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Novos Afetos (Parte 01)

5051 palavras | 22 |4.88
Por

Uma grande amizade entre dois homens distintos que se transforma em algo maior e mais profundo. A descoberta de novos afetos, carinhos e prazeres.

Conheci Diego há três anos quando ele começou a trabalhar aqui no banco. Ele havia acabado de ser transferido de outro estado e por nossa agência ter algumas particularidades eu fiquei encarregado do seu treinamento. Posso dizer que nos demos bem imediatamente. Gostei muito dele e acredito que ele tenha gostado bastante de mim também. Um cara super legal, divertido, inteligente e muito companheiro. Descobri nele um grande amigo. E claro que eu procurei responder com igualdade, pois não é todo dia que encontramos pessoas legais. Eu me empenhava ao máximo pra lhe agradar e sentia que ele fazia o mesmo por mim. Em pouco tempo já éramos melhores amigos, eu já sabia muito de sua vida e também não escondia detalhes da minha.

Diego alugou um apartamento bem bacana no mesmo prédio que eu moro. Isso me deixou extremamente feliz porque teria meu melhor amigo bem próximo a mim o tempo todo. Ajudei ele a decorar. Estávamos sempre em busca de coisas que deixassem o ambiente bem descontraído e confortável. Eu mesmo procurei na internet itens e móveis para deixar o AP muito belo. Fiz questão de lhe dar um presente bem caro pra demonstrar o quanto eu estava feliz com a sua amizade. E eu fiquei ainda mais feliz quando presenciei o seu sorriso de contentamento e satisfação quando lhe entreguei o toca discos. Ele tinha uma vasta coleção de vinis, mas havia bastante tempo que ele não os ouvia porque sua vitrola quebrara. Porém, agora ele teria o prazer de ouvir todos novamente e eu estaria presente pra registrar esse momento prazeroso.

E naquele mesmo dia quando saímos do banco passamos no mercado e compramos cervejas e petiscos. Diego disse que teríamos uma noite memorável ao som de grandes clássicos do rock. Ele nem deixou que eu fosse no meu apartamento tomar um banho e me trocar, pois queria que desfrutássemos juntos do maior tempo possível. Lógico que isso me deixou muito contente, pois significava que ele gostava da minha companhia. Nunca alguém se importou tanto com a minha amizade e isso estava mexendo comigo de uma forma muito positiva. Não digo que sou um cara carente, mas um tanto solitário sim. Nunca tive um grande amigo, um melhor amigo. E sempre desejei ter. Então ter a amizade de alguém como Diego que era um cara super moderno, descolado, extrovertido e até posso dizer bonito, pois ele era realmente um homem muito bonito me deixava contente. Eu estava me sentindo realizado. Sentia que até as pessoas do banco estavam me tratando melhor. Antes poucos falavam comigo, mas agora até já sabiam meu nome e uma vez me convidaram pra um happy hour e disseram pra eu convidar também Diego. Foi legal, divertido, mas confesso que percebi que não era a minha praia. Eu não sabia interagir com todos, não conseguia expor os meus pensamentos perante tantas pessoas. Ao contrário de mim, Diego se divertiu bastante. Ele foi o centro das atenções naquele momento. Ele falava bem, sabia falar sobre muitas coisas com bastante eloquência e elegância. Todos o ouviam com atenção e admiração. Eu cheguei a sentir um pouco de ciúmes em ter tanta gente à sua volta querendo um pouco dele. Quando estávamos no meu carro indo embora eu não estava me sentindo muito bem e ele percebeu. Perguntou por que eu estava diferente e eu disse que não me senti bem no meio de tanta gente, que me sentia deslocado nesses momentos. Ele colocou o braço sobre o meu ombro, me olhou e disse que então a partir daquele momento seríamos apenas nós três. Meu peito se encheu de uma felicidade que eu não sei explicar. Apenas consegui sorrir demonstrando-lhe a minha gratidão.

