O Fim Do Casamento

Eu estava no trabalho e recebi uns ligação urgente da minha mãe. Minha esposa estava no hospital.

Sabe quando você fica desesperado. Minha mãe não sabia explicar, só sabia que ela estava no hospital, que um colega de trabalho havia avisado pra ela. Eu fui correndo para o pronto socorro. Totalmente sem chão. Eu amava ela. Tínhamos meses de casados. E eu nem queria pensar caso algo grave acontecesse com ela. Chegando lá me identifiquei e procurei saber dela. Eita já estava bem e fora de perigo. Foi aquele alívio. Mas perguntei o que havia acontecido. O cinema de trabalho dela apareceu e me reconheceu. Me explicou que graças a Deus ela estava bem. Ele disse que ela havia engasgado com iogurte. Eu queria ver ela e logo fui liberado. Fui lá e ela estava com aquela cara de assustada. E eu estava muito feliz por ela estar bem. Foi quando percebi um olhar meio estranho da técnica que estava lá. O mesmo olhar que o cara que passava no corredor com a maca fez. Mas eu nem me liguei. Nos abraçamos e eu disse pra ela não me dar esses sustos. Perguntei como foi que aconteceu e ela explicou que estava no balcão da loja tomando iogurte enquanto ela estava sendo fechada e então engasgou. O Álvaro tentou fazer algo, mas ela acabou desmaiando por não conseguir respirar. Quando acordou já estava ali. Reclamou de um forte incômodo no peito. E susto à parte, assim que liberada, pegamos os papéis e quando íamos embora ela quis ir ao banheiro. Nos despedimos do Álvaro e eu o agradeci por ter socorrido o meu tesouro.. Antes mesmo do Álvaro ir, fui surpreendido por um colega que não via desde criança. A Bia estava no banheiro e eu no corredor conversando com esse colega. Ele trabalhava lá e perguntou o que eu estava fazendo ali. Então contei pra ele. E a reação dele ao ver a Bia vindo até mim, a cara que fez, aquilo me deixou bem grilado. Era o terceiro que fazia aquela cara. Mas… Nos despedimos e eu e ela fomos para casa. O tempo passou. E um ano depois eu e Bia tivemos uma discussão séria por causa dessa amizade dela com o Álvaro. Ela também andava muito estranha comigo. Eu estava mesmo desconfiado de algo entre os dois e cobrei a verdade. Ela me mandou ir pro inferno e foi dormir na casa da mãe. Ficamos uma semana nessa. E então veio o dia que eu me senti o cara mais estúpido do planeta. Eu estava bebendo um chopp no shopping. Então aquele colega apareceu e veio falar comigo. Então eu comentei da situação chata em que eu estava pensando em me separar. Ele ficou meio estranho, como se quisesse dizer algo. Então eu pedi pra ele dizer o que estava escondendo. Então ele disse que me considerava, e até quis dizer no dia lá no hospital, mas não sabia como dizer e também não quis se envolver. Eu fiquei muito intrigado, já esperando que viria bomba. Só não sabia que era uma bomba atômica. Então ele disse que a Bia havia ficado famosa no hospital. Que até hoje se comentava pelos cantos o caso dela. Eu pedi pra desembuchar logo e ele contou. Ela havia bronco aspirado sêmen. Eu até engasguei com o chopp. Todos aqueles olhares queriam dizer aquilo. Eu nunca me senti tão vazio de emoção e razão como naquele momento. Só sei que me levantei e comecei a andar. Ele falava comigo, me acompanhando, mas eu não ouvia nada. Eu fiquei dormente. Sem vida. Entrei no meu carro e só fiquei ali. Meu colega estava lá, falando comigo e até me sacudindo. Mas eu não estava mais em mim. Tive problemas e precisei de ajuda profissional. Fiquei mal por quase um ano. Quando eu tento me lembrar era como se fosse um sonho em que nada faz sentido. A base de remédios tarja preta e com acompanhamento constante. E quando eu comecei a melhorar, voltando a mim, a vergonha que eu sentia e ainda sinto é tão grande. A cena que nunca deixa de passar na minha cabeça, da mulher que eu amava engasgando no cacete daquele pilantra, com o sêmen dele, a ponto de quase morrer, faz eu me sentir tão pequeno. Tão merda. Como ela pôde fazer aquilo comigo? Que isso? Engolir porra? Eu nunca que a trataria dessa forma, como se fosse uma privada ou um ralo. Isso era baixo e inaceitável. Achava que conhecia a princesa para quem jurei a minha vida e na verdade era uma devassa capaz de engolir sêmen de um qualquer. Quando nos encontrarmos para as assinaturas do divórcio, eu olhava para ela e só sentia pena daquela alma. Não consigo entender porquê tem mulheres que fazem essas coisas. De todas, acho que engolir sêmen é a prática mais baixa e nojenta. Agora, fazer isso com outro homem, sendo casada, é humilhante para o marido. Tenho certeza que aquele pilantra se sentia sempre que fazia isso.

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