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Não conte para a mamãe

1621 palavras | 8 |4.57
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Papai me ensinou muito sobre amor. E sobre a dor.

Fui abusada por um tio durante um longo período. Minha mãe e meu pai trabalhavam muito e, além disso, eram relapsos em relação a muitas coisas. Não era necessariamente culpa ou má intenção deles. Eu me tornei responsável e independente desde muito pequena. Sempre gostei de liberdade. Mamãe adora contar como, mesmo enquanto recém nascida, eu odiava colo. Gostava de atenção, mas, ao mesmo tempo, amava meu espaço.

Com isso, nunca fora um problema me deixar sozinha. Eu pedia por isso. Por volta dos sete anos, já passava uma parte significativa do dia por minha conta. Tive babá por um tempo, no entanto, não me adaptei. Mamãe disse que eu a odiava. Não me lembro dela, mas algum motivo haveria de ter.

Então, para sanar o dilema, mamãe pagava sua amiga, uma vizinha, para me observar. Em tese, eu deveria ficar na casa dela. Eu me negava na maioria das vezes.
Morávamos em um condomínio. A casa do meu tio ficava a algumas quadras de distância da nossa. Ele não precisava realmente ajudar em nada, visto que havia a vizinha. Não tinha muito o que checar: a comida sempre estava feita e separada. Eu sabia me limpar e comer sozinha. Passava o dia no sofá assistindo TV ou na piscina da vizinha. E ela sempre aparecia na janela do pergolado, me sondando.

Mesmo assim, as visitas se tornaram absolutamente frequentes. Demorou muito tempo para os meus pais descobrissem. Nem sequer o teriam, na verdade, se a vizinha não tivesse notado a movimentação.

Ainda assim, ela tardou muito.

Eu estava com meu biquíni de bolinha. Era lindo. Azul puro e vibrante, coberto de esferinhas brancas. Meu tio estava em cima de mim quando ela nos pegou. Sua boca em meus seios infantis. Sua mão em minha garganta, enforcando-me. A faixa retangular do top em minha barriga. As pedrinhas da alça machucando minhas costelas. Quando eu a vi, nada passou pela minha cabeça. Ela me catou, puxando-me com força, enquanto o filho mais velho voava em direção ao meu tio. Fechei os olhos e só voltei a abrir quando ela disse que eu poderia ficar na piscina até meu pai chegar.

Eu tinha certeza que nada aconteceria. Então, quando papai me arrastou até o quarto, transtornado, eu encarei minhas mãozinhas enrugadas de água.

— Ele não estava me machucando — lembro-me de dizer, calma. Minha pintinha na mão esquerda parecia mais clara. O marrom escuro estava avermelhando. Eu mostrei para o meu pai, indicando a marca. — Olha, nossa pinta. Está sumindo.

Papai tinha o demônio em seus olhos. O rosto estava vermelho. Tinha histeria transbordando. Eu abri a boca para dizer algo, visto que ele parecia querer ouvir algo. Mas ele não permitiu que minhas palavras ganhassem vida. Sua mão acertou com força o suficiente para me apagar.

Foi por poucos segundos. Tudo se tornou escuro. Eu conseguia ouvir um som aveludado, desligando e ligando algo em minha cabeça. Papai estava me batendo.

Eu não conseguia entender.

Enrolei-me na cama, me esquivando de sua raiva. Quando ele parou, tudo em mim doía.

Titio nunca tinha me machucado daquela forma.

— Vadia — murmurou, com nojo.

Eu nem sabia o que era ser uma vadia.
Mas devia ser algo ruim para eu ter apanhando tanto.
Não vi papai nos dias seguintes. Mamãe disse que ele estava se acalmando.

Ele realmente precisava ficar calmo. Não queria que ele voltasse se fosse para me bater.

Mas ele voltou.

Eu ouvi o barulho rouco de seu carro. Meu corpo esfriou. Me enfiei debaixo das cobertas. Vozes baixas. Portas batendo. Então, minha porta se abriu. Eu tinha lágrimas quentes no rosto quando ele tirou os lençóis que me cobriam.

— Não me machuque — eu pedi, baixinho, fungando e me escondendo por entre o nada. Não tinha como fugir.
Papai tinha arrependimento no rosto bonito. O demônio em seus olhos sumira. Ele me olhava com pena.

— Papai não vai — ele me disse.

Em seguida, se deitou comigo. Eu me espremi contra a parede. Ele me abraçou por trás, o rosto pertinho do meu. Sua respiração em meu ouvido.

— Onde estava?

— Papai não sabia o que fazer.

— Não precisa fazer nada.

— Eu estava magoado.

— Por isso me bateu?

Ele se remexeu, as mãos acariciando meus braços.

— Papai já se arrependeu. Nunca mais vou fazer isso.

Eu acreditei, porque antes do titio, ele nunca havia encostado em mim. Me encaixei em seu corpo.
Mas ele estava mentindo. Ele voltou a fazer. Com o tempo, no entanto, passei a gostar. Gostava de suas formas de redenção.

Dormimos abraçados. Na manhã, acordei com a barulheira da minha mãe para sair de casa. Papai ainda tinha os braços em torno de mim. Eu não ousei mexer.. Não queria que acabasse. Fechei meus olhos e só voltei acordar quando senti seus dedos duros arrastando as alças do meu pijama. Ele passou a mão pelo meu colo. Então pelo meu rosto. Voltou novamente para meu colo. Molhou os dedos na boca e os aproximou de meus seios.

Nem havia seios ali para isso tudo. Estavam apenas começando a despontar.

Ainda assim, era bom.

