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Recordando a dor- Inicio

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Volto ao sítio onde fui feliz… não o deveria ter feito. Os anos passam, os locais como as pessoas, mudam… mas por vezes não mudam.

Volto ao sítio onde fui feliz… não o deveria ter feito. Os anos passam, os locais como as pessoas, mudam… as ruas já não são iguais… as pessoas são outras. Já não conheço nada…estou perdido.
Paro o carro, olho em volta, procuro algum ponto de referencia, algo que a minha memória me dissesse, olha é ali… mas não, nada.
Paro o carro, desço, estou rodeado de prédios enormes, onde dantes havia pinhais com pinheiros tão altos, agora existem prédios ainda mais altos que os pinheiros. As pessoas passam por mim, alguma olha-me de lado, mas não me reconhecem, ou sequer algum dia me conheceram. Sabem gostava de ver alguma cara conhecida, alguém que olhasse para mim e disse-se:

– Á tanto tempo que não te vejo…por onde andas-te???

Por onde andei… talvez respondesse que não sei … por muitos sítios eu não sei mesmo, e por outros eu prefiro não me lembrar.
Ando um pouco pela rua, está frio, estamos em Novembro ao fim da tarde, vejo um bar aberto, entro lá.
Peço um café, e um bolo, e uma rapariga ainda nova, bonita e muito simpática atende-me . Por acaso não está ainda mais ninguém no bar, e ela mete conversa comigo:

– O Sr, não é daqui pois não?
– Sim sou, apenas fui-me embora a muitos anos. Isto está diferente, muito diferente.
– Sim é verdade, quando eu era pequena, havia aqui uns pinhais, e ainda me lembro de brincar neles mais a minha mãe. Mas a uns 12…13 anos começaram a construir esses prédios, e arrancaram os pinhais para fazer mais casas.
-É pena…eram pinhais muito bonitos, brinquei lá muito, com os meus amigos antes de…

E fiz um longo silencio… aquela maldita recordação voltou…ainda hoje não me tinha acontecido… lembro-me de ouvir o barulho dos travões, e de olhar, saírem dois homens do carro preto, um deles agarrou-me por trás e colocou-me um pano com um cheiro esquisito na cara, e levaram-me para o carro, e depois recordo-me de sentir uma picada num braço, e adormeci, e depois…

– Sr…sr… está bem???

Era a rapariga a olhar para mim, com cara de preocupada, com uns lindos olhos azuis, e eu sorri para ela e digo:

– Já há muitos anos que não estou bem, mas desculpe, viajei agora nas minhas memórias, desculpe, se a preocupei.

Olho mais atentamente para ela e digo:

– A senhora desculpe, não me interprete mal, mas a senhora tem um olhos que me faz lembrar uma antiga amiga minha que morava aqui perto, na rua da Oliveiras, ela chama-se ou chamava-se Rute.
Por acaso sabe de alguma mulher, deve ter agora uns 42…43 anos, chamada Rute com uns olhos azuis como os seus? Deve achar-me maluco, e até deve ter razão.

A rapariga olha para mim, como se me estivesse a avaliar…se ela soubesse quantas vezes eu senti esses olhares desde que fui levado dali, e responde:

– Por acaso conheço uma mulher como o sr descreveu. E deve estar a chegar aqui, ela costuma vir cá todos os dias.
– A sério???

Quando estamos fora e regressamos e já não conhecemos o sítio que deixamos para trás, quando alguém nos diz que conhece alguém desse passado, a sensação é igual ao de um naufrago, que perdido no meio do mar, alguém lhe lança uma boia.

– Sim , ela não deve tardar, é a minha mãe.
– Sua mãe???
– Sim ela chama-se Rute e temos as duas os olhos iguais…olhe é ela que ali vem.

Viro-me para trás…e não pode ser…não acredito… é ela… a Rute…está igual como eu me lembrava dela. Fico a olhar para ela a passar pela vitrine do bar, e depois a entrar no bar, a sorrir…meu deus aquele sorriso, e passa por mim, e vai até perto da rapariga do bar, trocam dois beijos na cara, e ela diz:

– Filha, isto hoje está fraco.
– Sim mãe, mas olha, este sr morou aqui a muitos anos atrás, e deve conhecer-te, pois perguntou por ti.

