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A nova realidade que mudou o mundo – parte 48: Elas por elas, parte 2

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Parte 2 (Escravas públicas)

Terrível saudade

No dia que a lei entrou em vigor, a jovem garota magra, esguia e alta para a idade, com apenas quatorze anos, vinda de uma família simples, mas onde o amor nunca faltou, viu seu mundo se transformar em um inferno de uma hora para outra. Essa garota era Leila, uma menina de periferia, com beleza comum, e que pelo destino de sua posição social, não foi escolhida por ninguém, nem mesmo seu irmão e pai, e acabou sendo registrada como uma escrava pública, sendo levada para garantir o trabalho essencial para sua cidade.
Jovem, terminando o ensino fundamental, de cabelos encaracolados e castanhos, olhos grandes e escuros como uma jabuticaba, magra, mas com curvas bem definidas na cintura, e com seios bem pequeninos, que mal tocavam o tecido de sua camiseta no uniforme escolar, ela não era uma menina feia, tinha um sorriso bonito, e um charme que lhe tornava atraente. Sem roupas, ela ostentava um par de mamilos bem amarronzados e pequeninos, parecendo duas verrugas simétricas em seu tronco, um umbigo saltado que contrastava com uma barriga chapada, coberta de uma penugem fina e quase transparente, que fazia um lindo caminho até uma virilha bem definida. Suas pernas eram bem separadas, e sua bucetinha virgem naquele momento era bem visível tanto para quem a via de frente, quanto para quem olhasse para sua bunda. Uma buceta saliente, torneando um monte moderado entre as pernas da garota. Quando sentada ou deitada com as pernas abertas, sua bucetinha era avermelhada, com lábios grandes e abertos, um clitóris saltado e toda enrugada nos montes laterais da vagina. Lembrava até a pele de um testículo, e como toda jovem, ela ficava úmida com muita facilidade. Sua bunda redonda e bem pequena, pareciam dois pães caseiros, lisos e tornados pelo caminhar.
Nos primeiros dias como escrava pública, pela tenra idade que tinha, foi habituada ao trabalho e ao sofrimento com muito esforço e lágrimas. Enviada para um galpão, que naquele momento ainda não haviam sido construídos galpões específicos para o armazenamento de escravas, ela foi colocada em um prédio velho, que alguns anos antes havia sido a prisão da cidade, mas que pelas condições precárias, foi transferida para uma cadeia nova, e aquele lugar ficou abandonado, e como nunca foste demolido, agora o velho prédio serviria de hospedagem as novas escravas públicas, até que os galpões fossem feitos para esse fim. Era um local úmido, caindo aos pedaços, com pichações e muita sujeira nas paredes, onde um número imenso de mulheres e meninas foram colocadas em celas, trancadas como presidiárias, porém em condições muito piores que qualquer preso já tenha vivenciado naquele lugar. Elas estavam nuas, com as mãos acorrentadas, descalças e desesperadas com aquela situação. Da mais jovem menina, a mais velha mulher, todas escorriam suas lágrimas de medo, tristeza e desespero, que faziam as noites naquele lugar serem terríveis tanto pelo frio em seus corpos, quanto pelos lamentos de sofrimento.
Foi nessa prisão velha que Leila foi pendurada pelos pulsos, e chicoteada com fios de cobre até que sangrasse, também foi no pátio desse lugar, que ela numa fila macabra, viu todas as mulheres a sua frente darem gritos horrendos ao serem marcadas como gado, com um ferro em brasa, tornando o cheiro de carne queimada uma lembrança inesquecível para ela, até que na sua vez ela foi a dona do grito de pavor pela dor que sentiu ao sentir o aço queimando sua pele. Foi na cela de apenas quatro metros quadrados, com quem dividia espaço com mais trinta e cinco mulheres, que ela recebeu seu primeiro banho de água fria com uma lavadora de pressão, e teve que ficar sob gás lacrimogêneo todas as noites por uma semana.
Foi no pátio dessa prisão, que ela perdeu sua virgindade, sendo estuprada por um cabo de vassoura, enfiado com sadismo em todos os seus furos, e nesse mesmo pátio, ela participou de várias simulações de enforcamento, onde homens as penduravam pelo pescoço, mas antes que elas desmaiassem, eles as deixavam caírem, ficando um horror gravado em suas mentes, pois nunca saberiam se algum dia seria até o final essas sessões. Ali, entre grama e folhas caídas, Leila foi obrigada a beber urina pela primeira vez na vida, que ela fez com muito nojo, chorando de tristeza pelo que estavam obrigando-a a fazer. Ela se sentia suja, imunda, impura e ficava muito mal pelo nojo que aquilo causava nela. Ela foi para a cela fedendo mijo, e ficou em silêncio toda a noite, se sentindo a mais inferior das criaturas, como se fosse um lixo, desejava morrer, queria que a sua vida acabasse