# #

anjos inocentes 24

1154 palavras | 0 |3.88
Por

Acordei no outro dia muito mal pelo jeito com que meu primo me tratou, eu olhei do lado e ele dormia tranquilamente, me levantei e fui ao banheiro, fiz minhas necessidades e escovei meus dentes, cheguei à cozinha e encontrei meus pais lá com meu tio e minha tia.
—oi Thiago, dormiu bem querido? – minha tia perguntou.
—dormi sim tia.
—vem cá Thiago, nos de um abraço que já estamos indo embora – meu pai disse.
—fica mais um pouco – eu pedi a eles.
—não podemos filho, a gente precisamos ir, tem certeza que você vai ficar bem?
—tenho sim pai, obrigado – eu disse e dei um abraço bem longo e apertado neles – tchau pai e mãe, deus os acompanhe – eu disse com meus olhos lacrimejando.
—hum que abraço gostoso, nós vamos sentir saudades, se precisar você nos liga está bem? – minha mãe disse emotiva.
—sim mãe, pode deixar.
—fica com deus querido – minha mãe disse novamente.
Não foi fácil a despedida dos meus pais, após isto meu tio foi trabalhar em sua pequena oficina que fica ao lado de sua casa mesmo …sim, hoje é domingo, más ele disse que tinha que terminar logo um serviço que ele já estava atrasado nele, então o tempo é precioso para ele…ali não tinha muita coisa a se fazer, eu estava louco para dar uma volta por aquela pequena cidadezinha, conhecer novas pessoas, más antes eu precisa trocar algumas ideias com meus amigos, eu peguei meu celular que deixei a noite inteira carregando e logo vi muitas mensagens do Júlio, o coitado devia estar se sentindo mal pela forma que nos se despedimos ontem.
—oi Júlio – eu enviei a mensagem e imediatamente foi visualizada por ele que mandou outra de volta,
—oi Thiago, graças a deus que me respondeu, me desculpa por ontem, estou me sentindo muito mal por isso.
—não esquente Júlio, eu te compreendo.
—me perdoa Thiago, por favor.
—eu não tenho o que perdoar Júlio, você é meu amigo, fica tranquilo, esquece isso.
—volta por favor.
—eu não posso, me desculpe meu amigo.
—tira os pés da minha frente seu folgado – João Pedro disse após acordar querendo ir para a cozinha.
—desculpa primo, foi mal – eu disse tirando meu pé que estava apoiado no encosto do outro sofá.
—filho, não fala assim com seu primo – minha tia disse ao seu filho.
—há, que se dane ele, me da dez reais logo que eu vou sair com meus amigos.
—eu não tenho dinheiro pra te dar, é todo dia você me pedindo dinheiro, eu já não aguento mais, se quiser vai pedir ao seu pai lá na oficina.
—eu não vou pedir pra ele, você sabe como ele é, eu quero que você me da.
—más eu já disse que eu não tenho.
—DROGA, DROGA, DROGA – ele disse e veio se sentar ao meu lado no sofá.
—você não tem Thiago? me empresta, depois eu te pago.
—eu não tenho primo, se eu tivesse eu te emprestava.
—droga …nem pra isto você serve, não sei o que veio fazer aqui.
—o que esta acontecendo com você primo?
—não é da sua conta.
—você era tão legal, não sei por que esta me tratando tão mal deste jeito.
—meninos, eu vou sair, vou lá na casa da minha amiga, logo eu volto, e trata bem o seu primo ai João Pedro.
—tá mãe, pode ir tranquila – João Pedro disse.
Bom, eu continuei conversando com o Júlio sem dar muita atenção ao meu primo, troquei mensagens com o Guilherme e o Gustavo também.
—hei! O que você esta fazendo primo? – eu disse ao velo revirando as gavetas no quarto dos meus tios.
—cala a boca Thiago, e se contar para os meus pais eu vou te bater muito, você entendeu moleque – ele disse me segurando pela camiseta.
—eu não sou burro, eu sei o que você esta fazendo, você esta roubando dos seus pais – eu disse e me soltei dele.
—só vou pegar alguns trocados, eles nem vão perceber.
—más mesmo assim não pode, esta errado, isso é roubo, vou contar para meus tios.
—experimenta falar alguma coisa pra ver, se contar você esta fudido, eu vou te dar uma surra, agora sai da minha frente – ele disse e saiu após achar um maço de dinheiro, más pegando alguns trocados e deixando o resto no lugar que estava.

Eu decidi segui-lo de longe sem que me visse, ele foi até uma casa velha de madeira onde se tinha algumas pessoas mal encaradas, não sou tão bobo assim, logo percebi do que se tratava e não podia acreditar, meu primo estava envolvido com drogas, isso explicava o comportamento dele, após ele sair de lá ele foi até uma rua deserta e sem saída e encontrou dois amigos dele com caras de manos e muito mal vestidos, ele tirou um negocio do bolso, ele esfregava aquilo na palma de sua mão e então começou a enrolar num papel, era um cigarro de maconha, voltei para casa muito mal com tudo isto, me deitei na minha cama muito triste por ele e por meus tios, após um bom tempo ele chegou, pegou um vidrinho e pingou nos olhos e se deitou.

—primo, eu vi o que você estava fazendo.
—O QUE?! VOCE ME SEGUIU SEU MOLEQUE FILHO DA P……
— eu segui sim, você esta mexendo com drogas.
—CALA A BOCA CARALHO, SE CONTAR ISTO PARA ALGUEM EU TE MATO –ele disse e me empurrou me fazendo cair.
—eu não vou contar, más você tem que parar, drogas é ruim – eu disse me levantando.
—e o que um pirralho como você sabe disto? – ele perguntou muito bravo.
—eu sei que drogas são errado, elas estragam a nossa saúde e a nossa integridade, meus pais sempre me ensinou sobre isto e disse que precisamos ficar longe delas, elas nos destroem e destroem as nossas famílias, hoje é só isto, más com o tempo você vai querer mais e vai se tornar um criminoso para comprar isto, pense em como meus tios vão sofrer com você, pare por favor.
—há, quer saber …vai te fuder – ele disse e saiu novamente muito furioso, más eu percebi que ele demonstrava um olhar de tristeza.

Eu peguei um copo de agua e me sentei à mesa, e enquanto eu ia bebendo devagar a agua para me acalmar eu fiquei pensando …acho que eu preciso fazer alguma coisa, eu não vim aqui por acaso, eu preciso salvar o meu primo e tirar ele deste caminho que só leva a destruição de muitas famílias.

Avalie esse conto:
PéssimoRuimMédioBomExcelente
(Média: 3,88 de 8 votos)

Por # #
Comente e avalie para incentivar o autor

Nenhum comentário

Talvez precise aguardar o comentario ser aprovado
Proibido numeros de celular, ofensas e textos repetitivos