Ela então olha bem para mim, eu olho para ela, é ela não tenho qualquer dúvida, e quando ao fim de uns segundos, ela diz:

– Não…não pode ser… não es tu…Quim??????

Quim… á tantos anos que não o ouço…tantos quantos desde que fui raptado… sabem até me esqueci do meu nome verdadeiro, até há 3 anos atrás, durante 25 anos fui o Vitor, o nome que inventaram para mim, quando andei de local em local a ser explorado sexualmente, mas já lá iremos.

– Sou eu mesmo, Rute, e tu estás na mesma…até que enfim encontro alguém igual, ás minhas recordações.

Ela então avança para mim e abraça-me, e eu abraço ela, e pela primeira vez em décadas choro de alegria, e não de dor…de sofrimento. Estivemos longos minutos abraçados, senti o mesmo cheiro do cabelo dela, recordei o toque dela, e de uma certa maneira fiquei em paz…sabem pude tocar no meu passado, afinal era mesmo real, eu sim sou o Quim, pois o Quim acerta altura era apenas uma lembrança do Vitor. A única boa lembrança do Vitor.
Ela separa-se de mim uns instantes e volta a abraçar-me, e diz:

– Mas senta-te, Quim…senta-te. Esta é aminha filha, Maria.
– Tem os olhos iguais aos teus, por isso eu lhe falei numa Rute. Muito prazer Maria.
– O prazer é meu Quim…sabe a minha mãe de vez em quando falava-me de si… do rapaz que foi rap..
– Raptado??? Sim eu fui ..fui…levado daqui não sabes? Não tem mal nenhum falares raptado, pois foi o que aconteceu, Maria.
– Desculpe, Quim eu não queria, ser inconveniente.
– Maria, eu fui raptado a 30 anos, aconteceu. Se eu gosto de falar disso…não, não gosto. Mas foi o que aconteceu, não posso fazer nada a esse respeito. Fica tranquila, não foste inconveniente. Mas se pagares um cafezinho aqui ao amigo da tua mãe…

Ela sorriu, e o sorriso é igual ao da Rute, e diz:

– Saem dois cafés. Pago eu.

Eu fui falando com a Rute, de assuntos triviais, quando a Maria serviu os cafés e diz:

– Quim, quer ir jantar lá a casa??? Deve ter muita conversa para por em dia coma minha mãe.
– Oh não… não quero incomodar…
– Não incomodas nada, a Maria é uma excelente cozinheira, vais adorar o jantar.
– Mas Rute, e…bem… o pai da Maria…

Foi a vez de as duas ficarem um pouco incomodadas, e eu disse:

– Disse alguma coisa de mal???
– Bem… o pai da Maria, abandonou-nos era ela bebé, e soubemos a uns dois anos que ele morreu.
– Desculpem…eu não…
– Não faz mal… o meu pai…a minha mãe… foi sempre só ela, e a Maria dá um beijo na testa da mãe.
– Mas vais jantar com a gente, não aceito um não…
– Ok, ok, Rute, sei bem que quando dizes uma coisa…

E começamos os 3 a rir… que sensação boa voltar a rir com gosto junto de alguém de quem gostamos.

Entretanto chegou a rapariga que ia substituir a Maria, e fomos para casa delas jantar. Fomos a pé ela morava perto. Quando demos a volta aos prédios, foi como se viajasse no tempo…as ruas estavam iguais… vieram tantas recordações ao mesmo tempo, que tive de parar de caminhar. ali estava a rua onde eu morei, a casa onde cresci… aquela rua…onde o meu pai me ensinou a andar de bicicleta, aquela calçada onde eu brinquei com meus amigos, e onde eu me sentava á espera do meu pai quando ele regressava do trabalho. Aquela casa… ainda via a minha mãe a porta a chamar por mim para ir jantar… e aquilo foi-me tirado de um dia para o outro…sem eu fazer nada…porquê…PORQUÊ???? De repente senti-me a ser rodeado por fantasmas… via os meus amigos a tentarem agarrar-me…os meus pais a fazer o mesmo, queriam puxar-me para o passado…senti-me a ficar sufocado…começo a suar, e não aguentei mais, e começo a correr pela rua fora, a Rute corre atrás de mim, e quando me alcança e me agarra, eu abraço-me a ela e digo:

– Desculpa…desculpa…nunca deveria ter voltado…são muitos fantasmas…porquê eu, Rute…porquê???

Convém explicar, que só voltei ao sítio onde nasci, porque o meu psiquiatra disse que talvez fosse bom eu voltar, para enterrar definitivamente o meu passado e puder encarar o futuro. Muitas vezes agarrei no carro, e quando vinha a caminho, voltava para trás, mas aos poucos cada vez chegava mais perto, duas ou três vezes estive na entrada da vila, mas não tinha coragem de ir mais para a frente, tinha medo… medo de voltar e nada estar igual…medo de voltar e estar tudo igual…medo que me levassem outra vez.

– Não sei Quim…não sei…mas estás aqui…desculpa, não deveria ter escolhido este caminho, desculpa-me.
– Não tens culpa, Rute… eu é que… mas vamos, vamos sair daqui por favor.

Andamos mais um pouco até a casa onde elas moravam, uma casa nova, muito bonita.
Entrámos na casa delas, e estava muito bem decorada, e a Maria diz:

– Bem vou fazer o jantar, fiquem a vontade os dois, parece que têm muito que falar.
– Mas eu vou ajudar-te, digo eu.
– Nada disso… eu faço o jantar e depois paga-me um café…
– Pode ser, digo eu a sorrir.

Quando fiquei a sós com a Rute, eu digo-lhe:

– Tens uma filha muito bonita e simpática, Rute.
– Sim a Maria, foi a minha salvação, a uns anos atrás.
– Salvação???
– Sim Quim… sabes eu andei por maus caminhos…
– Tu???
– Sim eu… sabes quando tu….partiste, eu apanhei um grande desgosto, eras o meu melhor amigo, eras o meu namorado, lembras-te?
– Como me poderia esquecer, Rute? Sabes eu nunca deixei de pensar em ti. Mas continua.
– Eu entrei em desespero… via as notícias do teu desparecimento nos canais de televisão, nos jornais… via os teus pais desesperados…sabes que eles já…faleceram.
– Sim sei…soube quando eu consegui…escapar.
– O teu pai, começou a beber, e… aconteceu o acidente que o matou e a tua mãe a certa altura enlouqueceu…ficou extremamente magra… louca, quando via algum rapaz ela… pensava que eras tu… sabes eu via ela sair de casa e olhar para rua, para cima e para baixo…esperando-te.

Eu começo a chorar, sim eu sabia que os meus pais faleceram, mas não sabia que tinha sido assim, daquela maneira…naquela altura quis tanto, mas tanto voltar atrás…talvez se eu tivesse ido por outra rua…talvez se eu não tivesse ido jogar a bola naquele dia talvez se…talvez…talvez…se …se merda porra.
A Rute calou-se, e abraçou-me, e aí eu verdadeiramente chorei… voltei a ser o Quim.
Chorei e chorei…pedi desculpas aos meus pais…pedi desculpas a ela, Rute, e ela limitou-se a abraçar-me, não falava nada apenas me abraçou…era o que eu precisava.
A Maria entretanto acabou de fazer o jantar, e eu e a Rute, explicámos melhor a ela, o nosso passado em comum, meu e da Rute, e eu expliquei o que se tinha passado comigo, naquele dia.
Bem o jantar teve um ambiente, meio pesado, nem poderia ser de outra maneira.
Quando acabei de jantar, ofereci-me para lavar a loiça, e a Maria ficou comigo a enxugar a loiça, e começámos a falar, sabem ela fazia-me recordar tanto a mãe dela, que era como se estivesse a falar com a Rute, quando ela tinha 14 anos.
Fiquei a saber que ela estudava Enfermagem, e trabalhava em part-time no bar, para ajudar a pagar os estudos. Ela contou-me que a mãe dela a Rute é policia, trabalha como investigadora, ou inspetora.
A Rute entretanto chegou a cozinha e eu digo:

