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Silvana – Um amor do passado

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Silvana tinha perto dos 22 anos quando tudo aconteceu. Eu, 23 anos. Foi uma “transa” inesperada. Amei-a intensamente depois disso, quando descobri que sempre a amei e não sabia.

O que relato agora aconteceu em 1990. E, creiam, é absolutamente real. Apenas o meu nome, a minha profissão, o nome dela e a cidade natal dela são fictícios. O restante aconteceu de verdade.

Mas para que todos possam entender é preciso voltar um pouco mais no tempo. Precisamente ao ano de 1985, mês de dezembro. Eu tinha então 17 anos. Recém-saído do colegial, tentava um vaga no curso de Odontologia na EFOA (Escola Federal de Odontologia de Alfenas, hoje, creio, faz parte de uma universidade). Não havia me preparado para o vestibular, porque estudava de manhã em um colégio estadual da cidade de Pouso Alegre (MG) e à tarde e à noite trabalhava em uma sorveteria. Ainda namorava uma garota da cidade, com quem tinha ensaiado os primeiros passos na vida sexual. Não íamos além de bolinações no alpendre da casa dela. Ela chegava ao gozo, mas nem eu e nem ela entendíamos direito o que era aquilo. Eu imaginava o orgasmo feminino quase que como uma explosão de fogos se artifício, e a tremedeira dela e os apertões que me dava no braço para parar o que estava fazendo na sua xoxota não eram exatamente o que eu esperava.

Mas não é sobre esta garota que quero falar. Atenho-me ao encontro com Silvana em Alfenas. Eu havia acabado de chegar na cidade e estava hospedado na república do meu irmão, que já cursava Odonto. Lá pelo início da noite chega na casa – enorme, antigona – um grupo de garotas. Uma delas me chamou a atenção logo de cara. Era Silvana (nome fictício, entre outros motivos, porque hoje ambos somos casados), moradora de uma pequena cidade nas cercanias de Pouso Alegre, também aspirante a dentista, mas que já havia se matriculado no Anglo Vestibulares da minha cidade, tão pequena era sua confiança em passar nas provas.

Silvana era pequena, baixinha quase, mas, digamos, fortinha. Não era gorda, de jeito algum, o que confirmei depois. Era daquelas garotas de ossatura larga, de carnes duras, formas arredondadas, seios volumosos. Ou seja, o tipo de mulher que sempre me fascinou. Nunca fui chegado em magras. Mulher, para mim, tinha que ter carne, sempre disse. Quero apertar e sentir músculos, sem, necessariamente, precisar que a garota seja musculosa, e não receber a pontada de um osso qualquer.

Silvana compensava a pouco estatura com um charme irresistível, um sorriso imenso em dentes alvos, uma alegria incontida. Tinha cabelos longos e levemente crespos e cortava-os de maneira que caíssem de forma decrescente, levemente triangular na ponta que batia, sem cerimônias, no meio da sua bunda grande e redonda – anos 80, gente!!!. Quem a visse até poderia achar que Silvana tinha bunda achatada. Ledo engano que esclarecerei mais tarde. Seus olhos cor de mel iluminavam a vida – dela e dos outros com quem convivia. Tinha um traço característico: um queixinho lindo, deliciosamente pontudinho.

Conversamos pouco naquele dia devido a minha nítida timidez frente a um grupo vasto de mulheres bonitas. Fiz o vestibular e não passei. Voltei para Pouso Alegre e amarguei dez meses de um cursinho noturno no Anglo Vestibular, seriamente comprometido pelo fato de eu ter que trabalhar durante o dia em uma loja de calçados de uma fábrica local. Perdia as aulas de sábado e como chegava muito cansado do serviço, invariavelmente, dormia na primeira aula, sentado no que talvez pudesse ser chamado de “buraco negro”: a ala intermediária entre a turma da frente, verdadeiros CDFs e estudiosos que realmente queriam estudar e passar no vestibular, e a turma do fundão, notadamente bagunceiros.

Silvana estudava de manhã. Nunca a via, mas a encontrava sempre quando ela resolvia assistir alguma aula à noite ou quando ficava nos finais de semana na cidade, quando cruzava com ela pelos bares. Tornamo-nos amigos fiéis e sinceros, grandes confidentes. Ela chegou a ir me visitar um dia na casa de meus pais. Fui retribuir a visita na casa dela uns tempos depois. Entre nós sempre pairava um mistério, uma vontade latente de ficar, de se beijar. Acho que se isso tivesse acontecido nos tempos de cursinho seria muito difícil que eu não tivesse me casado com ela, tamanha era a alegria que ela proporcionava em minha vida apenas com sua presença e seu sorriso. E eu queria ir embora para uma cidade maior, estudar, ter uma carreira de sucesso, diferente do que queriam meus pais, sempre protetores.