Era isso. Sim, era isso que eu sempre quis. Um amigo que se importasse comigo, que cuidasse de mim, que fizesse parte da minha vida e também me permitisse que eu fizesse tudo por ele. E eu faria. Faria tudo pra ver Diego sempre feliz. Faria qualquer coisa pra lhe agradar. E como ele dissera, seríamos apenas nós três. Eu, ele e o pequeno Fábio. E pra que estivéssemos sempre juntos, unidos e felizes, eu estava disposto a qualquer coisa. Eles dois agora eram a minha família, e pela minha família eu faria tudo.

Fábio era o filho de Diego. Um garotinho lindo que só estava esperando o ano letivo terminar pra vim morar com o pai. Ele estava com os avós, pais de Diego e todas as noites eles se falavam por vídeo. Eu fui apresentado a ele como o melhor amigo do papai, o tio Murilo. Já no primeiro sorriso ele me conquistou. Não tinha como não se apaixonar por aquele garotinho de olhos azuis, cabelos pretos e uma pele alva como a neve. Era um verdadeiro príncipe.

Todas as noites eu participava da chamada de vídeo deles. Assim que chegávamos do trabalho íamos imediatamente falar com ele. Eu ia direto pro AP de Diego e só depois de horas de conversa eu ia pro meu apartamento, mas sempre com uma vontade de mais um pouco. Entretanto algumas vezes acabei dormindo no apartamento de Diego, pois ficávamos até tarde conversando e ele acabava propondo que eu dormisse lá mesmo. E isso acabou virando um hábito. Eu ficava dias sem ir no meu apartamento. Estávamos praticamente morando juntos. Havia um único incômodo que era o fato de termos de dividir a mesma cama. Haviam dois quartos, mas estávamos arrumando o segundo para a chegada do nosso pequeno Fábio. Eu disse que não seria problema dormir no sofá ou mesmo no chão em um colchão, mas Diego não permitiu e ainda disse que quando eu dormia na cama com ele fazia lembrar do irmão dele que havia morrido há bastante tempo. Os dois quando eram garotos dormiam na mesma cama e ele sentia falta disso. Claro que eu jamais diria não pra ele depois de ouvir um relato desse, e mesmo ele dormindo todo aberto sobre a cama, deixando um pequeno pedaço pra mim, eu me sentia feliz em estar com ele.

Os dias foram passando e nossa rotina foi se estabelecendo. Trabalho, casa, chamada de vídeo com Fábio, jantar, banho e cama. Uma noite quando já estávamos na cama ele disse:

— Eu estava pensando uma coisa.

— O quê? — eu perguntei.

— Nós dois já estamos praticamente morando juntos. Acho que deve ter uns três meses que estamos dormindo juntos direto. Seu apartamento não tem mais utilidade. Então acho que é um desperdício esse aluguel que você paga.

Eu realmente não entendi o que ele estava dizendo ou tentando dizer. Então perguntei:

— Você está querendo que eu volte a dormir no meu apartamento?

Ele sorriu daquele jeito encantador e disse:

— Claro que não. Estou falando justamente o contrário disso. Estou dizendo pra você vim morar aqui comigo. Quer dizer, comigo e com Fábio. Como eu já falei, sermos nós três.

Ele virou pra mim se apoiando em um cotovelo. Olhou nos meus olhos e disse:

— Sermos nós três pra sempre.

Meu coração acelerou, senti meu sangue gelar. Não esperava aquilo. A felicidade tomou conta do meu ser. Eu estava radiante. Eu estava chorando.

— O que foi? — ele perguntou enquanto seus dedos tocaram meu rosto enxugando minhas lágrimas.

— Não sei — eu disse emocionado. — Acho que fiquei muito feliz com o seu convite.

— Então essa felicidade significa um sim?

Ele ainda tocava o meu rosto com dedicado carinho. E por algum motivo desconhecido eu queria que aquele momento, que aquele toque durasse por mais tempo. Eu queria que ele continuasse ali do meu lado, quase sobre mim, me olhando nos olhos e sorrindo. A sua presença, o seu corpo grande, forte e viril me faziam sentir o homem mais protegido do mundo. E eu respondi como quem responde a um pedido de casamento:

— Sim. É um sim — eu sorri.

Ele sorriu com muita ternura invadindo a minha alma e disse:

— Eu te amo!

