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Ajoelhadas (Crônicas a Mais)

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Essa é uma história sobre Petra, minha antiga namorada. Ela queria me mostrar um novo apartamento. Só não esperava o que ela faria comigo lá dentro…

Era uma época difícil para mim. As horas escapavam de meus dedos e entre a faculdade e o trabalho, não havia muito tempo para mim. Apesar disso, conseguia reservar uma ou outra noite para preencher o leito vazio de alguém.
Naquele dia, por exemplo, tinha acordado acompanhada. Quando abri os olhos lá estava ele ao meu lado: nu, deitado de bruços, e semicoberto pelo lençol.
Suas costas expostas e braços definidos, com mãos debaixo do travesseiro, ainda causavam em mim um leve tremor, e eu relembrava a noite anterior em que fudemos por horas.
Passei a mão pelas minhas coxas e virilha e senti que elas estavam levemente doloridas. Provavelmente exagerei desta vez, mas não estava arrependida. Peguei o celular e percebi que estava levemente atrasada. Dei um beijo na minha companhia, que se mexeu e resmungou algo, mas não acordou.
Deixei-o na cama e comecei a me vestir. Primeiro minha calcinha e sutiã azuis escuro na lateral da cama, meu shortinho jeans esquecido abaixo da porta do quarto, meu top rosa em forma de tubo pendurado na cadeira e, por último, minha camisa de seda verde com discretos detalhes florais amarelo, esquecida por algum canto do quarto.
Peguei o resto de minhas coisas e saí do apartamento. Não gostava de sair à francesa assim, mas deixei uma nota em texto me explicando e agradecendo pela noite.
Não que eu soubesse o nome dele, mas isso nunca me incomodou.
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Chequei meu celular e notei uma nova mensagem de Petra. Para variar, ela tinha uma nova surpresa para mim. Disse para encontrá-la na saída do metrô perto da casa dela, e de lá iriamos de encontro ao local. Qual a novidade mais recente de seu gênio impetuoso, não sabia. Seu nome apenas a vestia com mais uma camada esta incrível ironia que era sua personalidade impassível.
Ela me esperava impacientemente, e me recebeu com um aviso: “Você está atrasada. Você sabe disso, certo?” Eu sabia disso, mas me mantive calada.
Petra se vestia como a “high class” carioca sempre quis se vestir: um top com duas tiras amarradas abaixo de seu busto, uma calça de tecido mole que balançava com o vento, e sandálias claras adornavam seus pés.
Deslocada e fresca como o verão tropical.
Tinha que admitir: ela sabia se vestir bem mesmo. Para completar, sua grande bolsa preta refletia como ela queria ser vista: uma bela de uma mulher de negócios.
“Perdi a hora. Você sabe como é”
“A vida de uma estudante desempregada? Sei muito bem.” Petra começou a andar, parou brevemente, olhou para trás para ter certeza que eu a seguia, e resumiu seu nervoso caminhar. “Alguns têm de trabalhar, afinal. Nem todos podem se dar ao luxo de serem bancadas por uma agente imobiliária-” Parou, olhou seu reflexo na vitrine como se admirando, e continuou: “Principalmente por uma mulher gostosa como eu” Deu uma risadinha e olhou para mim de alto a baixo. “Você tem sorte de me ter, claro…”
Ela sempre fazia questão de me lembrar de nosso acordo. Não me incomodava em dormir com ela, com ou sem roupa, contanto que ela pagasse minhas contas. Poucos sabiam que por trás da pose de ferro de Petra havia uma mulher que adorava dormir abraçada. E adivinha quem era a conchinha menor? Mas não era hora de lembrá-la disto.
Petra olhou para o lado e desarmou seu olhar. “Essa camisa realmente ficou melhor em você do que em mim. Fico até feliz que não tenha me devolvido”
Ela passou uma mão pelo meu braço, buscando contato. Deixei-a me tocar, sem retribuir, mas meu corpo me traiu, enviando arrepios que subiram pelo meu braço, ombros, e desceram pelas minhas costas.
“Adoro te arrepiar” Petra sorriu, retomando o passo ao meu lado.
