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A Vida de Noah – Minha amada cunhada Valeria e um pouco de Cínthya

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CONTO LONGO – É a história de minha vida, tida por enredo por alguns, mas todos os fatos são reais, como aconteceram! SOU IMPERFEITO!

Relato usando a primeira pessoa do singular com fatos e pessoas à época que este capítulo aconteceu.

Parte I – Valéria: nossa Crente Judia e grande amor!

Trimmmmmmmmmmmmmmmmmm! Ok, final da aula e hora da merenda!

O colégio Marista fornecia duas refeições por dia, basicamente arroz, feijão e carne moída – e tenho certeza que vi “coisas” moídas juntas – e macarronada com, lógico, carne moída de novo e umas pernas e braços duvidosos de frango.

Confesso que não saberia dizer se o tal frango era frango mesmo ou carne de cachorro picada, que já tinha comido as duas coisas e tinham lá suas similaridades! Rs…

Estava vivendo maritalmente com minha mãe há algum tempo e eu saciava meu corpo grande, muito desenvolvido e peludo em seu corpo branco, lindo, cheio de curvas e tão molhado! Meus momentos com ela eram incríveis e eu me sentia no paraíso ao galar minha mãe profundamente e sentir seus orgasmos durante nosso sexo!

Seus olhos verdes me procuravam enquanto eu a enchia. Eram olhos vermelhos do esforço e do arrombamento que sempre lhe causava chôro e prazer, e sentia meus jatos sendo colocados no cólo daquele útero que me gerou, eu pensava! Eu mantinha os meus olhos cinzas nos seus verdes enquanto a estocava e a galava.

Ela sempre falava:

– “Tu já eras muito maior que teu pai ainda guri e não páras de crescer. Já tens quase 1.95m e teu membro fica cada vez mais comprido e grosso. Não dá tempo de meu corpo se adaptar ao teu, filho. Tu és muito grande amor e parece que perco a virgindade toda vez que tu me buscas para saciar tua vontade… Tu és como teu avô Italiano filho. Minha avó falava as mesmas coisas sobre ele e ele tinha 2.05m. Tu vais ser mais alto que ele amor e tens que ir com carinho nas fêmeas que possuíres, pois tu és muito grande e podes ferir muito se não fores cuidadoso e carinhoso.”

– “Lembra sempre que és muito grande e forte e podes ferir muito, sem ao menos sentir ou querer amor… Lembra da tua força e poder mas, principalmente, lembras do que teu avô falava. Homem poderoso não é aquele que se prevalece da força contra todos para sua própria auto-afirmação, mas a usa para proteção dos outros, para fazer justiça, para ter uma mesa grande e farta ao invéz de pessoas com medo ou muros altos!”

– “Sejas homem sempre, filho! Tu és homem e macho muito melhor que teu pai ou teu avô, do que todos os teus irmãos! Muito maior e mais forte que todos eles! Usa tua força sempre para bem e tua imensa moral para justiça. Teu coração é o mais bondoso e amigo que eu ví em toda a minha vida! Usas teu imenso corpo e tua força combinados com o amor de teu coração e a justiça da tua razão!”.

– “Eu te amo muito, Noah! Como filho! Como meu homem! Ser tua mãe e mulher me fez realizar o sonho que eu tinha para meu casamento, amor… Tu és, ages e fazes o que eu sonhei para meu esposo, em todos os sentidos possíveis… Eu te amo demais, filho! Sejas sempre este gigante poderoso pela força do amor que teu coração tem!”

Eu sorria para ela! A pegava, beijava seus olhos, sua boca e a possúia novamente, com carinho e sem machucá-la muito, até enchê-la novamente e me deitar, trazendo-a no meu peito e abrançando-a carinhosamente até que durmisse.

Sentíamos falta do nosso filho juntos, mas ela abortou e não ficou gestante após. Está nas mãos de D-us, então, apesar, confesso, da minha frustração!

Sarah ia completar quatro aninhos e eu, aos quase quinze anos, era homem formado.

Masturbação foi bom para mim por poucos meses após seu descobrimento.

Logo depois, me deprimia e não me satisfazia, então somente o fazia como último recurso. Não tinha nem perto o prazer e o gosto de um sexo feminino. Também foder os cuzinhos dos guris era um gosto diferente. Comer um cuzinho dá aquela sensação boa de uma coisa gelatinosa firme e quente em volta do membro, e a sensação de poder em submeter outro guri, mas uma bucetinha é o paraíso!

É um molhado constante, uma contração forte e peristáltica, uma carne viva molhando e chupando o membro, como uma boquinha sem dentes que se abre e suga tudo para dentro do útero! Sem contar os gemidos, gritos e movimentos de uma guria que me faziam sentir um macho dominante completo! Ver aqueles rostinhos suados, olhinhos marejados pedindo piedade, sofrendo e sentindo prazer ao mesmo tempo, e sugar a língua e as boquinhas molhadas! Ahhhhh!!!

É: sexo é a melhor coisa que D-us fez para a humanidade! Se fez algo melhor, escondeu para Si! Rs. E não entendo bem quem prefere sexo anal ao vaginal, mas isso sou eu. Gosto de ambos e sempre faço os dois, mas prefiro o calor e abrigo de uma vagina molhada sem dúvida.

Tinha ficado com algumas gurias da escola, mas era muito “não me toque!” ou, “sou virgem, então só chupo ou faz atrás” e, apesar de não dispensar nenhuma delas, não me davam prazer de fato.

Nada nem coisa alguma me dá mais prazer que causar prazer e fazer uma fêmea ter um orgasmo de corpo inteiro. Ponto!

Tinha pego minha cunhada Vanessa e me esbaldado em seu corpo perfeito. Ela ficara gestante de minha primogênita Dalilah e minha sobrinha Kamilah me levava à loucura todas as vezes que visitava meu irmão, mas tinha decidido não iniciar a guria, ao menos até ela ter mais idade, o que acabou não acontecendo e a fiz minha mulher e primeira esposa Judia de fato poucos anos após este capítulo, o que narro em seu capítulo.

Mas a vida é uma coisa linda, cheia de oportunidades e momentos e ela, a vida, me presenteou com pessoas sensacionais!

Um dia ví uma guria me olhando bem de longe. Eu estava na pista de corrida, após ter corrido uma maratona em bem poucos minutos e recuperava o fôlego, suado, olhando para o chão a princípio, depois para ela.

Ouvia meu professor, Seu Benedito, elogiar meu tempo, meu corpo e falar como eu era um atleta completo, já que eu fazia corrida, nado, esgrima, luta romana, corpo à corpo, tiro ao alvo, voleyball, basketball, futebol americano, arremesso de pêso, triathlon e por aí vai. (chega de confetes em mim!!! Rs). Ele gritava que não era para eu tocar na Cinthya. Era filha dele!

Professor Benedito foi seguramente o homem mais nojento que eu conheci na vida, o que se agravou e narro o porquê nesse relato, mas sempre tive asco dele. Seu interesse por mim era para avançar sua carreira de um miserável professor de Educação Física a um treinador de atletas. Ele era ciumento, mesquinho, arrogante, pequeno e miserável e todos – ele incluído – sabiam o que eu pensava. Ele queria me usar. Ele queria os meus resultados para patrocinar sua carreira e sempre me olhou com olhos profundamente invejosos. O odiava principalmente quando mamãe estava na escola para me assistir e ele a fitava. D-us: que vontade de matar aquele ser menor, sub-humano e nojento! Minha crise era simples: não sabia se tinha desprezo maior por ele ou por papai, apesar de atender ao treino do primeiro e honrar o segundo.

Via mamãe vendo ele e mostrando olhos bem incomodados e o odiava ainda mais pelos olhos lascivos em minha mãe e, lógico, minha fêmea que eu amava de perder o fôlego. Mamãe é a única razão pela qual estou vivo. Ela ameaçou suicídio no evento do Gléder e, soube posteriormente, chamou tio Roque para me salvar da morte na corrente do porco do meu pai em relação à Cinthya. Sério: que pai mais horrível do planeta acorrenta o próprio filho em um tronco e usa corrente de ferro pra surrá-lo??

Sem digressão…

Voltando à Cinthya e ignorando a tudo que ouvia, mantive meus olhos naquela branquinha de lábios rosas, cabelos negros na altura da bundinha, olhos negros que, pensei, me olhavam também a distância, tomando sua caixinha de suco de maça (acho!). Ela tinha o biotipo de Renatinha, mas a bundinha era mais empinadinha, apesar de muito proporcional a seu corpo, mas bem gostosinha e desenhada mesmo. Renatinha tinha seus olhos verdes claros mas as duas empatavam em beleza para além de humanos! Verdadeiras ninfas em todos os sentidos!

Sendo honesto, pensei que ela me olhava mas, de fato, ela confessou que não me via, mas a um pássaro pousado no muro entre o ginásio e a quadra! hehehehehe: tanto gosto de maionese que literalmente “viagei” nela… Rs!!

Passados alguns dias dessa vez, tanto ela me olhava quanto eu a ela. Sim: sem ilusão minha! Rs!

A guria estava se desenvolvendo bem, com seios pequenos para médios e uns biquinhos lindos, redondinhos, um quadril se alargando com uma bundinha bem arrebitada que ela disfarçava amarrando seu agasalho na cintura. Sinceramente, ela podia por o armário inteiro nela que aquele rabo ainda ficaria arrebitadinho… Que delícia de lombo Cinthya tinha e tem!! Ela mantinha os cabelos para frente, encobrindo seu seio direito, e os alisava calmamente! Suas interações na sala de aula eram sempre muito bem feitas e sua voz era feminina, suave mas determinada! Ela era baixinha, tipo quase 1.60m, mas tudo em seu corpinho era perfeitamente ajustado à sua estatura.

Tinha um quê que eu lembrava sobre ela, mas não conseguia dizer de onde, quê ou quando…

Quando ela cometia erros bobos, seja pelas provas ou pelas opiniões que não tinha vergonha de expressar, ela ficava irritada e dava murrinhos suaves em sua carteira! Começava a falar e ia loooongeeee! Rsss… Mas era muito focada, centrada e mostrava uma inteligência impressionante!

Ela meio que ficava com outro guri mais velho. O Márcio era um pouco mais baixo que eu, apesar de eu ser bem mais novo que ele, e a abraçava e apertava… bem… tudo! Eles estavam juntos há dois anos e já demonstravam a intimidade do tempo de seu relacionamento.

Um dia, saí do colégio e busquei meu alazão para voltar à fazenda. Ela saia de mãos dadas com ele. Ele tinha um carro (WOW!!!! Um carro!!!!), que basicamente consistia em um fuscão vermelho e ela ia toda feliz para o carro, não fosse eu esporar meu garanhão e ele relinxar alto, chamando sua atenção! Ela me olhou e me viu eu dominar o cavalo e sorriu.

Eu me apaixonei naquele sorriso e mantive os olhos fixos nos dela.

Ela mostrou nervosismo e não conseguiu abrir a porta do carro, ainda olhando para mim. Ele gritou com ela:

– “Tão burra que ainda não aprendeu a abrir a porta do meu possante?”, ao que ela deferiu e ficou nervosa e confusa. Falo sério: possante?!?! Imbecíl!!!

