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Apaixonei-me aos 57 anos

4394 palavras | 12 |4.41
Por

Foi a dez anos atrás que conheci o verdadeiro amor, aquele que eu procurei a vida toda.

Sou a Susana, tenho 67 anos, sou baixa, loira, mamas grandes, rabo grande, sou gordinha, olhos azuis, pele branca, e sou médica. Sou mãe de uma mulher com 47 anos, e de um homem com 30 anos. Sou casada pela segunda vez, pois até aos 57 anos fui casada com o meu namorado que conheci na faculdade, o Dário. Tenho uma neta com 15 anos.
Até aquele dia, eu tinha uma vida super normal e feliz, sempre amei o meu marido, tinha um trabalho onde ganho bom dinheiro, sou médica cirurgiã plástica, mas de reconstituição corporal, devido deformações ocorridas em acidentes. O meu ex-marido é médico de cardiologia.
Bem como eu disse, eu tinha uma vida normal, e sentia-me bastante feliz, mas…
Um dia, o meu carro avariou a cerca de 2 km da minha casa, e chamei o reboque, e fomos até a oficina que eu frequento desde sempre, o sr Carlos, disse-me logo que aquilo levaria tempo, pelo menos 2 semanas. Bem fazer o quê??? Deixei lá ficar o carro, e resolvi ir a pé até casa, eu morava a cerca de 30min a pé da oficina, e já havia algum tempo que não simplesmente caminhava na rua. eu fazia e faço ginásio, existe um perto da minha casa, que está mais digamos vocacionado para malta assim das minhas idades, e as meninas são bem simpáticas, e claro que os meninos instrutores também são, e sempre uma pessoa lava as vistas não é verdade???
Bem havia umas nuvens negras no céu, mas ainda estavam distantes, quando já perto da minha casa, vejo que abriu um bar, e apesar de ser de tarde, resolvi ir lá beber uma cervejinha fresca, até para conhecer o bar.
Entrei, e o bar estava vazio, só estava um homem ao balcão, deveria ser o dono. Bom o homem, é gordinho, calvo, moreno, alto, tem uns olhos castanhos lindos, e um sorriso lindo também, e ele diz:

– Seja bem vinda ao meu humilde estabelecimento, senhora.

A voz dele é meio rouca, sensual, e eu caminhei até ao balcão, sentei-me numa cadeira, e digo:

– Boa tarde… este bar é novo aqui???
– Sim estou aqui a cerca de 2 semanas.
– Ainda não tem muito movimento???
– Sim, a partir das 21h…22h isto fica cheio…bem também é pequeno. Fecho só as 2h da madrugada, e abro as 18h.
– Eu moro aqui perto, e ainda não me tinha apercebido que o bar tinha aberto.
– Pois então, somos vizinhos, se mora aqui perto. Apareça sempre que quiser, mais o seu marido, e seus amigos.
– Como sabe que sou casada???
– Senhora…tem um aliança no seu dedo…e além disso, uma senhora tão bonita, era preciso os homens estarem todos cegos, para a deixarem escapar…algum haveria de ser o sortudo.
– Mas quem lhe disse que sou casada com um homem???
– Pois… é o que dá armar-me em adivinho… agora apanhou-me com as calças na mão, e ele começou a rir, e eu acompanhei ele no riso.
– Eu peço desculpas a senhora, mas eu sou louco por romances policiais, e as vezes armo-me em Perry Mason, e geralmente faço asneira. Para a compensar, a primeira bebida é por conta da casa.
– Eu quero uma cerveja fresquinha. Mas acertou…sou casada. Agora se com homem ou com mulher descubra.
– É justo.

Bem enquanto bebi a cerveja, fomos conversando, mais ninguém entrou no bar, e quando eu já me vinha embora, escuto um enorme trovão, e eu tenho pânico a trovoadas, e eu solto um berro, e parei perto da porta, e o Zé, assim se chama ele, veio ter comigo á porta e diz:

– Senhora, que se passa???
– Nada… é que eu tenho pânico de trovoadas.

