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Verinha

1645 palavras | 2 |3.33
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Chego na minha kitinete que já são oito e meia da noite.
É sexta-feira, já comi alguma coisa na rua voltando do trabalho, na padaria da esquina.
Estou então pronto para minha seção de sexo da noite.
Loção, lenços de papel, televisão de 55″ aos pés da cama, fone de ouvido sem fio ao infravermelho, e assinatura ao meu canal pornô favorito.
Começo a assistir a lindas e gostosas mulheres sendo enrabadas por negros superdotados, enquanto me masturbo.
Minha mão direita, bem treinada, sabe administrar com sabedoria a punheta, acelerando ou diminuindo o ritmo, para atrasar o clímax até não poder aguentar mais.
Gozo depois de masturbar-me por mais de uma hora.
Fico deitado um pouco, curtindo o pós-sexo.
Esta transa foi muito boa, penso que se fosse fumante, caberia um cigarrinho.
Vou no banheiro me lavo, jogo fora os lencinhos usados e, passando pela sala, vejo que o sofá-cama ainda está montado, portanto a Verinha ainda não chegou.
Bom, é sexta à noite e ainda não são as onze horas, portanto está tudo nos conformes.
Vou para cama e durmo como um anjinho.
Me levanto no sábado às oito da manhã.
Saio do quarto e vejo que a Verinha está dormindo no sofá-cama.
Vou para o banheiro, tomo banho, depois me visto e começo a preparar um café da manhã caprichado para nós dois.
Quando está pronto, sento na beirada do sofá-cama e cutuco ela:
– Acorda, Verinha, teus ovos vão esfriar.-
Depois de muito insistir consigo que ela se levante.
Ela passa rapidamente no banheiro, depois senta na bancada para comer o desjejum caprichado que preparei para ela.
Ela está calada e com cara de poucos amigos, coisa bastante incomum para ela, mesmo de manhã cedo.
– Que foi, Verinha? Levou um fora ontem à noite?-
– Levei sim! E daí?-
– Nada não só queria saber.-
– O Victor terminou comigo. Isto é que dá em se entregar a um homem!-
– Faz assim: termina o café da manhã, toma um bom banho, vamos passear no parque, depois te ofereço o almoço em uma boa cantina. Você verá que teu humor vai melhorar.-
De fato depois de voltar para casa, cúmplice a cerveja que ela tomou na cantina, o humor dela está ótimo.
Tá bom que eu tive que escutar suas lamentações sobre o Victor, durante a hora e meia em que passeamos no parque, mas agora tenho a impressão de que o namoro de três meses com o tal sujeito já é página virada.
Agora ela recuperou sua verve habitual… até demais.
De fato ela me faz os olhos doces e me pergunta:
– Carlos, porque você não namora comigo. Você já cuida de mim melhor de qualquer namorado que já tive. Namorando comigo você teria a vantagem de poder fazer sexo quando quiser, sem ter que bater punheta vendo filmes de sacanagem.-
– Não dá: você é minha irmãzinha!- respondo eu, surpreendido pelo seu atrevimento.
– Não sou sua irmã coisíssima nenhuma!-
————–
A Vera tem razão: ela não é minha irmã nem de sangue nem de papel.
Ela é filha de Socorro, uma empregada que trabalhava com a minha família lá em Vitória e de pai desconhecido.
Socorro morreu em um latrocínio, quando Verinha tinha oito anos.
Dado que as duas moravam no quarto de empregada já ha três anos, e não tinham parentes por lá, meus pais acabaram sendo tutores dela, sem nunca chegar a adota-la.
Na época eu tinha quinze anos, e sempre tratei ela como irmã, brincando bastante com ela e dando aulas de reforço quando necessário.
Aos dezessete anos viajei para São Paulo, para fazer faculdade de engenharia na USP.
Meu pai me deu de presente esta kitinete, que tem una pequena sala com cozinha, um quarto razoável e um banheiro.
Uma vez formado acabei sendo contratado pela mesma firma multinacional na qual tinha feito o estágio.
Tenho um bom salário e boas perspectivas de carreira.
Tenho 26 anos e sou o que se definiria um bom partido, mas nunca namorei, sou virgem, e nunca sequer beijei uma garota.
Por que?
Bom, boa parte se deve ao meu caracter fechado e tímido especialmente com as mulheres.
Também há de considerar-se a lei do mínimo esforço, sendo que é muito mais fácil consumir pornografia do que relacionar-se com uma pessoa em carne e osso.
Comecei este idílio com a pornografia, aos meus dezesseis anos lá em Vitória e de lá para cá, só fui me submergindo cada vez mais no pornô.
Consigo porém manter bem compartimentadas minhas atividades sexuais com minha vida fora delas, que resume-se praticamente ao trabalho.
Ou melhor: se resumia, antes da chegada da Verinha.
Vera chegou um ano atrás para cursar, ela também, engenharia na USP.
Quando chegou, eu a acolhi bem, porém pedi para ela respeitar meu vício.
Ela entendeu e fez tudo direitinho.
Ao contrario de mim ela é muito expansiva e logo arranjou um namorado, assim que nunca me assediou.
Mesmo assim agora eu tenho que retalhar um pouco de meu tempo livre para cuidar ela, como fiz hoje de manhã, porque, a final de contas ela é minha irmãzinha e eu tenho que faze-lo.
Agora, pedir para namorar comigo, isto nunca tinha acontecido antes de hoje!
————–
– Tudo bem, Verinha, você não é minha irmãzinha, mas eu te considero assim. Desta forma meu amor por você é fraternal.-
– Fraternal coisíssima nenhuma. Eu já senti, mais de uma vez, teu pau duro encostando em mim quando você me abraçou. Por sinal você tem um belo pacote.-
– Se isto aconteceu, peço desculpas. Vou tomar cuidado para que não aconteçam mais tais constrangimentos.-
Estou furioso comigo mesmo!
Que eu tenho tesão pela Verinha é a pura verdade.
Na realidade eu tenho tesão por ela desde os tempos de Vitória, e os abraços “fraternais” que eu dou a ela são os contatos mais íntimos que já tive com uma mulher.
E me excitam muito!
Mas ela ter percebido é um pecado mortal: nunca subestime uma mulher.
– Você não tem que se desculpar não. Eu gosto muito de teu abraços. Vai, me dá um abraço agora.-
Eu fico indeciso um momento, depois eu cedo e abraço ela.
Como é gostoso sentir a maciez deste corpo perfeito, preenchido por esta personalidade intrigante e fascinante.
Quando faço por relaxar o abraço, Verinha surpreende-me com um beijo na boca.
É meu primeiro beijo e meu coração acelera instantaneamente.
Acende-se porém uma luz de alarma na minha cabeça.
– Verinha! O que isto!-
– Isto é amor, Carlos, seu tolo. Eu sempre te amei, e eu sei que você também me ama! Você é um homem eu sou uma mulher, sua mulher! Quero você dentro de mim!-
Em mim a razão tomou a dianteira sobre a emoção e decido tomar uma atitude drástica.
Dou um pulo para trás e digo:
– Verinha, você passou do limite! Eu deveria expulsar você de casa, mas você não teria onde cair morta. Eu vou sair daqui do apartamento. Com licença!-
Corro no quarto pego minha mochila e vou colocando minhas coisas, coloco na mochilinha o meu portátil e, em dez minutos estou pronto.
Verinha está sentada na beirada do sofá cama, chorando.
Eu lanço mão de todo meu sangue frio, para não sentar ao lado dela e consola-la.
– Verinha, deixo aqui minhas chaves. Tchau.- e saio pela porta do apartamento.
No metrô medito sobre o que aconteceu e penso que fiz o que tinha que ser feito.
Vou até perto do trabalho, onde tem uma pensão bem simples, e lá já negocio uma tarifa mensal.
Chegado no quarto me instalo e logo estou assistindo a um pornô da pesada.
Claro não é cômodo como no quarto do meu apartamento, mas quebra o galho.