Naquele momento, eu soube, ela soube, nós soubemos que ela seria minha!

Fui para a fazenda cavalgando bem rápido, suando o Thor (meu garanhão), e vi mamãe afoita ao me ver voltar naquela velocidade! Os outros funcionários me viram, mas me conheciam e sabiam como eu era selvagem, então nem se importavam ou comentavam.

Saltei dele e o deixei recuperar seu fôlego e comer e beber.

Semanas após – e eu mantendo meus olhos de lobo nela e, ela, disfarçando e me olhando discretamente – nosso professor de OSPB (Organização Social e Política do Brasil, para quem não sabe!) marcou um trabalho em trio.

Fui convidado por vários grupos mas recusei.

Fui a ela e falei:

– “Vamos fazer esse trabalho juntos, pequena?”. Eu era muito mais alto que ela e ela me olhou e voltou, olhando para o chão e para suas outras amigas, como se estivesse pensando se devia ou não.

– “Vamos, ou tu vais achar a agulha que perdestes no chão primeiro?”, falei sorrindo!

Ela sorriu, olhando para suas amigas e, finalmente, para mim e suspirou:

– “Sim! Sou do seu grupo então! Quem mais?”, com um sorriso lindo.

– “Convidas quem tu quiseres! A que eu queria já é minha… para esse trabalho!”

Ela corou ao me ouvir e voltou a olhar para o chão. Em seguida, gritou:

– “Valzinha! Você é do nosso grupo também, tá?”. A guria olhou para ela e respondeu com um sorriso e um movimento de sua cabeça, concordando.

Valéria era a típica adolescente: nem alta, nem baixa, com seios pequenos para médios, mas com bicos também já grandinhos que nós babávamos, olhando. Era uma falsa magra, muito linda, loira, mais para cabelos castanhos clarinhos, de olhos de mel. Valéria era a preferência nacional em todos os sentidos mas, por alguma razão, ela jamais me atraiu. Sabíamos que ela era Cristã e “invicta”, já que nunca foi vista namorando ninguém.

Eu, porém, queria a Cinthya!

Chamei elas para a sede e Tião foi buscá-las em suas casas.

Mamãe as recebeu e foi uma perfeita anfitriã.

Ela vestia um vestido verde claro de corpo inteiro, até os joelhos, demarcando seu quadril largo de mulher, e seios opulentos. Seu cabelo castanho claro estava preso, enrolado na cabecinha, como ela usava na lida diária da sede.

As duas gurias estavam lindas. Cumprimentaram mamãe com dois beijinhos e um abraço e iniciaram uma prosa alta e alegre na cozinha:

– “Dona Miryam, não é a toa que o Noah é tão bonito! Finalmente eu conheci a senhora! A senhora nem parece ter uma família tão grande! Eu quero ter a metade da beleza da senhora quando eu tiver sua idade!”, disse Cinthya, abraçando mamãe profundamente.

Mamãe sorriu para ela como se amigas fossem há anos, e disse:

– “Notícias não fazem justiça a ti, Cinthya! Finalmente eu a conheço e tu és muito mais linda que eu achava, guria!”. Ok…. Não entendi nada, mas as duas pareciam estar se vendo após longo tempo….

Cinthya sorriu e se voltou para mamãe e a abraçou profundamente e por minutos, ambas coxichando coisas em um e outro ouvido, deixando todos nós sem, exatamente, saber o que fazer! Quando se separaram, Cinthya enxugava as lágrimas e olhava para mamãe, que lhe devolvia o olhar com outro tanto ou mais profundo…

Entendi nada…

Val foi e a abraçou também e falou que elas facilmente se passariam por irmãs, já que mamãe não demonstrava a idade, o que era fato, pois Val e mamãe eram, de fato, parecidas, a última mais linda e mulher; a primeira, mais jovem!

Elas sorriam alto, fazendo perguntas sobre a fazenda e os filhos, e as duas não tiravam a mão da cintura de mamãe durante essa interação, deixando minha genitora toda vermelhinha com tanto carinho e elogios!

Estávamos eu e maninho Pedrinho, que passava umas semanas na fazenda de férias, encostados à entrada da sala, quietos, olhando aquelas três fêmeas extremamente lindas conversando como se amigas fossem há anos e estudassem juntas na mesma classe.

Val vestia uma camiseta apertada branca e dava para perceber o sutiã rosa. Estava de sandália de saltinho branca e uma saia tipo cigana amarela. Usava o cabelo preso em um rabo de cavalo, o rosto limpo, sem maquiagem e um brilhinho nos lábios vermelhos. Uma gatinha de parar o quarteirão, a mais alta das três.

Pedrinho não tirava seus olhos de Valzinha. A famosa “cara de peixe morto”, o que eu percebi e dei uma porrada em seu ombro, para seu susto e vergonha em perceber que eu tinha notado.

– “Eita cavalo da porra de braço pesado tu és!! Cacete!! Que porrada doída, lobinho! Papai estava certo: tu és filho do Minotauro, lobinho!”, falou baixo, rindo e passando a mão no ombro e voltando a atenção à Val.

Cinthya usava uma camisa vermelha de botões na frente, mangas curtas. Vestia uma saia larga de seda preta, pouco acima dos joelhos e tinha seus cabelos negros soltos, até a bundinha. De novo, que bundinha bem desenhada e empinada que eu olhava sem conseguir disfarçar muito, fazendo-me ficar já “meia bomba” sem querer!! Calçava uma sandália preta com laços na frente e um saltinho baixo.

Ao ver-nos no portal da sala, as duas abraçaram mamãe e falaram:

– “Dona Miryam! Como pode ser dois filhos tão diferentes?”, disse Cinthya sorrindo alto. “Um gigante moreno e um anjinho loiro!”, terminou Valzinha, apertando o abraço em mamãe.

Mamãe sorriu!

– “Eu tenho seis homens e minha guriazinha que logo completa quatro anos. Esses Judeus grandalhões são meus últimos homens! Esse meu loirinho é meu penúltimo homem e puxou seu papai Canadense e aquele meu moreno é meu homem caçula, o homem dessa fazenda, e puxou meu vovô Italiano! Lindos eles, não?”, sorrindo!

– “Lindos!”, falaram juntas mas deram um sorriso fraco.

Elas mostraram surpresa quando mamãe falou “Judeus grandalhões”.

Logo após sorrir, Valéria mudou imediatamente de semblante e abaixou a cabeça. Valéria era uma princesa nata, não só na beleza mas em seu jeito carinhoso e meigo e aquilo tomou a todos de surpresa! Ela foi de frente e abraçou mamãe, chorando forte no seu ombro.

Mamãe nos olhou sem saber como reagir. Pedrinho e eu nos entreolhamos e voltei meus olhos para Cinthya. Ela sabia, me olhou e abaixou a cabeça e abraçou Val e mamãe junto e começou a chorar também. Cinthya era uma princesa também, e eu e meu mano ficamos atônitos e, naquele ambiente, mamãe também entendeu na hora e começou a chorar.

Como macho é leeeeerddoooooooo para entender as coisas! Enquanto eu e Pedrinho mostravámos nossa melhor cara de completos idiotas, as três se abraçavam e choravam juntas. Pensei: como pode mudar de riso para chôro em segundos? TPM coletiva? Rs!

Valéria se afastou das outras duas e falou:

– “Dona Miryam! Eu sinto muitíssimo pela guerra e acho que o povo Judeu é o povo que Deus abençoôu primeiro! Eu respeito e amo muito vocês! Tudo que vocês fazem é abençoado! Acho que a senhora deve ter perdido parentes queridos durante as guerras… Eu sinto muito mesmo, Dona Miryam!”, e abraçou mamãe novamente.

Cinthya falou:

– “Dona Miryam! Eu amo a senhora desde pequenininha! A gente vai sempre respeitar a senhora e a senhora pode pedir o que quiser que nós duas vamos te obedecer sempre! Eu tenho um amor muito grande na senhora, Dona Miryam! Muito profundo e de muito tempo! A senhora pode me pedir o que precisar que eu vou estar sempre pronta a lhe atender, tá?”

Ok: “desde muito tempo”? Perdi alguma coisa?…

Mamãe abraçou as duas e limpou seus rostinhos e seu próprio rosto. Falou:

– “Achei que tinha uma filha. Agora vejo que tenho três!”. Chorou alto. Se recompôs. Falou:

– “Vão estudar enquanto eu preparo alguma coisa para vocês, vão!”.

– “A senhora precisa de ajuda? Eu quero ajudar, dona Miryam!”, falou Valzinha.

– “Sim, amor. Pode: tira nota 10 nesse trabalho! Agora corre!”, e deu um tapinha na bundinha de Valéria, que correu, sorrindo.

Uma nota aqui, eu JAMAIS ví mamãe dar tapinha na bunda de quem quer fosse na minha vida, sem exceção! Aquela foi a primeira que ela acabara de conhecer, uma guria e lhe tratou como filha.

Ela me olhou nos olhos, já que eu percebi e me mostrei atônito ante sua ação e sorriu profundamente, olhando Valéria ir atrás de Sarah. Daí olhou para mim novamente e entendi a ligação instantânea que ela estabeleceu com Valéria!

Sorri e lhe pisquei o olho. Ela corou, já que sabia que eu tinha entendido tudo pela nossa troca de olhares, e me piscou de volta, também pela primeira vez!

Valéria não se deu por vencida e foi atrás de Sarinha, que a recebeu com amor e muitos beijos, sendo observada por mamãe. Eram irmãs na alma.

As duas conquistaram o amor de mamãe e o nosso e as teríamos em nossas vidas e na de nossa Família para sempre, a partir daquele evento!

Val – Valéria, digo – veio com Sarinha no cólo e respondia as questões com a guriazinha no cólo. Ela fez um trabalho excelente e, confesso, deixou tanto eu quanto Cinthya boquiabertos! Ela foi dar Sarah a mamãe para tomar banho e se ofereceu a fazê-lo, mas mamãe preferiu dar ela mesma, agradecendo Valzinha.

Em minutos voltou, se arrumando… confesso: amei Valéria naquela hora! Amei muito! Não como homem e mulher. Como alma! Queria ela na minha família para sempre!

Pedrinho – como contei, meu maninho amado quatro anos mais velho – não tirava os olhos de Valéria desde a primeira interação dela com mamãe e, depois, com Sarinha. Sorri para ele e apontei com os olhos o lado externo do pátio e nós sempre nos falamos com o olhar, então ele sumiu… (Rs)

As gurias estavam totalmente a vontade e fizemos o trabalho rapidamente. Cinthya percebeu as vezes que eu olhava na direção de sua bundinha e ficava meio corada, mas não mudava a posição.

Após acabarmos o trabalho, tinham algumas imagens para retocar. Pedrinho tinha saído. Val não se conteve:

– “Nosso Senhor Jesus Cristo, Noah! Não sabia que você tinha um irmão tão lindo assim!! Você é grandão, moreno, peludo e de olhos cinzas que dá até medo olhar, mas teu irmão é branquinho, corpo de homem lindo, têm olhos azuis doces e é loirinho, parece um anjinho que escapou de Deus e veio viver com a gente! Achei ele muito lindo, ‘cunhado’!!”