Não soube o que falar. Na verdade eu sabia. Eu queria gritar o quanto eu o amava também. Eu queria abraçar ele com toda a minha força e alegria. Eu queria unir meu corpo ao seu pra sermos apenas um por toda a existência. Eu estava sentindo uma profusão de emoções inimagináveis, estava tomado por elas quando de repente senti seus lábios tocarem minha testa. Um beijo. Outro beijo. Depois seus olhos nos meus, seu sorriso penetrante, seus dedos acariciando meu rosto e novamente a frase:

— Eu te amo. Te amo muito.

Agora um abraço que alcançou todo o meu corpo me deixando sob o seu. Um abraço forte e pulsante. E mais uma vez ele disse, agora baixinho, sussurrando no meu ouvido:

— Eu te amo!

Por fim consegui balbuciar entre lágrimas:

— Eu também te amo.

Não sei por quanto tempo ficamos unidos naquele abraço, mas foi tempo o suficiente pra sentir todo o seu corpo. Sentia seu peso, suas pulsações, sua temperatura, seu aroma, sua respiração, sua paz, alegria e desejo de estarmos juntos naquela cama. Com certeza ele estava revivendo comigo os momentos que ele teve com o seu irmão. Com certeza o amor deles era imenso e lhe fazia falta, mas agora, ali comigo ele poderia reviver um pouco desse passado adormecido. Ele poderia me ter como um irmão. Eu seria pra ele o irmão que ele perdeu. Eu seria o que ele quisesse que eu fosse. De todas as formas, de todas as maneiras. Eu só queria que aquilo se repetisse todos os dias. Eu só precisava daquele abraço e daqueles beijos pra eu ser quem ele quisesse que eu fosse.

Então ele me acomodou e se acomodou atrás de mim. Continuamos abraçados, seus braços fortes me tomando pra si, me puxando pra o calor e rigidez do seu corpo másculo. Me senti um garotinho nos braços do irmão mais velho. Me senti embalado por todo o seu corpo que mexia e remexia atrás de mim. Então acabei dormindo em meio aos seus beijos e carinhos. Adormeci embebedado de afeto e amor.

De manhã eu acordei primeiro e ele estava do meu lado ainda em um sono profundo. Me senti feliz por ter ele ali comigo, por ele fazer parte da minha vida e me deixar fazer parte da dele. Admirei sua beleza. Seu rosto era muito belo. Contemplei seu corpo trabalhado e definido com horas de musculação. Seu ombro, peito, braços, abdômen e, sua ereção pulsando dentro da cueca. Rapidamente desviei o olhar, pois não queria e não podia invadir a sua privacidade. Tenho certeza que ele agiria igualmente. Seu caráter era intocável e impecável. Olhando em seus olhos fechados eu sibilei:

— Eu te amo… muito.

Pelo fato daquele dia ser um sábado e não trabalharmos deixei ele dormir mais. Levantei e fui pra cozinha decidido a fazer o melhor café da manhã de nossas vidas. Enquanto cozinhava relembrava a noite anterior e tudo que aconteceu entre nós dois. Suas palavras não deixavam minha mente. Suas frases de amor inundavam minhas lembranças. Ainda sentia seus lábios sussurrando em meu ouvido dizendo que me amava. Que me amava tal qual amara o irmão. Que agora não sofreria mais a ausência do irmão falecido, pois tinha a mim pra preencher o vazio em seu coração. Que eu era tudo que ele precisava.

Enquanto eu era o que ele precisava, ele era tudo o que eu tinha. E nesse momento, perdido em pensamentos, senti seu corpo junto ao meu, me abraçando por trás.

— Bom dia — ele disse me beijando o pescoço.

Pousei minhas mãos sobre as dele e disse:

— Bom dia, meu amor. Dormiu bem?

— Muito bem. Foi uma noite maravilhosa. E você?

— Também dormi muito bem. Foi tudo ótimo e mágico. Eu estou muito feliz. Obrigado por tudo!

