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Entre amigos – Parte 2

1908 palavras | 5 |3.63
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O dia mal tinha começado e eu já estava no pique. Minha mãe até estranhou.

– Que animação toda é essa? – disse ela tomando o café.
– Nada ué. Só acordei de bom humor. – respondi.

Nunca pensei que diria isso, mas eu estava doido pra chegar na escola. Logo me apressei e fui tomar banho. Como meu pai sai bem cedo, nem vejo ele quando acordo. Minha mãe sai de casa um pouco antes de mim, então eu tranco a casa antes de ir. Curiosamente, ela ia ter que chegar mais cedo no trabalho e eu aproveitei um pouco os minutos que teria sozinho. Apesar de sermos só nós três em casa, não tenho lá muita privacidade. Mas naquela hora não aguentei. Fiquei pensando no Vitor a noite inteira…

Bati uma gostosa em baixo d’água. Na minha cabeça só tinha espaço pra nós dois.

Quando me vesti, fiquei pensando como faríamos de novo. Não dava pra simplesmente ir pra case dele como antes. Daquela vez tive que mentir com o lance do trabalho, mas dessa vez não achei que ia colar.

– Quer saber, que se foda. Vou pensar em algo quando chegar lá.

Peguei mina mochila, tranquei a porta e fui. Estava um pouco frio, então botei minha jaqueta e meti o pé.

Chegando lá, encontrei Vitor já na sala. Ele estava usando uma blusa de lã, tipo um suéter, e a cara de tédio dele era hilária. Parecia que estava só esperando eu chegar.

– E aí? – falei, sentando ao lado dele.
– E aí, beleza?! – disse ele com um sorriso.
– Tranquilo.

– Aí, ontem foi daora.

Foi só ele dizer isso que já me animei.

– Foi mesmo. E aí, quer repetir a dose? – brinquei.
Ele riu.

O dia correu normalmente. As aulas pareciam um pouco mais interessantes, o que era estranho pra mim. Mas com ele as matérias eram tão fáceis. Se eu não entendesse algumas coisa, ele explicava de boa. Quem dera algum dos meus amigos fosse assim. Eu não era lá um dos melhores, mas comparado a eles, era de longe o mais inteligente. Já Vitor era um aluno exemplar, daqueles que os burros da sala sentem raiva por ser o queridinho dos professores. Mas lá era tranquilo, ninguém parecia ligar. O que era ótimo, pois eu tinha ele só pra mim. Algo que tínhamos em comum era que nenhum de nós era popular, logo não falávamos muito com os outros alunos. Sentia que era eu e ele contra o mundo, e era muito bom.

Faltando pouco pra aula acabar, o professor já estava apagando a lousa.

– Você vai lá em casa hoje? – sussurrou Vitor.
– Não sei se vou poder… O que digo pra minha mãe?

Ele sacou que minha mãe não é do tipo que deixa o filho sair o dia todo. A mãe dele também era assim, mas com ela era mais tranquilo. Vitor podia ir aonde quisesse, contanto que avisasse. Eu não tinha a mesma sorte. Mesmo não sendo mais criança, ainda era assim.
Enquanto estávamos pensando numa boa história pra eu contar, o professor fez um anuncio:

– Pessoal, não esqueçam que semana que vem começam as provas bimestrais. Então, estudem.

Imediatamente, Vitor cutucou meu ombro.

– Aí, sera que sua mãe deixa você estudar na minha casa?
– Ah, pelo que conheço ela, com certeza.
– Fechou, então. – disse ele.

O sinal bateu e guardamos nossas coisas.

– Vou passar em casa rapidinho pra levar minha mochila.
– Ué, por que não leva ela? – ele perguntou.
– Huh, não acho que vou precisar dela, né? – respondi.
– Pensei que a gente ia estudar…
– Ah, sério?…
– Esqueceu que minha mãe vai estar lá? Ela só sai pra trabalhar às cinco.
– Como fica então?
– Relaxa, eu tenho um plano. – disse dando um piscadinha.
– Ok, se você diz…

Pegamos nossas coisas e partimos pra casa do Vitor. Fui o caminho inteiro me questionando qual seria o plano dele. Assim que chegamos lá, encontramos a mãe dele regando as plantas no jardim da frente.