Ok: cunhado??? Sério??? HEHEHEHEHE!!!

– “Mamãe jura sermos do mesmo pai, guria! Agradecido pelo elogio também! Tu és uma guria muito linda, inteligente e delicada, ‘cunhadinha'”, devolvi, sorrindo.

Vendo o clima entre maninho e Valzinha, inventei:

– “Val! Se posso pedir-te, pequena, pega os pincéis que estão secando no quintal dos fundos? Meu maninho te mostra, já que ele está lá também! Só para nós terminarmos aqui, guria!”, ao sorriso escondido e olhares de Cinthya para ela…

Ela saiu e olhei para Cinthya, levantando da cadeira:

– “D-us! Não aguento mais só te olhar, pequena! Preciso te beijar, minha prendinha!”, sem esperar ela responder, tomei seus lábios com força, forçando seu corpo para se inclinar!

Percebi que ela tentou falar ou gritar alguma coisa, mas eu queria mais era chupar aquela língua doce e subi a mão em seu pescocinho. Conforme o beijo evoluía, ela pôs a mão no meu peito, abriu dois botões e segurou meus pêlos, acariciando meu peito. Eu desci a mão de seu pescoço para sua bundinha e contornei toda aquela delícia, sentindo-lhe e dando um apertão que engoli seu gemido, voltando com a mão e pousando em seu seio, apertando aquela coisa linda, macia e com o biquinho marcadinho… Que tesão e vontade de chupar aqueles biquinhos pontudos!!

Disse, entre nossos beijos:

– “Mas… não sou tua prenda, Noah… Tenho namorado… Não me rouba dele… Não rouba meu coração que eu vou sofrer de novo, sentindo tua falta!… Você não é de menina nenhuma… Você tem coração cigano, Noah! Me solta… Me solta…”, mas não fazia nada ou esboçava qualquer reação contrária à minha conduta, que já tinha aberto sua camisa e exposto seu sutiã.

Ok: “… de novo… de novo… de novo…”: o que seria isso? Enfim, continuei!

Eu a deitei no sofá e fui à sua orelhinha e pescoço, chupando e mordendo o que eu via, aquela carne branca, macia, arrepiada, com suas mãos puxando meus cabelos e respirando forte…

Tinha acabado de tirar meu membro do jeans, esperando ganhar um boquetezinho daquela branquinha deliciosa, e desci a mão na sua bundinha e fiquei apertando e segurando ela lá, louco de vontade de sentir aquela pele, aquela carne macia e farta!

De repente, ela olhou meu pinto e sentiu minha mão e gritou entre suspiros:

– “Me larga, Noah!!! Não sou outra puta das que você pega!!! Me larga e não me faz cometer um erro!!!”, gritou, ainda me abraçando e tocando meu peito nú.

OK: ordem dada – mesmo que puto da vida – ordem recebida!…

Afastei-me de Cinthya.

Tentei ajeitar meu membro mas não deu porque estava duro e não cabia na calça, então tinha que esperar abaixar um pouco, o que acontecia rapidamente pela perda do tesão que ela me causara e firmei meus olhos profundamente nos seus. Ela estava respirando forte e estava toda vermelha. Sua saliva misturada com a minha de nossos beijos escorria em seus lábios e ela olhava meu pinto e meus olhos em seguida.

Falei, ressentido:

– “Se eu precisasse ou gostasse de puta, não teria ido atrás de ti. Não a teria convidado à minha casa. Não teria parado agora também, pois tu gritou para eu parar enquanto me abraçavas, alisavas e me beijavas!”

– “Tu não me verás nem falarás comigo novamente, Cinthya. Acabou aqui, pequena!”

– “Peço perdão pelos meus avanços! Não se repetirá e espero que teu namorado te mereça!”

Abotoei minha camisa que ela mesma abrira. Consegui, finalmente, guardar o pinto de lado na calça e fechei o zíper.

Fui com as mãos e abotoei a camisa dela. Arrumei seu colarinho e tudo a sua volta e a trouxe sentada no sofá, arrumando a mesinha na frente. Puxei sua saia para frente, encobrindo quase todas aquelas coxas grossas.

Toquei em seus cabelos e os arrumei atrás das orelhas e de sua cabecinha, tudo olhando fixamente em seus olhos que fitavam os meus em um chôro silencioso.

Estava cuidando com carinho daquela pequenininha por quem tinha aquele sentimento especial e desconhecido.

Levantei.

Trouxe água para ela.

Ela me olhava atenta, bebendo a água a goles grandes até acabar, e continuava a chorar, sem tirar os olhos de mim.

Saí.

Estava doente de raiva, puto da vida, mas um não é um não!!!

Ao sair atrás dos pincéis, vi Valéria apoiada no muro da varanda, com uma perna levantada enquanto Pedrinho, meu maninho, a estocava e beijava sua boca. Ví que escorria sangue em sua coxa, sinal que meu maninho foi o primeiro a desbravar aquele corpo lindo.

Sorri, feliz pelo meu mano e Val: amo meu maninho e gostava de Valéria!

Peguei os pincéis sem fazer barulho.

Voltei para a sala.

Puxei os papéis e voltei a falar do trabalho, finalizando o que precisava na hora seguinte, com Cinthya me olhando sem entender nada.

Val voltou um pouco após, toda descabelada e meio que arrastando a perna. Um pouco após, Pedrinho veio, suado, oferencendo refrigerante, com os olhos sobre a Val: fiquei feliz por meu maninho e por ela novamente!

Terminamos e Tião foi levar as gurias para suas casas.

Meu maninho – já bem mais baixo que eu – pulou em mim com as mãos em meu pescoço:

– “Lobinho! A Lérinha é um tesão!!! Quase não dou conta de comer o cabaço da guria, maninho!!! Como é quente e gostosa aquela guria!!! Quero ela de novo, mano!!!”, todo feliz!

Comentei:

– “Ela estava feliz! Tu estás feliz!! Eu estou feliz por vocês, mano!!! Ela é um pedacinho de mal caminho mesmo! Hehehe! Bobeia e passo a lenha na pequena!”, ao que ele começou a rir, já que sempre fazíamos essas piadinhas entre nós, reciprocamente!

– “Maninho! Sê homem com Valéria!”. Ele ouviu, riu e mandou:

– “Tu és um salafrário dissimulado! Estás falando aí mas sei que tu pegou a Cinthya também! Contas tudo, vai, lobinho!”, falou rindo!

Olhei sério para ele:

– “Não, mano! Não rolou nada, maninho! Começamos a beijar e ela gritou comigo que não era uma das putas que eu pegava…”

Seu olhar mudou de felicidade para revolta em segundos:

– “O quê??? Lobinho!!!! Eu fui atrás de puta, maninho Goliath foi também, mas tu nunca fostes a um puteiro nem pegastes ninguém a dinheiro ou de rua!!! Como aquela vaca filha da puta falou assim contigo e tu não lhe destes um pé de ouvido, maninho?”, escandalizado.

– “Jamais vou levantar minha mão contra uma guria. Tu sabes disso, maninho… Cinthya é passado! Vamos pro lago beber o cabaço que tu tirastes da Val, vamos!”, sorri, meio machucado emocionalmente, e fomos!

Maninho estava leve e feliz e passamos horas com ele contando as sensações e o que fez na Valéria. Para sua surpresa, confessei que vi eles na varanda e o sangue da pequena em suas coxas, ao que ele se encheu de orgulho e falou que amou a pequena como jamais fizera com outra! Ele amou Valéria com sua alma! Eu sabia e sei disso! Ele e Valéria eram almas gêmeas.

Naquela época não era religioso. Era somente espiritual. Repito: eles são almas gêmeas.

– “Lobinho! Eu me casaria com a Valéria!”, falou. Sorri. Ele começou a chorar angustiado, sentindo a falta da prendinha dele.

– “Lobinho… Amo a Valéria… Amo ela, mano! Troco a minha vida por ela, maninho!”.

– “Eu sei, maninho! Vive! Tu e ela! Vocês vão viver muito cada um dos motivos que têm e ter uma família grande, maninho!”.

Bebemos duas garrafas de Ypioca ouro; nadamos no lago, apostando corrida. Sim: maninho ganhou de mim, já que eu bebi em excesso para esquecer Cinthya.

Fiquei muito feliz por meu maninho branco! Beijei seus olhos e testa como era nosso costume!

Perguntei para mamãe sobre Cinthya. O que elas falaram e porque eu tinha essa vontade imensa daquela guria e ela falava coisas como se fosse um passado que eu não sabia ou me lembrava, o que eu achava impossível já que tenho memória excelente desde meus dois anos de idade e não esqueço nomes, números, tudo!

Tenho memória fotográfica. Não preciso ler, só olhar e fica na minha mente e consigo ler dela.

Estavámos para nos amar quando eu fiz essa pergunta. Não fizemos amor naquela noite. Só conversamos.

Ela disse:

– “Noah, filho… Há muito para eu te falar, mas não vou fazê-lo inteiramente porque não me sinto confortável. Por favor, não me mandes, porque eu te obedeço e as conseqüências não serão favoráveis, amor.”

– “Cinthya faz parte de um importante passado teu que foi esquecido por um trauma profundo que tu sofrestes. Eu sempre soube que ela voltaria à tua vida, mas te suplico que deixes a pequena trazer-te a memória de volta, não eu, amor. Eu desejo complementar o que ela decidir te falar, se ela o fizer. Te suplico que aceites isso, amor…”

Respondi:

– “Não te forço ou te mando. Tu tomastes tua decisão e eu a respeito. Se Cinthya fizer-me lembrar, lembrarei; se não, ficará às sombras aonde está.”

– “Miryam. Eu esperava mais de ti e tu feristes minha confiança em esconder-me meu passado, sabendo que eu não me recordo.”

Foi a primeira vez que chamei mamãe por seu nome e fiquei conturbado com a sensação que esqueci algo importante.

Levantei-me da cama sem olhar mamãe. Vesti-me e sai para o celeiro. Ouvi um choro alto e profundo de mamãe quando ia fechando a porta de seu quarto. Não senti pena.

Após aquela noite, jamais fiz amor com mamãe. Foi a última vez que fui seu macho, voltando à condição natural de filho caçula dela e homem da fazenda. Senti falta.

Voltando…

Alguns dias se passaram, e Pedrinho continuava a chorar. Ví e senti sua angústia! Meu maninho estava morrendo sem sua prendinha!

– “Tião! Trazes Valéria aqui, agora! De pronto! Fazes já e me ligas se algo te opuser! Tu a trazes para mim, não para Pedro, por favor!”

Pedrinho chorava muito e não era a bebida. Sempre fiquei preocupado com Pedrinho e bebida: ele era fraco para beber e usava álcool como fuga, não como complemento de celebração! Como papai e Goliath, ele sempre teve tendência a ser alcoólico… Mas seu chôro e sua angústia eram falta de sua prendinha, e eu entendi e respeitei!

Valéria chegou e me abraçou:

– “Por que você me trouxe aqui, Noah?”, falou meio que tristinha.

– “Pedrinho sente muito tua falta! Chora por ti! Como tu te sentes sobre ele, pequena?”. Ela abaixou a cabecinha e começou a chorar.

