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Caminhos do coração #3

1896 palavras | 3 |4.25
Por

CAMINHOS DO CORAÇÃO

INTERLÚDIO

Quando minha mãe disse isto eu fiquei morrendo de vergonha, a Clarinha rachava o bico de rir, fui correndo para o meu quarto vestir uma cueca e fiquei lá por alguns minutos até passar todo esse constrangimento, voltei pra sala mais vermelho que um pimentão, meu pai já tinha tomado seu banho e estava na sala assistindo televisão e esperando a janta.
Quando minha mãe disse isto eu fiquei morrendo de vergonha, a Clarinha rachava o bico de rir, fui correndo para o meu quarto vestir uma cueca e fiquei lá por alguns minutos até passar todo esse constrangimento, voltei pra sala mais vermelho que um pimentão, meu pai já tinha tomado seu banho e estava na sala assistindo televisão e esperando a janta.
—oi filhão, senta aqui comigo – ele disse quando me viu dando um tapinha no sofá.
—eu também quero pai.
—Claro filha, senta aqui do outro lado.
—você não ia tomar banho sua chata? – eu perguntei.
—Vou na hora que eu quiser, você não manda em mim.
—crianças! …se forem pra ficar brigando ao lado seu pai eu faço todo mundo sair da sala, ele está cansado …e você Clarinha! …vai já pro banho.
—é meus filhos, sua mãe está certa, vocês dois tem que se respeitarem mais …e pode ficar mais um pouquinho com o papai filha, depois você vai tomar seu banho.

Ele disse e nos abraçou com seus braços grossos e colocou suas mãos calejadas do trabalho em nossos ombros, ele me fazia sentir tão seguro e protegido.
-E aí filhão, como foi o seu dia?
—Foi bom pai, eu joguei futebol com meus amigos, até que enfim o Severino liberou um horário pra gente hoje.
—e quem ganhou?
—o outro time, aquela anta do Pedro errou o passe no último lance e ainda me culpou dizendo que fui eu que errei, ai acabou o tempo.
—não pode ficar bravo com ele filho, vocês são amigos e o importante é se divertir. E você filha? …como foi o seu dia?
—nada de interessante pai.
—Ela não fez nada porque só gosta de ficar trancada em casa pai.
—cala a boca seu chato.
—o seu irmão está certo filha, você tem que sair mais, conversar mais com suas amiguinhas, ficar em casa até que é bom, mas muito também não é saudável.
— e o senhor pai? …como foi o seu dia? – perguntei.
—cansativo filho, muito cansativo.
—A gente bem que podia ser rico né pai.
—Nós somos filhos.
—como se não temos tanto dinheiro assim? …nem um celular o senhor não pode comprar pra mim.

—E pra mim também – disse minha irmã.
—crianças! – disse minha mãe que ouviu – isso é jeito de falarem com seu pai? …ele trabalha muito para vocês terem comida na mesa e uma vida confor………….
—desculpa – eu e a clarinha dissemos quase juntos.
—Tá tudo bem meus filhos, tudo tende a acontecer no seu devido tempo – meu pai disse e continuou.
—presta bem atenção meus filhos, a riqueza nem sempre está nos bens matérias e sim nos pequenos detalhes, somos ricos de saúde, de amor, de família e de espírito, vocês são a minha maior riqueza, querer mais é sempre bom, más nunca se esqueça de agradecer a deus quando for dormir e quando acordar pelo que vocês tem.

NA MANHÃ SEGUINTE
A ESCOLA

Anda logo Clarinha, vamos nos atrasar.
—calma Zezinho, estou terminando de me arrumar e já vou.
—há mãe! …ela está demorando demais, por causa dela vou chegar atrasado, eu vou indo na frente e vou deixá-la para trás.
—De jeito nenhum filho, vocês sempre vão juntos, espera aí, eu vou apressá-la – minha mãe disse e foi bater na porta do quarto dela apressando.
Eu e ela já tínhamos feito nossa higiene matinal e tomado o nosso café da manhã, eu fui para o meu quarto me arrumar e ela foi para o dela …terminei primeiro, pois sou rápido, ao contrário dela que fica se emperiquitando toda.
E sim. Eu e minha irmã vamos sempre juntos para a escola e nunca tivemos problemas com isso pois já somos acostumados, por ser uma cidade pequena não tem transporte escolar, todos os alunos que moram dentro da cidade vão a pé, o único transporte escolar é para buscar os alunos que moram na área rural, um ônibus velho caindo os pedaços da prefeitura, que vergonha para o prefeito.
até que enfim irmã! …você está indo para a escola ou para uma festa?
Cala a boca seu chato …vamos logo.
Cuidem meus filhos, e boa sorte na prova – disse minha mãe.

Sempre saímos antes da minha mãe, como eu disse: ela entra no serviço as oitos horas da manhã, mas saí de casa faltando uns quinze minutos, eu e minha irmã saímos às sete e meia, já o meu pai sai bem cedo, quando eu acordo ele já foi.
Assim que chegamos à escola a Clarinha foi ficar com as amigas dela, incluindo a Sabrina por quem o Pedro é apaixonado.
—oi Junior. Oi Pedro – eu os cumprimentei e eles me cumprimentaram de volta – o que foi Junior? …parece preocupado!
—e não é pra estar? …hoje é dia de prova para nós.
—Mas estudamos bastante juntos, vamos nos sair bem.
—Tomara, eu tenho que me dar bem nessa prova de qualquer jeito, do contrário meus pais me matam, na última eu tirei nota vermelha.
—é só não se preocupar e manter a calma que vai dar tudo certo.
—ainda bem que não tenho prova – disse o Pedro por estar um ano adiantado do que eu e ele – vou torcer para vocês.
—valeu Pedro – eu o agradeci.
—e ai meninos. beleza.