Passei no vestibular e me mandei para Campinas a fim de cursar Direito, que descobri depois ser minha verdadeira vocação. Silvana, ao contrário, continuou fiel à Odontologia e passou na EFOA. Perdemos quase que totalmente o contato. Falávamo-nos por telefone algumas vezes, trocamos pouquíssimas cartas (isso existiu, meus caros, e era o máximo…), víamo-nos vez por outra na rodoviária de Pouso Alegre, às vezes, eu chegando e ela saindo de viagem.

Um tempo depois tornamos a nos aproximar, ainda por telefone. Já era 1990 e eu estava prestes a me formar e Silvana também. Eu amargava uma dor-de-cotovelo danada por uma ex-namorada que havia me deixado porque eu pressionava demais para que transássemos e porque ela vivia ainda apaixonada por um cara safado de uma cidade ao Norte do Estado de São Paulo. Numa sexta-feira, início da manhã, deu-me uma loucura, peguei o telefone e liguei para Silvana lá de Campinas. Disse-lhe que se não houvesse problemas eu iria visitá-la naquele final de semana. Ela me alertou que teria apenas o sábado livre, tendo que ir no domingo fazer um trabalho social de atendimento odontológico a crianças carentes nas redondezas e periferias de Alfenas, onde finalmente estudava.

Matei serviço e antes que me desse conta estava dentro de um ônibus. Rodei a noite toda e cheguei em Alfenas às 2 horas da madrugada. Acordei Silvana, que veio de pijama me atender na porta da república, um sobradinho onde morava com mais quatro amigas. Tomei um leve café e fui tomar banho. Dormiria no mesmo quarto que Silvana, em sua cama, já que ela ficaria na do lado, cedida por sua colega de quarto, que dormiria em outro quarto da casa. Ficamos conversando um tempão, relembrando as coisas do passado e as aventuras do presente, doidos de medo do futuro que nos aguardava como profissionais formados, o que aconteceria ao final daquele ano.

Na hora de dormir fiquei sem jeito de me trocar na frente dela. Percebi que me olhava com um leve sorriso nos lábios. Perguntei-lhe o motivo. “Tô aqui esperando você se trocar. Você acha que eu vou perder a oportunidade de ver as suas pernonas, pelas quais sempre fui apaixonada?”, me contou rindo. Não tive outro jeito senão arrancar a camisa e baixar a calça. Neste momento fiquei constrangido. Descuidado que era naquela época, havia colocado uma cueca antiga, daquelas de náilon, azul royal, danada de feia. Silvana parecia que nem estava aí para este detalhe, pois não tirou os olhos das minhas pernas e nem do volume que meu pau – de 15 cm, com um esforço danado na medição (risos) – começava a fazer sob ela.

Não sei o que me deu, mas convidei-a a dormir comigo na mesma cama. Ela veio rapidinho, sem pensar ou pestanejar. Na cama de solteiro ficamos meio apertadinhos, ela no canto da parede. Conversamos mais um pouco. Na hora de dormirmos de verdade eu não resisti e pedi-lhe um beijo. Colamos nossos lábios e nos beijamos quase que por horas, rolando as línguas, molhando-nos de saliva. No dia seguinte acordamos tarde, tomamos café e saímos para passear. À noite resolvemos ir ao cinema, e tinha um bem em frente à república dela. Assistimos a um desenho animado, meio musical, dublado, do qual nem me lembro o nome. Era com um cachorrinho ou gatinho – risos. Voltamos para a república, assistimos o capítulo do dia da novela “Pantanal”, na Manchete, e fomos nos deitar.

Durante todo o dia ficamos nos seduzindo de todas as maneiras possíveis, nos tocando de leve, nos abraçando. Enquanto assistíamos à novela toquei uma vez de leve no pedaço dos seus seios que saíam pelo generoso decote e nas coxas, de pelos descoloridos, mal cobertas pela minissaia jeans. Em cada toque ela soltava um pequeno gemido e chegava a fechar os olhos. Sabia que acabaríamos na cama, e não era para dormir. Estava doido para comê-la, mas receava por um motivo até banal hoje em dia: Silvana era virgem. Havia me contado durante o dia. Sabia de um rolo dela, que queria de todo jeito comê-la, mas ela não se sentia segura. O que eu poderia fazer, então, se a própria Silvana sabia da minha paixão pela garota de Campinas? Silvana era daquelas meninas que somente se entregariam por amor a alguém. Verdade. Não é brincadeira. Não que isso significasse que somente transaria com o cara com quem se casaria depois da cerimônia. Apenas daria para quem amasse, isso havia ficado bem claro para mim. Naquele momento isso me pareceu: “Ei, ela não te ama, portanto, você ficará na punheta”.