Ele me deu mais um beijo e apertou mais o abraço. Nesse momento senti que ele ainda estava ereto. Seu pênis estava pulsando contra a minha bunda. Tomei um leve choque com aquilo, mas não queria me importar. De certa forma era estranho ter um homem de pau duro pulsando na minha bunda, porém aquilo com toda a certeza faria parte da nossa intimidade e eu não queria ou iria estragar a nossa relação por causa desses contatos. Aquele era o primeiro, mas com certeza não seria o último. Tinha certeza que veria ou sentiria sua ereção outras vezes. O nosso amor era mais forte e mais importante do que o seu pau duro pulsando no meu corpo. Ficamos abraçados por mais um tempo. Eu me sentia o homem mais feliz do mundo. Nos seus braços eu me sentia inteiro. Me sentia completo em seu corpo. E até seu pau duro pulsando ainda mais forte em mim me fez completamente alegre, pois dessa maneira eu sentia que não haveria barreiras entre nós dois. Percebi que poderíamos ser nós dois, sem vergonhas, sem medos, sem tabus. Poderíamos ser verdadeiramente como dois grandes irmãos.

— Dá vontade de ficar o dia todo aqui abraçado com você — ele disse com um leve suspiro.

— Se você não me soltar com certeza ficaremos porque eu não consigo querer outra coisa — eu disse apertando sua mão que me acariciava o peito.

— Então posso ficar mais aqui com você? — ele perguntou beijando minha orelha.

— Fique o quanto você quiser — eu disse me aconchegando mais em seu corpo.

Seus lábios estavam brincando em minha pele. Sua língua passava levemente pelo meu pescoço e orelha. E sua pulsação continuava forte e latente atrás de mim. Conseguia sentir a sua grossura e tamanho na minha bunda e isso me fez perceber o quanto ele era bem dotado. Sem entender o motivo acabei ficando feliz com aquela constatação. Fiquei feliz pela sua masculinidade. Fiquei orgulhoso como um irmão mais novo fica do irmão mais velho. E fui tomado de uma surpresa ainda maior quando senti o meu próprio pau também endurecer. Mais uma vez resolvi agir com naturalidade. Éramos apenas dois irmãos que se amam e não sentem vergonha de demonstrar esse amor. Dois irmãos que se abraçam e trocam carícias e não se sentem constrangidos com suas ereções. Porém fomos interrompidos pelo toque do forno dizendo que nosso café estava pronto. Nos separamos com pesar. Ele se afastou de mim lentamente como se nunca quisesse sair daquele momento. Eu fiquei com uma sensação maravilhosa percorrendo todo o meu corpo, mais um sentimento de querer mais daquilo.

— Vou tomar banho enquanto você termina aí — ele disse.

Eu me virei e disse:

— Já está pronto. Depois você toma banho. Eu também ainda não tomei.

— Tudo bem então. Depois tomamos — ele concluiu.

Num movimento involuntário olhei pro seu pau. Estava duro, extremamente duro estufando a cueca slim. Pulsava forte e a cueca molhada denunciava que estava babando. Acredito que comigo a situação era bem semelhante.

— Sente-se que eu vou lhe servir.

Eu pedi e ele logo obedeceu. Lhe servi com carinho e dedicação. Conversamos sobre várias coisas, mas a todo momento eu pensava no que acabara de acontecer e senti que começava a desejar que acontecesse outras vezes. Nunca tive esse tipo de contato com nenhum amigo. Na verdade nunca tive amigos. Sempre fui um homem solitário desde a adolescência. Então nunca passou pela minha cabeça que dois homens pudessem ter esse tipo de afeto tão natural, tão acolhedor e tão sincero. E me sentia feliz por estar descobrindo e vivenciando esse afeto, esse amor sincero entre dois irmãos.

— Então, o que faremos hoje? — ele perguntou.

— Não sei. Não tenho nada em mente. Não programei nada.

Ele me olhava com entusiamo. Disse:

— Sabe mesmo o que quero fazer hoje?

— O quê? — perguntei.

— Ficar em casa hoje o dia todo curtindo a gente. Maratonar uma série, tomar umas caipirinhas e ouvir uns vinis. O que diz?

— Eu acho fantástico — disse realmente contente com a idéia.