– Oi filho, oi João! – disse ela.
– Oi mãe.
Apenas acenei.

– Mãe, o João pode ficar essa tarde?
– É que vamos estudar pras provas da semana que vem… – falei.
– Claro que ele pode ficar. – ela disse com um sorriso.

– Entrem, vou fazer um lanche pra vocês.
– Não precisa mãe, a gente já comeu…
– Ah, Vi… Se você não quer, vou fazer para o João. Você aceita não é, querido? – disse olhando pra mim.
– Não precisa se incomodar… – falei meio sem jeito.
– Que isso, não é incomodo nenhum. Vou pra cozinha agora. – disse com um grande sorriso e entrou.

– Esquece cara… Ela te ama agora… – cochichou Vitor.
Eu ri.

Fomos para o quarto dele e pegamos nossos livros. Vitor puxou uma mesinha para usarmos de apoio e colocamos tudo lá. A mãe dele já estava na cozinha preparando nosso almoço. Ela era muito gentil, acho que gostou mesmo de mim. Será que eu era o primeiro amigo que Vitor trazia pra casa? Por isso ela estava tão satisfeita? Sei lá. Vitor não era muito de conversar com os demais alunos, era uma sorte ter ele por perto. Em outra situação eu não estaria gastando minha tarde estudando, mas ele explicava tão bem… Acho que ser tão gato ajudava a me manter concentrado também. Eu prestava muita atenção nos lábios dele, mas não ouvia tudo e ele tinha que repetir, hahaha. Fazer o quê?
A mesinha que estávamos usando era baixinha, então ficamos ajoelhados no chão em volta dela.

– Vocês não preferem ficar na mesa da cozinha, meninos?! – gritou a mãe dele da cozinha.
– Não, mãe! Tá bom aqui! – gritou Vitor.
– Tá bom! Mas depois vão ficar com dor nas costas!
– Aff, mãe deixa a gente se concentrar!
– Eu hein, só queria ajudar!

Confesso que ri disso. Era hilário esses dois.

Depois de uns dez minutos falando sobre as formulas de física, Vitor virou pra mim.

– Olha, aqui você subtrai esse número aqui…
– Qual? – perguntei.
– Aqui ó… – ele se aproximou de mim e botou a mão sobre a minha calça.

Eu arrepiei na hora.

– O que vai fazer? – sussurrei.
– Shhh… – disse ele com o dedo na boca.

– Esse número aqui que é pra subtrair… – disse ele um pouco mais alto.
– Ficou maluco? E se sua mãe pegar a gente? – cochichei.
– Relaxa, não vai… – sussurrou ele.

Eu percebi que ele queria fazer, mas estava com medo de sermos pegos. Serio, a mãe dele estava só alguns metros de nós. Vitor tinha ficado doido de vez. Ele começou a desabotoar minha calça enquanto escrevia com a outra mão.

– Cuidado… – sussurrei.

Ele enfiou a mão dentro da minha calça e começou a massagear meu pau. Eu não aguentava aquilo. O medo de ser pego era grande, mas a sensação de sentir a mão dele em mim era maior, muito maior…
Ele massageava devagar, meu pau a tava molhado de tanta tesão. Minha garganta pegava fogo e eu respirava bem lentamente. De repente, Vitor vira o rosto pra mim e começa a beijar meu pescoço. Eu não esperava por isso e acabei puxando o ar bem fundo. Ele viu e riu baixinho. Fiquei vermelho de vergonha…

– Tá gostando, é? – disse ele.

Eu não respondi, apenas segurava o lápis com força. Minha mão não parava de tremer e Vitor beijando me pescoço sem parar… Eu estava quase gozando, mas segurei a mão dele.

– Espera, espera… – falei baixinho.
– Por quê?
– Para, Vitor… Por favor, para… – praticamente implorei. Eu não ia aguentar mais.

Ele viu que eu estava falando sério e parou. Foi bem a tempo, pois a mãe dele colou no quarto logo em seguida.

– A comida da pronta, meninos! Venham, enquanto ainda tá quentinho. – disse ela da porta.
– Tá mãe, já vamos… – disse ele.
Ela assentiu e voltou pra cozinha.