Epílogo
Um ano depois…
É sábado e estou num parque lendo um livro quando toca o celular: é a Vera.
– Boa tarde Vera, há quanto tempo, quais são as novidades?-
– Bom dia Carlos. Então eu estou namorando com o Gilberto já faz um tempo, e ele está querendo morar comigo. Você autoriza?-
Eu fico pensando um pouco: tudo bem que é a Verinha, mas parece-me que está abusando um pouco.
– Carlos, podemos fazer o seguinte, a gente paga o condomínio, está bem?-
– E a mesada?-
– Bem da mesada eu preciso! Senão não consigo viver.-
– Está bem! O Gilberto pode vir morar com você.-
– Ah, mais uma coisa. Você poderia tirar teu carro da garagem, para liberar a vaga para o Gilberto?-
– Não tem problema. Acho que vou por o carro à venda, não uso mesmo!-
– Obrigada, Carlos, você é um amor. O meu amor. Você sabe, o dia em que você quiser vir aqui, viver comigo e fazer amor comigo, eu mando embora todo mundo e fico com você!-
– Pode deixar que isto não vai acontecer!-
Falamos mais um pouco, depois interrompemos a chamada.
Eu falei isto mas meu coração queria dizer outra coisa.
Olho a hora e começo a caminhar de volta para meu quarto da pensão.
Esta noite está esperando-me uma longa seção de sexo, na frente do computador.
E eu já sei que estarei masturbando-me pensando na Verinha.
Fim

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2 Comentários

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  • Responder Gaúcho ID:3eexzpbvk0k

    Acho que tu precisa é de um namorado pra ti

  • Responder Kctduro.Dom ID:1ej0t29p5l1f

    Tu é muito besta