– “Só penso nele, Noah! Não como, não durmo! Dei minha virgindade ao teu irmão mas ele me roubou o coração… É difícil pensar em viver sem ser nos braços dele, Noah… Desculpa!…”, e me abraçou, chorando sentida no meu peito.

– “Esta casa é tua casa, Valéria! Tu podes vir para cá quando quiser que eu ou ele te buscamos! Se quiseres, tu vives aqui!”.

– “Tu agora vais à sala principal e recebes Pedrinho! Tu és nossa, nossa família, e essa é tua casa, pequena!”

Mamãe veio e abraçou a guria bem apertado, como se fosse uma filha distante a tempos… Havia amor alí e achei lindo isso delas duas!

Pedrinho desceu para ver o que acontecia. Deu um grito alto em seu sorriso, olhando para cima, ao ver seu amor na sala, conosco!

– “Pedrinho! Meu amor! Que saudades!”, gritou ela, indo ao seu encontro e o abraçando e beijando! Os dois choravam juntos e se abraçavam. Olhei para mamãe e saímos, para dar lugar ao amor deles em sua merecida privacidade.

Valéria ficava em casa em cinco a cada sete dias! Rs! E sempre estava com mamãe! Valéria era o amorzinho do mundo para o mundo!! Jamais vi guria tão amorosa assim!

Mamãe a amava muito – o que, realmente, não era difícil já que Valzinha era um poço de bondade, amor e inteligência – e passava horas com ela. As duas cozinhavam, falavam de família, filhos, costuravam roupas novas para nós. Mamãe explicava todos os costumes da cozinha e fé Judaicas e lhe ensinava como cozinhar Kosher ou não, as separações e os motivos e Valzinha ouvia, aprendia e executava a tudo! Um dia, Val perguntou sobre a morte de papai Adonis e mamãe contou tudo. Valéria perguntou das cicatrizes na minha costa! Perguntou das cicatrizes na boca de Pedrinho!.

– “Há coisas que tu não deves perguntar, filhinha! São segredos de família! Páras agora, tá?”, falou, carinhosamente.

– “Sim senhora! Eu amo muito meu mano Noah e queria saber porque ele foi tão machucado assim… O Pedrinho tem cortes também na boquinha… Mas eu obedeço a senhora em tudo, mãe!”, falou Valéria, obediente que era à mamãe.

Mamãe sorriu e a abraçou apertado:

– “Perdoa, filha. Não quis ser grossa contigo, meu amor! Tu és mesmo minha filhinha, Valéria!… Eu te amo muito, guria!… Eu conheço HaShem, que tu chamas de D-us, e sei que Ele está sobre você, filha!”

– “Noah tem espírito e alma selvagens e independentes… o papai dele não entendia e reagiu mal… Tu não dizes a ele nunca, mas tua melhor amiga Cinthya é minha filhinha do coração e foi o primeiro e único amor dele… Ele não se recorda dela pela surra de corrente que levou de seu papai e tu jamais vais fazê-lo saber desse assunto, filha! Aquilo é coisa de D-us e tu jamais vais por tua mãozinha nisso, tu me prometes já, filha!…”

– “Prometo, mamãe! Eu não estou surpresa com o Noah e a Cinthya. Eu sempre os vi e desejava eles juntos e eles sempre se olharam com amor sem nem saberem!…”

– “Havia essa amiga deles chamada Kelly, tetraplégica, nos primeiros anos de escola comigo e com a Cinthya e eu lí o diário dela. A mãe dela me deu uma caixinha com meu nome após ela morrer, após o Noah aparecer machucado na escola… Eu fiquei surpresa que ela me deixasse suas memórias para mim, apesar de sermos amigas sempre, mas ela sabia que seria eu e eu cuidaria das memórias dela, do meu mano Noah e da minha maninha Cinthya. Eu era sua amiguinha mas era muito pequena naquela idade, mãe. A Cinthya tinha minha idade, mas parecia adulta e desenvolvida e agia como mulher! A Kelly me escreveu e me chamou de anjo da Cinthya e que eu devia cuidar dela, e eu sempre fiquei junto dela e sempre a ajudo com o que eu posso! A mãe dela escreveu todo o diário dela e me deu…. Eu li tudo e jamais mostrei para alguém, mamãe!…”

– “Eu sei que meu mano Noah é um anjo em corpo de homem, mãe! Ele foi o anjo da Kellinha e de muitos outros e jamais machucou alguém sem ser forçado! Meu mano é um leão, mamãe, como a senhora disse! Lí sobre a minha maninha Cinthya, que Kelly também chamava de irmã. Havia muito amor no que ela escreveu e ela chamava a Cinthya de irmã toda hora. Agora faz sentido sabendo do que a senhora me contou. Mamãe, o Noah foi o anjo dela sempre… Eu peço perdão para a senhora, mamãe, mas a senhora me conta um pouquinho sobre isso?”

– “Filhinha… tudo que tu falastes é verdade e eu estou arrepiada em saber disso! Eu não devia falar sobre isso… Eu vou falar, filha, para essa memória não ficar perdida, porque eu vou embora logo, filha…”

Valéria começou a chorar intensamente e falou: “Mãe! A senhora não vai embora agora, porque minha filha têm que brincar no teu cólo e te chamar de vovó! A senhora vai viver mais, mas não muito mais, mãe… eu vou viver menos e a senhora vai cuidar da tua neta, mãe!”

– “Filha! Não te permito ires embora antes de mim! Isto te está vedado, filha! Tu és minha, minha filha, esposa do meu filho, irmã da Sarah, e tu jamais falas assim, amor!”

– “Há coisas que não está no nosso poder, mamãe! Deus sabe de todas as coisas e a senhora sabe delas também! Fala da Cinthya e do Noah, mãe!”, e estava chorando, olhando mamãe…

Minha mãe se recompôs. Contou:

– “Noah conheceu Cinthya desde o maternal e jamais aguentou ficar longe dela. Ele a machucava com carinho, só para ela precisar do cuidado que ele dava. Ela lhe pertenceu sempre e ele sempre a teve. Ele viu a alma dele nela e a amou e nada havia que eu pudesse fazer para afastar eles. Ele se forçou nela, mas com amor, sem a violar, e ela aceitou e abraçou.”

– “Meu mano Noah a forçou e a disciplinou, mãe? Ele a condicionou?”

– “Não, filha! Nunca teu irmão Noah faria isso com alguém, amor! Ela sempre aceitou e, apesar da imposição dele, ela sempre poderia sair mas nunca pediu ou reclamou. Ao contrário, ela ficava parada na frente dele, esperando ser pega em seu colinho. Fato é que, um dia, ela disse não a ele e ele se afastou dela no mesmo instante. Daí ela foi atrás dele e eles formaram o casal mais novo e perfeito da história! O amor deles era e é de D-us, filha. Mas coisa de D-us a gente não pode por as mãos, entende? Por isso te falei para jamais tocar nisso! A Cinthya menstruou a primeira vez enquanto eles faziam amor e ela falou alto e claramente, e eu ouvi e a mãe dela e todos mais ouvimos, mas teu sogro, meu falecido marido, entendeu que Noah a tinha machucado e sangrado e o surrou como um doente até deixá-lo semi-morto!”

– “Ela tentou se reconectar com ele após a surra, mas ele não conseguiu se lembrar dela e seguiu sua vida, sempre incompleta, porque sempre amou a Cinthya. Eu o assisti todos esses anos, mas sou mãe e não vou estar sempre aqui, filha!”

– “Noah sobreviveu por causa da Cinthya e de mim. Ela só viveu para ele e ele para ela, mas ele perdeu a memória e não se lembra dela! Tanto quanto ele a carregava no colo sempre, lhe dava comida na boca, a amava, a arrumava e trazia no colo de novo, ela o alimentou e lhe cuidou quando ele voltou para a escola, mas ele jamais se lembrou dela, ficando olhando confuso para ela, preso ao sentimento que tem, mas sem saber quem ela era de verdade! Essa é a história!”

– “Nossa, mãe! Estou surpresa mas eu sempre soube disso! Mamãe, minha amiga nunca namorou ninguém e odiou o tempo forçado dela com o Márcio! Ela sempre adorou meu mano, mãe… Apesar de eu não saber antes, era ele… Como a senhora falou, Deus está presente e vai arrumar as coisas, mãe!”

– “Mas, independente, a ordem da senhora vai sempre ser obedecida! Sou submissa à sua ordem, mãe!”

– “Filha, amor… por que dissestes que vais partir antes de mim, filhinha?”

– “Mãe! Sirvo à Deus por Seu Filho Senhor Jesus Cristo e Ele me faz saber as coisas. Ninguém tem o controle disso, mãe! A senhora vai abraçar sua netinha porque vai ser uma menina, mas eu vou ter com Ele, mãe! A senhora me pediu para guardar segredo sobre o Noah e a Cinthya; guarda isso para a senhora somente, mãe!”

– “Cuida da minha filha, mãe! E o Noah tem uma filhinha, mãe! Ela chora o cólo do pai e precisa dele! A senhora também sabe disso!”

– “Eu sei, filha, sobre o Noah e sobre tu. Eu sempre soube, desde que eu te vi. Tudo passou por mim como um filme e eu sei de tudo! Tu és a anjinha que esta família esperava e nós somos o lar que tu pedistes a D-us, amor! Tu fostes predestinada a ser minha filhinha e este é o teu lar! Sei do teu choro, tua angústia e orações solitárias que tu fizestes ao Rabbi Yeshua, que tu chamas de Senhor Jesus, e de teus pedidos para ser amada e recebida em teu lar! Este é teu lar, filhinha minha! Está é tua família, tua casa, a resposta às tuas orações e tu jamais saíras deste lar e família mesmo quando tu partires! Eu sei sobre ti e sobre teu futuro e estou ansiosa em dar o anel da nossa família para você, o que vou fazê-lo quando Pedro te propor casamento. Tu vais sim, amor, e vou te cuidar até teu último suspiro, filhinha!… Eu logo me juntarei à ti, amor, mas vivemos o tempo agora!”

Valzinha abriu a boca sem fôlego, arregalou os olhos, colocou as mãos no rosto, correu para o cólo de mamãe e começou a chorar compulsivamente com o rosto em seu colo, surpresa em saber que suas orações e pedido tinham sido revelados à ela!

– “Shhh, filhinha! Tu estás no teu lar agora, chorando no cólo de tua mãe, habitando com teu irmão, tua irmã e teu esposo, amor! Tu finalmente estás em casa, anjinha linda! Estás com mamãe e tua família bem grande agora como teu coração desejou, princesa minha!”

Ela se acalmou, enquanto mamãe falava e fazia carinho em seus cabelos e na orelhinha e repetia, baixinho “Tudo verdade, mamãe! Tudo verdade! Meu Deus me ouviu! Eu sempre roguei a Ele um lar e uma família que me recebesse e me amasse e que eu não ficasse mais sozinha! Eu amo a senhora por me receber e me fazer sua filha, mãe!”.

Ela olhou para mamãe e mamãe viu os olhos dela brilhando e a beijou neles e em sua testinha!