Tentei não me mexer. Mas seu toque se tornou mais duro. Ele me virou de barriga para cima, abaixando a blusa. Deslizou a língua por tudo.

— Deixou seu tio fazer isso?

Eu não sabia o que responder. Eu tinha deixado. Mas sabia que ele não queria ouvir isso. Ele sugou com força meus mamilos, arracando-me gemidos.
— Isso ele não fez — confidenciei.

Pensei ter visto orgulho nos olhos do papai.

— Preciso que me diga tudo que ele fez. Então, papai vai fazer em você. Você precisa esquecer ele. Papai vai te ajudar.

Eu assenti. Então indiquei minha bucetinha.

— Ele me tocou aqui.

Naquela época, eu ainda não sabia quão mal papai podia ser. Eu não conhecia suas facetas. Antes de titio, ele era apenas o homem bonzinho que cuidava de mim. Que me mimava. Que me contava histórias.

Depois, bom, depois eu aprendi quem ele era de verdade.

Então, assim que processou minhas palavras, seu semblante mudou.

— Você gostava?

Seu tom de voz me fez tremer. O demônio em seus olhos. Era só a segunda vez. No entanto, eu já reconhecia.

E eu veria aquele demônio mais um milhão de vezes.

— Não — menti, porque sabia que era o que ele gostaria de ouvir.

Pensei que fosse.

Eu gostava de quando titio me chupava. A carne sensível em sua língua. Gostava de como ele parecia se lambuzar em mim. Em como eu parecia gostosa.

Papai rastejou pela cama.

— Tira a calça.

Hesitei. Então, obedeci.

— Uma vadiazinha obediente — murmurou. — Obedecia ele?

— Não — menti mais uma vez.
— A segunda vez que tenta me enganar — papai disse, abrindo minhas pernas. — Eu não quero te machucar. Mas se continuar mentindo, vou te arrebentar. Vadias mentirosas não merecem pena. Vou perguntar mais uma vez. Você gostava de ser a puta do seu tio? Obedecia ele?

— Sim.

Eu disse a verdade. Não sabia se gostava. Mas também não sabia se desgostava. Eu não achava nada.

Então, como ter dito “não” contrariou meu pai, acreditei que “sim” o deixaria satisfeito. Papai se levantou. Me puxou pelas pernas, arremessando-me no chão.

— De joelhos — tentei choramingar. — De joelhos, porra. — Obedeci. — Vou foder sua boca o quanto eu quiser. Quero que pense em quão magoado estou. Se for boazinha, te dou leitinho. Se tentar fugir, arrebento seu rostinho. Qual prefere?

— Vou ser boazinha.

Ele assentiu. Abaixou a calça. O pau duro. Eu não pensei que fosse estar. Às vezes, titio demorava até ficar. Eu tinha que ajudá-lo. Foi, também, a primeira vez que percebi que, no final das contas, papai gostava de me subjugar.

Socou com tudo em minha boca. Segurou meus cabelos, ajustando minha cabeça para alcançar o máximo humanamente possível.

Como queria ser boazinha, tentei pensar em quão magoado ele estava. Claro que naquele momento nada me veio à mente. Só conseguia pensar em papai, com raiva, socando em minha boca sem qualquer pudor.
Não tentei fugir mesmo quando o ar me faltou. Nem quando meus joelhos protestaram. Nem quando ele passou a me xingar e as lágrimas se tornaram torrenciais. Quando ele gozou em minha boca, engasgando-me, parecia menos chateado.

— Bom. Gosto assim.

Ele esfregou o pau em meu rosto, limpando os últimos resquícios. Olhou-me de cima, ponderando. Papai bonzinho de volta.

— Vou te dar um banho.

Pegou-me no colo. Aceitei, de bom grado. Ele me lavou com esmero. Os dedos em minha boceta. Em meu cuzinho. Vi seu pau endurecer no processo.

— Deixou ele colocar em você?

Meneei a cabeça. Sabia do que ele estava falando.

— Ele tentou.

Titio tinha tentado de todas as formas, mas sempre doía muito. Tanto na bunda quanto a boceta. Eu sempre fugia no processo.

— Fico feliz que não tenha conseguido. Vou cuidar disso.

— Agora?

Ele sorriu.

— Não, cadelinha. Ainda não, embora você mereça ser fodida. Mas hoje vou apenas te chupar até se esquecer que um dia deixou que outro homem te tocar. E depois, vai ganhar mais leite. Você quer?

Balancei a cabeça, concordando.

— Mas não conte para a mamãe.

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8 Comentários

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  • Responder Pequeno Lobo ID:vpdj2c1z

    Não sei o quão errado foi é eu ter sentido tesão e até gozado com a sua história.

  • Responder Maria ID:1e45g5inxp36

    Sinto muito por vc

  • Responder Perverso ID:8pt2pug2v4

    Muito bom conto. Seu tio foi muito bobo, tem q fazer dentro de casa. E seu pai fez o correto rs
    Tele procurobdsm2

  • Responder Mc ID:13pzjhbo27xt

    Oi nat.
    Vc tem alguma história
    Vamos conversar
    Tlg @M565c

  • Responder Nat Ninfeta ID:1d2k7p2edgrs

    Achei bem realista. Me deu uma mistura boa de tesão e medo, como realmente são esses casos… Espero ver mais contos seus por aqui!

  • Responder Também gosto mutcho ID:yb0tbkv4

    Começou bem!

  • Responder neto ID:6nzrkvhoqw6

    Conto estranho,me lembrou um filme ruim de terror

  • Responder A mamãe ID:1cnemh9felxt

    Péssimo