— Fechado?

— Fechadíssimo! — falei idealizando o dia maravilhoso que teríamos.

— Vamos tomar um banho e descer pra comprar uma boa vodka? — ele sugeriu. — Acho que não temos nenhuma aqui.

— Sim. Vamos.

Já tínhamos terminado a refeição, então ele levantou me puxando pela mão.

— Vamos logo que hoje eu quero aproveitar cada segundo — falou nos conduzindo ao banheiro.

— Pode tomar seu banho primeiro. Depois eu tomo o meu — eu falei antes de chegarmos ao banheiro.

Ele não se importou com o que eu falei e continuou me levando. Quando entramos no banheiro ele disse:

— Esse box é grande. Cabe muito mais que um. Dá pra mim e você. E com certeza até nosso Fábio quando chegar. Vamos tomar banho juntos sempre, nós três.

Eu não sabia o que falar. Estava um tanto atônito com aquela situação. Nunca tomei banho com outra pessoa, muito menos com outro homem. Acho que deixei transparecer o meu desconforto, pois ele disse tranquilo me acalmando:

— Relaxa! Você ficou tenso. Por quê?

— Não sei. Nunca tomei banho com ninguém. É estranho pra mim. Acho que é isso.

Ele sorriu como sempre, fazendo tudo ficar tão simples. Perguntou:

— Nunca tomou banho com seu irmão quando vocês eram garotos?

— Não — neguei balançando a cabeça. — Você sabe que só tive uma irmã. E ela é bem mais velha que eu. Tivemos pouco contato.

— Eu sinto muito — ele disse carinhoso. — Eu sempre tomei banho com meu irmão, e era sempre fantástico. A gente se divertia muito na hora do banho. Sinto muita falta desses momentos. Faria qualquer coisa pra ter um pouco disso outra vez.

Senti a saudade brotando em suas palavras e no seu olhar. Ele sentia muita falta desse irmão. Acho que ele sofria um pouco essa ausência. E ali, naquele momento, diante da sua dor, eu não poderia agir de outra forma que não fosse pra diminuir seu sofrimento. Eu tentaria por menor que fosse lhe dar um pouco de conforto. Tentaria ser esse irmão ausente, mas nunca esquecido. Decidi me dispor a ser esse irmão que ele ansiava tanto em ter novamente. Mais uma vez me prometi fazê-lo alegre, contente e feliz sempre que houvesse oportunidade. Puxei ele para o box dizendo:

— Vamos ao banho que temos um dia maravilhoso nos esperando.

— Oba! — ele disse alegre.

Ele parou antes de entrar no box e tirou a cueca. Fez uma dancinha engraçada jogando-a no cesto de roupa suja. Ele estava contente como um menino. Na verdade ele parecia um menino grande, um menino que cresceu muito. Quem não o conhecesse jamais diria que ele tinha trinta e quatro anos, pois sua alegria ainda era pura como a de uma criança. E eu tinha muito que aprender com ele, pois cheguei aos vinte e oito sem sorrir o tanto que deveria. Estava com vinte e oito e deixei muitas alegrias escorrerem pelos dedos. Mas ainda estava em tempo de recuperar todos esses momentos que eu ignorei. Ainda havia tempo para ser feliz. Procurei me libertar de todo o pudor e travas que haviam em mim e decidido também tirei minha cueca. Ele comemorou minha atitude me suspendendo com um abraço muito apertado. Fiquei em seus braços por alguns instantes, e em nenhum momento me importei por nossos corpos estarem nus. Então me colocou no chão e juntos entramos no box.

Ele foi o primeiro a se molhar. Eu olhava os seus movimentos enquanto conversávamos amenidades. Mais uma vez eu notei a sua beleza. Era notavelmente um homem muito belo, um homem que chama a atenção de todos. Pensei no quanto muitas mulheres desejariam estar no meu lugar naquela hora, tomando banho com ele, apreciando seu corpo nu, sexy e másculo movimentando-se sensual sob as gotas brilhantes da água.