de alguma forma. Porém na manhã seguinte, ela seria novamente testada, dessa vez, sendo colocada em fila com todas as mulheres de sua cela, ajoelhadas, e um homem com uma colher de pau e um balde de lata, enfiava a colher em fezes humanas, provavelmente dos guardas, ou que fora coletada nas celas, já que elas não tinham banheiro, e enquanto um guarda abria a boca da escrava a força, ele enfiava aquela colher na boca delas, obrigando-as a comer aquilo. Era terrível, o cheiro era insuportável, as mulheres tinham ânsias, mas como tinham os narizes tapados, engoliam para conseguir respirar. Leila sentia enjoo, e quando chegou a sua vez, ela tentou refugar, mas levou um chute nos rins, e em um reflexo involuntário, abriu a boca, engolindo uma porção generosa de fezes esverdeada e pegajosa. Ela torcia para que aquilo fosse só um pesadelo ruim, mas a realidade daquele gosto intragável que ficou em sua boca pelo resto do dia, lembrava ela da sua condição insalubre de vida.
Seu primeiro emprego foi coletando lixo, sendo levada caminhando atrás de um caminhão, com as mãos impossibilitadas de ser usada, ela pegava aqueles sacos e sacolas de lixo com a sua boca, e colocava no caminhão. O lixo fedia, muitas vezes o chorume molhava os sacos, e acabavam tocando seus lábios. Era um trabalho cansativo, e ao terminar a jornada, ela estava exausta e imunda de suja. Sorte dela que foram só dois meses nessa função, até que ficasse definido que esse era um trabalho para negras e orientais, e então ela foi levada para o recém-criado trabalho de luminária, ficando um ano sendo presa de ponta cabeça em um poste, com uma vela enfiada no cuzinho e outra na buceta, enquanto espera a vela queimar e a noite ir embora.
Desse tempo convivendo com velas acesas enfiadas em seu corpo, ela ainda traz, quase uma década depois, as cicatrizes e marcas de queimaduras em sua virilha e períneo, das noites que a cera quente escorria por seu corpo, e que o fogo das velas alcançava seus pelos pubianos. Naquela época, as velas ainda eram normais, não eram velas feitas para esquentar e não queimar, que só chegaram algum tempo depois. Eram velas de sete dias, das mesmas usadas em igrejas e terreiros, que queimavam mais rápido que o nascer do Sol, e não era raro que uma escrava peluda tivesse os pelos queimados durante a noite, causando queimaduras nas partes íntimas das escravas. Do tempo das velas, além das cicatrizes, e da lembrança da dor que era ficar de ponta cabeça sendo queimada aos poucos, ela guarda a triste lembrança do dia que seu irmão passou por ela na avenida da cidade, e ao invés de ajudá-la, ele pegou um alfinete, e perfurou seu mamilo esquerdo, e depois ainda deu dois socos no seu rosto. E não satisfeito, ele arrancou a vela do cuzinho da sua irmã caçula, e usou as chamas da vela para queimar os seios de Leila, que pela mordaça, não conseguia gritar, nem xingar aquele maldito rapaz.
Desde esse episódio com seu irmão, ela ficou deprimida, seu olhar é vazio, e ela aos poucos foi perdendo a vontade de falar, foi como se uma doença tomasse sua alma, e fez ela morrer por dentro.
Hoje Leila está vazia, com a mente destruída, já condicionada ao pavor, e sem esperanças, ela chora pouco, e há anos não sabe o que é sorrir. Sua maior dor é emocional, e seu desejo de morrer já nem existe mais, ficando somente o vazio interior, que deixa ela apática e animalesca. Seu trabalho atual é puxando uma carroça de alimentos entre uma fazenda e uma cozinha industrial, e antes mesmo dos vinte e cinco anos, ela aparenta ser uma senhora, marcada por rugas, cicatrizes e vários fios de cabelos brancos. No pouco tempo que consegue dormir, seu sono é agitado, e ela tem pesadelos com seu irmão e seu pai. E os poucos momentos em que ela ainda possui algum desejo pela vida, ela sonha em rever sua mãe.
Dessa maneira, a vida cruel na escravidão, transformou a jovem garota vadia, em um animal de cargas sem sentimentos, que almeja pela única paz que pode ter, que é os curtos momentos de descanso no galpão. Nem a morte pode libertar ela dessa dor imensurável e contínua.

(Se quiserem, falo sobre mais alguma escrava)

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4 Comentários

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  • Responder Passaro sujo ID:1eu5p0stxqe9

    Olá, me conte mais sobre essas escravas em meu email : [email protected]
    Tenho algumas histórias semelhantes para compartilhar convosco😏

  • Responder Mano Menezes ID:8d5ezeorqj

    Caralho, fudeu mais com a vida da guria, que eu o Corinthians

  • Responder César ID:5ribdj849i

    De onde você tira as ideias? Quiser conversar, me chama no tele: @autorcruel

  • Responder Rasgador de toba ID:46kphpc1d9a

    Você tem uma crueldade que não se vê todos os dias. Parabéns