E entretanto, ouve-se o barulho de outro trovão, e eu solto outro berro, e ele diz:

– A senhora está a tremer…entre…entre. Venha vou lhe dar uma bebida, que a vai recompor.

Eu tremia tanto que aceitei, e voltei ao bar, ao balcão e ele serviu-me um brandy, e quando eu ia a pagar ele diz:

– É por conta da casa.
– Assim acaba tendo prejuízo.
– Não, eu também não ando aqui para ter lucros. Olhe eu hoje já ganhei bastante, conheci uma senhora bastante simpática, e bonita.
– Susana, sou a Susana.
– José…ou Zé, para os amigos.
– Bem a trovoada parece que já passou, vou-me embora…Zé.
– Obrigado pela companhia, Susana. Volte sempre, será sempre bem vinda.

Bem o que sei, é que passou a ser rotina para mim, ir ao bar, ou sozinha, ou com o meu marido, ou com a minha filha, que embora seja casada, vem muitas vezes a minha casa, até porque mora relativamente perto.
Eu mesmo sem dar conta, cada vez eu gostava mais do Zé, pela simpatia dele, a maneira como ele trata os clientes dele, fazendo-os quase da família dele, e cada vez o Zé ia ganhando mais espaço na minha vida.
Eu sou uma grande apreciadora de artes, especialmente pintura, escultura, e teatro, e sempre adorei visitar exposições de pintura em galerias. Geralmente vou sozinha, pois o meu ex marido aborrecia-se, pois eu sou capaz de estar horas a apreciar um quadro se ele me agradar. A minha filha muitas vezes também me acompanha, e tenho uma grande amiga que tem uma galeria de arte, e ela gosta de apostar em novos artistas, e um dia ela telefonou-me , toda entusiasmada com um pintor que ela descobriu, e ia fazer uma exposição dali a dois dias, com quadros dele, na galeria dele, e convidou-me para a inauguração, era numa sexta feira a noite.
Bem eu convidei o meu marido, mas nesse dia havia um jogo qualquer de futebol na TV e ele já combinara ir com uns amigos ver o jogo num bar, e eu quase que desisti de ir a exposição, mas como não tinha mesmo mais nada para fazer, e no sábado iria entrar ao trabalho cerca do meio dia, fui.
Cheguei lá, a minha amiga foi-me receber, já estavam umas 20 a 30 pessoas na galeria, e ela disse-me para ver os quadros a minha vontade, e que logo me apresentava ao artista, ele estava quase a chegar.
Bem eu fui ver os quadros, e comecei a ficar impressionada com o realismo dos quadros, quase todos eles eram retratos de pessoas comuns, adorei especialmente um, de uma jovem mulher sentada num banco de jardim, dando de mamar ao seu bebé…a maneira como ele captou a cara dela, o sorriso…as cores…sabem parecia que ela a qualquer altura ia dizer-nos boa tarde ou boa noite.
Havia um outro que me intrigava. Era de uma mulher, de costas, pintada da cintura para cima, mas o corte de cabelo…a cor do cabelo… lembra-me alguém. Observo e observo o quadro, as cores…aquele pintor tem mesmo um talento especial para captar a luminosidade do dia…das cores, quando ouço a voz rouca de um homem por detrás de mim, a dizer:

– De todos os quadros, esse é dos que mais gosto.

Olho para trás, e vejo o Zé, e digo:

– Realmente …e sabe… acho essa mulher muito familiar… não sei de onde, mas parece que a conheço. Bem e o que faz aqui???
– Sou apreciador de arte…pintura principalmente. E sabia que havia aqui uma exposição e vim ver.
– E tem o bar fechado numa sexta feira a noite???
– Bem… eu disse-lhe a uns dias que não tinha o bar para ter lucros…era para conhecer pessoas, e falar com elas. Amanhã estará aberto…apareça lá, vou fazer uns coquetéis especiais… apareça.
– Obrigado pelo convite, mas amanhã saio tarde do trabalho.
– Também fecho o bar tarde, se quiser aparecer. Agora tenho de ir, disfrute da exposição, Susana, o artista até é bom.
– Sim…tem um talento especial para a luminosidade das cores… é muito interessante… gostava de ver alguns nus dele… devem ficar muito bons.
– Pode ser que ele ainda não tenha achado a sua musa inspiradora… ou simplesmente tenha vergonha de lhe pedir para a pintar nua…os artistas são gente por vezes bem estranha.
– Sim é verdade.