Ele saiu do lugar para que eu também me molhasse e agora passava o sabonete pelo corpo. Eu não conseguia parar de olhar pra ele. Não sei o que estava acontecendo comigo, porque eu queria tomar nota de cada gesto seu, meus olhos percorriam cada centímetro do seu ser. Eu acompanhava suas mãos que deslizavam macias pelo seu corpo. Parece que tudo estava absurdamente lento, parecia que ele fazia aquilo em câmera lenta. Parecia uma linda fotografia de um filme de Almodóvar. E ele era o galã desnudo que deixava qualquer pessoa à flor da pele.

Peguei outro sabonete para mim e quando nós dois já estávamos bastante ensaboados e eu ia abrir o chuveiro para me enxaguar, ele disse:

— Espera. Vamos fazer uma coisa que eu e meu irmão fazíamos. É muito legal!

Novamente seu irmão, e junto aquele contentamento infantil em busca de fragmentos do passado.

— Vem aqui — ele disse pegando minha mão.

Eu fui pra ele. Mais uma vez estava entre seus braços. Meu corpo colou-se ao seu. Suas mãos pousaram em minhas costas. Ele disse:

— Eu esfrego suas costas e você esfrega as minhas. Era assim que eu e meu irmão fazíamos. Você quer?

Apenas balancei a cabeça e disse:

— Hum hum. Eu quero.

Senti suas costas largas nas pontas dos meus dedos. Alisei espalhando a espuma. Seus músculos eram bem definidos e rígidos. Arrisquei perguntar:

— Assim? Tá bom?

— Tá ótimo — ele disse no meu ouvido. — Você tá gostando?

— Estou — respondi calmamente.

— Quer mais?

— Sim. Eu quero.

Suas mãos passearam pelas minhas costas. Eram toques firmes e macios tal qual uma massagem que me faziam querer ficar pra sempre ali recebendo tudo dele.

Nossos corpos estavam quentes mesmo estando molhados. Eu sentia sua pele transpirar em seu peito e barriga que estavam colados aos meus. Suas costas também suava. Seu hálito quente estava em meu pescoço e orelha me arrepiando. Seus lábios me tocaram ali mesmo em beijos carinhosos, quase apaixonados. Se alguém presenciasse aquela cena julgaria que éramos um casal. Jamais nos veriam como dois irmãos desprendidos e libertos de preconceitos e tabus. Dois irmãos que não temem demonstrar o amor e carinho que nutrem um pelo outro.

Resolvi ser tão carinhoso quanto ele e também beijei seu pescoço, passei a língua em sua orelha e disse baixinho:

— Eu te amo!

— Também te amo — me disse entre um suspiro.

Suas mãos me apertaram forte e desceram pelas minhas costas até encontrarem a minha bunda alisando-a. Senti seus lábios no meu pescoço e uma mordida. Ele soltou um gemido e eu não consegui conter um suspiro. Aquilo estava muito bom. Estava prazeroso. Tive certeza que Diego era o melhor amigo que um homem pode ter. Estava aprendendo com ele como é uma verdadeira amizade.

Suas mãos continuavam em meu corpo, subindo e descendo pelas minhas costas, pousando com carinho e desejo sobre minha bunda. Era uma sensação singular e nova. Única. Algo que eu nunca havia sentido. Eu retribuir todo o carinho e fiz igual. Lhe beijei o pescoço, orelha. Alisei suas costas com carinho, desejo e prazer. Toquei sua bunda. Era uma bunda forte, dura, musculosa. Fiz carinho ali e ele respondeu a esse carinho com um gemido. Sua voz estava pesada quando ele disse:

— Isso é muito bom. Não para. Continue.

Estava fazendo a coisa certa. Estava lhe fazendo feliz e ele queria mais. Então esqueci qualquer resquício de vergonha, medo ou conceitos e fiz o que nós dois queríamos. Nos dar carinho. Demonstrar nossa amizade, ternura, afeto, cuidado e amor.

Nossos corpos se queriam, nós nos queríamos. Era um desejo forte que nos unia, que nos entrelaçava e prendia naquele abraço caloroso e prazeroso que nos fazia dançar. Estávamos dançando sem música. Estávamos dançando ao som das nossas pulsações que embalavam nossos corpos. Tudo pulsava em nós. Cabeças, lábios, pescoços, mãos, braços, peitos, barrigas, bundas e cacetes.