Foi minha vez de ceder e desarmar meu olhar: “Eu gosto quando você me arrepia”
Andamos de braços dados por alguns quarteirões. Não podia deixar de notar as costas de Petra expostas entre o top e sua calça. Inconscientemente já estava relembrando a última vez em que beijei aquelas costas, antes de descer à sua bunda. Antes que pudesse controlar meus pensamentos, já sorria excitada.
“O que está pensando com esse sorriso bobo, ein?”
“Da nossa última vez.” Sorri pra ela, e dessa vez ela sorriu de volta.
Era assim nossa relação: acontecia naturalmente. A gente tentava brigar uma com a outra, e até certo ponto isso nos fazia girar, mas nunca conseguíamos ficar zangadas por mais de uma semana. Tínhamos o hábito saudável de acabar brigas entre nossas bocas com danças entre nossas línguas.
Lambi meu lábio ao relembrar o último encontro, ainda meio excitada das minhas aventuras na noite anterior.
Enfim, Petra parou de frente a um prédio residencial não muito diferente dos demais e anunciou:
“É aqui. Chegamos.”
Não dei muita atenção ao prédio, mas sentia o mistério crescendo dentro de mim. O que Petra aprontara dessa vez? Não seria a primeira vez que fodíamos em um apartamento aleatório no centro da cidade.
Quando não estava vendendo algum apartamento, Petra brincava de procurar um apartamento vazio só para ter uma desculpa para me ver sem roupa em diferentes lugares. Para uma mulher que buscava tanto estabilidade, eu gostava desse seu aspecto, ela era uma camaleoa, buscando diferentes fundos para se colorir.
Ao entrar no apartamento, minha surpresa se intensificou: paredes vazias, sem tinta e decoração, com apenas uma cadeira acolchoada no meio da sala. Uma porta fechada à esquerda levava a outro cômodo, que imaginei ser o quarto, e outra porta menor provavelmente dava para o banheiro.
Petra me deixou entrar primeiro, fechando a porta atrás de mim.
“O que você está aprontando dessa vez, hmm?”
Olhei para ela desconfiada.
“O quê?” Ela demorava pronunciando as palavras como uma gata manhosa. “Você-não-confia-em-miiim?”
Antes que pudesse protestar, enlaçou-me novamente pela minha cintura e me puxou para um beijo.
Aqui, protegida dos olhares dos cidadãos urbanos, entreguei-me um pouco mais a seu beijo.
Sua boca quente, sua língua que me acariciava… Nunca fui boa em resistir a um bom beijo.
Quando percebi, já estava a beijando de volta, abrindo minha boca um pouco mais e tracejando meus dedos pela sua bunda e costas, sentindo a marca de sua calcinha por debaixo do pano macio e leve.
Petra se afastou, sorrindo, e andou para a cadeira. Depositou sua bolsa no chão e olhou para mim. “O que você acha que é isso?”
Sorri e respondi, cética: “Uma cadeira.”
Ela continuou: “E porque você acha que te trouxe aqui?”
Relembrei de sua mania de ocupar apartamentos aleatórios com nossos gemidos.
“Sinceramente, me parece um bom lugar pra fuder, como qualquer outro.”
Ela me fitou com malícia, fez uma pausa como se imaginando, e continuou. “Tudo a seu tempo”.
“Vem cá, senta aqui…”
Ela bateu amigavelmente no assento da cadeira.
Resolvi entretê-la. Fiz como uma boa garota e sentei como se encenasse uma peça, cruzando as pernas e botando minhas mãos no joelho.
“Prontinho, madame.”
Ela retirou uma fita preta da bolsa. “Isso aqui vai nos seus olhos…”
“Petra, que que você tá aprontando?”
“Shhh”
Ela passeava com a fita por meu braço direito, levantando-se a caminho das minhas costas.
Cobriu meus olhos com sua fita, amarrou atrás de minha cabeça, e beijou lentamente meu pescoço, como se para não perder viagem.
Um gemido escapou de meus lábios e sentia minha excitação crescer. A visão limitada e um beijo no pescoço era mais que suficiente para me deixar molhada. Lambi os lábios e abri levemente a boca, como se esperasse outro beijo.
Ouvi-a andando para longe de mim no apartamento, seguido por um barulho de chaves tilintando.
Por um momento achei que ela fosse me deixar trancada no apartamento, mas logo o som retornava, se aproximando com o que supunha que fosse o molho de chaves.
