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A alentejana

2835 palavras | 4 |4.00
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Mais do que um conto, é uma declaração de amor aquilo que aqui quero partilhar. Tudo que aqui escreverei é real.

Bom, antes do mais vou-me apresentar, sou o Leônidas. Sim sei como aquele da história dos 300 espartanos que resistiram uns dias a Xerxes o rei Persa. Mas o meu nome é uma homenagem, a um avô meu, o pai do meu pai.
Atualmente tenho 52 anos, sou moreno, alto, bem fisicamente, pratico desporto todos os dias, tenho cabelo grisalho, peso 80kg, tenho 1,87m. E sou dotado.
Sou casado coma Inácia, mais velha que eu um ano, morena, cabelos castanhos, olhos castanhos, 1,67m de altura, gordinha, mamas enormes, cintura larga, coxas largas, é uma BBW.
Sou de famílias ricas, nasci num berço de ouro, tanto o meu pai, como a minha mãe são ricos. Sou filho único. Portanto podem imaginar, fui estragado com mimos desde que nasci.
O meu pai, sempre teve a paixão do campo, não me perguntem porquê, mas ele sempre adorou o campo, e quando se casou com a minha mãe, ela partilha a mesma paixão, compraram uma herdade enorme no Alentejo. Iam lá passar as férias, qualquer dia livre lá iam eles para lá.
O meu pai começou a investir bem forte no desenvolvimento da herdade, mandou plantar vinhas, olivais, cearas de trigo, pomares de figueiras e amendoeiras, investiu na criação de porcos pretos, de ovelhas e cabras, de vacas e de toiros de lide, para as touradas. Ele deu trabalho a aquelas aldeias próximas todas, até que durante o período revolucionário do 25 de Abril de 1974, foi expropriado de tudo. O meu pai teve um desgosto que quase o levou á morte, mas batalhou e batalhou, até que consegui-o reaver tudo, muitos anos mais tarde, já eu era nascido. Eu nasci em 1971, e perdeu tudo em 1974, e só recuperou tudo a totalidade, em 1994. De 1974 até 1994, foi recuperando aos poucos e poucos.
Quando consegue recuperar tudo, a herdade estava na ruína, ele teve de voltara investir, e só quando a herdade voltou a estar como era dantes, é que ele descansou. Sabem nesse dia, vi o meu pai chorar, sem ser pela morte de alguém da família ou por alguém que fosse amigo dele, ele chorava de alegria.
Bom, descrevi aqui a herdade, porque a Inácia entra na minha vida, através da herdade.
Ela é a filha do sr António, o capataz geral da herdade. O meu pai tinha por cada setor da herdade um responsável, por exemplo olivais e vinhas era uma pessoa, ovelhas , cabras outra pessoa, etc etc e todas elas respondiam ao sr António o capataz geral, digamos assim.
Ele foi para lá trabalhar em 1980, quando o meu pai já tinha adquirido de volta uma boa parte da herdade.
Foi nesse ano, que eu conheci a Inácia, eu com 7 anos ela com 9. Ela sempre foi maria rapaz, um termo que usamos cá em Portugal, para aquelas meninas que em vez de brincarem com bonecas, ou assim, ela queria era andar com o pai pela herdade, subir ás árvores, etc etc.
Portanto não foi difícil eu e ela ficarmos amigos, percorríamos a herdade toda nas nossas bicicletas quando eu ia lá, ou íamos á pesca, ou andávamos a subir ás árvores, para achar os ninhos dos pássaros, para vermos os ovos ou os passarinhos pequenos, ou irmos andar de bicicleta atrás das ovelhas e das cabras, ou a fugir dos carneiros, LOL.
Quando eu tinha 10 anos, e ela 12 anos, aconteceu uma coisa, que foi tão inesperada. Beijámo-nos na boca. Aconteceu de uma maneira tão espontânea e inocente. Estávamos abrigados da chuva num enorme celeiro, uma daquelas chuvadas de Verão. Estávamos a brincar ás escondidas, e andavas tu á minha procura, e tínhamos um local marcado, em que se eu lá chegasse primeiro, salvava-me, e a seguir esconder-me-ia eu outra vez.
Tu viste-me escondido, e começas-te a correr para esse local, e eu a correr detrás de ti, quando eu estou quase a apanhar-te tropecei, e caí em cima de ti e fiquei com a minha cara quase encostada na tua, e rimo-nos um bocado… começo a olhar nos teus olhos, a ver o meu reflexo neles…e baixei a minha cara mais um pouco, e deu-se o beijo. E foi um beijo demorado. Em seguida eu sai de cima de ti, atrapalhado, e tu também ficaste corada… eu nem sabia que te dizer, e durante uns dias andámos a evitarmo-nos, até que voltou tudo ao que era dantes. Mas eu nunca esqueci esse primeiro beijo. E tu também não.
Inácia, olho para ti agora, deitada nua na cama ao meu lado, sempre com o teu braço por cima do meu peito, a tua mama a tocar no meu peito, a tua perna por cima da minha, e vejo a tua cara…dormes a sorrir, e eu gosto de pensar que estás a pensar em mim. Á 30 anos que dormes assim, desde o dia que casámos. Partilhas assim o calor do teu corpo, o cheiro que tens comigo. Que sortudo eu sou por me amares. Eu sei que tu sabes que eu por vezes passo noites acordado, apenas a admirar o teu cabelo…a tua cara, sentindo o teu respirar, a tua paz.
Recordo, que aos 11 anos, deixei de ir ao Alentejo, fui estudar para Inglaterra, até aos 16 anos estive fora, só vim a Portugal duas vezes, aos funerais do meu avô Leônidas, e da minha avó Claudia.
Perdi o contacto contigo, e nesses anos eu mudei, tornei-me num playboy. Queria era gastar dinheiro, e foder raparigas, e passar a vida em festas. Rico, jovem e sem preocupações…elas caiam aos meus pés. Fazia essa vida em Inglaterra, o meu pai, para me castigar, trouxe-me de volta a Portugal, pensando assim ter-me mais controlado, mas eu aqui rapidamente começo a fazer o mesmo estilo de vida…foder, e foder. Era tão fácil. Mas ao mesmo tempo tão superficial. Eu fodia uma rapariga qualquer só porque sim, apetecia-me. 70% das vezes nem sabia o nome delas, engatava-as numa noite, fodia a cona delas e depois não queria saber delas.
Comecei também a drogar-me, e comecei logo com heroína. Drogas , sexo e rock and roll…era assim a minha vida.
Um dia a minha mãe foi dar comigo no quarto, com uma seringa no braço, desmaiado. Tinha 16 anos. Fui para uma clínica de desintoxicação, em Espanha.
Estive internado 8 meses, e quando voltei, sabem tive medo de voltar ao mesmo ambiente, e voltar ao mesmo.
O meu pai mandou-me então para a herdade, e fui acabar os estudos no liceu em Beja, pois embora esta minha vida de lorde e menino mimado, sempre fui um aluno muito bom.
A Inácia estava lá na herdade, e como ela mudara. Estava uma mulher de 18 anos…linda, como eu a descrevi já.
Ela deixara os estudos nesse ano, ela sonhava ser professora de crianças pequenas, portanto do ensino primário. Ela agora trabalhava na herdade, ajudando o pai dela, que entretanto sofrera um AVC, e ficou parcialmente condicionado, durante uns tempos.
Bom, passei a conviver mais com ela, e realmente o campo e a vida no campo, fez-me renascer de novo.
A comida…o ar puro…o trabalho duro, pois eu fazia questão de trabalhar na herdade, queria manter-me ocupado, porque eu tinha medo se ficasse com algum tempo livre, eu, começasse a pensar na droga outra vez.
Um dia, estava eu em Beja, fiquei lá por causa de um jantar com um amigo da escola que fazia anos, vi um homem a injetar-se num WC. Sabem… eu quis pedir-lhe um pouco de droga… não tive coragem…percebi que não estava já livre do vício como eu pensara.
Apanhei uma bebedeira enorme com esse meu amigo, e eu não estava em condições de volta á herdade. Telefonei á Inácia para vir buscar-me.
Quando chegámos á herdade, eu agarrei ela á força, e beijei-a na boca…ela deu-me duas valentes bofetadas na cara e uma joelhada nos colhões.