– Não sabia que eras inspetora na polícia…
– Sim sou…e por tua culpa.
– Minha???
– Sim… o teu desaparecimento… queria descobrir onde estavas…
– Bem pelo menos alguma coisa boa resultou disto tudo… bem acabei de lavar. Minhas senhoras, tenho de ir embora, aqui existe algum bom hotel???
– Ah sim existe…chama-se quarto de visitas das Rute e da Maria.
– Desculpa???
– Sim…ou pensavas que depois de te ver, ias-te embora tão depressa??? Não menino Quim…vais ficar com gente e nem discuta.
– Sim a minha mãe tem razão, tem de ficar cá Quim…
– Calma…calma…eu rendo-me…se uma Rute já é dose duas Rutes nem me dão hipóteses, fico esta noite, pronto.

Bem o serão foi bastante agradável, rimos, conversamos e a certa hora a Maria diz:

– Desculpem-me mas tenho aulas amanha de manhã…tenho de ir descansar.

E deu um beijo na cara da Rute, e disse-me adeus com a mão e foi para o quarto dela.
Fiquei mais a Rute, e ao fim de uns minutos, eu digo que também estou cansado, e queria ir descansar. Fui com a Rute até ao meu quarto, e lá ela explicou-me onde estavam mais alguns cobertores, pois era Novembro e estava uma noite fria e chuvosa.
Deitei-me, apago a luz do pequeno candeeiro, e adormeço.
Era de madrugada, e sonho com meus pais…eles a correrem para mim, e eu para eles, mas nunca mais os alcançava… chega um carro, e saem dois enormes homens, e metem-me dentro do carro, esou levado…olho pela janela de trás do carro, grito pela minha mãe…pelo meu pai…eles correm mas não me alcançam…e acordo sobressaltado, com a Rute sentada na cama, e eu abraço-me a ela.
Ela estava com uma camisa de noite branca, quase transparente, sem soutien, e eu sentia os bicos das mamas dela na minha pele do meu peito… e beijei ela na boca. Aconteceu, eu tive aquele impulso… rapidamente recuo e digo:

– Desculpa…eu não sei que me passou pela cabeça…eu…

Ela então encosta-se a mim, e beija-me na boca, e deita-se por cima de mim, aos beijos na minha boca…deixei de pensar…melhor só pensei em saborear os beijos dela, e dispo-lhe a camisa de dormir, e beijo as mamas dela, grandes, com umas aureolas castanho escuras… beijo-as…mamo nelas…ela geme…sorri…chama-me de de querido…carinho…
Puxei-a para debaixo dos lençóis e cobertores, tirei-lhe as cuecas, eu já estava nu, com o meu caralho teso, ele é grande, fui obrigado a ter um caralho enorme para… satisfazer eles e elas.
A Rute mama nele, chupa-me os meus colhões… foi a primeira vez na vida que desfrutei verdadeiramente de uma mamada…as outras vezes todas, e foram tantas, foi tudo mentira…forçado a sorrir, forçado a fingir que gostava…e fingi…mas com a Rute não… eu estava mesmo a desfrutar do toque dela no meu caralho…sentir os lábios dela nos meus colhões…a língua dela… meu deus…
Agora ela senta-se com a cona dela na minha cara, e começamos um 69, ela mama no meu caralho e eu lambo a cona dela e o rego e o cu dela…e que cu ela tem…firme…redondinho, e a cona raspadinha, que bem me sabe a cona dela… tenho que a possuir… deito-a no colchão, ela abre as pernas oferecendo-me aquele belo presente que é a cona dela, e eu, lambo-a masi um pouco e depois meto-lhe o caralho, pouco a pouco na cona dela… já a anos que eu não sou delicado com uma mulher…pagavam-me para ser bruto, ser um animal. Mas com ela, quero que ela disfrute…quero agradar ela, quero quela demonstre com gestos e palavras o prazer que lhe estou a dar…e ela faz isso, beijando-me na boca, trocando linguados comigo, acariciando-me os cabelos… enrolando as pernas dela, as belas pernas dela, á minha cintura…e segreda-me ao ouvido que quer mais…para eu enterrar mais ainda o meu caralho na cona dela…quando está todo atolado na cona dela, eu levanto-a e carrego ela ao colo, aos beijos na boca dela, a s nossas línguas a tocarem-se, dançando nas nossas bocas, ela toda atolada no meu caralho, os bicos das mamas grandes dela a roçarem no meu peito, e sento-me na beira da cama e depois deixo-me cair devagar para trás, e ela começa a cavalgar no meu caralho, devagar…olho a cara dela, ela sorri, lambe os lábios quando desliza pelo meu caralho, abre mais os olhos quando está com o meu caralho atolado até aos colhões dentro da cona dela, e levanta os braços, coloca as mãos dela entrelaçadas a volta da nuca dela e cavalga no meu caralho, e eu seguro nas mamas dela…agarro nos bicos das mamas dela e ela rebola no meu caralho todo atolado dentro dela e chama pelo meu nome, e pede para eu não parar… puxo os bicos dela devagar…com jeito e ela solta aqueles gritinhos de satisfação… eu não aguento mais, e digo-lhe que me estou a vir…ela continua a cavalgar no meu caralho e eu venho-me dentro da cona dela, e ela tem um orgasmo em simultâneo e cai para cima de mim depois.
Eu puxo então os cobertores e ela adormece, com o meu caralho atolado na cona dela, e eu também adormeço.
Dormi nessa noite como á anos que não dormia…acho que nunca dormira tão bem na minha vida, e acordo, com ela deitada ao meu lado, fazendo-me festas na cara e no cabelo, a sorrir, e deu-me um beijo na boca, e não falou nada. Levantou-se toda nua, vestiu as cuecas e a camisa de dormir, e sai do quarto. Nem 2 minutos levei sem voltar a adormecer…os lençóis tinham o cheiro dela…o cheiro do sexo que fizemos, e adormeci.
Acordo novamente, eram já 11h da manhã, visto os boxers, e a camisa, e procuro-a pela casa, mas estou sozinho. Vejo um bilhete na porta do frigorifico:

QUIM, TENS AS SOBRAS DO JANTAR NO FORNO. VOLTO ÁS 15H. ESPERA POR MIM. RUTE.

Li o bilhete, e sorri. Mas ainda era cedo para almoçar, e fui dar um duche e depois saí. Lembrei-me então que não tinha chaves, mas não fazia mal, as 15h eu estaria a espera da Rute, na porta de casa, e como tinha a carteira, comeria qualquer coisa por aí.
Então quando cheguei a rua, não sei porque mas a luz das manhãs fazem a gente ver as coisas de outra maneira, não sei explicar. Começo a caminhar até ao carro, e volto a passar pela rua onde morei…e da casa onde morei, sai um homem, de mão dada a uma linda menina, e a menina vinha de mão dada a um rapazito mais velho mas não muito mais, e ele vinha de mão dada a uma mulher bonita, e de certo modo ver eles deu-me paz… sabem, pensei que agora a casa teria pessoas felizes a habitar nela, e depois senti-me outra vez triste, porque pensei no sofrimento da minha mãe e do meu pai dentro daquela casa… e caminhei rapidamente até ao carro, e dirigi sem rumo, pelas ruas, até que passei pelo maldito local onde fui raptado…estava igual…a mesma parede, o mesmo sinal de transito. Até me vi a mim próprio lá parado…a travagem…os homens a saírem a correr, eu a olhar para eles sem falar…o pano na cara …e …PPPPPPPPPPPPIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII….
Tinha uma pequena fila de carros parada atrás de mim…voltara a viajar no tempo, como eu digo.
Peço desculpa aos outros condutores, e volto á direita e fui ter ao meu local favorito na época. Milagrosamente estava igual, quer dizer, haviam novas árvores, novos arbustos, mas no essencial estava tudo igual. Paro o carro, estaciono.
Saí do carro e começo a andar lentamente entre as árvores, procurando uma em especial, uma enorme azinheira… achei ela…procuro um ramo…bolas que parvo, em 30 anos a azinheira cresceu, e o ramo até deve ter sido cortado… mas e se não tivesse… subi então para cima da azinheira, e pouco depois achei o que procurava, um coração que fiz com o meu nome, e com o nome da Rute.
Deixei-me ficar entre os ramos da azinheira, não sei quanto tempo, recordando a minha infância, a escola…a minha primeira namorada, a Rute. Lembrei-me com ela ficou furiosa comigo quando eu lhe mostrei aquele desenho, porque eu não tinha nada que aleijar a árvore para meter lá o nome dela. Desato a rir quando em recordei disso, e ouço a voz dela, lá em baixo da azinheira:

– Pois continuo a pensar que não tinhas nada que fazer esse desenho na pobre árvore.
– Rute??? Que fazes aqui???
– Quim…são 15h40m… não te vi lá em casa, vim a tua procura…e quando vi teu carro ali parado, pensei logo que estivesses aqui…espera eu vou subir.

Ela subiu á azinheira como se fosse uma gata, em menos de 1 min esta sentada perto de mim, e deu-me um beijo na boca. E ficamos em silencio, a ouvir o vento a passar pelas folhas da azinheira. De repente a minha barriga ronca com fome, e foi tão alto, que até a Rute se assustou, e desatou a rir.

– Estou a ver que continuas a ser um comilão, menino Quim.
– Ora…mas mais fome tenho de ti…
– Queres-me comer???
– Quero…todinha…ainda existe aquela casa abandonada, onde nós antigamente íamos dar beijos na boca???
– Ainda…
– Vamos…

E descemos a azinheira e passados uns minutos estávamos na casa abandonada, e agarrei nela ao colo e beijei ela na boca… e bem dessa vez não fiamos só pelos beijos na boca…acabámos nus a foder na casa, havia um frio de rachar, mas nada importou e comi a cona dela de pé, até me esporrar dentro dela. Parecíamos dois adolescentes doidos da cabeça..
E aquela noite que era para ficar lá apenas nessa noite,, passaram a duas semanas…e finalmente me senti preparado para contar á Rute e Maria como foi a minha vida desde que fui raptado aos 14 anos, até aos 31 anos, quando escapei e depois colaborei com a polícia para ajudar a desmontar aquela rede de tráfico humano.
Antes de conversar com ela sobre esse assunto, declarei-me a ela, disse que a amava, e que queria estar sempre junto a ela, e ela disse as palavras que eu mais desejei ouvir:

– Amo-te e quero ficar contigo, Quim. Sempre te amei, e amarei.

Quando a Maria chegou a casa, ambos contamos a ela a conversa que havíamos tido, e ela abraçou-me e deu-me um beijo na cara e depois deu outro á mãe, e disse apenas:

– Sejam felizes. Eu estou feliz.

Mas havia ainda uma assunto que eu precisava de contar a elas. Os dias negros da minha vida. Só faria sentido estar com a Rute, se ela soubesse de tudo. A Maria também poderia ficara a saber, eu confio nela, e gosto mesmo dela.
Nesse dia, sentei-me na sala, e pedi para elas me ouvirem, que não me perguntassem nada, apenas no fim, e respirei fundo, e comecei:

– Rute, Maria, vou contar como foram aqueles anos…
– Mas meu amor…não precisas, disse a Rute.
– Preciso sim…preciso, e as duas têm o direito de saber, porque eu…bem quero começar uma nova etapa da minha vida contigo Rute, e contigo Maria. Mas para isso quero que saibam de tudo. Escutem-me.

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