Ouvi-a remexendo novamente na bolsa, com sons de tecidos roçando entre si, quase como um zíper abrindo.
Senti novas faixas de tecido passeando pelos meus pulsos e calcanhares. “Quero te amarrar hoje…”
Eu adorava ser amarrada, e consenti com um sorriso. “Você tá que tá hoje, ein?”
Em breve ela já tinha imobilizado meus braços e pernas na cadeira, aproveitando para me seduzir com a ponta dos dedos que passeava pelo meu corpo.
“Abre as pernas para mim, gata”
Sentia o roçar da minha calcinha entre minhas coxas enquanto lentamente afastava as pernas.
Fui tomada por um susto ao sentir o gelado metálico das chaves na pele de dentro de minha coxa. Não resisti e deixei escapar um gemido.
Petra suspirou lentamente, obviamente excitada. Fiquei com mais vontade: “Quero sentir você também, não é justo só você me provocar!”
O molho de chaves gelado tilintava enquanto passeava pelas minhas coxas, fazendo-me remexer. Abri mais as pernas enquanto sentia suas chaves se aproximarem de minha vulva. Será que dava pra ver o quão molhada eu estava?
Foi quando senti o molhado de sua língua provando minha calcinha em uma longa e devastadora lambida. Gemi mais alto.
“Porra, Petra…”
Ouvi as chaves no chão enquanto ela se ocupava cada vez mais em me devorar: fincava seus dedos em minha coxa enquanto afastava minha calcinha pro lado com a outra mão, aproveitando para lamber meus lábios, afastando-os com uma língua macia e quente.
Ah, como eu amava ouvir seus gemidos abafados por minha buceta…
Eu me contorcia cada vez mais. Queria puxá-la pelo cabelo para dentro de mim, como fizemos tantas outras vezes, mas minhas pernas amarradas me rendiam à sua boca quente.
Sua língua começou a pressionar e circular meu clitóris, arrancando novos gemidos. Não podia ver, mas imaginei ela me chupando de olhos fechados, como quem se concentra em algo importante, e me senti mais excitada.
“Bate uma pra mim” pedi, supliquei, implorei.
“Já tô me tocando desde que comecei a te chupar” imaginei ela sorrindo enquanto me provocava com suas palavras.
Ao imaginar ela se tocando por mim, senti-me arremessada a novas alturas de prazer. Meu corpo reagia instintivamente: sabia que eu estava próxima de gozar.
Petra parou com seus carinhos de mão em minhas coxas, peitos e bunda. Percebi que alcançava algo dentro de sua bolsa pelo barulho que fazia.
Um leve ronronar robótico percorreu meus ouvidos. Sorri: já sabia o que era.
Finalmente me despindo da roupa intima já encharcada, voltou a me chupar. Aguardava ansiosa o potente toque do vibrador em minhas coxas.
Petra adorava me fazer gozar com o toy enquanto me comia com sua boca.
E o toy me devastada, empurrando-me cada vez mais para a beira de um precipício. Comecei a me contorcer ainda mais, gemendo com a língua deliciosa de Petra e com as vibrações amigáveis que provocavam minhas coxas, ora se aproximando, ora se afastando de minha vulva.
Fiquei na ponta dos pés, tencionando meu corpo com as ondas profundas de prazer. Ouvia os dedos molhados de Petra que se masturbava mais rapidamente agora. Ela gemia cada vez mais alto com seu toy cada vez mais perto de sua língua que acariciava minha boca.
“Ai, Petra, vou gozar…”
Falei quase que em sussurros, esperando que ela decidisse me levar finalmente ao cume que me esperava.
Ela não estava com pressa, passava com o toy em meus lábios e em meu clitóris, alternando sua língua e as vibrações intensas da varinha.
Meu corpo continuava a se tencionar. Não conseguia mais relaxar. Meu âmago implorava para gozar. Estava me equilibrando, elevando a cadeira milímetros do chão. Sentia o jogo de forças, eu contra minha gravidade, como se pudesse derrubá-la com minha insolência.
