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Um dia de chuva

2891 palavras | 3 |4.00
Por

Relato verdadeiro da minha vida…esta parte pode não conter muito sexo, mas não poderia descrever o resto sem escrever isto. Desculpem.

Hoje está a chover tanto…uma tempestade… faz hoje 12 anos que eu perdi tudo em apenas segundos.
Íamos no carro, apesar da chuva intensa, e de eu ir tão devagar, nós cantávamos…eu, tu Sofia e a nossa menina, Carol.
A Carol sempre a corrigir-me na letra da canção, dizia que eu era o pior cantos do mundo a rir… lembro-me tão bem do riso dela… e neste dia parece que o ouço bem ao meu lado…

– Papá…não é assim… pappá…aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Apanho óleo na estrada… o carro resvala…caímos pelo precipício,

– JJJJJJJJJJJJJJOOOOOOOOOOOAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOO…..

Vejo-te andar a rebolar com o carro… tens a cara cheia de sangue…tento agarrar-te mas não consigo Sílvia…vejo teus cabelos loiros a ficarem vermelhos…o carro nunca mais para de rebolar, quando para eu grito por vocês… não me respondem, só o som da buzina do carro irrompe o silencio e a minha voz aos berros… saio do carro, vou ter contigo…estás irrecomnhecível…cheia de sangue…estás morta… vou ver a nossa menina, ela não respira, mas não tem sangue…penso que está apenas desmaiada…tiro-a do carro, levo- a nos meus braços, deito-a, abano-a, chamo por ela:

– CARRROOLLLL…AACCFORODDAAA AMORRRR…CCCAAAARRRRROOOLLL…O PPAAAAIII EST´´ÁAA A MANNADR-TEEEE AAACCORRDDAARR…

Abres muito levemente os olhos…. até sorris um pouco, pensei que estavas salva…mas teu corpo estremece…e sai uma golfada de sangue pela tua boca….e morres nos meus braços…
A dor é tão grande…grito desesperado, tentando chamar-te de volta…imploro que não me abandones… ouço vozes, vejo duas ou três pessoas a descerem pelo precipício… vejo um a delas a ir ao carro tirar a Sofia e a pessoa diz:

– Está morta!!!!!

As pessoas correm para mim, tiram-me a Carol dos meus braços, uma delas escuta-a…e diz:

– Também está morta!!!!!

Uma outra pessoa pergunta-me:

– ESTÁ BEM????

Eu apenas sofri arranhões…dizem que foi um milagre…eu acho que foi uma maldição… teria sido mais piedoso se tenho morrido com elas ou se tivesse morrido só eu…milagre…milagre uma merda.
Uma maldição isso sim…e eu senti que era uma maldição merecida…eu é que ia a conduzir…e se eu tivesse parado antes…e se eu não tivesse essa estúpida tradição de ir á aldeia dos meus pais neste dia ir lá por flores na campa deles… dia 2 de Novembro…dia dos Finados… dia em que eu morri e sigo vivo.
Milagre… se soubessem o que é…viver assim até a poucos anos atrás, calavam-se com essa treta.
Sou o Ricardo, mas desde bebezinho chamam-me de Tim… o meu pai era louco pelos Xutos § Pontapés, uma banda muito famosa cá em Portugal, chamava-me Tim, como o vocalista da banda, e olhem a moda foi pegando, e sou mais conhecido por TIm do que pelo Ricardo, nome que tenho muito carinho também, pois era o nome do pai da minha mãe.
Tenho 41 anos, designer industrial, de profissão, atualmente casado com a Odete, pai de 4 filhas, e sou bastante feliz.
Sou um doente de ginásios, passo pelo menos 3 horas por dia em ginásios, piscinas, e correndo, sou alto, tenho 1,93m, peso 90kg, sou moreno, boa aparência, e 19cm de caralho bem grossos.
Comecei este conto verdadeiro, incluindo os nomes, com a descrição daquela tragédia…e não poderia ser de outra maneira, pois embora hoje esteja realizado quer pessoalmente quer profissionalmente, essa tragédia faz parte de mim, ainda acordo tantas vezes, coma a Odete a segurar-me, ela depois a acalmar-me… a Odete foi um anjo que voltou á minha vida.
Sabem depois da Sofia eu pensei que jamais voltaria a apaixonar-me por outra mulher…enganei-me… o meu coração voltou a sentir alegria de estar apaixonado… Odete. O nosso casamento tem uma história bem curiosa.
Princípio deste milénio, em 2000, fui estudar para Coimbra, na faculdade.
Sabem que se fazem as chamadas praxes académicas, e foi nelas que conheço uma caloira, chamada Sofia, que tinha entrado em Direito… e fiquei de imediato interessado nela. Se a vissem, toda pintada, mas fazendo as praxes com alegria, sorrindo…aquele sorriso deixou-me logo gostando dela…também alta, magra, mamas tamanho médio, um cu grande, cabelo louro, olhos esverdeados…
Eu um dia, ainda durante as praxes, fui sentar-me no refeitório ao lado dela, e eu sempre tive facilidade em falar com as mulheres, nunca me atrapalhei nesse assunto.