Nossos paus estavam extremamente duros. Pulsavam firmes e descontrolados um sobre o outro. Roçavam-se cheios de prazer por estarem juntos. Estavam melados e babados e se melavam e se babavam e se beijavam. Assim como nós dois que tínhamos os lábios e línguas mergulhados um no pescoço do outro… beijando, lambendo, provando, sugando, bebendo. Não houveram mais palavras, pois já sabíamos que nos amávamos e que nos queríamos. As frases de amor foram substituídas por suspiros e gemidos que denunciavam e deixavam explícito o prazer dos nossos corpos.

Ficamos naquele rebolado de corpos por bastante tempo. Não queríamos mais nos deixar. O desejo de querer mais nos fazia diminuir o ritmo quando sentíamos o final chegando. Então parávamos pra retardar o máximo aquele momento e ficávamos apenas unidos, agarrados, nos sentindo. E sentia seu pau na minha pele pulsando descompassado querendo explodir. Às vezes seu pau pendia pra cima ficando entre nossas barrigas e nos enchia de seus fluidos pegajosos. Seus gemidos não eram mais contidos. Denotavam todo o prazer que ele sentia. E mais uma vez nos agarramos com desejo, esfregando nossos corpos, ansiando por mais prazer e satisfação. Já sabíamos onde queríamos chegar, aonde precisávamos chegar pra poder nos soltar. Necessitávamos chegar lá. Nossos corpos imploravam por isso. Precisávamos e desejávamos explodir, jorrar com abundância.

Dessa vez não demorou muito. Sabíamos que estava perto. Tudo denunciava o êxtase. Tudo denunciava o orgasmo permitido e consentido. Nos agarramos com força, nos apertamos, sentimos nossos corpos se comendo, nossos paus duros se dando prazeres, arrancando prazeres. E entre gemidos e mordidas gozamos juntos.

Pensei que nunca íamos terminar de gozar. Parecia um gozo sem fim. Nossos paus explodiram com fúria despejando imensas quantidades de porra. Cada um gozou pra um lado e o chão ficou cheio de nossos leites. Daria pra alimentar um bebê.

Não nos soltamos. Ficamos abraçados sentindo nossos corpos voltando ao normal. Trocamos mais carícias e beijos.

— Você está bem? — ele perguntou.

— Sim — respondi. — E você?

— Estou muito, muito, muito bem — ele disse me apertando em seu peito. — Foi maravilhoso! Foi fantástico! Eu te amo!

— Também te amo muito — eu disse lhe fazendo carinho.

Ele segurou meu rosto, olhou em meus olhos e disse:

— Agora eu sei, tenho certeza que você é realmente meu irmão.

— Eu sou seu irmão — falei. — Sempre serei.

— Meu irmão! — ele disse sorrindo ainda olhando em meus olhos.

Seus lábios tocaram os meus e ele me abraçou forte novamente.

— Meu irmão! — Disse novamente enquanto continuávamos abraçados. — Eu te quero pra sempre.

— Eu serei seu pra sempre — eu disse feliz. — Eu sou seu do jeito que você quiser.

A gente não conseguia se afastar. Ele ainda disse:

— Quando nosso Fábio chegar seremos uma verdadeira família.

— Uma família linda! — eu disse emocionado.

— Você vai amar ele?

— Eu já o amo — afirmei.

— Muito? — ele perguntou. — Igual você me ama?

— Muito, muito, muito. Igual eu amo você.

— Eu quero ver você dando muito amor a ele — ele disse me abraçando forte. — Quero que você dê muito carinho a ele. Quero ver vocês dois juntos. Vai ser lindo. Eu penso nisso o tempo todo.

— Eu vou dar muito amor a ele. Muito carinho. Ele será nosso príncipe — disse abraçando-o.

— Nosso pequeno príncipe! — ele falou alegre alisando minhas costas e minha bunda. — Ele vai estar sempre com a gente, em todos os lugares, em todos os momentos. Se ele já tivesse chegado com certeza estaria aqui agora com a gente vivendo esse amor.