Meu corpo todo se eletrizava com o orgasmo que crescia dentro de mim. Então, de repente, me desequilibrei e a cadeira voltou ao chão, retomando seus milímetros roubados. Mas eu caí muito além do chão. Vi-me obliterada pela explosão de prazer, como se nenhum concreto, madeira, ou parede pudesse me deter.
Ela desacelerou sua dança de língua em minha faminta boca que salivava cada vez mais por ela. Minhas coxas apertavam sua cara enquanto meu corpo todo vibrava com o gozo.
Quando voltei a mim, arfava e gemia. Ao retirar minha venda, Petra mostrou um sorriso surpreso.
“Nunca vi você gritar assim”
Eu nem percebi que havia gritado.
Sua calça estava abaixada na altura das coxas, e seu top estava um pouco mais bagunçado que seu cabelo.
“Eu tava com saudade de gozar assim”
Inclinei meu corpo à frente, ainda amarrada, mas consegui alcançá-la com um longo beijo de língua. Lambi os lábios ao sentir meu gosto em sua boca. Adorava sentir o gosto da minha buceta na boca de outras pessoas.
Petra afastou-se e desamarrou minhas mãos. Depois se levantou, ficou de costas e lentamente abaixou a calça até os tornozelos.
Sua raba era perfeita pra mim. Queria botar minha boca e fincar meus dentes em sua carne, faminta.
Ela olhou por cima do ombro e sorriu com meu olhar excitado. Tirou um pé de cada vez de dentro da calça e a deixou jogada no chão.
Em seguida, tirou sua calcinha amarela devagar, abaixando e empinando sua bunda para mim. Seu desejo brilhava entre suas pernas, molhada e quente por mim.
Ela se virou para mim, abraçando-me com seus dois braços e sentando em cima de mim, roçando seu ventre molhado em meu próprio ventre.
Começou a montar em mim, esfregando sua buceta na minha. Já estava delirando de prazer, mas meu recém orgasmo, além das minhas aventuras da noite passada, haviam me deixado sensível demais.
“Petra, gata, acho que não vai rolar você roçando em mim não”
Afastei ela carinhosamente, tentando não rejeitá-la.
“Tá sensível ainda?” Ela riu, provocando enquanto rebolava vagarosamente, fazendo-nos gemer.
Lentamente ela se afastou de meu ventre, levantou-se, ficou de costas e inclinou novamente sua bunda em minha cara.
Não resisti: mordi sua nádega, perto de sua buceta, tão perto que senti seu cheiro delicioso, reativando meu prazer pós-gozo.
“Sua bunda é muito gostosa, não resisti”
Ela fez um sorriso de perdão e voltou a sentar em meu colo, dessa vez de costas.
Montando em minha coxa, começou a se esfregar em minha perna. Sentia sua vulva molhada roçando em meu joelho.
“Nunca te comi com o joelho antes, ein…”
Abracei ela por trás, acariciando seus peitos e massageando seus mamilos enquanto ela gemia, deslizando pela minha coxa.
Sentia que ela já estava perto de gozar.
“Fode minha perna, vai”
Eu já estava louca de tesão, mal sabia o que falava.
“Caralho, você me dá vontade de gozar com qualquer parte do corpo…”
Essa era nova!
Continuei movendo minha perna enquanto ela rebolava, esfregando seu clitóris em meu joelho.
“Goza no meu joelho, safada”
O tesão estava começando a me deixar agressiva.
Ela só gemia, cada vez mais baixo, como se prestes a explodir.
Sentia ela tremer por cima de mim, alcançando por trás com seus braços presos ao meu e sua bunda em meu colo.
Deixei-a aproveitar um pouco seu próprio orgasmo, parando de me mover enquanto ela gozava na minha perna.
“Ca-ra-ca”
Ela levantou devagar, tomando forças, deixando para trás um fio de sua saliva do desejo, como uma ponte de puro sexo entre nossos corpos.
Ficou em silêncio um tempo, sorrindo enquanto sentia seu próprio corpo, passando seus dedos por entre seu pescoço, peitos e barriga.
“Só você me faz gozar assim…”
Com um movimento de paixão, voltou para mim e nos beijamos mais uma vez, aproveitando nossos corpos ainda quentes da escapada do dia.
Batizamos o apartamento com nosso gozo.
Sabia que iria ter boas memórias naquele lugar…
Maio de 2022

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