Valzinha retomou e falou:

– “Não é só isso, mamãe… a senhora quer que eu fale tudo que eu vi e sei porque me foi revelado? A senhora manda em mim e te obedeço sempre, mãe…”

– “Sei que há mais, filha! Contas tudo! Tudo que tu te sentires confortável em falar! Tu és minha filhinha e és nosso anjinho, amor… Falas tudo, amor, sem medo, tá?”

– “Tá, mamãe! Meu mano Noah nunca vai ser esposo da Cinthya, mãe! Ela tem espírito fraco e não vai receber ele até que muito tempo se passe. Eles vão ter filhinhos e filhinhas, mas não ficarão juntos até muito tempo passar. O Noah vai ser de outras mulheres, mãe, e vai ser feliz com elas e amá-las como esposas sem serem! O tesouro mais precioso da senhora e dele vai se tornar a esposa dele, ignorando os padrões e a sociedade como existem! A Cinthya perdeu isso e ela foi trocada por Deus por uma outra princesa, hoje ainda uma menina pequena, que é de seu sangue e vai fazê-lo feliz para sempre e vai cuidar dele como a Cinthya e a Kellinha queriam! Eles vão ser felizes, ter filhos e filhas, e vão ficar juntos para sempre, mãe! Essa vai ser a única esposa real do Noah por um tempo, até que ela o perca por um momento e seja substituída por aquela que ainda não nasceu, mas vai ser a esposa legítima dele, do sangue dele próprio com Cinthya, fechando o ciclo pelas gerações. Ela será tão santa como ainda não se viu e quebrará a maldição que o marido falecido da senhora – que não é o pai do Noah – fez contra o Noah, mas o Noah jamais vai deixar a sua esposa anterior, mesmo magoado, e a vai santificar ela de novo, mas ela será menor que sua esposa legítima. O Noah e a esposa do sangue da senhora vão ter aquele que ele e a senhora perderam… Peço teu perdão pela minha ousadia, mas o Luccas vai nascer, mãe… Não mais da senhora, mas vai nascer do teu sangue e vai ser um homem santo, bom, como o Noah e vai substituir o Noah quando o Noah ficar velhinho, sem manchá-lo ou traí-lo, junto à sua primogênita que eu falei que chora a falta dele…”

– “O primeiro fruto do Noah com a Cinthya vai ser a alma gêmea do Luccas. Kellinha escreveu em seu diário que o nome dela será Mia, mãe, o que não sei o significado. Eles vão ser felizes e vão viver a história de amor que o Noah e a Cinthya não viveram e vão substituir o Noah e a Sarah quando o tempo chegar, mas sem traição. O Noah vai delegar isso a ele mas vai por a primogênita dele no lugar de Mia. E da primogênita virão mais frutos de Noah e ela e Luccas vão comandar esta família que Deus tanto ama, mãe!”

– “Mãe. O Noah não pode saber de nada disso antes do tempo pra ele não mudar suas ações pensando no que estou falando. Eu posso pedir à senhora que escreva isso em uma carta selada e entregue para o Rabbi dele, por favor? Essa carta é pra ser entregue somente à Sarah, quando ela completar 18 anos e a senhora deve pedir juramento ao Rabbi, mãe! A Sarah vai ler a carta e só mostrar pra ele quando tudo isso acontecer, mãe, não antes!”

Mamãe chorava muito, sabendo exatamente o que Valéria falava.

– “Eu sei. Eu sei de tudo que tu falastes, filha. Eu sonhei tudo isso e sei que vai acontecer e peço a HaShem que cuide dele e de seu futuro! Eu faço como me pedes sim, filha. Conheço o Rabbi e sei que é homem honesto e honrado e fiel à HaShem e vai fazer conforme eu pedir.”

Valzinha começou a chorar sentida e triste de ter entristecido mamãe em sua cabecinha.

– “Sim, mamãe!

– “Eu amo a senhora e meu mano Noah e o Pedrinho que é meu futuro marido, se Deus quiser, pois o amo como sua esposa… A senhora me fala se eu perguntar o que não devo, tá? A senhora é minha mamãe e eu amo a senhora!… Por favor, perdoa meu erro e a minha ignorância e me aceita por favor, mãe, tá?”, falou, entre lágrimas, olhando mamãe.

– “Filha!! Ignorância?… Erro?… Te aceitar?? Tu és nossa! Tu és minha filha! És parte dessa família! Eu te amo como amo Sarah! Tu és minha filha nascida fora do meu útero, amor! Podes questionar o que quiser e eu falo como puder, filhinha! Tu és minha filhinha mais velha e essa casa é teu lar, meu amor! As pessoas dessa casa são tua família! Tu és mais amada que Rute foi por Noemi! Tu és meu maior presente, filhinha!… Te aceito como já o fiz em meu coração! Tu me aceitas como tua mamãe, porque é assim que me sinto e te vejo desde a primeira vez que coloquei meus olhos em ti, Valéria…”

Valzinha ajoelhou-se e deitou a cabecinha no seu cólo de novo e ficou lá, enxugando suas lágrimas, beijando as pernas e as mãos de mamãe, abraçada às suas pernas, até que mamãe a tirou, beijou seus olhos e sua testa e a voltou para sua cadeira para continuarem a fazer coxinhas! Sim, coxinhas de frango! Era quinta e toda a comida tinha que estar pronta antes da sexta-feira, nosso Shabbat! A partir daquele momento, a alma de minha mãe se ligou profundamente à alma de Valéria.

Isso tudo que escrevi aqui, mamãe me contou em parte. Rabbi Michael entregou, de fato, a carta à Sarah quando ela completou 18 anos. Também entregou o diário de Kelly que Valéria pediu à mamãe que ficasse junto à carta!

Em seu aniversário, vi minha alma-gêmea chorar muito e ficou triste por alguns dias, sem me contar o motivo.

Sarah me mostrou a carta quando Malka completou 4 anos e confesso, a princípio, que fiquei surpreso pela exatidão do que Valéria escreveu em Português, mas eu já sabia de tudo e tudo já havia acontecido e eu já planejava o que iria acontecer sobre Luccas e Dalilah tomarem à frente das coisas, então fiquei tranquilo. Não entendi sobre meu pai nem sobre Sarah – e jamais concebi qualquer contato com Rachel, minha segunda filha com Cinthya – então escolhi ignorar esses dois tópicos e viver minha vida com meu amor Sarah.

Não quis ler o diário de Kelly: achei inapropriado! Cinthya quis; leu; chorou e ficou deprimida por uns dias, voltando ao normal após: tudo já havia acontecido também!

Sarah me pediu perdão por não me mostrar antes. Eu sorri para ela e a beijei longamente. Lhe disse ter feito bem! Não gostaria de ter sabido antes de modo algum, já que a vida é para ser vivida como acontece, não por antecipação!

Agora, vá ser mulher forte e estável como Sarah é lá nos confins de Marte: sabendo de tudo isso, só via, conferia e nada falava, só me fazendo companhia! Como o provérbio diz, “Mulher virtuosa, quem a achará? Seu valor excede ao de rubis!”: essa é minha Sarah!

O que eu achei por bem não contar naquele momento que ela estava emotiva é que eu tinha ouvido da própria Valéria, em Aramaico, o que estava escrito na carta, enquanto ela orava na sala. Ela sorriu e disse que havia tirado um peso de suas costas que ela carregou por anos e me deu um murrinho no peito, perguntando porque não lhe contei antes. Sorri: “Pelo mesmo motivo que tu não me contastes antes, minha Senhora amada!”.

Ela sorriu e nova sessão de beijos! Rs!

Continuando e voltando ao tempo… Sarinha era o xodozinho de todos, principalmente de Valéria, com quem passava horas!

Em uma brincadeira entre nós, maninho Pedrinho me perguntou:

– “Se tu fosses escolher em perigo iminente, tu salvarias a mim ou à Lérinha?”, como a chamava.

Sorri:

– “Valzinha, lógico!”, rindo alto, ante seu olhar surpreso.

– “Tu és meu sangue, Pedrinho. Nós nos defendemos sozinhos! Somos machos! Somos homens! Valzinha era sozinha e agora tens a tu e a nós! É minha maninha agora! Eu salvaria essa minha maninha pequenininha, sabendo que tu salvarias a ti mesmo sem dificuldade!”.

Val pulou em meu cólo e me encheu de beijos na bochecha… O jeitinho dela era tão lindo, tão doce, que meu coração saltou do peito de tanto amor por aquela minha maninha loirinha!… Daí pulou no cólo de Pedrinho e o beijou na boca intensamente, que limpei a garganta e chamei para continuarmos a brincadeira! Rs!

Dias após, ouvi mamãe falar com Pedrinho sobre casar-se com Valéria. Ele estava muito feliz e pediu para falar com ela no dia seguinte.

Mamãe tinha lhe mostrado o anel de casamento que pertence à nossa família há gerações (tipo, centenas de anos!). Ninguém realmente soube precisar quantas gerações atrás, só que foi usado pelo nosso sangue, muitas vezes secretamente escondido, como foi durante as guerras e outras perseguições que sofremos. É um anel feito de ouro puro que marca se morder, sem mistura de outros metais. É todo incrustado de pedras com destaque para 12 pedras distribuídas de modo uniforme, cada uma de uma origem e cor diferente, como esmeralda, safira, rubi, etc. Em seu topo, há uma formação como se fosse uma tenda e um diamante grande, como uma grande gema, dentro da “tenda”.

Ele pegou, beijou mamãe, o anel e ela o guardou. Ela explicou que o anel era para as gerações de mulheres judias que se davam em casamento. Não era para uma mulher qualquer, mas uma mulher Judia virtuosa com quem um filho da nossa linhagem se casasse!

– “Quero me casar com Valéria no próximo final de semana, mãe! Tu me ajudas?”, falou, enquanto segurava as mãos de mamãe.

Mamãe, apesar de saber, querer e desejar, mostrou preocupação pela idade de Valzinha. Não que fosse criança, mas a guria tinha quinze anos e casamento é casamento. Ela conversou disso com Pedrinho, mas logicamente não se opôs, somente testando a determinação dele e se ele se abalaria e desistiria. Ele manteve-se firme e ela sorriu: ele passou no teste.

– “Sim, filho meu! É pouco tempo mas o suficiente! Noah me ajuda e faz acontecer! Vou preparar tudo para tu e Lérinha!. Mas ela sabe? Aceitou? Os pais dela vão autorizar, já que ela é de menor ainda?”

– “Falo com ela hoje e, em seguida, com seus pais! Quero aquele anel, mamãe!”, ao que ela concordou – “Valéria é minha filha e uma Judia de alma! Este lar é sua casa desde que ela aqui pisou! Ela é digna de usar este anel! Eu concordo, se teu mano Noah concordar, filho!”.

– “Eu falei no cartório e eles conseguem a papelada pronta em uma semana com o preço que paguei, se os pais dela assinarem.”, disse.

Mamãe não tinha dado o anel da família para Goliath quando ele se casou com Vanessa porque ela disse que ele estava se casando, mas não de coração, e Vanessa era pura e precisava de alguém tão puro quanto, não ele.

Coisa de mãe. Aceitei ela dar o anel à Valéria porque sentia seu coração.