[…]

– Ufa… – respirei aliviado.
– Quase hein… – disse ele com um sorrisinho malicioso.
– Nem me fale…

– Desculpa… – disse ele, mas sério dessa vez.
– Tudo bem…
– Não, João… Me desculpa, de verdade…

Ele parecia mesmo arrependido.

– Tudo bem, sério. Eu não tô bravo. – respondi
– Mesmo?
– Aham, de boa.
– Tá bom…

– Então… Vamo lá? – perguntou ele.
– Pode ir, já tô indo.
– Ok.

Eu fechei minhas calças e fomos pra cozinha. Juro por Deus que meu coração parou por meio segundo naquela hora. Nunca tive tanto medo de ser pego desde o dia que quebrei a xícara preferida do meu pai, e aquilo foi quando tinha uns 9 anos. Não sei como Vitor teve bolas pra fazer aquilo e ainda com a porta do quarto aberta. Ele era maluco…

Mas eu adorei aquilo. Confesso que bateu um aperto quando ele fez aquela carinha de arrependido… Parecia um cachorrinho. Não teve como não perdoar.

Depois de comer, voltamos para o quarto. Dessa vez Vitor ficou na dele, resolvemos nos concentrar de verdade, haha. Passado algumas horas, guardamos os livros e fomos jogar um pouco. A mãe dele já estava saindo para o trabalho. Se não me engano, ela trabalhava num supermercado, no turno da noite. Vitor ficava em casa sozinho durante esse período. Ele tinha sorte, nunca fiquei sozinho durante tanto tempo.

– Tô indo Vi, beijo. – disse ela.
– Beijo mãe. – respondeu ele.
– Puts!! – disse eu.
– Tudo bem, João? – perguntou ela.
– Já são 5:30! Tenho que ir pra casa, senão minha mãe vai ficar fula da vida…
– Eu posso te dar ma carona, se quiser querido… – disse ela.
– Ah não, não precisa. Eu vou rapidinho… nossa me esqueci geral. – me apressei e peguei minha mochila.
– Não esquece seu caderno de física! – disse Vitor.
– Valeu. Tchau gente, até mais! – falei voando pela porta.
– Tchau, João! Cuidado! – gritou ela.

[…]

Cheguei em casa antes da minha mãe, ainda bem. Mas fui que nem um foguete. Se ela chega e vê que eu não estou lá, eu ia ouvir um monte. Vou ter que pensar nisso na próxima, não posso esquecer. Se ela já estiver sabendo, aí tá tranquilo… Mas acabei esquecendo mesmo.

– Culpa do Viitn, com esse plano dele… – pensei comigo.

Enfim, consegui chegar a tempo de tomar um banho e trocar de roupa. Minha mãe nem desconfiou que estive fora a tarde inteira. Mas passei o resto da noite pensando…

– Vitin é doido… E seu gozo naquela hora? A gente taria fudido, certeza…

Tive que bater uma antes de dormir. Fiquei muito na vontade…
Conseguia sentir ele passando a língua no meu pescoço. Cara, aquilo foi uma delícia. Nunca tinha feito isso antes. Lembrei da mão macia dele segurando meu pau… Nossa… ele quase me fez gozar…
Me coração pulsava de pensar nisso e acabei molhando a cama sem querer, hahaha. Queria ter tido mais tempo aquela tarde, mas tudo bem. Foi bom de qualquer jeito.

[…]

– Qual será o próximo plano dele?…

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5 Comentários

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  • Responder Quick ID:1dab8y8mk7l9

    Ah eu leria uma série inteira desse conto

  • Responder Gustavvo ID:gqbjxt9d0

    Cadê a continuação?? Muito bom!

  • Responder Anônimo ID:2ql40i39q

    Simplesmente INCRÍVEL!!!

  • Responder Sony ID:1us5pxjq

    Pode continuar que está top demais.

    • Jonh leitor ID:1ew3nljadfxp

      Olá.sony queria saber que dia vc vai continuar a sua história dos anjos do condomínio estou aflito para saber Obque aconteceu não demora mais por favor