A obsessão sexual de meu filho – Parte 5

Rogério continuava de repouso em casa, por isso suas idas à fisioterapia estavam sendo nossa única válvula de escape. As vezes ele ia enquanto eu estava no trabalho, o que para Felipe era uma frustração, mas sempre que calhava de eu estar em casa, o sexo acontecia de uma forma meio que programada.

Sempre no meu quarto, sem tirar os olhos do portão. Também nunca me despia totalmente, pro caso de acontecer algum imprevisto.

Preliminares não aconteciam mais, e o sexo durava no máximo 20 minutos. Felipe gozava apenas uma vez, e já terminávamos. Era a famosa “rapidinha” mesmo.

Tudo isso, de certa forma servia como um alívio, porém ficava aquela sensação de algo incompleto, tanto de minha parte, como principalmente da parte de meu filho. Apesar de curtir os poucos momentos que tínhamos privacidade, ele sempre expressava a sua frustração após terminarmos, e isso de uma forma geral, acabou influenciando no comportamento dele também.

Foi então que em determinada manhã, fui pega totalmente de surpresa por uma abordagem de Rogério.

– Sabe Sandra, esse período que eu estou em casa, me fez repensar muita coisa, me fez enxergar certas coisas que antes eu não conseguia.

– Do que você esta falando?

– Sobre a forma que eu tenho agido com você, com o Felipe. Acho que eu tenho sido muito negligente sobre tudo. Queria te pedir desculpas, pois sei que essa minha forma de agir acaba que sobrecarregando você. Queria que soubesse que eu estou preocupado com ele também.

– Não precisa se preocupar, eu acho que aquela fase ruim dele já passou, era coisa da idade.

– Acho que não. Tenho reparado no jeito dele esses dias. Quando você me alertou, eu não dei muita bola pra isso, mas hoje eu penso que isso é importante pra ele. Acho que já esta na hora dele ter a primeira experiência sexual. Só dessa forma ele vai tirar isso da cabeça.

Nesse momento eu gelei dos pés à cabeça. Fiquei alguns segundos calada, até conseguir administrar a surpresa.

– Mas no que você está pensando?

– Ainda não sei ao certo, essa questão alérgica dele dificulta tudo. Mas estou pensando em algumas coisas.

– Que coisas?

– Como te disse, ainda não sei. Não falei nada com ele sobre isso, gostaria que você também não comentasse nada, pelo menos por enquanto.

Após essa conversa eu fiquei super preocupada. O que será que ele estava tramando? Mas a minha maior preocupação ainda era sobre Felipe, como ele iria reagir à essa abordagem do pai? Ele conseguiria disfarçar tudo que vem acontecendo entre nós? Seja lá qual fosse a ideia do Rogério, eu precisava conversar com meu filho antes.

Nesse mesmo dia falei com Felipe. Disse que era fundamental ele agir naturalmente em qualquer conversar que ele tivesse com o pai sobre esses assuntos. Em hipótese alguma deveria transparecer o tipo de relação que estávamos tendo.

Ele me tranquilizou, dizendo que não iria dar nenhum tipo de bandeira, e, obviamente, também se demonstrou curioso pelo que estava por vir.

Por alguns dias, as coisas continuaram iguais. Rogério não tocou mais nesse assunto, e eu, obviamente, também não fiz nenhuma pergunta relacionada.

Pelo tempo que se passou, eu até cheguei a pensar que Rogério tinha esquecido, desistido desse assunto, mas numa noite, assim que nos deitamos, ele novamente me surpreendeu.

– Você percebeu como o Felipe está estranho hoje?

– Não, pra mim ta tudo normal.

– Eu venho reparando já tem um bom tempo.

– Tá, mas você ainda não me disse no que está pensando.

– Na verdade eu não ando pensando em nada, eu só tenho essa opinião de que seria bom pra ele perder a virgindade, mas a partir disso as coisas ficam complicadas.

– Sinceramente não estou entendendo, você pensa em contratar uma profissional pra ele? Você sabe das limitações dele em relação aos preservativos.

– Eu sei muito bem das limitações, esse é o único motivo de eu não ter levado ele em um Night Club ainda.