No dia seguinte, mamãe veio e falou comigo:

– “Teu mano quer se casar com Lérinha no próximo final de semana! Ele já é de maior mas a guria não. Que pensas?”

– “Ignoro a idade, dado a maturidade que Valéria tem demonstrado. Ela age, pensa e se conduz como mulher, não guria. Penso que é formalidade, mãe! Valzinha é dele e ele é dela desde que se conheceram! Ela é uma Judia de alma! Vai fazê-lo feliz e vai ser feliz! Vamos oficializar isso de pronto, mãe! O que precisas de mim e o faço acontecer ainda hoje!”.

– “Filho, eu te amo muito! Como meu filho e como meu homem! Eu te amo, Noah!”. A abracei com carinho e beijei seus olhos e testa, sem a lascívia que tinha quando a possuia, só vi uma mãe feliz com o casamento de seu filho amado. A apertei nos meus braços e a levantei no ar por uns segundos, pousando-a no chão novamente e lhe beijando.

Ela sorria e me olhava nos olhos! Eu amava aquela mulher e ela a mim!

Mamãe me passou uma lista de coisas para fazer e toda a fazenda saiu em busca de tudo! Somos organizados, ricos e focados e fizemos tudo acontecer!

Os pais de Valéria ficaram preocupados a princípio, mas aceitaram permitir que ela contraísse matrimônio e estavam felizes.

Peço espaço aqui… Por favor… Apesar do site ser “Contos Eróticos”, quero contar o que vi Valzinha fazer e o que aconteceu.

Lérinha chorou quando ganhou o anel de meu maninho Pedrinho e aceitou o pedido de casamento. Ela olhou e examinou o diamante cuidadosamente. Soube que tinha pertencido às mulheres daquela família há muitas e muitas gerações de mulheres Judias valorosas! Sobrevivido às duas grandes guerras!

De fato, somos Judeus de muitas gerações e não sabemos exatamente quando o anel foi forjado, mas sabemos que nossa família fazia tecidos seguindo à norma da tribo de Judá! Se é de fato nossa origem, de geração em geração, ou se foi algo adquirido após as diásporas, não o sei dizer.

Pediu para meu maninho sair um pouco e deixá-la sozinha! Ele ficou confuso, mas saiu.

Eu a observava a distância e permaneci escondido. Ela tirou de sua bolsa um véu branco e cobriu sua cabecinha com ele e se ajoelhou no chão, apoiando-se no sofá! Fechou os olhos e começou a falar, em voz baixa e entre lágrimas:

– “Deus! Quem sou eu? Sou Sarah, Rebecca, Rachel, Rute ou Esther? Quem sou eu que mereci tamanho amor dessa família? Quem sou eu para merecer esse homem lindo e amoroso? Sou uma menina sozinha e quieta que Tu abençoou e vou ser esposa de um filho Teu! Me faça digna, meu Deus! Me faça digna de tanto amor que eu jamais pedi ou esperava! Me faça uma boa esposa! Me faça uma boa irmã! Me faça uma boa filha para minha sogra que amo como minha mãe! Me dê uma filha forte para esse Teu filho, até que Tua vontade seja cumprida em minha vida! Me dá a graça de ser uma mulher virtuosa para meu esposo, uma boa filha para minha segunda mãe e uma irmã amada para meus irmãos! Me faça digna de usar esse anel que viu amor e morte! Me faça digna de merecer o amor dessa família e ser uma Judia como foram as outras Tuas filhas que usaram esse anel! Sobretudo, fica sempre comigo e me guia na minha vida, para que eu seja honrada com a Sua Presença e seja Tua filha digna, em Nome do Senhor Jesus!”.

Ouvi sua oração e senti uma coisa que jamais senti antes. Era como um vento que passou por mim sem contornar, mas através do meu corpo. Meus pêlos estavam arrepiados, meu corpo todo tremia e senti vontade de chorar e vi o vento ir de encontro à Lerinha e levantar seu véu! Literalmente levantou seu véu e a circulava pelo movimento que seu véu fazia! Valéria começou a falar em Aramaico, minha língua nativa, e conversava comigo, sem saber que eu a ouvia, sobre toda a minha vida e o aconteceria comigo e com minha casa; daí falava sobre ela e que ela logo nos deixaria e se apresentaria ante D-us e, pouco após, minha mãe seria vista no mesmo Tribunal.

Eu tremia e sentei no chão e comecei a chorar. Jamais vira aquilo antes e Valéria não sabia falar minha língua. Como ela pode dizer tudo aqui, ainda com o sotaque meu, natural nosso? Estava perplexo, mas não fiquei com minha mente nisso, pois o que é para ser, será! Ninguém vive no passado ou futuro, mas no presente, que é resultado do primeiro e precursor do segundo!

Jamais comentei isso com ninguém, mas com Sarah após fazê-la minha esposa!

D-us é meu Pai e ouviu a oração daquela pequena! Meu Pai concedeu seu desejo e o confirmou!

O casamento aconteceu e Valéria estava perfeita! Meu maninho Pedrinho estava… bem…. ajeitado (Rs!) e foi lindo! (Esse é o tema póstumo deles: https://www.youtube.com/watch?v=NSkXJw96ngE)

Ele deixou seu trabalho em São Paulo e mudou-se para a sede, tomando conta da contabilidade da fazenda.

Semanas após esse evento, eu não busquei contato algum com Cinthya. Eu voltei à prática da esgrima e os outros esportes já que gostava de todos e vi olhos e pessoas em mim, me observando, e, no meio deles, Pedrinho falou alto:

– “Tá vendo aquele guri moreno alto? É meu maninho Noah! É meu mano de sangue e meu melhor amigo!”. Sorri em sua direção e fui tirar o uniforme e tomar um banho.

Havia completado 10 horas de treino e esgrima era o último e estava suado e cansado.

Entrei no vestiário e me banhei; saí e fui para os armários do vestiário, quando ví Valéria na porta me esperando. Coloquei uma toalha na cintura, já que estava nú. Era minha maninha agora e eu sorri. Ela podia me interromper no que fosse, me ver com ou sem roupas, já que jamais vi o corpo humano como algo a ser evitado ou escondido e nunca tive problemas com isso. Nunca senti tesão pela Valéria, mas um amor que jamais senti por outra pessoa àquele tempo. Olhei a pequena e vi preocupação em seus olhinhos. Tomei seu braço e a puxei para dentro do vestiário. Havia outros dois guris que nos viram e começaram a dar risadas pensando besteira: olhei com ódio para eles.

– “Desculpa, Noah! Não sabíamos que Valéria é tua irmã, cara…”. Mantive meus olhos neles até saírem.

– “Val – diz pequena! Por que esses olhos tão assustados! O que aconteceu, guria?”, e só sentia amor e carinho por aquela pequena à minha frente!

– “Estou grávida, Noah, grávida de 12 semanas!… Não sei o que fazer! Estou assustada! Não faz duas semanas que casei com Pedrinho e fiquei grávida antes do casamento, Noah… Engravidei na primeira vez que o Pedrinho me tirou a virgindade… Vocês são Judeus! Eu sou Judia agora! Não sei o que o teu irmão vai fazer! Tua mãe vai me desprezar por ter sido antes do casamento, Noah!.. Ela é minha mãe e não sei como falar com ela, maninho!… Me ajuda, por favor!!…”, e começou a chorar alto, olhando para o chão em angústia!

A agarrei e a levantei do chão, abrançando-a bem apertado! Estava feliz, muito feliz!! Peguei aquela coisinha pequena linda loira no cólo e a puxei para mim, feliz que estava, fazendo-a sumir em meu peito!

– “Vou ser titio!!!! Tu estás prenha do maninho Pedrinho!!!! Deus!!! Como estou feliz!!!!”, e a girava para todos os lados! A guria estava afundada em meus pêlos pretos do peito, então a fazia “voar” enquanto celebrava sua gestação!

A guria ficou pra lá de perdida em meus braços e começou a rir e chorar, sem saber o que fazer ante minha alegria! Eu estava alegre mesmo e saí com ela, segurando sua mão, até meu mano Pedrinho! Estava usando somente uma toalha.

Trouxe os dois ao vestiário. Dei ela a Pedrinho e me vesti, sem falar palavra, com ele olhando para ela para tentar entender o que estava acontecendo.

Saímos do vestiário juntos e os conduzia com a mão em sua nuca e a outra na nuca de Pedrinho. Cinthya veio e ficou junto de nós.

Ao sair do ginásio abracei ele bem apertado, olhei para ele e falei:

– “Tu vais ser papai, maninho! Honras a pequena e sejas homem como papai nos ensinou!”.

Ele se afastou e me olhou, olhou para Lérinha e começou a chorar alto, não sei se de nervoso, alegria ou seja lá o que for. Também foi seguido por Cinthya, que ouviu a tudo e começou a chorar, feliz!

Abracei ele e falei em seu ouvido:

– “Mano. Ela está de 12 semanas, então antes do casamento de vocês! Valéria é nossa maninha Judia agora! Fazes ela se sentir e ser a princesa que ela nasceu para ser, maninho! O que precisares de mim, estou ao teu serviço! Amas ela, Pedro! Amas nossa maninha! Sejas seu pai, seu amigo, seu esposo, seu confidente, seu homem, seu marido! Tu vais ser papai, maninho!”

Pedrinho me olhou, beijou minha testa e olhos e me abraçou, chorando!

Em seguida, Pedrinho abraçou Valéria bem apertado e a beijou de dar inveja às novelas Globais! Ele estava muito feliz e ela não estava mais assustada ou com medo, com a forma com que foi abraçada pela nossa Família!

Fato é que mamãe chamou a todos nós e nossos irmãos e todos na fazenda estavam excitados e felizes com a gravidêz de Val. Ela era um doce e linda e se tornou o amorzinho de nossa casa daquele dia em diante, ante os cuidados quase doentios de mamãe com ela!

Todos os meus seis irmãos ficaram na fazenda por duas semanas. PQP: não dá para ser normal, dá? Rs! Não minto: houve muitas porradas! Tipo, sérias! “Filho preto”, “filho bastardo”, “olho de lobo e cara de cão” e meu sangue fervia para além do meu controle! Soquei o Netinho até ele desfalecer por duas vezes, e machuquei o Uriel até ele se desculpar com voz alta e repetir muitas vezes! Levei boas porradas também, principalmente porque o Goliath me segurou por trás e os outros dois me bateram… Eu podia ter dado uma cabeçada nele e amassado seu rosto, mas escolhi não fazer porque aquilo era coisa “de irmãos”, não algo que eu me sentia autorizado a usar meu treino e força, com violência! O Goliath de alguma forma soube que eu tinha pego a Kamilinha e só esperava a chance para a desforra! Soubesse ele da Vanessa também, e que a Dalilah que ele brincava era minha filha e eu a cuidava, mesmo distante, e lhe dava refeições extras, aulas particulares extra, aulas com os professores extra, aulas de Aramaico, Hebraico, Inglês e Francês extras (quantas vezes falei extra até agora? Rs!) e tudo a Vanessa falava que a escola era muito boa e era parte da mensalidade, a coisa teria descambado de vez… Phew!…

O Goliath sempre foi o mais próximo de papai e tinha seu jeito em quase tudo… Mas quando ele tentou me bater, eu já era guri grande e tome tijolada nele, então acabou naquela tentativa e mamãe fez a gente ficar amigos de novo. Secretamente, tanto eu amava Goliath quanto ele a mim, então a rivalidade terminava quando a violência real começava para ambos: eu jamais realmente machuquei ele apesar de poder, nem ele me pegou na traição e me machucou apesar de poder também. Nós nos amávamos, mas não éramos realmente amigos, o que mudou no capítulo que conto de minha amada guriazinha Rebecca com ele.

