho de chumbo desobediente.

“Tira a mão, tira”, disse Tonho em seu ouvido, após mais um beijinho em sua nuca. Nesse momento, a mão adulta já estava na virilha de Pedrinho. Sem nenhuma dificuldade, as mãozinhas do menino foram substituídas pela enorme mão calejada de Tonho, que imediatamente agarrou aquele pedacinho de carne com 3 dedos, iniciando movimentos suaves para cima e para baixo. “Vou te ensinar como bater uma punhetinha, olha e aprende como faz”, diz Tonho novamente em seu ouvido.

Pedrinho olhava para baixo, apoiado no travesseiro, com a cabeça um pouco inclinada para o lado esquerdo enquanto Tonho beijava seu cangote, deitado ao seu lado. O cheiro do tabaco era percepitível. O bigode grosso de Tonho causava arrepios em seu corpinho. O menino começa a se mexer e, para a surpresa de Antonio, dobra os joelhos e abre as perninhas, melhorando o acesso da mão adulta.

Pedrinho via a cabecinha vermelha de seu pintinho duro sumir e aparecer novamente sob os cuidados daquela mão experiente. Aqueles movimentos causavam uma sensação nova e muito gostosa em seu corpinho infantil. Após alguns segundos, Tonho para e pergunta no ouvido do menino “Quer que eu pare?”. O menino posiciona a mãozinha acima da mão adulta, movendo-a, como para mandar uma mensagem. Poucos segundos depois, após o que pareceu um ato de grande esforço, diz com uma vozinha trêmula “Não… continua”.

Tonho retoma os movimentos e, com sua mão livre, posiciona ambas as mãos do menino sob sua cabeça. “Só relaxa e aproveita”, diz mordendo de leve sua orelhinha. Depois disso, ergue a camiseta do menino e começa a acariciar seu peitinho. “Lembra que eu falei que os adultos brincam com o pinto pra ter prazer? A boa notícia é que menininhos como você, apesar de não terem leitinho ainda, também podem aproveitar”. Pedrinho solta um novo grunhido agudo. Seu corpinho mole estava totalmente entregue às novas sensações. “Seu safadinho” diz, dando um último beijo no pescoço do menino.

De repente, a massagem sessa e Pedrinho abre os olhos para ver seu amigo se movendo na cama e, dessa vez, se posicionando entre suas pernas abertas, sem um única palavra. Para a surpresa do menino, vê aquela cabeça baixar abruptamente e engolir seu pintinho ereto em um golpe certeiro. As sensações que se seguem fazem Pedrinho soltar um gemido alto e fechar os olhinhos novamente. O calor, a umidade, a pressão da sucção, a fricção dos lábios, a massagem da língua em sua glande, a cosquinha em sua virilha causada pelos movimentos do bigode. Todas aquelas sensações juntas o levaram a um estado de êxtase. Pedrinho podia ouvir as batidas rápidas de seu próprio coração, que parecia querer escapar do peito. Era tudo muito intenso e muito bom.

Tonho colocou as mãos embaixo de suas nádegas e começou a mexer seu quadril, fazendo com que aquele pintinho infantil começasse a foder seu boca. O menino emitia gemidinhos roucos, enquanto o caminhoneiro acelerava os movimentos. Não demorou muito até que seu corpinho se curvasse na cama e Tonho sentisse o pintinho pulsando em sua boca. Continuou succionando até sentir seu corpinho de menino relaxar. Retirou o pintinho ainda duro da boca, com a glande vermelhinha ainda exposta, e deu um beijinho na pintinha secreta em sua virilha.

O menino estava ofegante e ainda se recuperava daquela experiência fantástica quando ouviu. “É isso que aqueles caras sentiram, foi isso que você proporcionou a eles. Isso é o prazer do sexo. Entende agora?”

De fato, até então, Pedrinho não entendia muito bem por que os homens precisavam daquilo. Por que estavam dispostos a pagar. Mas agora, sim. Era como se tivesse encaixado a última peça do quebra-cabeças e tudo passasse a fazer sentido. Sexo era muito, muito bom. E era por isso que os adultos sempre queriam aquilo…

Pedrinho, permanecia com os olhos fechados e um leve sorriso no rosto quando sentiu dois tapinhas na lateral externa de sua coxa. “Não vai dormir, não. Vamos, veste suas roupas. Preciso te deixar em casa e seguir viagem. Já estou atrasado.”

Tonho voltou para a cabine do caminhão e Pedro escutou o arranque do motor. Seu corpo ainda estava mole. Um cochilo cairia bem. Alguns minutos depois, lutando contra a vontade de permanecer ali deitado, se levantou e vestiu as roupas. Voltou à cabine com o caminhão em movimento, sentou-se no banco do passajeiro e olhou para Tonho que sorriu para ele. Pedrinho sorriu de volta enquanto Tonho alcançava o cinto de segurança, e prendia seu peito.