Deitamo-nos, conversamos um pouco e logo estávamos no maior amasso. Nossos beijos eram libidinosos, mais afoitos que os da madrugada anterior. Pedi que ela tirasse a camiseta. Ela aceitou. Ficou de calcinha e sutiã, já que não usava short ou coisa parecida, nem na primeira noite que passamos juntos. Voltamos a nossa sessão de amassos. Beijei-lhe os seios por sobre o sutiã de renda amarela. Sentia seus bicos duros e seus gemidos me alucinavam. Eu queria, desesperadamente, aquela mulher.

Pedi-lhe que tirasse o sutiã: “Tiro. Estou quase nua mesmo”, disse-me. Frente aos meus olhos, iluminados apenas por uma nesga de luz que entrava por uma fresta na janela, estava um dos pares de seios mais lindos que eu já havia visto na vida – é bem certo que até aquele momento minha vida sexual era bem modesta, apenas tendo visto umas duas ou três peitolas, mas o futuro provou esta minha impressão. Bojudos, alvos, cheios, duros como pedra, deliciosos de se chupar, apertar, morder. Tinham um detalhe diferente: as auréolas eram mínimas e os bicos, idem. Eram de quase 1cm de altura, mas fininhos, como toquinhos de palitos de fósforos. Chupei-os com ardor, arrancando gemidos longos e frases desconexas da boca gostosa de Silvana.

Eu a virei de bruços na cama e comecei a chupar da sua nuca até os calcanhares, alucinando-me com aquela bunda grande e deliciosa. Quando a virei novamente de frente para mim eu estava próximo a sua xoxota, ainda coberta pela calcinha. Beijei sua barriga e nem dei tempo para que ela percebesse o que eu faria. Colei minha boca no local da calcinha onde, embaixo, estava sua boceta. Mordi e chupei. Ela se assustou, deu um grito, arqueou o corpo para frente como que a querer me impedir de continuar, vergonhosa, já que ninguém, nunca, havia feito isso a ela. Fui mais rápido e levantei meu tronco, beijando-a na boca de maneira incisiva, fazendo-a se deitar novamente. Quis, com aquele beijo, naquele momento, lhe dizer sem palavras: “Confie em mim, mesmo que não seja para acontecer nada mais que beijar sua xana”.

Tranquilizei-a dizendo, depois, que seria bom para nós dois e que não temesse isso. Arranquei sua calcinha levemente e vi uma boceta maravilhosa. Seus pelos apenas se concentravam acima do clitóris. Eram fios negros muito longos, mas ainda assim ralinhos. Ao redor dos grandes e pequenos lábios não havia um pelinho sequer. E o mais maravilhoso disso: ela não parecia tê-los raspado ou depilado. Entendi, não sei se equivocadamente, que Silvana, simplesmente, não tinha pelos na boceta, não havia nascido ou os desenvolvido naquele ponto. Sua racha era fechadinha, um mistério a ser desvendado. Corri meus dedos dentro dela, enfiei meu indicador, novamente a assustando e novamente eu a acalmei.

Pus-me a chupar aquela bocetinha quase juvenil que estava na minha frente com todo cuidado do mundo. Fui carinhoso e lento a princípio, mas os gemidos dela me endoideceram: “Faz mais… isso… que delícia… me chupa… nunca fiz isso… que maravilhoso… vou-gozar-vou-gozar-vou-gozar-vou-gozar-vou-gozar-vou-gozar-vou-gozar-vou-gozar-vou-gozar-vou-gozar… vou gozaaaaaaaaaaaarrrr”, foram suas últimas palavras antes que seu corpo todo se enrijecesse e arqueasse para frente.

De sua boca não saiu som. Estava aberta, totalmente, de olhos espremidos e balançando-se toda como que em convulsão. Ficamos abraçados um tempão. Depois do gozo acendi a luz para vê-la inteiramente nua – fui indelicado, tenho que admitir, e, verão, nunca consegui me redimir disso ou pedir desculpas. Com vergonha ela se virou de bruços, não querendo que eu visse sua xoxota. Mas a desvirei e fiquei enrolando seus pelos com os dedos, enquanto conversávamos. Apaguei novamente a luz e nos pusemos a fazer massagens um no outro, lambendo e chupando o corpo todo. Chupei sua bocetinha a noite toda. Paramos eram 4 horas da madrugada, a pedido dela, que teria que se levantar logo depois para participar da atividade social.

