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Linhas Cruzadas – Parte 4 Conflitos Internos

2490 palavras | 2 |4.69
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Dois meninos pré adolescentes com realidades opostas tem suas vidas cruzadas durante um dilema familiar, no que será que isso vai dar?

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… Tomei meu banho, fomos jantar e fingimos que nada tinha acontecido, o clima foi voltando o normal foi só uma punhetinha de dois meninos que estavam com tesão, e era algo que eu tinha provocado e já havia pensado em fazer, pensei. É que um por um momento aquela encarada que nos demos foi estranha… Fui acordado dos meus pensamentos por Fabinho.
– Será que eles ainda demoram pra chegar?
– Não sei, o hospital nem fica longe, daqui a pouco devem estar chegando
Estávamos botando nossos pratos sobre a pia quando escutamos a porta abrir e vozes.
– Oh chegaram falei
Fomos pra sala
– Oi queridos já jantaram? Perguntou minha mãe
-Acabamos agorinha respondi
Fabinho deu um abraço apertado no pai dele.
Meu pai estava com o semblante que parecia preocupado
-Tudo bem pai?
– Tudo meu filho. e me deu um beijo na cabeça
– Seu Osmar amanhã lhe devolvo os documentos disse minha mãe
-Tá certo, obrigado por tudo viu Gisele
– Que é isso seu Osmar, não tem de quê
Seu Osmar e Fabinho se recolheram, meus pais foram até a varanda e ficaram sentados um tempo conversando , estavam falando baixo, única coisa que escutei foi meu pai falando – Queira Deus que funcione
Me aproximei dei um beijo nos dois e fui pro meu quarto.
Fiquei um tempo mexendo no telefone, Me peguei pensando no que tinha feito com Fabinho e no que tinha sentido, fiquei com pinto duro mas ignorei, fiquei quietinho até que o sono foi chegando e adormeci.

Minha mãe me acordou , tomei meu banho me arrumei e fui tomar café. Mamãe , Cidinha e Fabinho estavam á mesa.
Fabinho me olhou estranho com aquele mesmo olhar de quando nos encaramos ontem, Senti um arrepio.
-Bom dia gente os cumprimentei com voz de sono
-E papai e seu Osmar?
-Saíram a pouco, seu Osmar foi passar por alguns exames.
Terminamos de tomar café, nos despedimos de Cidinha e Fabinho e seguimos com a rotina…
Durante o caminho para escola fiquei pensando no olhar que Fabinho havia me lançado e no arrepio que senti. Voltei a ficar confuso.
Cheguei na sala não ví a Nat, ela ainda não tinha chegado, sentei na minha cadeira fiquei imerso nos meus pensamentos, Igão chegou deu um tapinha nas minhas costas
– E aí. falamos nos cumprimentando
Vejo a Natália entrando na sala, ela se aproxima põe a mochila na cadeira dela e nos cumprimentamos, em um impulso segurei a mão dela, me levantei fitando o olhar nela, ela sorriu com aquela boca linda expondo seu discreto aparelho, e perguntou
– O que foi?
Aproximei meu rosto do dela encostei meus lábios nos seus e lhe dei um beijo intenso e longo, o melhor beijo que já dei na vida! Ficamos alguns segundos imersos naquele momento, voltamos a sí com nossos colegas fazendo algazarra. Soltei a mão dela e descolamos nossas bocas
Ela me olhou surpresa
– É que me deu muita vontade de te beijar
Ela sorriu novamente e só falou
-Nossa!
Sentou esticando os cabelos e soltou um leve suspiro, o sinal tocou, a professora de história entrou na sala e nem percebi imerso em meus pensamentos, tá tudo certo…