De novo, sem digressão! hehehehe!

Incrível que no dia seguinte todos aparecemos com marcas disfarçadas e caras de paisagem! Irmãos.. heheheh! Valzinha conquistou cada um de nós e não tinha um que não a abraçava e a beijava – sem malícia! – e as mulheres agiam ainda mais explicitamente, com passadas de mão na barriguinha dela e por aí vai, conforme o costume das mulheres! (Falo isso porque ver homem fazer é, na minha opinião, super… hummmm… suspeito, estranho?!.. Sei lá! Sou eu pensando alto, mas socaria qualquer homem – parente ou não – que ficasse acariciando a barriga gestante de minha fêmea!)

A coisa é que eu queria ficar com Vanessa e ela também, mas não rolava a oportunidade e Goliath sempre estava com ela! Ela estava presa à Dalilah, que brincava com Sarah e seus outros primos e primas e estava linda! Kamilinha também tentava ficar comigo, mas com todos na sede era impossível não ser notado.

Mas o foco era Lérinha e Pedrinho e foi uma festa. Todos foram embora entre duas semanas, como podem imaginar.

Sarinha vivia em seu cólo, com o ouvidinho na sua barriguinha que crescia rápido, e a beijava, chamando-a de maninha!

Não somos anjos! Somos homens!

Pedrinho comeu Lérinha muito e seu rabinho não escapou aos gritos e choros, ainda que gestante! Val era bem escandalosa e gemia alto e narrava a coisa toda (HAHAHAHAHA!), o que acabava sendo engraçado, principalmente ver seu rostinho corado no dia seguinte. Nem comento o tesão que ouvir aquilo dava em sua essência, tipo, não direcionado à Valzinha porque JAMAIS tive pensamentos do gênero com ela, mas tesão de tesão em ouvir os gemidos! Acho que todos entendem! Rs!

Eu ria a tudo, ouvindo! Rs! Relação de homem e mulher é sagrado. Amor entre homem e mulher é santo! Jamais mecho com isso! Rs!

Mamãe ria e continuou a fazer o enchoval da netinha que viria, então usou o branco e o rosa! Ela também separou algumas roupinhas de Sarah que já não lhe cabiam.

Perguntei porque ela falava “netinha”. Ela só respondeu um tácito: “Falava ‘Sarah’, e ela nasceu! Por que estaria errada agora?”, ao que não tive resposta.

Valéria continuava com suas orações secretas. Apesar de sozinha, orava em vóz alta e Pedrinho a viu algumas vezes e sentiu o mesmo que eu senti!

Valéria era uma anjinha Crente e Judia e foi aceita na Sinagoga, fazendo seus estudos para sua conversão. Seu batismo foi lindo! Eu fui sua testemunha e aceitei Cinthya participar e ver, a pedido de Valzinha, já que era sua melhor amiga!

A igreja que ela ia considerou ela e maninho se amarem antes do casamento pecado, então ela foi desligada no mesmo dia. Ela era organista e perdeu a liberdade, mas seu foco agora era viver a vida de uma esposa Judia, então não se abateu muito. Ela passava horas tocando no órgão que compramos hinos de sua igreja e músicas Judaicas e aquilo trazia um ambiente de paz, sacro, à sede!

D-us!!! Como Pedrinho e Valéria se amavam! Eu saia para visitar as fazendas e fazer os negócios e, após umas horas, via Pedrinho ir para trás da caminhonete chorar…

– “O que é, maninho?”, e o abraçava nos seus ombros, beijando seus olhos.

– “Falta de Lérinha, mano! Que saudades dela! Parece que estou há meses longe da minha prendinha, lobinho!…”

Eu encerrava os negócios rapidamente e tomava as decisões na hora e voltava para a caminhonete com Pedro.

Chegávamos na sede e ele corria para a casa, atrás de Valéria! Eles se beijavam e iam para seu quarto e se amavam por horas!

Como disse, amor entre um homem e uma mulher é santo e não pode ser interrompido ou corrompido!

Como nossa casa estava feliz!!!!

Os pais da guria sempre vinham à sede e eram amigos nossos e de mamãe, conversando por horas e rindo muito! Fazíamos almoços e jantares juntos e eles eram super amáveis!

Mas a vida é a vida, Senhora de todos!

Valzinha começou a entrar em trabalho de parto aos cinco meses e duas semanas. Eu não entendo exatamente qual era seu problema, mas ouvi que ela tinha uma ruptura alta da placenta e estava com a pressão muito alta.

Ela tinha que manter repouso absoluto e ser ajudada em tudo e ficou tomando soro e uma medicação para tentar manter a gestação por mais tempo.

Ela sofreu muito.

Ela perdeu sua vivacidade e pêso.

Ela chorava muito.

Nós sofremos juntos. Confesso que eu mesmo tinha dores no abdomen e vomitava forte.

Pedrinho estava inconsolável. Ele ia para campo, queimava feno e jogava as cinzas por sobre sua cabeça, falando nossa oração Judaica!

Valéria ficou internada na área obstétrica do hospital, então todos nos “mudamos” para o hospital, com exceção de Sarah que ficou aos cuidados de Joanna, nossa cozinheira.

Eu mantive todas as obrigações da fazenda, mas as fazia do hospital!

Cinthya visitava Valéria todos os dias! As duas eram inseparáveis!

Mamãe, mãe de Valéria agora, Pedrinho e eu estávamos juntos todos os dias! Mamãe a levava para fazer xixi, cocô, a limpava e a trazia de volta a cama. Ela sempre usava lencinhos humidecidos que eu ví para evitar assar ou machucar sua filhinha. Também a banhava ao invéz das enfermeiras! Era sua filha agora e dizia, simplesmente:

– “Valéria é minha filhinha! Eu a banho, a limpo e a alimento! Vocês podem ficar tranquilas que eu estou aqui para cuidar dela!”. Vendo tanta beleza em mamãe e suas palavras, as enfermeiras só verificavam ela e trocavam seu sôro e as roupas de cama, bem como a camisola de Lérinha que mamãe a desnudava e a vestia novamente, sempre a abraçando para ela não se esforçar.

Mamãe também passava seu creme que usava durante suas gestações em Valéria. Ela queria que a pequena continuasse linda após sua maternidade.

A mãe e pai de Valéria vinham todas as noites, sem exceção, antes da janta!

Eu fui encarregado de alimentar a todos por mamãe. Eu trazia comida e fazia todos se alimentarem.

Quando a mãe de Lérinha negou comer, soltou um:

– “Noah! Você não passa de um moleque mimado, grande, bruto, atrevido, um projeto de homem, e não entende nada disso nem da minha dor! Não me força a comer, que não quero!”.

Ví dor e fragilidade nela, mas sou homem e isso não se diz a um homem. Não há exceção nisso! Ela podia ter, simplesmente, dito que não queria comer e eu nada teria falado!

Mamãe e Pedrinho me conheciam e suplicaram, com os olhos, para que eu não retalhasse.

Vi todos olharem para ela com rancor e tristeza. Não: isso não iria separar nossa Família!!!

– “Dona Jael. Dor não é incomum a mim ou à minha família. Falta de educação sim! Sou bruto, imbecíl, idiota e primitivo, como tu dizes, mas tu vais comer tudo que estou pondo em teu prato e se tu negares, te levo para fora e te dou uma coça merecida que teus pais jamais te deram! O que vai ser, mulher? Falas agora para esse jumento sem educação!”.

Seu marido me olhou assustado, mas viu fogo em meus olhos e nada falou.

Ela me olhou com ódio, daí com dor, daí com tristeza, e respondeu:

– “Eu como, Noah… Eu como… Não me bate… Desculpa… Estava emocionada!…”, falou resignada.

Eu não estava satisfeito:

– “Comes tudo e lambes os talheres! Tu jamais me desacatas ou te espanco como jamais pensastes! Esse ‘jumento imbecíl’ é um fazendeiro, dono de terras, dono de pessoas, respeitador das pessoas e Judeu nato!”

– “Jamais, Jael! Jamais dirijas tua voz a mim ou a qualquer de meus familiares sem respeito, ou te visito sem perdão! Tua filha está sendo envenenada pela sua gestação e estamos tentando salvar os dois, ouvistes?”. Estava puto e meus olhos eram homicidas!

– “Tu comes tudo agora, aos meus olhos, aos olhos de teu marido, e rápido! Engoles rápido! Jamais tu te diriges a um homem dessa família sem respeito!”, encerrei.

Ela comeu tudo rapidamente. Lambeu a tampa da marmita que tinha caldo de frango, me olhando. Pegou e lambeu os talheres e me deu nas mãos. Seu Albuquerque, marido dela, olhava pasmo a obediência de sua mulher já que ela tinha fama de birrenta e mandona, exercendo poder sobre ele.

Olhei em seus olhos e ela me fitou e logo abaixou a cabeça. Peguei as vasilhas e as recolhi e fui jogar no lixo de compostagem.

Patrícia nasceu uns dias após! A guriazinha nasceu pequenininha, do tamanho da minha mão.

Ela passou três meses na UTI Neonatal.

Todos cuidamos dela.

Valéria – para angústia de toda a nossa casa, sem exceção – faleceu no parto, por complicações e eclâmpsia. Perdemos nosso amor. Perdemos nossa alegria. Perdemos nossa anjinha Crente. Parece que D-us não deixa Seus escolhidos muito tempo nessa terra!…

Chorei.

Saía para fumar e chorava profundamente, sentindo a falta daquela anjinha crente que chorava e orava tão profundamente. D-us… nunca me senti tão perto Dele como quando ouvia e via Lérinha orar.

Deixou-nos Patrícia.

Minha casa morreu junto! Todos vieram e ficaram entre o hospital e a sede por três semanas. Nunca vi angústia tão forte se abater entre todos, muito maior que a morte de papai! Mamãe chorava alto sempre, já que perdera sua filhinha! Pedrinho estava inconsolável e começou a beber muito! Meus outros manos e esposas cumpriam o ritual judaico do período de nojo.

Goliath estava derrotado, já que amava Valéria. Uriel tomou a frente e foi o meu mano mais velho e organizou tudo corretamente, como Judeu que é. Sua esposa Nishi o ajudou e acompanhou, já que não dá para o homem fazer isso sem sua esposa.