Bem ele foi-se embora, e passados uns minutos, a minha amiga, chamou todos e pediu que a ouvíssemos, ela ia apresentar o artista, e quando ela se vira para trás, e diz:

– Uma salva de palmas para o José António.

E era ele, o Zé do bar, o novo artista que a minha amiga tinha descoberto. Eu sou péssima a esconder emoções e tive de desatar a rir, quando o vi, e passei uma vergonha, pois todos olhavam para mim.
Lá parei de rir, o Zé agradeceu a oportunidade dada, fez um breve discurso, e depois foi falando com alguns dos convidados, e finalmente falámos nós e eu digo:

– Pensei que fossemos amigos, Zé.
– E porque haveríamos de deixar de ser, Susana?
– Porque o Zé, ainda a pouco andou a brincar comigo…poderia ter dito, que era o pintor.
– E estragar a sua gargalhada, quando fosse a minha apresentação?
– Sabia que eu haveria de rir???
– Não tinha a certeza… mas apostaria que sim. Eu sou muito observador…como pode ver pelos meus quadros.
– Sim é… ao ponto de me pintar de costas, não é verdade???
– Sim, é, aquele quadro é a Susana de costas.
– Sou assim tão feia de frente???
– Não… eu tive foi medo de a pintar de frente.
– Medo???
– Sim medo…aliás eu tenho medo de si… lembre-se que todos os pintores têm uma musa inspiradora, que até pode nem ser uma mulher, mas no meu caso é… e eu sou um daqueles pintores com vergonha de pedir á sua musa, para desenhar a sua musa nua, por isso covardemente pintei ela de costas.

Eu ao ouvir aquelas palavras, senti-me uma jovem adolescente, a quem lhe fazem pela primeira vez uma declaração de amor, e corei…e acabei por o abandonar ali, e fui-me embora da exposição.
Nessa noite, não dormi quase nada, pensando no quadro e nas palavras dele. Aquelas palavras afetaram-me, e eu tive de descobrir porquê.
Saí do hospital era 1h da madrugada, apanhei um táxi para casa, mas quando estava a porta do meu prédio, resolvi ir até ao bar do Zé, eu sabia que fecharia só as 2h, e ainda faltam uns 20 min.
Chego a porta do bar…paro e êxito… ainda voltei as costas para voltar pra trás, eu tinha medo de entrar no bar…tinha medo do que poderia lá acontecer, pois eu já pensava demais no Zé a uns dias, e depois das palavras…
Já tinha dado dois passos, para voltar para trás, quando ouço:

– Susana???

Voltei-me, e respondo:

– Ia a entrar mas já é 2h…
– Entra… para ti não tenho horários.