Mais uma vez ele beijou meu pescoço, mordeu minha orelha. Suas mãos continuavam em minha bunda. Ele completou:

— Vamos ser muito felizes como eu sempre desejei.

— Seremos com certeza! — afirmei.

— Você quer? — ele perguntou.

— Eu quero — disse com convicção.

Ele procurou meus olhos e sorriu. E mais uma vez me beijou nos lábios. Continuou me olhando, então tomei a iniciativa e retribuir o beijo em seus lábios.

Por fim conseguimos nos soltar. Terminamos nosso banho e fomos fazer o que havíamos planejado.

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22 Comentários

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  • Responder Nelson. ID:8cio2sam9k

    Que delícia.

  • Responder JJr ID:1ck7wqj1ytni

    Um dos melhores contos que já li aqui. Parabéns

  • Responder luiz ID:dlns5khrd

    Eu so descobri seus contos hoje ja estou lendo o segundo, vou lê-los todos ainda hoja e deixar Pedrinho para amanha, vc é perfeito um texto facil de entendimento e muita tesao

  • Responder Aquarianjo ID:1uxbzwm4

    Ah não, gente! Pelo amor de deus, né… A gente vem aki ler um conto em busca de “diversão” e acaba entrando em depressão de tanta inveja que a gente fica dos personagens!
    Narrativa perfeita, texto maravilhoso! Só que agora eu tô aqui, depressivo pq provavelmente nunca vou vivenciar esse tipo de relação. E só me resta sonhar…

    • Daniel Coimbra ID:gsuz4pxib

      Oi, Aquarianjo. Agradeço pelo comentário nos contos. Seu feedback me deixa feliz e inspirado para continuar. Espero em breve poder lhe proporcionar mais prazer.

  • Responder @avgnsi ID:830wz4jnqk

    Os seus contos são sempre os melhores, consigo ver o desejo, a paixão e o carinho sempre juntos. Queria um romance assim

  • Responder Bia ID:8cipgueu8j

    KD a cont.

  • Responder perv pretin ID:xloried2

    minha pica estourou qnd disse q era tanto leite q dava pra alimentar um beb.

    • CPPOA ID:1evmobc6ccyy

      O meu também, pena que o site não permite contos com essa idade, são os que me dão mais tesão

  • Responder Louca por sexo ID:h5hvr1dm0

    Daniel vc e demais c os seus contos vou a loucura quero muito mais

  • Responder Admirador ID:40vom29km9i

    Daniel, você é incrível! Que prazer poder ler um conto seu novamente. Aguardo ansioso pela continuação!!

  • Responder Notreve ID:8kqtlmjim3

    Meooooo que demais esse conto… continue

    • Apreciador ID:89cszywxzl

      Sempre o melhor

  • Responder Gauchinh@ ID:xlpkbgzj

    Lindo demais, isto é a prova que dois homens podem se amar eu já amei um homem com todas minhas forças, foi maravilhoso vivemos 9 anos do mais puro amor ele foi meu amante mais amado que eu já tive até Hoje .

  • Responder 455679q34u567 ID:muj90sfic

    gozei demais com todo esse amor e essa escrita incrível

  • Responder Anônimo ID:funxuw0d2

    Excelente, continua esse e do pedrinho por favor.

    • Gbnorte ID:3c77hka9hra

      Delicia de conto
      Quem quiser chamar
      @gbnort

  • Responder Torinho :D ID:gqb6fxzrj

    :3 sardades

  • Responder Messin ID:w735kv9a

    Continua e quanto mais partes tiver melhor

  • Responder Sobunar ID:40vpmcebk09

    Dei cinco estrelas antes de ler! Que prazer ter você de volta aqui. Já estava desistindo de encontrar algo bom pra ler nesse site…

  • Responder luciano ID:81rd46ut0c

    que conto delicioso quero continuaçao, parte dois, tres, quatro e subsequente….

  • Responder Segredo ID:40vojj5r6ij

    Que conto maravilhoso, já quero continuação…