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Trombei com um noiado na lavandaria

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Cai nos papo furado do noiado e fui feita de putinha.

Meus pais tinham me abandonado. Eu tinha acabado de romper um relacionamento de anos com o homem que eu achei que era o meu homem. Tinha trabalhos para entregar na facul, dentre essas coisas, a que mais me deixava P da vida, era o desgraçado, energúmeno barata que não sabia dividir a roupa por cor para lavar, além de sempre misturar as roupas com as minhas.

Eu tinha o hábito de limpar a casa ou as roupas quando estava ansioso, era coisa minha e da minha mãe. Apesar da nossa boa situação financeira, eu nunca vi meus pais cogitarem a ideia de ter uma empregada, a não ser a Gilda, nossa cozinheira, mas que só trabalhava quando mãe não tava com paciência para cozinhar. Eu era o terror de Gilda e mamãe, desde que queimei um armário inteiro e todos os panos de prato de mãe, depois de tentar fritar um ovo.

A questão era que quando dei por mim, já não estava sozinho. Um homem alto tinha entrado. A lavanderia estava escura. Eu podia morrer. Okay, talvez tenha sido idiotice assistir tantos filmes de terror em uma única tarde.

Ele entrou, procurou nas cestas com os nomes e números dos donos. Não achou a sua, a julgar pelo suspiro e o estalar de língua.

ㅡ Ae tio! ㅡ Gritou o homem, não muito alto, a voz grossa… Incrivelmente grossa para alguém com a apetência angelical. ㅡ Viu minhas roupas não, parça?

Pisquei os olhos, sorrindo, enquanto tentava não deixar evidente a onda de raiva que subia pelo meu pescoço e fazia meus dentes arranharem uns aos outros. Me tremia, segurando a fera que logo viria à superfície.

Analisei o indício de múltiplas tatuagens pelos braços, a rosa vermelha nas costas da mão direita me chamou a atenção. O risco na sobrancelha, o perfume barato de puta, a chinela branca com a bandeira do Brasil… Gente, o que é isso? Entrei na novela I Love Paraisópolis e não tô sabendo? Só pode.

Não importava a sensação de perigo que me pedia para ir embora, já que não tinha ninguém na lavanderia naquele horário, mas parte de mim queria ficar, enquanto cativava a atenção dele.

ㅡ Não. Não vi.

ㅡ Ah, foi boa então. ㅡ Ele encarou os sapatos surrados, coçou a nuca e suspirou. Pude ver as axilas peludas, não cheias de cabelo, mas… Máscula. Tudo no rapaz gritava desesperadamente, TESTOSTERONA!!! Estranhamente, mas não surpreendentemente, meu corpo reagiu sem que soubesse.

A máquina deu uma apitada, indicando que minhas roupas já tinham secado, eu quase senti o coração parar. Abri e comecei a tirar as blusas sociais, brancas, como qualquer ser de inteligência faria, sem misturar a roupas de outras cores. Eu estava orgulhoso de saber ao menos isso, mas meu bom humor foi por água abaixo quando uma cueca box tão rosa que doía na vista apareceu entre as minhas camisas. Era a décima cueca só essa semana. O desgraçado que não sabe guardar as próprias roupas íntimas, ou era dono de uma fábrica de cuecas, ou era um tarado que gostava de andar com o pau balançando dentro das calças.

Decidi não ficar parado igual a uma barata tonta. Peguei a cueca rosa da secadora e coloquei junto com as minhas camisas. Desviei o olhar para ele.

ㅡ Você é novo aqui?

ㅡ Não, eu tô passando um tempo com meu mano. ㅡ Respondeu ele, dando de ombros. ㅡ E você, é daqui?

ㅡ Sim.

Depois disso um silêncio pavoroso caiu sobre nós dois. Eu voltei a pegar a roupa, e ele… Voltei a olhá-lo, ele me encarava, mas desviou o olhar tão rápido que quase quebrou o pescoço. Sorri, sentindo o mais patético prazer, era bom para o meu ego, saber que atraia os outros homens, mesmo com tão pouca prática em flerte.