Ele entra para dentro do bar, e eu entro atrás, e ele depois de eu passar, fecha a porta, e vira a placa para encerrado.
Eu aproximei-me dele, e nem deixei ele falar nada, agarrei na cabeça dele, e beijei ele na boca. Foi o segundo homem na minha vida que eu beijei, o primeiro foi o meu ex-marido.
Em pouco tempo, já não tínhamos roupas vestidas, e beijava-nos loucamente na boca…cara…pescoço…ele beijava as minhas mamas enquanto eu lhe agarrava o caralho dele, e beijava a testa dele, tínhamos pressa em foder, ele deita-me numa mesa, antes mandou para o chão alguns pratos pequenos que lá estavam, e quando eu estava deitada na mesa, eu abri as pernas, tinha a minha cona rapada toda molhada, ele mete o caralho dele, grosso de tamanho normal, dentro da minha cona, e começa a foder-me, com força, e eu aos berros a pedir para ele me foder mais e mais, ele segura na minha cintura, e mete cada vez mais depressa e fundo o caralho dentro da minha cona, eu sempre gostei de ser fodida assim, com força. O meu ex marido por vezes fode-me assim, mas ele gosta de ser mais calminho, mas eu não, eu gosto de sexo a bruta.
A mesa quase que tomba com a força que nós fodemos, ele então, segura-me por debaixo das minhas nádegas, e comigo encaixada e atolada no caralho dele, pega em mim, e aos beijos na boca, carrega-me até um pequeno quarto nas traseiras do bar, deita-me na cama, e começa novamente a foder-me…eu gosto também de dominar, e dou a volta, e fico por cima dele e cavalgo-o, mas a bruta, pondo as minhas mãos na cabeceira da cama e ele agarrando-me nas mamas e puxando-me os bicos das mamas e abocanhando as minhas mamas e mamando nelas. Eu adoro isso.
Ele a certa altura, mete-me a beira da cama de 4, e ele por detrás de mim, fode-me a cona a uma velocidade louca, eu berro e grito, as minhas mamas balançam velozmente para todos os lados, ele agarra-me pelos cabelos e obriga-me a ter a cabeça levantada, para as mamas balançarem ainda mais, eu tenho orgasmos atrás de orgasmos, a já anos que eu não tinha tantos orgasmos assim e tão intensos.
Depois ele deitou-me de costas na beira da cama e desatou a foder-me a cona, enquanto dávamos beijos na boca, mordíamos os lábios um do outro, eu mordisco as orelhas dele, ele agarra com força nas minhas grandes mamas, e tem um orgasmo brutal, dando urros, mas não para de me foder a cona e eu enrolo as minha pernas a cintura dele, ele levanta-me de cama e leva-me até me encostar numa parede e fode-me contra a parede, e eu movimento as minhas ancas, para cima e para baixo, para sentir o caralho dele a esporrar bem dentro de mim. Quando acabámos de foder, a cama estava toda desarrumada, lençóis pelo chão, havia um cheiro a sexo naquele quartinho… é que eu quando tenho orgasmos tão intensos, mijo-me toda. Estávamos deitados lado a lado, ofegantes, a respirar profundamente, e eu digo:

– Meu Deus…que foi isto???
– Não sei…nunca fodi uma mulher assim… deixas-me louco, Susana.
– Meus Deus… Zé, que fiz eu???
– Fizemos nós, Susana.
– Zé…sou casada a quase 35 anos…mãe de dois filhos…aminha filha está casada…tem uma menina com 5 anos…tenho 57 anos ( lembrem-se isto foi á 10 anos).
– E eu 40, e mal te vi naquele dia, que te quero foder e pedir uma coisa. Quero pintar-te nua.
– Zé… não pode ser…isto não poderia, nunca ter-se passado…foi uma loucura apenas.
– Loucura???
– Sim, loucura…vou embora e…