Após perguntar a direção da casa de Pedrinho, homem e menino permanecem calados. Na cabeça de ambos, as memórias de tudo o que aconteceu nas últimas 24h e a angústia de que, em breve, cada um seguiria seus destinos e talvez não voltassem a se encontrar. Para Pedrinho, o dilema era maior. Coisas horríveis haviam acontecido naqueles dois últimos dias. Mas Pedrinho também se lembrava de todas as coisas maravilhosas que sucederam. Havia conseguido dinheiro, roupas novas e um amigo. Um amigo adulto com quem dividiu muitas experiências e sensações incríveis. Um amigo atencioso, que cuidava dele, ensinava coisas novas e o tratava bem. Pedrinho não sabia o que era ter um pai. Mas para ele, aquele novo amigo adulto era o mais próximo de um pai que jamais teve.

De repente, o caminhão para. Só então Pedrinho olha pela janela e vê que estavam parados próximos à entrada da comunidade onde morava. Após soltar os cintos, Tonho diz:

“Chegamos. Lembra que não pode contar nada do que aconteceu, ou vai dar ruim pra você e para mim. Não se esqueça das estórias que combinamos. E também nem invente de ir lá no estacionamento de caminhões sozinho. É perigoso. Não esquece a mochila e o dinheiro e o lanche da tarde. Pede pra sua mãe comprar as coisas que estão faltando pra casa com o dinheiro. E guarda com pouco com você, pra você comprar coisas pra você. E lava esse pinto direito, igual te ensinei…” O homem não parava de falar.

“Eu não quero ir” diz Pedrinho, interrompendo o caminhoneiro. “Deixa eu ir com você. Eu prometo que vou me comportar e não vou dar trabalho.”

Tonho se surpreende e olha para o menino, que tinha lágrimas nos olhos. Aquele certamente era momento difícil para a criança. A decisão de abdicar de sua vida, de tudo que tinha.

“Não, não chora. Vem aqui” diz Tonho abrindo os braços. O menino mergulha em seu peito peludo e o agarra com força. “Não gosto de ver você chorando. Você não pode ir comigo, Pedrinho. Você tem sua mãe, seus amiguinhos, sua escola. Você não pertence às estradas, esse não é o seu lugar”.

O menino soluçava.

“Não precisa disso. A gente pode se ver semana que vem, se você quiser. Eu adoraria te ver de novo. Próxima quinta vou estar lá no estacionamento de novo”.

Pedrinho permanece abraçado com o caminhoneiro, ambos guardariam os cheiros um do outro em suas recordações. Pedrinho move o corpo e diz, olhando nos olhos do amigo “Você promete? Promete que a gente vai se encontrar de novo?”

“Eu prometo, vou estar te esperando”, responde o adulto, secando as lágrimas daqueles enormes olhos verdes.

Antes de sentar-se no banco novamente, Pedrinho apoia a mão na coxa de Tonho e sente algo duro. “É seu pinto?” pergunta com uma risadinha “Tá duro!”.

Tonho ajeita a ferramenta. “É, seu safadinho. E não é de agora, não. Ficou assim o tempo todo que eu estava ao seu lado. Também, acho que fui o único que não ganhou um carinho”, diz Antonio fazendo cara de triste. “Quem sabe semana que vem eu consigo guardar um dinheiro e você me ajuda com ele”.

Uma imediata sensação ruim bate em Pedrinho. Tonho estava certo, ele havia feito tanto pelo menino. Se sentia em dívida para com o adulto. Então, leva a mão em direção à virilha do caminhoneiro. “Não precisa pagar, não. Você é meu amigo”, diz.

Tonho sorri e segura a mão do menino. “Agora não, aqui é perigoso e eu estou atrasado. Quem sabe semana que vem?”

Tonho desce do caminhão e ajuda o menino a descer. Antes de entregar a mochila ao menino, abre o zíper (o zíper da mochila, seus pervertidos!) e pega uma das revistinha no porta-luvas, colocando-a dentro, misturada com as roupas. “Agora que você aprendeu” e faz o gesto com a mão “aposto que vai querer praticar. Pra te dar inspiração, hehehe. Só não deixa sua mãe ver. Mulheres não entendem essas coisas”.

Pedrinho sorriu. Tonho colocou a mochila do Bob Esponja nas costas do menino e entregou a sacola com o lanche em suas mãos.

“Agora vai, antes que alguém veja a gente”, disse.

Pedrinho começou a caminhar em direção às casas e ao olhar para trás, acenou ao enorme homem sem camisa, que o observava à distância e retribuiu o aceno. Minutos depois, Pedrinho viu o caminhão vermelho partir e sentiu um aperto no peito.