– Olá…posso sentar-me aqui, ao teu lado??’

A Sofia olhou para mim, todo pintado, cabelo coberto com uma pasta de um cheiro….digamos intenso, e começa a rir e diz:

– Mas que foi que te aconteceu????
– Praxes… em Arte e Design são bem criativos como podes ver…
– LOL…estou a ver sim…em direito são mais calminhos…porque sabem que um dia mais tarde sabemos como os processar, LOL.
– Ah então quando precisar de uma boa advogada já sei quem escolher…a ti, LOL.
– És atrevido… e qual é o nome do atrevido?
– Tim…bem sou Ricardo, mas todos me tratam por Tim.
– Como o vocalista dos Xutos?????
– Sim… e o nome da minha advogada é…
– Sofia.
. Ok…Sofia antes que eu seja apanhado por aqueles animais do meu curso, posso almoçar aqui contigo???
– Vá senta-te… mas só almoças comigo porque eu já paguei a minha parte não é verdade???
– Bem… darás uma excelente advogada, conseguiste deixar-me sem resposta…e só vejo uma saída digna para mim agora…convidar-te para jantares comigo logo a noite.
– Que eu aceito com muito gosto.

Bom almoçámos juntos, e conversámos bastante, e se eu estava interessado nela, mais ainda fiquei.
Depois voltei ás aulas e ao martírio das praxes… vida de caloiro em Coimbra não é fácil, mas tenho bastantes saudades.
Quando eu fui ter ao local combinado de me encontrar com ela, eu levava a famosa telha. Em Coimbra caloiro que é apanhado na rua sem estar debaixo de telha á noite, pode contar com uns dias ainda piores de praxe…e se eu tinha a minha a Sofia também tinha a dela, que ela tratava com carinho pois tinha sido do pai dela, que também estudou em Coimbra, mas Medicina.

– Bom…estou a ver que também não te esqueces-te da telha… diz ela.

Eu não conseguia dizer nada de jeito, ela estava com um vestido simples mas decotado, dava para ver bem as mamas dela, depois aquele cabelo solto…o sorriso e os olhos, e da minha boca só sai a frase:

– Meu deus…estás linda.

A Sofia corou… e diz:

– Também, estas lindo…e mete a telha acima da cabeça que anda ali um grupo de veteranos.