Ele puxa-me para ele e beija-me na boca, e eu nem resisti…voltámos a foder que nem doidos, até ao cu ele me foi a meu pedido, eu que raramente deixei o meu ex-marido foder-me o cu, ali estava eu de 4, a levar no cu, e a pedir por mais, e depois a cavalgar com o meu cu no caralho dele, foram mais cerca de duas horas a fodermos…nós devorávamo-nos, eu já tinha a cona inchada e o cu inchado, mas eu quero mais e mais, e quando finalmente parámos, ele não tinha nem amis uma gota de esporra naqueles grandes colhões dele, pois estava toda na minha cona…no meu cu…na minha boca…cara…mamas…
Adormecemos pouco depois, estávamos exaustos, eu acordei, olho ao relógio eram 8h da manhã… saio do quarto, a medida que apanho a roupa espalhada no bar, assim a vou vestindo, procuro a chave da porta do bar, acho-a, abro a porta, e depois pelo buraco onde metem a correspondência, meto as chaves e vou para casa… estou cansada, estoirada…mas estou a sorrir. Quando entro em casa, está um bilhete so meu ex-marido a dizer que teve uma emergência e só voltaria já a noite. Tive o dia para mim, dei um bom banho, comi um bom almoço, bebi um bom vinho, e sempre a pensar no Zé. A minha vida estava virada do avesso e eu calma e sorridente…até o meu ex chegar a casa…e eu não o conseguia encarar, procurava fugir mesmo dele, sabem sentia-me uma criancinha quando faz uma asneira, e espera o castigo, mas disfarça para tentar escapar…
Eu nessa noite, a fazer amor com o meu ex marido, só pensava no Zé… a meio da noite levantei-me e fui até ao WC e masturbei-me a pensar no Zé… ZÉ…Zé… eu só pensava nele. Queria estar com ele, queria estar nua a foder com ele.
Eu estava a dar em doida, e percebi que não havia sido apenas uma loucura.
Se fosse uma loucura apenas, eu não pensaria no que ele estava a fazer, eu não olharia as horas constantemente para ver se ia ter com ele… eu não ficava a toda a hora, a ir ao WC, masturbar-me a pensar nele…tinha duas hipóteses…ou nunca mais o veria, ou então, tinha de lhe confessar o que eu sentia por ele, e depois deixar o meu ex-marido. Parece mesmo uma loucura eu sem semanas estava a por em causa 35 anos da minha vida, e nem sabia sequer se ele sentia o mesmo que eu, pois duas semanas passaram desde aquela madrugada, e eu nunca mais o procurei… tinha medo de o ver e não resistir a ele…aquele homem exercia um magnetismo em mim, que eu estava parva.
Nessa mesma noite, eu levantei-me da minha cama, o meu marido dormia, eu visto-me, eram quase duas horas da madrugada, saio de casa…vou até ao bar…está fechado já, bato a porta, o Zé aparece pouco depois, abre a porta… deixa-me entrar…e mais uma vez, acabámos a foder, ali mesmo no bar, as cadeiras caiam no chão, as mesas algumas tombavam, mas nós fodíamos, nus, até em cima do balcão eu estive de 4 a levar na cona e no cu, e depois a cavalgar no caralho dele.

– Zé…tenho que te falar uma coisa.
– Eu também tenho, Susana. Quero-te, só penso em ti… parece uma loucura mas eu quero-te para mim, larga o teu marido e fica comigo. Amo-te.
– Meu amor…

Aquelas palavras saíram-me da boca sem eu pensar… talvez eu as quisesse dizer já a algum tempo, não sei… só sei que as disse.

– Diz, Susana.
– Eu amo-te…mas não… eu não vou deixar o meu marido. Acaba isto já aqui e agora.
– Mas Susana…

Eu vesti-me, chorando, chorava porque sabia que não tinha tomado a decisão que queria, mas sim aquela mais fácil, mas mesmo assim tomei-a.
Passei uns dias mal, sem me conseguir concentrar, não sei porquê um dia fui ao bar, entrei…e estava lá uma mulher, e um homem… o Zé havia ido embora, e vendeu o bar a eles.
Mas a mulher disse:

– A senhora chama-se Susana???
– Sim sou…mas como sabe o meu nome?
– O Sr que nos vendeu o bar deixou uma prenda para si…ele disse que algum dia uma senhora baixa e loira, poderia vir perguntar por ele, e se ela viesse, para lhe darmos isto.

E ela entregou-me um quadro embrulhado, num papel.

– Sabe eu e o meu marido nunca pensamos que alguém pudesse vir perguntar por ele, era um pedido bem estranho, mas … olhe.

Agradeci e fui para casa, ao chegar abro o embrulho…e era eu nua, deitada na cama, sorrindo. Nas traseiras do quadro estava escrito:

É assim que te vejo..a sorrir. Não compreendo como não podemos estar juntos, pois isso é que está certo. Amo-te para sempre.

