Confissões

Não é exatamente um conto, é só um relato da minha podridão

Eu sempre tive uma libido intensa pra caralho, desde muito pequeno. Com X anos eu já tinha descoberto sozinho o que era punheta e com X eu já tinha sido molestado por uma tia e um primo. Depois disso chegou em casa o computador e a internet e eu pude descobrir mais e mais coisas: nesse processo, eu e meu primo (temos a mesma idade) começamos a brincar juntos: assistíamos filme pornô no PC e depois tentávamos imitar as posições. Dois vizinhos, amigos nossos, da mesma idade, também chegaram a participar alguns vezes, mas normalmente éramos só eu e o meu primo. Foi legal por alguns anos, até que meu primo se mudou pra longe da minha casa e ele decidiu que era hétero. Nunca mais tocamos no assunto. Por causa disso, arranjei um outro primo: ficamos uns 2 anos nesse rolê e ele também decidiu que era hétero.
Nisso eu cresci, cresci e me entendi um cara gay, mas eu nunca mais consegui transar com ninguém nos últimos 8 anos, porque eu sou um lixo: sou feio, gordo, chato, afeminado, não sei falar, muito menos seduzir. Os caras fogem de mim. Isso me fez perceber que, sendo como eu sou, eu nunca conseguiria um cara e eu não queria isso. Minha libido só aumentou ao longo desses anos e, pra competir com ela, a minha baixa autoestima também aumentou. Eu comecei a explorar coisas cada vez mais intenss na internet porque, na minha cabeça, uma pessoa “normal” nunca iria se interessar por mim, então quem sabe não seria mais fácil uma pessoa “estranha” não se interesssse?
Comecei então com coisas “leves” que você encontra em qualquer site pornô: BDSM, mijo, estupro, incesto… Foi legal por um tempo, mas daí eu encontrei outros conteúdos: scat, zoofilia… Nisso também encontrei palavras como “gooner” e “bator”, mas só bater punheta vendo caras melhores que eu transando não era suficiente: eu me sentia um lixo sabendo que eu nunca conseguiria o que eles tinham e fui perdendo o tesão. Eu queria algo mais “real” e o mais próximo que eu conseguiria de real eram os banheirões e o Omegle.
Banheiros públicos estão cheios de gays enrustidos, homens casados, normalmente acima dos 40 anos e que só estão afim de dar uma gozada. Eles só querem um buraco quente, o primeiro que aparecer, e eu sempre estava disponível. O primeiro cara que mamei foi num banheiro de rodoviária e eu adorei aquela sensação, me senti uma puta imunda. Saber que eu poderia dar prazer pra outros caras me satisfazia muito, mas também não era suficiente: não era sempre que eu encontrava alguém pra mamar e volta e meia eu era rejeitado por algum cara e, então, eu voltava a me sentir um lixo.
O Omegle surgiu nesse momento em que eu queria mais opções: “tudo bem que eu não vou conseguir ninguém na minha cidade, mas o Omegle atende o mundo todo e alguém nesse mundo vai me querer”, era assim que eu pensava. No começo funcionou porque eu sou afeminado então muitos caras gozavam pra mim achando que eu fosse uma mina, mas o tempo foi passando e eu fui ficando cada vez mais feio: chegou uma hora que eu decidi usar as tags do Omegle pra achar gente safada como eu: “dirty”, “gaysex”, “taboo”, “heavy”, “extreme”… Às vezes funcionava, às vezes não. Eu adorava me exibir pra velhos que só me viam como lixo e fonte de prazer.
Um dia eu coloquei as tags “perv” e “pervert” e tudo mudou. Não achei que fosse acontecer nada demais, mas descobri um mundo extremamente horrível e eu gostei. Eu conversava sobre as priores coisas e recebia links com mídia de tudo quanto é tipo. Quando percebi, eu estava imerso nessa realidade e meu passatempo favorito tinha se tornado passar as noites chapado batendo punheta pras maiores loucuras que eu pudesse encontrar. Depois disso eu comecei a explorar outros espaços, como o twitter e o telegram.
Eu me sinto extremamente culpado por isso e tentei parar várias vezes parar, mas daí eu penso que sou um lixo e o melhor que posso fazer é me acabar na punheta vendo coisas nojentas.
Eu quero me tornar alguém melhor, mas não sei como.

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