– SE PENSAR QUE SOU ALGUMA DAS RAPARIGAS QUE TU FODES, ESTÁS ENGANADO. ODEIO-TE. VAI Á MERDA, MENINO MIMADO.

E eu fiquei a torcer-me com dores no chão.
No dia seguinte…eu não a consegui encarar, estava cheio de vergonha. Ela olhava para mim com raiva, e desprezo.
Ao fim da tarde desse dia, apanhando-a sozinha no olival, eu aproximei-me e digo:

– Inácia…posso falar contigo?
– Falar??? Pensei que viesses acabar o que começas-te ontem.
– Tens toda a razão para estares assim zangada comigo.
– Mas eu não estou zangada…estou desiludida, desapontada.
– Inácia… sabes bem no que eu me tornei… eu sou um ser humano horrível, eu sei disso. não tinha o direito de fazer o que fiz contigo…e logo contigo…podes não acreditar em mim, mas eu gosto muito de ti…se não quiseres acreditar estás no teu direito. O que te fiz ontem, foi de um sacana, de um puto mimado…de um cafajeste. Tu não merecias. Desculpa-me. Perdoa-me se puderes.
– Leo… que te passou pela cabeça???
– Não sei…não sei…só sei que me deu vontade de te beijar, como te beijei daquela vez quando éramos crianças ainda. Não é desculpa nenhuma, mas foi que se passou. Agora deixo-te. Eu vou embora daqui, vou voltar a Cascais. Aqui só magoo-o as pessoas que amo. Lá também, mas…
– Faz o que quiseres…mas podes ajudar-me aqui no olival hoje??? Dava jeito uma ajuda extra.
– Claro.