(Espero que finalmente tenham entendido que Antonio não é um abusador como os outros. Ele é diferente. Sei que nem todos vão gostar de meus contos, mas espero que tenha feito sentido para alguns. Esse é o fim da primeira temporada da saga de Tonhão e Pedrinho. Tem muita coisa para acontecer ainda. Isso se vocês quiserem. Deixem comentários, sugestões e avaliem. A avaliação é uma forma de medir o alcance dos meus contos. O que acham que vai acontecer quando Pedrinho chegar em casa? O que tinha na revistinha que foi parar na mochila de Pedrinho? Irão se encontrar na próxima semana? O que vai rolar?)

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19 Comentários

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  • Responder Kanedaken ID:8d5gapim9a

    iria ser foda se no final a mãe do Pedro vê o Tonho e sabe que ele é o pai do menino. Aí ele ia poder viajar com Tonho pra sempre, seria um final foda, a mãe dele não se importa com o menino msm.

  • Responder Tio BL ID:1cs5srv13hzx

    Tu é um sacana Ceroulas comecei curioso fiquei cheio de tesão no meio e agora tô com um aperto no peito por causa do fim. Muito bom seus contos, por favor continue escrevendo pq vc ganhou um grande fã.

  • Responder Joao Paulo ID:3v6otnnr6ic

    O conto ta otimo mas tem que ter sexo Pedrinho tem que agradar Tonhao e ganhar dinheiro tambem

  • Responder Danilo ID:3ynzdhgz8rb

    Quem sabe no próximo Tonhão leva o filho pra comer o Pedrinho tbm e acaba comendo os 2 hehe

    Telegran @D1nilo

  • Responder @lordvodka5 teleg ID:5jqotbhk

    Cadê a parte 7 tesao de mais essa história já tou curioso de saber o resto

  • Responder Greg ID:1ck6klv24hkr

    Esplêndido! Esse conto conseguiu de mim muitas sensações, emoção e cada vez mais interesse na leitura. Você tem um talento inigualável para escrever, pelo menos nesse site. Gostaria de ler muito mais sobre as novas descobertas do Pedrinho, e seria maravilhoso se ele e o Tonho se encontrassem novamente e tivessem novas aventuras juntos.

  • Responder Wer ID:7xbyqz4v99

    Eu acho que mãe d Pedrinho gasta a grana , Pedrinho volta antes ou Tonho não consegue ir na quinta , acontece coisas com ele e Tonho só chega a noite encontrando Pedrinho

  • Responder Brnaco ID:dlo3mj9qj

    Continua com o tonho

  • Responder JAPAPEI ID:1edh6vd3hyvv

    Continue a saga, a melhor que ja li neste site. O amor Paternal do Antonio vai ajudar este menino a vencer, tenho certeza

  • Responder PutoRN ID:41ih37wrd99

    Muito bom!

  • Responder Pervedro ID:dlnu8y3d2

    Vim bater punheta e fui apanhado por uma história de amor (ou quase isso). Fico feliz pelo fato de que o Antônio não é um abusador.

    Essa temática meio paternal me agradou bastante, gostaria de ver eles se apaixonando e vivendo um amor proibido. Haha.

    Enfim, você escreve muito bem, Ceroulas. Escreveu quase um livro mas que flui de uma forma leve e cativante. Espero que continue os contos.

    Atenciosamente,
    Perverdro.

  • Responder Roberto ID:1e0to6ak2752

    Eu quero mais eu fiquei muito mais muito interessado mesmo nesses seus contos

  • Responder Carlos Eduardo ID:1efoahy9hyin

    Nossa, achei que Pedrinho seguiria viagem! Espero que continue. Você tem muito talento. Parabéns…

  • Responder João ID:2pfpp1c8zbl

    Por favor retorna com a continuação.
    Você é 10!

    • Luiz Henrique ID:1czj1xcc8yo4

      Simplesmente adorei !

  • Responder Paulo Machado ID:w72jn20i

    Qual o caminho? Um Scania, volvo, Mercedes, Iveco, daf, VW?

  • Responder Matt ID:81rdsxsd9b

    Aaaaaaah vou morrer de ansiedade pela continuação a parte mais aguardada de todas sem dúvida é quando Tonho vai se deliciar com o Pedrinho.

  • Responder Nelson ID:8cio2sam9k

    Show. Amei a relação quase paterna dos dois. Mas alguns pais e filhos também fazem sexo. Acho que os dois merecem um encontro intimo. Mesmo que não tenha penetração. Acho que pode surgir algo muito especial. Aguardando ansioso pela continuação.

  • Responder Afrodite ID:8d5kspjoib

    Meu Deus, que conto perfeito. Você definitivamente tem um talento absurdo pra isso. Por favor, não para de trazer essa maravilha pra gente. Definitivamente é um dos melhores contos que eu li nesse site. Esse conto me fez sentir prazer, emoção, tristeza, e uma grande felicidade, e definitivamente me apaixonar pelo Pedrinho e pelo Tonho. Simplesmente perfeito, pfv traga a continuação. Mas por favor, de um final digno de felicidade pra eles 🥹.
    Obs: quanto maior o conto melhor hehehe.