Tive de me sentar…levei a maior bofetada na cara da minha vida… acordei para a realidade, ele tinha razão e eu sabia…estar juntos é que era o certo.
Não pude continuar a enganar-me a mim, nem ao meu ex-marido, e nesse dia mesmo, falei com ele, e disse-lhe que amava outro homem.
O pobre foi apanhado de surpresa, ele reagiu mal ao princípio, mas com o passar dos dias, não aceitava mas ao menos falava comigo.
Divorciámo-nos, embora eu não fizesse a mínima ideia de onde estaria o Zé, jamais viveria ao lado de o meu ex-marido, pensando noutro homem. Era cruel.
O meu ex-marido, 4 anos, casou-se com uma senhora que é jornalista, e são felizes, e eu estou feliz por ele. Achou alguém que o ama como ele merece, e eu falhei nisso, reconheço. Hoje em dia somos bons amigos.
Arranjei uma casa pequena, depois de me divorciar, e eu bem que procurava pelo Zé, mas o raio do homem, parecia que se tinha evaporado. O quadro que ele me deu, estava pendurado na parede da minha sala.
A minha amiga, a dona da galeria, tão pouco sabia dele, nem no meio artístico sabiam dele, até que um dia, ela me telefona:

– Susana…vai a Beja, á Casa da Cultura.
– Deves estar doida…que raios vou eu fazer a Beja???
– Vai…e não digo mais nada.

E desligou.
De onde eu morava até Beja são cerca de 2h a conduzir, e disse para mim própria que não iria, mas… raios parta a minha amiga, ela conhece-me, e lá estava eu no meu carro, a ir para Beja, amaldiçoando-me a mim, amaldiçoando-a… Lá em Beja pergunto onde era a Casa da Cultura, lá um senhor me indicou, e fui lá ter.
Entro e vejo uma placa a dizer Exposição, e uma seta a mandar voltar a esquerda. Lá fui, e quando entro… bem os quadros eram dele…aquela luz nas cores das telas, era inconfundível, olho para todos os lados e não o vejo. Mas ao menos poderiam indicar-me onde estava o artista, pensei eu. Quando ia ao balcão das informações, vejo o tal quadro de mim de costas, e paro e aproximo-me do quadro, e fico a observar ele, quando alguém com uma voz rouca atrás de mim, fala:

– De todos os quadros, esse é dos que mais gosto.

As minhas pernas começaram a tremer, e meus olhos começaram a ficar cheios de lágrimas, e sem me voltar para trás eu respondo:

– Realmente …e sabe… acho essa mulher muito familiar… não sei de onde, mas parece que a conheço.
– Eu conheci essa mulher… e sabe de uma coisa? Amo-a, é a minha musa inspiradora.
– E ela sabe que é a sua musa?
– Sabe…sempre o soube… apenas o pintor tinha vergonha da pintar de frente…pois assim teria de a pintar toda nua e eu sou um daqueles pintores com vergonha de pedir á sua musa, para desenhar a sua musa nua, por isso covardemente pintei ela de costas.

Nessa altura já as lágrimas corriam pela minha cara abaixo, e a mesma de costas eu comento:

– Mas olhe…acho que já vi essa senhora do quadro, num outro toda nua.
– Confesso que é verdade… pintei ela nua, deitada na cama a sorrir…para mim. E agora que a tenho aqui á minha frente, se ela pensa que me vai escapar outra vez está enganada.
– E quem lhe disse que ela quer escapar??? Quem lhe disse que ela não quer ser pintada mais vezes nua??? Se um pintor tem a sua musa, uma musa tem o seu pintor… não acha?

E virei-me para ele, e ele agarrou-me entre os braços dele, e beijámo-nos na boca, um longo e molhado beijo, e depois ficámos uns instantes a olhar um para o outro e eu digo:

– Desculpa… mas a tua musa é uma parva, tem a felicidade em frente a ela e foge dela.
– Continua…estás a falar bem… diz ele a sorrir. Só não sei porque achas que és a minha musa…
– Seu parvo…és mesmo parvo…amo-te…amo-te tanto.
– E eu a ti, Susana.