Então sorrimos e fomos jantar. Fartei-me de rir com as histórias dela e ela das minhas, e quando a ia levar ao quarto onde ela estava a morar, a porta de casa, beijámo-nos…e voltámos a sair no dia seguinte, e no outro dia a seguir, ela apresentou-me a Odete a melhor amiga dela, que tinha entrado em enfermagem. A Odete é morena, cabelo negro mamas muito maiores que as da Sofia, mais baixa, cuzão enorme…uma gata também.
Pronto a minha relação com a Sofia foi evoluindo normalmente. Começamos a namorar, de vez em quando saiamos a três, eu a Sofia e a Odete e também começo a criar uma sólida amizade com a Odete, eu gostava dela, simpática além de bonita, e por vezes ajudava-me com a Sofia, dando-me bons concelhos.
Eu e a Sofia éramos o casal perfeito, completávamo-nos em tudo…até mesmo na cama, se eu sou viciado em sexo, ela era ninfomaníaca, e sim a nossa relação estava muito baseada no sexo.
Ambos gostávamos tanto, que era diariamente que fodiamos…mesmo quando a Sofia andava com o período, arranjava-se maneira de fazermos sexo…e o sexo anal era uma alternativa…mas não a única.
Explorávamos e bem os nossos corpos, a Sofia sabia foder e bem…quando ela mamava no meu caralho ela tinha uma técnica em que abocanhava o meu caralho todo, e lambia-me os colhões com o meu caralho atolado na boca dela… e metia dois dedos no meu cu ainda…e como eu adorava aquilo.
Ou quando ela metia-se a cavalgar no meu caralho…estava horas a cavalgar-me, e eu a ver aquelas mamas a saltarem, a voz rouca dela…a chamar por mim, ou gritar que se estava a vir, e continuava a cavalgar…e quando se vinha deitava-se por cima de mim aos beijos na boca, e depois voltava a cavalgar…ora com a cona ou com o cu… eu a meter o meu caralho no cu dela a canzana, a cama a bater na parede…no quarto ao lado dormia a Odete…a desgraçada pouco deveria dormir naqueles anos.
No ano em que acabamos o curso, eu arranjei trabalho e ela também e ao fim de 2 anos casamo-nos e estivemos ainda 3 anos sem termos filhos, até que nasceu a Carol.
Ela estava grávida de 7 meses quando o acidente acontece.
Já descrevi como foi…e eu depois, entreguei-me ao álcool…drogas e putas e prostitutos.
A única coisa que eu nunca descurei foi o trabalho…porque assim ganhava dinheiro para as bebida e as drogas e as putas e os prostitutos.
eu quando não estava a trabalhar, bebia, e pagava para foder as gajas, ou pagava a homens para me foderem o cu…e sem gostar de ser enrrabado, odiava….mas era rara a noite que não estava de 4 em casa, ou numa rua escura qualquer a levar no cu…porquê….não sei explicar…por gostar não era…eu nem gemia nem sentia nada… só a dor…nunca tive prazer…nem a sentir dor me dava prazer, mas seria disso que eu estava a procura…de dor sem sentido não sei.
Andei 6 anos assim, nem falava mais com família, os meus pais já haviam falecido, sou filho único.
Um dia recebo um email, para uma reunião de antigos alunos…fui, talvez para apanhar mais uma bebedeira, ou estava demasiado drogado quando confirmei que ia…sei lá, eu na altura não pensava.
Quando estava já no 4º ou quinto duplo whiskey, a Odete foi ter comigo ao bar…eu ainda não a tinha visto e a ultima vez que a vi foi no funeral da Sofia e da Carol.

– Olá Tim…

Eu olhei para trás e vi ela, a Odete…estava na mesma…linda, o vestido preto realçava bem as mamas enormes dela, o cabelo negro apanhado… aquelas ancas grandes, o cu enorme…

– Olá Odete…também vieste???
– Claro…se até fui eu quem te enviou o email… não te lembras???
– Sinceramente não me recordo, desculpa…queres beber alguma coisa???
– Uma cerveja.
– Barman…mais um duplo e uma cerveja para a minha amiga.
– Quantos já bebeste, Tim?
– Não sei…mas se ainda têm para servir e porque ainda não bebi tudo.

Bebi o duplo acompanhado pela Odete, e ela diz:

– Tim…porque nunca respondeste aos meus telefonemas…e mails…
– Sinceramente Odete…não quis nem quero saber… mas nem dos teus nem de ninguém.
– Tim… estás a destruir-te…
– Odete…eu morri naquele dia… a minha maldição é estar vivo… mas posso escolher como morrer…e podre de bêbado, parece-me uma boa ideia.
– Ai Tim… não fales assim…
– Desculpa-me Odete…mas como queres que eu fale se é assim que eu me sinto??? Um belo, bêbado e drogado, monte de merda.
– Bem…olha…vamos jantar???
– Bora lá ver os outros então.

Sentamo-nos lado a lado… e foi a ideia mais estúpida da minha vida ter ido a aquele jantar…vinham todos a falar-me da Sofia… que pena ele ater morrido…e a Carol também… que sorte eu ter sobrevivido…
Bebi uma garrafa de vinho sozinho, enquanto ouvia as lamentações deles… só bêbado é que as aguentaria…e tinha heroína para me injetar no bolso…e fui ao WC, e injetei-me…quando voltei eu só ria… as caras deles todas exageradamente gordas… como eu ria…a Odete, soube logo que eu tinha feito, ela é enfermeira, sabe bem quando uma pessoa está drogada.
Com paciência ela levou-me dali…para a casa dela, não me recordo como fui lá parar… só sei que acordo já a meio da tarde seguinte, nu, numa cama que desconheço…com tudo andando a volta…corro como posso pela casa, procurando o WC…acho-o e vou vomitar.
Depois vejo um bilhete escrito que estava preso com fita cola a um espelho:

POR FAVOR…ESPERA POR MIM. ODETE. TENS COMIDA NO FRIGORÍFICO, E AQUECE ELA NO MICRO-ONDAS. MAS ESPERA POR MIM.