Antes de seu enterro, o Presbítero da igreja que Lérinha ia pediu para fazer o funeral dela. Ele era Ancião daquela igreja e falou que faria o funeral dela para Pedrinho. Aquilo não foi bem recebido por ele:

– “Tu e tua laia hipócrita! Valéria era uma santa e eu a seduzi e a fiz mulher antes do casamento! Eu fui seu homem por uma única vez antes do casamento! Ela me implorou para eu esperar, mas não sou Cristão, sou Judeu, e não resisti ao tamanho amor que senti por ela! Se houve erro, foi meu! Valéria me resistiu como pôde mas se rendeu e eu a fiz mulher pela força do meu amor por ela! Ela chorava e pedia para eu parar, mas se entregava ao nosso amor com um único coração ao meu! Nós nos amamos no momento em que nos vímos! Ela chorava que era organista e seria aniquilada por vossa laia! Ela comentou com sua única irmã, que a abraçou como tal mas a denunciou logo após por inveja de não ser musicista como Valéria era! Valéria foi vítima de inveja!!! Vossa laia acata tanto D-us como o diabo de igual modo e abraçou a versão do último!”

– “Ela chorava e me amava no seu lamento por ser Cristã e não querer ‘pecar’! Eu queria respeitar, mas não consegui por amar a guria, minha esposa, demais! Ela não me resistiu por uma única vez, quando nos conhecemos, e só a possuí novamente após o nosso casamento!”

Eu não sabia disso! Não sabia de nada disso, nem suas restrições, nem a luta de meu maninho por evitar ela! Não recebi bem também e, de novo e tanto quanto eu tentava evitar, meus olhos violentos e homicidas me tomaram novamente!

Maninho Pedrinho continuou:

– “Vocês arrancaram ela do órgão, desprezaram ela e atravessavam a rua quando ela passava por ela ser, em vossa opinião, pecadora! Ela chorava todas as noites comigo o desprezo que sentia e se apegou a se tornar Judia! Ela abandonou vossa fé e se tornou a maior Judia desde os tempos de Rute que eu jamais ví! Ela jamais superou não ser Cristã e eu sempre a aceitei! Ela sempre orava e era recebida com amor e carinho.”

– “Valéria era minha vida! Minha existência! Minha razão de viver! Agora tu vens querendo fazer funeral de uma pecadora? Isso é aceito na vossa fé como o foi acatar mentira sem inquirir?”.

Eu estava ao lado do meu mano e o tal Ancião perdeu a cor. Abaixou a cabeça e começou a chorar. Eu o olhava com desprezo e uma vontade imensa de torcer seu pescoço, confesso!

– “Eu não sabia, meu jovem!… Eu nunca soube disso!! Nunca pensei isso!! O que chegou ao meu conhecimento é que vocês viviam maritalmente há tempos, escondidos de nós… Eu errei e, se há pecado em Valéria, há em mim também!! Eu jamais fui a fundo e estava em reuniões e tudo aconteceu tão rápido!! Eu tive que afastá-la!! Eu não sabia… Acreditei em uma mentira!… Eu sou uma fraude!! Todos choramos a falta da irmã Valéria, já que todos a amávamos muito e ela era uma menina muito amada e piedosa!! Era nossa melhor organista e ensinava a música a outras dez meninas… Valéria era a nossa jóia e fiquei doente e sem comer por dias quando tive que tirar a liberdade dela…”

– “Querendo fazer o bem, as vezes erramos e fazemos mal!! Te peço perdão, em nome da Igreja!”.

Não resisti!

– “A Igreja tua não pecou, velho! Tu pecaste! Tomamos ações após comprovar fatos, jamais por conversa, boatos ou disse-que-disse! Tu és indecente em tomar ação estando em tuas reuniões, ignorando tratar-se de vidas! Tu és indecente em não inquiristes antes de tomar ação contra alguém que dizes amar! Amá-la e tomar essa ação temerária te faz o pior porco que existe! Não sei de tua igreja, mas sei tudo sobre justiça! Tua justiça fede, velho! Tu fostes manipulado e nada fizestes! Tu a descomunhou há meses e jamais visitastes tua decisão, mesmo tendo tempo suficiente para fazê-lo! Tua preguiça só pode ser comparada à tua falta de caráter e inabilidade no teu cargo de Ancião! Ancião de uma mentira, que toma ação em boatos, que não os revisita após para ver se a Justiça foi servida! Tu me enojas, velho!”

– “Eu ví Valéria orar na tua tradição e vi ser visitada! Ela falou em Aramaico comigo toda a minha vida e meu futuro! Tu és indigno de citar o nome dessa anjinha que nos deixou, velho! Tenho-te nojo! Tua Igreja é tua Igreja! Tu não és Ancião, mas um velho movido a fofocas!”.

Estava para expulsar ele do cemitério e não me impressionei com seu choro convulsivo! Chorar após um fato que alguém teve poder de mudar, não me impressiona!

Mas Rabbi Michael veio e me abraçou profundamente e começou a chorar e pedir meu perdão para ele. Abraçou Pedrinho também, e pediu perdão pelo erro com Valéria. Disse ao Presbítero:

– “Ela foi desligada da sua igreja por mentiras e inveja, mas entendo o motivo porque conheço a doutrina de vocês. Porém ela iniciou seus estudos do Judaísmo e fez sua conversão conosco. Ela era Judia como Rute foi, mas nunca abandonou a fé que tinha no Rabbi Jesus.”

– “Valéria nos mostrou ser possível ser diferente e ser igual, amar a D-us sobre todas as coisas e a Seus filhos, com piedade e caridade.”

– “Pedro. Permita-me honrar nossa pequena Crente, Judia, como tal. Esse Ancião faz o serviço de acordo à fé dele. Em seguida, eu faço o nosso serviço, de acordo à nossa fé. Dá essa honra a nós e em memória da menina santa que, agora, vai descansar.”

Pedrinho aceitou.

Eu não: “Tu fazes o que chamas de serviço sobre tua mentira e destruição de uma vida! Teu Ministério serviu para destruir uma vida dedicada ao Rabbi Yeshua, filho de HaShem que eu sei e aceito pela Valéria! Tu não és digno de repetir ou te chamar de Seu Servo!”

– “Rabbi Michael disse e vamos seguí-lo! Ele é homem de verdade e o respeitamos! Tu fazes o que chamas de serviço mas não digas uma única vêz o nome ‘Valéria’, ou te espanco e te arranco a língua no mesmo momento! Duvidas e vais saber o que é a ira de um Judeu! Tu não pronuncies o nome dela! Chame-a de irmã, guria, santa, o que achares para falar, mas falas uma única vez o nome Valéria e te quebro e machuco em frente a todos os que acham que tu és o ‘Ungido de Deus’ e mostro que tu és nada, mas um velho pecador e ignorante! Ouviste-me? Dizes!”

– “Calma jovem! Eu ouvi sim e vou fazer como você falou! Calme a aprenda que o perdão é tão grande quanto a tua Justiça!”

– “Não sou ‘jovem’! Sou homem! Não tentes sequer chegar perto a me pregares ou ensinares algo, velho! Tu usastes ambos com Valéria, não? Faça o que eu falo, mas não o que eu faço? Hipócrita! Sujo! Imundo!”

Rabbi Michael me abraçou forte. Ele batia no meu peito e me segurou forte. Falou em Hebraico comigo: “Pára, irmão! Pára! Te acalmes que teu furor e ódio me assusta! Não destróis esse homem! Ele é nada, Noah! Guarda teu poder de Judeu como HaShem te deu! Calma, Judeu, calma, antes que cometas o mesmo crime que esse homem cometeu! Deixa ser e deixa Valéria descansar em Paz! Sejas homem, Noah! Acalme-se!”.

Olhei para ele e o ergui até meus olhos e olhei diretamente para os seus. Ele me olhava em seus óculos, com as pernas no ar, até eu o abaixar novamente.

Eu aceitei. Pedrinho também. O tal Ancião nada falou e mandei que ele seguisse com seu serviço e não me olhasse uma única vez!

O serviço foi feito em duas etapas e todos ficaram espantados em ver Cristãos e Judeus de mãos dadas nos dois serviços, chorando abraçados e participando de tudo juntos.

Ele jamais falou o nome da Valéria. Ele a referia como uma irmã pura, santa, que nos deixou muito antes do que deveria.

Ele jamais me olhou também! Todos os Cristãos choravam bem forte. Vi sua irmã vir e mandei Rabbi Michael levá-la embora do cemitério, ou eu mesmo o faria! Ele o fez e ela desapareceu!

Marquei em minha cabeça que eu marcaria ela como mulher e, assim, ela pagaria o preço de sua traição, já que ela ficou com as coisas que pertenciam a Valéria!

Deixo ao leitor meditar sobre “nós somos mais parecidos do que não somos parecidos..”.

Enterramos Valéria e não dava para contar quantas pessoas lá estavam, tanto quanto não dava para ouvir chôro mais alto que de sua mãe, minha mãe e meu maninho Pedrinho. Ele amava a guria mesmo!…

Pedrinho focou toda a sua energia na guriazinha Patrícia e jamais saia do lado de seu bercinho, mas se tornou um alcoólatra!

A gurizinha precisava de sangue (concentrado de hemácias) e meu mano era B+ como papai; ela, O+, como Val e eu. Doei meu sangue para ela a cada duas semanas e quase morri de anemia porque os médicos não sabiam dos excessos que eu fiz, mas a gurizinha viveu e é nosso amorzinho até hoje, sem sequela alguma, graças a D-us!

Patrícia herdou os olhinhos azuis do meu irmão, é loirinha bem clara e super branquinha e trazia claramente as feições de Valéria.

Soquei Pedrinho muitas vezes para parar de beber. O prendi no celeiro comigo e ele suava, tremia, mas só lhe dava água.

Com o tempo, ele se livrou da bebida e Patrícia era o amorzinho nosso e vivia com mamãe e Sarinha. Apesar do grande vazio que Valéria deixou, que jamais foi substituído.

Seu orgão ainda está na sala principal da sede.

Quando maninho Pedrinho voltou a falar com Priscila – guria que ele iniciou e comentei em algum capítulo antes, mas eles se afastaram – Patrícia se apaixonou por ela e ela pela guriazinha na hora! Ficaram juntas por uma semana, vivendo juntas, e Patrícia é o coração de Pedrinho e Priscila! Priscila soube de tudo sobre Valéria e respeitava sua memória como se tivesse perdido uma irmã!

Mamãe pegou o anel de Valéria. Não o deu a Priscila. Deu a Sarah, antes de morrer de câncer.

Em seu leito de morte ela disse que aquele anel pertenceria à minha primeira guria, que eu não me lembrava mas me lembraria, mas pediu que fosse de Sarah. Ela me contou de toda a conversa com Valéria, exceto pelas coisas proféticas que escreveu na carta, as quais eu já sabia como falei. Deixei a vida acontecer e seguir seu rumo.

Pensei por um momento que ela pudesse se referir a Cinthya, e, de alguma forma, ela sabia que, fosse Cinthya, ela não se tornaria minha esposa, mas Sarah, o que eu tentei ignorar e esquecer, dado ser minha maninha e eu jamais tocaria nela com malícia ou maldade, mas queria vê-la casando-se com um bom Judeu, tendo meus sobrinhos e sobrinhas a despeito das profecias de Valéria e mamãe.

Nós fazemos nosso presente e futuro, pensava.

Fim da Parte I”

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1 comentário

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  • Responder solitarioleao ID:2pduu2et0b

    Bom conto mas final triste e chorei de emoção