Disse um garoto estranho que nunca o tínhamos visto ali na nossa escola, ele estava vestido com o uniforme escolar, ele era Moreninho bem clarinho, porém seus cabelos eram lisos, muito lisos e pretos, talvez tivesse descendência de índio, geralmente os índios têm os cabelos lisos …mas isso eu não sei …só estou falando porque é o que eu acho.
—Quem é você? – perguntei.
—Eu sou o Claudio, estou começando hoje, fui transferido para esta escola e estou tentando fazer amigos.
—chega ai …eu sou o Zezinho.
—Eu sou o Junior.
—e eu o Pedro.
—legal, valeu mesmo. Primeiro dia é sempre foda né? …más estou vendo que vocês são legais, acho que vamos ser bons amigos.
—Você era de onde? – perguntou o Pedro.
—de Apucarana – Apucarana é uma cidade com quase duzentos mil habitantes e não é muito longe da nossa.
—E porque a sua família se mudou para cá?
—é que o meu pai é veterinário, ele escolheu morar aqui para poder melhor atender os fazendeiros e sitiantes criadores de gado nesta região.
—nossa! …então vocês devem ser bem ricos né? – o Pedro perguntou.
—não tanto …mas meus pais são bem estruturados financeiramente.

Nós conversamos por alguns minutos e nós conhecemos bem, ele parecia ser bem legal, mas aí o sinal tocou e tivemos que entrar …ele foi para a sala do Pedro, acho que estudava na mesma série que ele.
—SILÊNCIO CRIANÇAS……..
Disse a professora e todos calaram o bico, ela é bem brava quando precisa ser …mas ela também é boa quando nos comportamos, ela fez a chamada e a aula prosseguiu.
—professora, e a prova? – perguntou um aluno.
—calma, já vocês vão fazer, primeiro resolvam a questão que eu passei no quadro, ela também vai valer nota.
—mais professora, assim não vai dar tempo para nós fazê-la – esse mesmo aluno respondeu.
—vai dar tempo sim – ela respondeu – vocês tiveram uma semana para estudar bastante em casa, vinte minutos é mais que o suficiente para fazer esta prova, agora façam silêncio e continuem resolvendo a questão que passei.
A professora tinha passado um problema de matemática no quadro negro bem complexo de se resolver, ela também nos deu uma folha de sulfite para que quando tivéssemos resolvido poder passar pra folha e assinarmos em baixo e ela pudesse recolher.
—agora vou passar a prova, quem não resolveu esse problema simples de matemática que passei a vocês não resolve mais – ela disse e foi passando mesa por mesa recolhendo a folha de sulfite em que escrevíamos e deixando a prova no lugar.

Não se ouvia um pio na sala, eu olhei para os lados e estava todo mundo concentradíssimo em suas provas, o Junior então nem se fala, ele parecia que ia comer o lápis inteiro de tanto mordê-lo …o tempo passava e passava e a professora andava pra lá e pra cá no meio de nós nos deixando ainda mais tensos.
—acabei professora.
Disse a chata da minha irmã se achando a tal, não sei se eu comentei, mas ela também estuda na mesma série que eu …ou seja, além de eu ter que aturá-la em casa também tenho que atura-la aqui na escola, mais precisamente na minha sala. Ela olhou pra mim e sorriu cinicamente me fazendo pirraça.
—Parabéns Clarinha, eu espero que você tenha tirado uma boa nota – disse a professora pegando a prova da mão dela.
Alguns minutos depois da minha irmã foi como um gatilho, aos poucos todos foram terminando suas provas, eu e o Junior ficamos quase que por últimos, mas nos saímos bem, pelo menos eu é o que espero e espero que ele também.
Bom …a aula de matemática terminou e a professora saiu indo dar aula em outra sala dando lugar a professora de geografia, logo após esta o sinal tocou anunciando o recreio.
—e aí? …como foi a prova? – Pedro nos perguntou enquanto lanchamos.
—acho que fui bem – respondi.
—eu também acho que consegui, não parecia ser tão difícil – respondeu o Junior feliz.

—Não foi difícil porque eu sei que vocês estudaram bastante, quando se dedica muito nada é difícil, eu sabia que iam se dar bem – disse o Pedro.
—Mas ainda temos que esperar o resultado, a professora vai nos dizer amanhã depois que ela conferir tudo – eu disse.
—e o novato? – perguntou o Junior.
—não sei – disse o Pedro – ele deve estar por aí se enturmando com os alunos, acho até que ele foi bem pelo seu primeiro dia de aula aqui.
—achei que ele ia ficar mais com a gente – eu disse.
—eu também – disse o Junior – mas ele parece ser um tipo de cara bem comunicativo e faz amigos fáceis.
Ficamos ali a conversar até que o sinal tocou novamente, o recreio chegou ao fim e era hora de voltarmos para a nossa sala, a professora logo chegou e começou a aula e num piscar de olhos já estávamos na quadra que ficava nos fundos da escola fazendo a última aula que mais gostávamos .

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3 Comentários

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  • Responder Adimy ID:g3jmh5zrb

    Acho que as pessoas confunde um pouco site de conto erótico gay
    Com a história de sua vida
    Esta cansativo vamos ver desse quarto cap. Endiante

  • Responder paulo cesar ID:3ij0y0lj6ib

    ai green. posta logo

  • Responder paulo cesar fã boy ID:3ij0y0lj6ib

    oi. eu ainda estou aqui kkkk.