ㅡ A lavandeira parece um cemitério. Não curto vir aqui sozinho.

ㅡ Medo de escuro? ㅡ Eu ri.

Ele concordou com a cabeça. Arregalei os olhos, surpreso.

ㅡ Como??? Um homem desse tamanho!

ㅡ Não conta pros meus parça, mas eu não sou chegado em lugares escuros. ㅡ Ele contou, se aproximando de mim com a coluna curvada e um andar diferente. De repente ele era o detetizador e eu um enxame de abelhas raivosas.

ㅡ Cuidado com o bicho papão, então.

ㅡ Cê parece com aqueles adolescentes da Netflix, sabia?

Franzi o cenho. Quando me voltei para ele, girando nos calcanhares, percebi sua aproximação surdina, me pegando de surpresa. Meu coração tomou uma dose perigosa de adrenalina.

ㅡ Eu vi o jeito que cê me olha. Tô me sentindo desidratado de tanto que você me secou.

Não saberia descrever a sensação de vergonha e constrangimento que me abateu nos segundos duros em que seus olhos amarelos me observaram.

ㅡ Desculpa se passei a mensagem errada, cara, mas eu tenho namorado. ㅡ Minha cara nem tremeu. Eu me fiz de coitado, tipo “a culpa é do meu namorado, se não eu daria pra você”. As aulas de teatro valeram a pena, afinal de contas.

O homem não recuou ou se desculpou como eu imaginei que faria, não, ele deu mais alguns passos, e eu tive que inclinar o corpo sobre a bancada que separava as máquinas de lavar das de secar. Se eu fosse um pouquinho mais esperto, só teria saído correndo. Mas meu cérebro travou, meu tesão aumentou e ele percebeu isso no momento em que o meu olhar vacilou. Sua mão pegou minha cintura, mas também parte da minha bunda, era realmente uma mão grande para a média mundial… Caralho, para disso menino.

Meu pau tomou uma decisão por mim. O do desconhecido também, dado a pressão estranha que eu podia sentir claramente contra a coxa.

ㅡ Pensa que eu não notei que isso que cê disse é mó migué? ㅡ Perguntou ele sorrindo e passando a mão pela minha maçã do rosto. Fechei os olhos enquanto sentia a onda de calor de seu latido de cerveja e halls batendo contra minha carne. ㅡ Bora colar lá no teu apê, lindo.

ㅡ A roupa… ㅡ Tentei me livrar dos encantos que faziam meu pau em riste doer e o ímpeto involuntário das minhas pernas se abrindo para um total estranho. Deslizei a mão sobre a bancada, tentando alcançar a cesta de roupas, mas a mão dele sobrepôs a minha, o calor e os dedos dele invadiram a palma da minha mão e rasparam a unha sobre ela.

A boca dele raspou na minha orelha. O peito colou ao meu.

ㅡ Depois cê pega.ㅡ Ele propôs, iniciando uma risada baixa, enquanto ofegava contra minha orelha. Eu tremia contra o toque firme do homem.

ㅡ Vem. É no duzentos e onze. ㅡ Chamei, rompendo nosso contato, sentindo falta do pau dele quase tocando o meu, mas não rompi o toque firme da minha mão que o puxava pela gola da camisa V da Adidas. Ele abriu ainda mais o sorriso sacana, mordendo os lábios.

Eu estava louco, louco por estar prestes a dar a um desconhecido, louco por convidá-lo a entrar em minha casa. Louco por não me importar com a senhora do duzentos e nove, quando entramos no elevador e permiti que ele invadisse meu short e minha cueca, apertando minha bunda. Saber que Dona Dolores via aquilo me deixava ainda mais duro. Meus ovos estavam doendo de tanto tesão.

Ps: Para mais contos e romances eróticos basta me seguir no Wattpad, @ClarkTulyan <3

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