– Então?

– Acho importante estarmos aqui, tendo essa conversa, acho que é algo que deveríamos estar fazendo há muito tempo.

– Eu sempre estive aberta, o problema é que nas poucas vezes que você estava em casa, você não demonstrava interesse algum.

– Eu sei disso. Novamente peço desculpas, mas o que importa é daqui em diante.

– Isso é verdade.

– Tem algumas coisas que aconteceram, tempos atrás. Na época não achei que tivesse muita importância, mas hoje acho que devemos falar à respeito.

– Que coisas?

– Você também já percebeu que as vezes ele te olha diferente?

– Diferente como?

– Um olhar de admiração física, de desejo.

– Isso é normal da idade Rogério.

– Eu também já flagrei ele te espiando no banho, e batendo punheta enquanto olhava.

– Quando isso? Por que não me disse nada?

– Faz tempo, mais de um ano atrás, não falei nada porque achei que você iria brigar com ele, como ficam muito tempo sozinhos aqui, achei que ficaria um clima ruim, por isso guardei só pra mim.

– De qualquer forma, a gente trocou a porta, não tem mais como ele me espiar né?

– Isso não é o mais importante. O que eu estou querendo te dizer é que ele tem essa curiosidade por você, esse desejo, acho que talvez a gente pudesse levar isso em consideração.

– Continuo sem entender, onde você esta querendo chegar?

– Sandra, você sabe melhor do que eu como o Felipe é anti-social. A possibilidade dele conseguir arrumar uma namorada é praticamente zero.

– Acho que você está exagerando.

– Não, não estou. O filho do Sérgio, meu amigo, estuda na mesma sala que o Felipe, e ele comentou com o pai que o Felipe não interage com quase ninguém, tem uma rodinha de amigos de 4 meninos apenas, que só querem saber de vídeo-game e de computador.

– Eu continuo achando que você esta exagerando. Mas o que você quer dizer com tudo isso?

– Estou dizendo que ele vai continuar virgem por anos se não tomarmos uma atitude, ele precisa disso, 14 anos já é uma boa idade pra se ter essa experiência.

– De que atitude você esta falando?

– Estou pensando em nós 3 como um todo, como família, por isso estou te falando sobre isso. Ainda não faço a menor ideia de como poderia ser, por isso estou te falando, pra saber um palpite, saber a sua opinião também. Mas você não acha que seria uma atitude sensata se você ensinasse ele certas coisas?

– Coisas? Que coisas?

– É isso mesmo que você está pensando. Lições sexuais. Não me pergunte como, tudo ainda está muito vago na minha cabeça, por isso eu queria a sua ajuda, a sua opinião.

– Eu não consigo imaginar nenhuma forma disso acontecer.

– Pra mim tudo são planos ainda, mas eu te garanto que poderia fazer as coisas acontecerem de um jeito natural, eu planejaria tudo. Mas antes de qualquer coisa eu queria saber a sua opinião, o seu ponto de vista, pra saber se estou viajando demais na maionese, ou se posso evoluir no meu planejamento.

– Rogério, eu nem sei o que dizer.

– Você não faria isso pro bem dele?

– Isso o que exatamente? Fale exatamente o que você está pensando.

– Apenas me dê alguns dias. Preciso pensar nisso com mais calma. Só quero que você me diga. Pelo bem do nosso filho, você aceitaria expor algumas intimidades pra ele?

– Olha Rogério, você está me deixando preocupada. Mas pelo bem do Felipe eu estou disposta à qualquer coisa, acho que qualquer mãe no meu lugar estaria. É isso que você quer saber?

– Sim, apenas isso. Como eu te falei, me dê alguns dias.

Nesse dia foi difícil conseguir dormir. Eu tinha muitas dúvidas sobre o que estava por vir. O que de fato o Rogério tinha em mente? Será que ele tinha desconfiado de algo? Ou estava apenas preocupado com nosso filho, como eu também estava antes disso tudo começar?

A única certeza que eu tinha, era de que precisava conversar com Felipe o quanto antes, as coisas estavam caminhando pra um nível nunca antes imaginado.

Continua…

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