Durante o intervalo ficamos conversando no pátio, a Juliana chegou junto e perguntou se já tínhamos decidido alguma coisa sobre o fim de semana.
– Ih gente aconteceu tanta coisa lá em casa que esqueci de falar com meus pais, até comentei com Fabinho que a gente tava programando algo pra vocês se conhecerem.
Juliana disse pra eu falar quando tiver uma posição pra ela se programar.
– Tá Juju, era pra mim ter visto isso ontem, mas meus pais mal pararam em casa, e parece que a situação do seu Osmar é grave.
– Já sabem o que ele tem? perguntou Natália
-Não perguntei pro meu pai, mas ontem ele foi com seu Osmar ao médico e até mamãe os acompanhou chegaram em casa já a noite e todos pareciam preocupados.
Juliana sentou e ficou prestando atenção enquanto eu falava
– Hoje quando acordei eles já tinham saído novamente pra seu Osmar fazer uns exames…
Continuamos conversando até tocar o sinal e fomos pras próximas duas aulas que passaram rápido.
Me despedi da Nat, e saí rápido em direção a portaria o Francisco também vinha apressado, demos um tapinha no ombro um do outro…
Meu pai e seu Osmar me aguardavam no carro, entrei e sentei no banco de trás os cumprimentado.
– Ô meu filho como foi hoje?
-Foi bom
– É um movimento grande aqui observou seu Osmar
– Todo dia é isso, em lugar que tem escola não tem jeito emendou meu pai.
Seguimos conversando até em casa. Quando chegamos Fabinho estava assistindo televisão na sala. Ele levantou do sofá e logo veio abraçar seu pai.
– E aí, nos cumprimentamos e demos um toque de mão🙏🏻
Fui pro meu quarto tomar um banho e em seguida almoçar. Minha mãe não viria almoçar em casa hoje.
Após o almoço meu pai disse que ia descansar e depois trabalharia de casa , Seu Osmar também foi descansar, eu tinha minhas coisas pra fazer. Perguntei pro Fabinho.
– Tá a fim de dar uma volta no shopping aqui perto quando eu terminar minhas atividades?
-Pode ser, eu nunca fui em um shopping
– Ah beleza, então quando eu terminar nós vamos.
Na esquina de casa a apenas duas quadras tem um shopping pequeno e aconchegante estilo strip mall, com algumas lojas e clínicas, academia e uma grande praça de alimentação onde fazem shows de música ao vivo de Sexta a Domingo, na área externa tem umas praças com chafarizes uma delas em estilo Japonês,em fim é um lugar bem agradável.
Terminei de fazer minhas coisas, procurei pelo Fabinho, ele estava junto com o pai no quarto.
-Bora lá?
– Seu Osmar vamos com a gente.
-Obrigado , eu vou ficar por aqui descansando mais um pouquinho viu, na próxima eu acompanho vocês com prazer.
Seu Osmar olhou pra Fabinho e disse
– Filho bote uma roupinha melhorzinha
– Nem precisa seu Osmar é aqui do lado. respondi
Mas Fabinho abriu o guarda-roupa pegou uma camisa tipo Pólo e uma bermuda. Tirou a camiseta e o short que estava vestindo ficando apenas de cueca.
Enquanto ele trocava de roupa notei ele, altura quase igual a minha, moreno com tom de pele igual só que mais bronzeado, cabelos pretos lisos, olhos pretos, ele é bonito… OXE! O que que eu tô reparando, eu hein. Me repreendi em pensamento.
– Ficou bom? indagou Fabinho
– Agora sim. respondeu seu Osmar
Saímos pelo corredor dos quartos passamos pela pequena sala íntima onde fica um sofá uma Televisão e um frigobar e ao lado fica um pequeno escritório, bati na porta e abri ,meu pai estava lá trabalhando.
– Oi filho
-Pai vou com Fabinho no Riverside
– Tá bom, vão pela sombra.
Seguimos pela sala de estar, abro a porta e ficamos no hall esperando o elevador…
Saímos na rua e vamos conversando aleatoriamente, menos de cinco minutos e chegamos. Ainda bem que é perto, o sol e o calor estão de rachar, se existe um lugar mais quente que Teresina desconheço e nem quero conhecer haha.
Entramos pela praça de alimentação que fica no térreo e tem um jardim com uma cascata ao centro.
-É bem bonito aqui. reparou Fabinho.
– Aham, eu tô pensando de a gente vir com meus amigos comer uma pizza aqui sexta de noite, sempre tem música ao vivo.
– Que legal
– Ou então se ninguém tiver compromisso no sábado irem lá pra casa, a gente pode ficar na piscina e jogar na quadra. Vou ver com mamãe hoje de noite pra organizar os esquemas.
-É bom também..
-Tá a fim de tomar um sorvete? Tem um bem bom aqui, eu sou viciado nele.
– Eu esqueci de pegar o dinheiro que painho me deu, ficou na mesinha do lado da cama.
– Eu que te convidei , não tem nada que se preocupar com isso.
Fomos até a sorveteria escolhemos nossos sorvetes e sentamos em uma mesa, ficamos observando o movimento enquanto nos deliciávamos com o sorvete.
– Muito bom mesmo. concordou Fabinho.
Lembrei que havia uma loja de flores e coisas pra jardinagem no primeiro andar e falei pra irmos dar uma olhada lá.
Subimos em uma escada rolante, Fabinho ficou cuidando os degraus.
Logo na vitrine da loja tinham vários vasos com órquideas, os olhos dele até brilharam olhando pra elas.
Tirei meu telefone do bolso e abri o aplicativo do meu cartão pré pago, dei uma conferida no saldo hehe.
Desde os meus sete pra oito anos meus pais começaram a me dar uma quantia semanal em dinheiro pra que eu gastasse na cantina da escola ou como quisesse, se eu gastasse o dinheiro todo antes da semana acabar eles não me davam mais, só na próxima semana. Fiquei sem lanche na escola algumas vezes, eles não davam mesmo.
Quanto completei dez anos passaram a me dar uma mesada propriamente dita, com um valor um pouquinho maior e eu tinha que administrar pelo mês todo.
Finalmente quando completei doze anos eles começaram depositar a mesada com um valor mais relevante em um cartão pré-pago. Assim eles poderiam acompanhar pelo aplicativo com o que eu estava gastando o dinheiro.
Quando eu quero comprar algo mais caro como trocar de telefone ,notebook de videogame ou whatever… eu faço uma pesquisa de preços e mostro pra eles ,se for algo com preço promocional eles depositam o dinheiro pra eu comprar na hora, se for um preço normal tenho que esperar até a data que eles estabeleceram pra depositar a mesada, nessa data eles depositam a mesada junto com o valor do que eu quero comprar.
– Vamos levar duas órquideas, uma pra você e outra pra minha mãe .
Escolhemos as duas , Fabinho ficou numa felicidade!
Chegamos em casa e demos de cara com Cidinha dando uma geral na sala. Fabinho foi logo mostrando a orquídea pra ela.
– Posso colocar ela no quarto do lado da cama?
– Claro que pode!
Fabinho foi em direção ao quarto mostrar o vaso com a flor pro pai dele.
– Mas meu filho que coisa linda, que belo presente.
Ele a colocou na mesinha de cabeceira veio em minha direção e me deu um abraço, nem sei como te agradecer, obrigadão.
– Já tá agradecendo por ficar feliz. respondi
Fui até o quarto da minha mãe e coloquei a dela sobre a cama.
Papai saiu do escritório e veio até mim
-Voltaram rápido
-Foi só o tempo de tomar um sorvete e comprar umas órquideas, comprei uma pra mamãe, deixei em cima da cama
-Que delicadeza meu filho, ela vai amar
– Dei uma pra Fabinho também ele tá numa felicidade
Meu pai me abraçou. -vamos chamar o Osmar e o Fabinho pra tomar um café?
-Acabei de tomar um sorvete estou sem fome mas acompanho vocês.
Fomos todos pra mesa da sala, ficamos lá conversando
Olhei com atenção pro seu Osmar e ele parecia estar um pouco amarelo, mas não comentei nada…