Ainda me vesti para ir embora, mas não sei porquê…fiquei, e salvei-me com aquela decisão.
Esperei por ela, e quando ela chega, ela disse:

– Porra ainda bem que estás aqui…pensei que tivesses ido embora.
– Estive sim…mas fiquei, acho que depois de ontem, mereces que te ouça.
. Dá-me só 5 min…vou dar um duche.

Ela foi dar o duche…e eu vi que ela tinha trazido umas compras, eu coloquei o saco em cima da mesa da cozinha, e nisto ela chega, com umas leggins vestidas…atoladas na cona e no cu…as mamas balançavam na shirt branca e eu via bem o contorno dos bicos das mamas grandes dela, e ela diz:

– Tim, senta-te e ouve-me. Depois até podes ir embora sem dizeres nada, mas ouve-me até ao fim… eu vou ser bem dura contigo.
– Vá…diz.
– Tim… mas que merda andas a fazer a ti, á Sofia e á Carol??? Andas a envergonhar a memória delas??? Andas cheio de pena de teres sobrevivido e elas terem morrido, e andas a destruir-te com drogas bebidas e sabe Deus que mais??? O Tim que eu conheci e por quem a minha amiga se apaixonou não eras tu de certeza…enganaste-a bem…enganaste-nos a todos bem…afinal és um fraco, um monte de merda como ontem falaste. Sei que deve ser duro perder elas daquela maneira, e nem quero imaginar como ficas-te a sofrer todos os dias…compreendo isso, e respeito isso. Também chorei e choro muito pela ausência da Sofia e da Carol… não eras o único a amar elas…eu também as amo. Eu e a Sofia conhecíamo-nos desde os 2 anos… sei coisas e segredos dela que nem sonhas… coisas só nossas… quando ela te conheceu vi logo que ela se apaixonou…e conheci-te e percebi porque ela se apaixonou…eu também me apaixonei por ti…espantado??? pois fica sabendo que eu me apaixonei por ti, e toma lá esta medalha…ainda sou apaixonada pelo Tim que conheci e que casou com a minha amiga. Este Tim que tenho a minha frente, esta amostra de gente, cobarde, cheio de pena dele… e mesmo assim ainda te amo. Acorda, reage, dá dignidade á morte da tua mulher e da tua filha.

E eu ouvi tudo que ela me disse, em silencio…e em silencio levantei-me, e saí da casa dela… apanhei o comboio para Lisboa, ela morava em Cascais… cheguei a casa… vi o quarto imaculado da minha filha…deixei ele exatamente como ele estava…eu limpo o pó e tenho o cuidado de deixar tudo como estava…vou ao meu quarto…as roupas da Sófia ainda estão no guarda fato…o perfume dela…a maquiagem em cima da cómoda… deito-me na cama…tiro a garrafa de gin que tenho mesmo ali, na mesa de cabeceira…abro-a, meto o gargalo na boca, bebo um gole…e começo a chorar…sabem eu chorei muito a morte delas, mas só acho que as chorei verdadeiramente ali naquele dia…antes era por pena d mim própriopor ter de encarar o mundo sem elas…chorei de pena porque estava vivo.
Aquele gole de gin foi a última vez que bebi álcool na minha vida.
Nessa noite juntei as dezenas de garrafas de bebida que tinha guardadas… fui buscar toda a heroína, LSD…PCP…sei lá que mais e foi tudo pela sanita abaixo…despejei as garrafas todas pela pia abaixo…e no dia seguinte fui sentar-me nas escadas a porta da casa da Odete…fui pedir ajuda, eu sei que sozinho jamais conseguiria.
Quando ela chega, já de madrugada, eu digo:

– Odete…podia fazer-te um discurso, mas só te digo…ajuda-me…estou disposto a deixar tudo…mas sozinho não consigo…tens razão…eu…quero tentar, e não pela Carol e pela Sofia, mas por mim.
– Claro que te ajudo…entra…vamos conversar.

Continua.

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3 Comentários

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  • Responder Luiz ID:3v6otnnr6ic

    Onde isso é um conto gay? nao precisa nem terminar coisa triste morte droga e principalmente mulher, pode parar

  • Responder L ID:on95w2zhri

    Muito bom, continua. te le: inces01

    • Portuga ID:brx23epb0k

      Ja continuei noutro conto