Não quis forçar que me chupasse a pica, que ela tinha visto dura e molhada. Mas pedi que esfregasse sua bocetinha encharcada nas minhas costas e no meu rosto – sempre amei isso, vai entender. Acho que isso a assustou, pois ficou pouco à vontade. Tentei enfiar naquela xota molhada, mas ela sentiu um pouco de dor e pediu que eu parasse. E parei, por incrível que pareça. Acho que sempre faria o que ela me pedisse. Re-apaixonei-me (Existe isso? Posso criar este neologismo?) por ela naquele momento mágico que vivemos. Pedi que fizéssemos anal. Ela riu nervosamente e não quis. Besta, eu.

Quando o despertador tocou, às 6h30 da manhã, eu ainda me enfiei no meio das pernas dela e chupei-a novamente, fazendo Silvana gozar de novo. Tomamos café e, depois, fomos juntos um trecho de ruas até ela seguir para sua labuta. Eu tomei o rumo da estrada, parando em um trevo para pegar carona, coisa que fiz muito nos tempos de faculdade. Fui para Pouso Alegre, revi meus pais e me mandei para Campinas.

Passei mais de um mês tentando falar com Silvana, de novo, por telefone. Um dia consegui e combinamos que ela passaria um final de semana que se aproximava comigo em Campinas. Ela não apareceu. Um certo dia chegou uma carta. Disse que precisava de um tempo para a cabeça dela se acostumar com o que tinha ocorrido. Havia sido demais para ela e seus sentimentos estavam todos embaralhados entre o rolo de Alfenas e eu. Sabia que se tivesse ido para Campinas como combinou acabaria perdendo o cabaço para mim. E não sabia se queria que isso acontecesse.

Sei que muitos dos contos que são publicados neste e em outros sites terminam com uma – ou mais – pessoas envolvidas se mudando de cidade, indo morar fora e o protagonista dizendo que nunca mais viu ou falou com ninguém. Isso sempre me cheirou – e a muitos, acredito – como mentira. Uma “licença” literária, digamos. Mas, amigos, creiam: Silvana e eu nunca mais nos falamos ou nos vimos desde então. Foi comodismo de ambas as partes, medo de se envolver, preguiça, corre-corre do cotidiano, sei lá. Nem cabe mais avaliar o que foi que ocorreu – ou cabe, mas, para isso, teríamos que nos sentar frente a frente.

Escrevo este relato em 1999, portanto, nove anos depois que tudo isso aconteceu. Faz cinco anos que me casei. Ficou uma saudade imensa daquela baixinha deliciosa, que antes de ser amante foi uma grande amiga. E é essa saudade que me faz chorar quieto em frente ao micro nesta madrugada de 3 de março de 1999.

(Este conto foi escrito, sim, na data dita anteriormente. Portanto, hoje, 16 de fevereiro de 2010, faz 20 anos que tudo isso ocorreu. A narrativa é verdadeira).

(Terça-feira, dia 24 de novembro de 2015. Puxa, pouco mais de 25 anos me separam dos fatos que narrei acima. Mas estão tão vivos na minha mente e no meu coração… Passei, de verdade, todos estes anos procurando Silvana. Sabia o nome da rua dela na pequena cidade mineira onde morou com os pais. Consegui o telefone de alguém na mesma rua que me informou que ela havia se casado e se mudado para o estado do Rio de Janeiro. Passou o tempo das BBS, depois o Orkut e já estava perdendo as esperanças de encontrá-la quando, do nada, sei lá, topei com o perfil dela no Facebook, depois de exaustiva procura. Não me lembrava se quando convivemos ela já era evangélica (sei que isso é um fetiche no meio dos contos eróticos na Internet, mas aqui isso é real, juro), mas todo o perfil dela só fala de eventos evangélicos, campanha a favor da direita nacional, combate à diversidade de gênero, etc. Tornou-se pastora e é assim chamada pelos amigos do Facebook. Não há lá nada que mostre muito de sua vida pessoal, se teve filhos, o que faz além de ser dentista. Está casada. Pelas contas que fiz, ou ela se casou com o rolo da mesma época em que quase transamos em Alfenas ou encontrou o pastor pouquíssimo tempo depois. Deve ser este tempo chuvoso aqui em Ribeirão Preto, onde moro há anos, mas fiquei com uma saudade danada da Silvana…).

(Quinta-feira, dia 4 de julho de 2019. Bom, apenas para atualizar estes comentários finais, Silvana ainda não aceitou meu pedido de amizade no Facebook. E Ribeirão Preto, a terra do calor infernal, está fria. De novo…)

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1 comentário

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  • Responder Pedro Neto ID:sc2t78dfpld

    Melhor conto que li aqui. Muito detalhado. Parabéns. Quase não vejo contos desse nivel.