A noite minha mãe chegou e eu estava no quarto ouvindo música com fone de ouvido, não a escutei entrando no quarto.
– Oi mãe . falei tirando o fone
– Oi meu amor, que surpresa linda, me deu um abraço e um beijo no rosto.
– Mãe o que vamos fazer no sábado?
– Ainda não tenho certeza querido por que?
– Tô pensando em convidar a Nat o Francisco e a Juliana pra virem aqui conhecer o Fabinho. Ou nos encontrarmos no Riverside pra comer uma pizza sexta a noite. O que você acha?
– É uma boa ideia , mas vamos fazer o seguinte, marca a pizza na sexta eu vou com vocês e patrocino . No sábado de repente a gente vá fazer umas compras que estamos precisando aqui em casa e também quero ir ao salão.
-Combinado então
– Sábado se eu for fazer compras você e Fabinho podem ir junto e irem ao cinema enquanto resolvo minhas coisas , ele nunca foi em um cinema sabia?
– Caramba! então está certo, não vou nem falar pra ele vai ser surpresa.
-Isso! Até porque ainda não tenho certeza tá.
-ok, mãe só mais uma coisa
– Fale meu amor
– Notei seu Osmar um pouco amarelo, o que ele tem?
Mamãe sentou na cama e começou me explicar… resumindo, a situação dele é bem grave ele tem uma doença rara no sistema autoimune, é como se as células de defesa do corpo dele estivessem brigando entre sí, o problema é que agora estão atacando o fígado e os rins , demoraram muito pra diagnosticar e o fígado dele está bem mal e os rins estão piorando rapidamente, é provável que ela vá precisar fazer algumas sessões de hemodiálise, e por isso vai ficar mais um tempo com a gente.
– E a escola do Fabinho como fica?
– Esse é um problema que estou vendo como resolver. Estou pensando em ligar pra diretora da escola dele e ver se é possível mandar um conteúdo diário ou semanal com as matérias pra ele estudar aqui, ou algo do gênero, vou conversar com ela pra encontrarmos uma solução. Ele é inteligente e aplicado…
– Também posso ajudar ele a estudar
– Mas não comenta nada com ele por enquanto tá, o Osmar vai conversar com ele em breve.
– Tá bem.

Depois da nossa conversa jantamos, Fabinho foi dormir ele dorme cedinho, eu fui pro meu quarto joguei um pouco no notebook e deitei ainda sem sono. Não conseguia pegar no sono, pensei na Natália e no Fabinho. Eu não tô entendendo bem o que estou sentindo é confuso.
Eu gosto da Natália e tem momentos que parece que tô começando a gostar do Fabinho do mesmo jeito que eu gosto da Nat. Não cara isso é piração da minha cabeça nada a ver… O sono está chegando, boa noite caros leitores, amanhã conversamos mais.

Continua…

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2 Comentários

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  • Responder paulo cesar fã boy ID:3ij0y0lj6id

    cara. você tem um talento nato para escrever e uma imaginação muito fértil, parabéns pelas sutilezas de cada palavra.

    • NETx ID:gsu8ywn8j

      Obrigado pelas palavras paulo. Fico feliz que esteja gostando.