Beijámo-nos mais uma vez, e ele diz-me ao ouvido:

– Sabes eu sou bom pintor, mas pintar essa cara com a pintura toda borrada, pelas lágrimas, é complicado fazer de ti bela…e desculpa mas eu prefiro-te toda molhada mas é um pouco mais abaixo…aí no meio das tuas pernas.
– És tão ordinário…

Nessa noite fodemos outra vez que nem loucos na pensão onde ele estava hospedado, até se passou uma coisa engraçada, ele estava a foder-me, comigo apoiada na porta do quarto, e nas pernas dele, e a porta fazia barulho, só que uma pessoa com o tesão, não liga, eu gemia e gritava por mais, quando alguém, um homem no corredor diz:

– Eh homem, assim mata a mulher…calma. Estamos no Alentejo…calma.

Bom eu e o Zé desatamos a rir, e fomos para a cama continuar a foder, até ser de manhã.
Passado um ano, casamo-nos, apesar de eu ser 17 anos mais velha que ele, a nossa vida é maravilhosa, amamos-me muito, vivemos agora num monte alentejano, que restauramos, ele passa o tempo a desenhar-me em esboços, e depois pinta-me nos quadros, ele é um artista que vende bem, especialmente para coleções de particulares, e só não vende dois quadros…aquele onde eu estou de costas, e aquele toda nua deitada na cama a sorrir para ele. Ah e outro que eu pintei dele e está simplesmente horrível, usamo-lo para assustar os ladrões, ahahahahah.

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12 Comentários

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  • Responder Ana Moreira ID:1d2ogum8oqgi

    Que história….
    Parece mesmo um filme romântico
    Muito bem escrito e excitante!

  • Responder Juracy curte novinho. ID:1dh3ep7r4gft

    Parece novela mexicana. O cara é um puta artista, chega a ser aplaudido (que exagero) e tem um bar onde vende cachaça.
    Pra piorar, é muito mais jovem e quando encontrou a velhota, estava sozinho e desimpedido.
    E por aí vai a lorota…

  • Responder Um jardineiro 🔥 ID:1crkmwewt7he

    Dissertação que destaca-se das demais.
    Exemplo para uma nova forma de exposição amorosa e apaixonante.
    Texto claro, bem sucinto. Mostra oportuna concordância proveitosa, para quebrar costumes de pouco proveito em temas mais energéticos.
    Já passou das 02:00 h…o bar está fechado…faz lembrar algo.

    Carlos
    🌿

    • Jardim sem trato. ID:1crkmwewt7he

      Você trata flores delicadas?

  • Responder [email protected] ID:81rdts6544

    SUSANA, que delícia de conto e que idade linda, 67 aninhos de tesão…puxa vida… quero te conhecer e muito…

  • Responder Cds ID:1ctudgzna2n1

    Sou doido por coroas, se alguma quiser conversar com um de 22 anos… [email protected]

    • Lauco ID:1dmkgjjw5l1e

      Eu tinha 19 quando eu e uma senhora casadabde 55 fizemos anal pela primeira vez. Passamos quase 6 meses so nos dois ate q ela num
      Carnaval sem o marido levou leitada de todos por 5 dias. Parei

  • Responder Alana ID:2o4afpxt0d

    Que relato, que história mais linda e maravilhosa. Até fiquei emocionada. Te desejo toda a sorte do mundo pra você Susana e pra seu amor ❤️

    • Susana ID:5vaq00tfi9

      Muito obrigada pelo teus simpático comentário, Alana. Beijinhos

    • Um jardineiro 🔥 ID:1crkmwewt7he

      Dissertação que destaca-se das demais.
      Exemplo para uma nova forma de exposição amorosa e apaixonante.
      Texto claro, bem sucinto. Mostra oportuna concordância proveitosa, para quebrar costumes de pouco proveito em temas mais energéticos.
      Já passou das 02:00 h…o bar está fechado…faz lembrar algo.

      Carlos
      🌿

  • Responder Alguém ID:on97uydxii

    Que conto lindo e o final é maravilhoso kk

    • Susana ID:bt1he20b

      Obrigado pelo lindo comentário. Beijinhos