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Camila e o Padastro

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Ele a ensinava a masturbá-lo e dizia: “Custa muito se comportar?” Isto se repetia noite após noite – e sua mãe sabia. Caso real.

Quando eu tinha sete anos, a minha mãe, que a essa altura já tinha três filhos de pais diferentes, conheceu meu padastro. Ele ofereceu um quartinho em cima da casa da mãe dele. Para ela, aquilo era maravilhoso, afinal, “não é qualquer homem que aceita uma mulher com três crianças à tira colo.”

Nos primeiros dois meses, ele já começou a nos bater. Ele não trabalhava e minha mãe também não. Nós vivíamos da ajuda de parentes e, ainda assim, ela logo engravidou de um menino dele. Os dois descontavam todas as frustrações em nós, crianças.

Dormíamos todos no mesmo quarto: minha mãe, ele e o último filho na cama; eu e meus irmãos no chão.  No início, os abusos aconteciam ali mesmo. Eu acordava assustada com as mãos dele dentro da minha roupa.

Logo depois, minha mãe, acredito que percebendo o que acontecia, decidiu que eu deveria dormir em outro quarto – que era de um sobrinho dele que viajava muito. Isso não mudou muito as coisas. Ele ia para esse quarto toda noite, levantava a cortina verde – eu tinha sete anos e lembro-me de cada detalhe – e se masturbava, enquanto me mandava assistir para “aprender”. Em seguida, jogava água no chão para lavar o esperma e ia dormir com a minha mãe.  Se eu não chorasse e contribuísse para com suas nojeiras, eu poderia comer no dia seguinte.

A minha mãe fingia não saber e, mesmo notando que eu era privada de alimento devido ao “mau” comportamento na noite anterior, ela não se metia. Com o tempo, os abusos foram aumentando: vinham acompanhados de surras e humilhações frequentes. Eu tinha uma oração diária em que eu pedia a Deus para dormir direto.

Depois de um tempo, eu acordava, no meio da noite, com ele empurrando o pênis em minha boca. Ele me ensinava a masturbá-lo e dizia “custa muito se comportar?”. Eu era uma criança, realmente criança, daquelas que não sabia como era possível haver penetração – e ele costumava dizer que isso aconteceria em breve. Eu era uma criança, mas já sabia o que era passar noites em claro com medo, sabia o que era sentir culpa, mas não entendia o contexto de tudo o que estava acontecendo.

Quando completei nove anos, contei ao meu primo. Assisti ao “Linha Direta” [Extinto programa policial, veiculado pela Rede Globo], que apresentou um caso como o meu, e disse:  “Acho que passo por isso tudo” .

Meu primo contou aos familiares, que levaram o assunto para a minha mãe – a essa altura com cinco filhos e grávida de mais um. Ela brigou com ele e me deixou na casa da minha avó alguns dias. Quando foi me buscar, disse: “Eu também já passei por isso com meu pai e não morri. Preciso de você para me ajudar com as crianças”.

Com um tempo, a minha mãe me mandou dormir na laje sem cobertura para me afastar dele, mas os abusos só aumentaram. Esse sofrimento só acabou quando eu fiz 14 anos, comecei a namorar e decidi que jamais passaria por isso de novo. Depois de uma surra, fui embora e nunca mais voltei.

Sofri muito, lutei muito, passei por outros violentadores e hoje vivo sozinha em outro Estado. Trabalho e estudo Psicologia para ajudar crianças que vivem o mesmo drama que eu. Foi muito difícil me restabelecer psicologicamente. Eu sentia muita culpa e, quando não passava em uma entrevista de emprego, por exemplo, pedia perdão a Deus pelo que eu havia feito quando criança. Hoje sei que eu não fiz nada.  Minha vida sexual só veio ser satisfatória atualmente, aos 24 anos, e ainda assim não é plena.

A vida para quem sofre esse drama não é fácil, as marcas são eternas e a luta para superar o passado sofrido é constante.

Precisamos falar sobre isso para ajudar pessoas que vivem esse drama. O meu maior sonho na vida é que todas as crianças tenham direito a uma infância feliz sem sofrimentos.

*Nomes trocados a pedido das autoras. Caso real.

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8 Comentários

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  • Responder Senhor Safado ID:3cin5lybhr9

    Lamento que tenha passado por isso e espero que consiga ajudar ao maximo de crianças possíveis. Tudo que é forçado não é bom… Por outro lado, você como uma boa menina deveria ter se esforçado para servir ao seu macho na época. Teria facilitado as coisas.

  • Responder Rickk ID:8k413ycxij

    Tbm sou de aracajuadoraria te conhecer

  • Responder Apreciador, o original ID:ayf4ks8

    Isso é um conto erótico?!!!

    • Anom ID:1dhb7p9sqz1k

      Olá a todos.gente isso aqui é site de contos eróticos nada contra aos que vem aqui falar de seus dramas pessoais ma vale lembrar que existem outros site para os desabafos da vida pessoal profissional em fim

  • Responder Rafaella ID:41ihw6rtk0j

    Muito bom relato… Isso acontece de maneira muito comum.. Horrivel !

  • Responder Soares ID:41ii32u049i

    Muito bom o conto.Incesto e algo que tem que ser prazeroso para ambas as partes,isso que eles fizeram com você foi horrível.

  • Responder Anônimo ID:41ii0ywo49i

    Chorei!

  • Responder ... ID:bf9drktt0c

    Péssimo conto