Andei a trabalhar com ela o resto do dia, e no dia seguinte trabalhei com ela…e nos outros que se seguiram, e começo a reparar bem nela…a maneira como trabalha, como todos a respeitam… no sorriso dela…nas curvas dela…como fiquei ciumento quando ela me apresentou o namorado dela.
Ciúmes, ora ai estava um sentimento que eu nunca tivera até ao dia em que a vi beijar na boca o namorado dela…e desejei estar no lugar dele.
Eu não sabia que ela namorava, andava tão no meu mundo, que pouco ou nada me interessava o resto, eu era quem importava.
Bem eu passei a trabalhar que nem um louco, a emprenhar-me muito também nos estudos, queria acabar depressa para depois ir embora dali, para mim era cada vez mais insuportável ver ela nos braços de outro homem.
Ao fim de uns 3 meses, ela apanhou o namorado dela a trair ela com outra rapariga.
Ficou desolada, e eu não vou ser hipócrita…eu adorei a notícia, não por a ver triste, mas por ela acabar o namoro.
Ganhei uma nova esperança…eu não compreendia bem ainda o que sentia por ela…apenas sabia que era com ela que eu me sentia feliz, quando trabalhávamos juntos, quando íamos buscar a ração para os animais, ela conduzia o camião, e eu ia ao lado dela.
Tinha de a conquistar, mas ao mesmo tempo…tinha medo. De mim.
Eu tinha uma falta de confiança enorme, e um medo de voltar a drogar-me, sabia da minha fraqueza.
Jamais queria que a Inácia me visse como eu ficara. E se eu namorar com ela e depois voltar a drogar-me??? Destruiria a minha vida e a dela…e isso jamais me perdoaria.
Eu ia dando em doido… apenas ao lado dela estava bem, mas tinha medo de estar ao lado dela.
Um dia, estava um dia lindo de Primavera, eu montei a cavalo e fui dar um passeio, ia até ao Guadiana que delimita um dos lados da herdade. Ia dar um mergulho, mesmo todo nu.
Quando chego ao local, perto de uns moinhos antigos abandonados, vejo-a a nadar, toda nua…e escondi-me, e admirei ela…as mamas grandes dela…a pele morena…o tufo preto de pelos na cona dela…e fiquei com o meu caralho teso. Quando ela sai do rio, e se deita numa rocha a secar-se, fiquei apenas a observar ela, e fui embora.
Nessa noite sonhei com ela, nua…acordei e tive de bater uma punheta. No dia seguinte, como era normal, fui tomar o pequeno almoço na casa dela, a minha futura sogra a Noélia, fazia sempre o pequeno almoço e o almoço a contar comigo. A Inácia, chegou nesse momento á cozinha, estava levantada desde cedo, pois uma ovelha tinha tido um parto complicado, e tinha ido buscar o veterinário.
Cruzamos os olhares, e ela foi embora, e a Noélia diz:

– O menino gosta da minha Inácia não gosta???
– Quem eu… quer dizer…gosto dela como amiga.
– Como amiga… engane-me que eu gosto. Bem vi como olhou para ela e como olha habitualmente.
– Não, está enganada eu… vejo-a como amiga. Apenas.
– Menino… se gosta mesmo dela, tenha paciência, ela não gosta que a afoguem, deixe o espaço para ela respirar. Percebeu???
– Noélia…eu…
– Diga a verdade…gosta dela não gosta?
– Sim eu gosto… mas tenho medo.
– Medo???
– Sim…e se eu voltar a drogar-me…sabe bem que eu sou um drogado… posso não me drogar a meses mas tenho medo de voltar… e magoar ela…tenho medo, Noélia…e se volto a Cascais e volto a mesma vida…mulheres…drogas… tenho tanto medo.
– O menino precisa de limpar essa cabeça… e só á uma maneira…voltar a Cascais.
– Mas e e seu eu…
– Menino…volte, acredito em si, acredito que não volta á mesma vida.

Passados dois dias retornei a Cascais, e fechei-me em casa duas semanas, com medo. Mas volto aos locais que frequentava…a ver outra vez tantas raparigas que foderiam comigo se eu estala-se os dedos. Elas a procura de um namorado rico e eu a procura…não sei do quê… voltei a ver as drogas… mas… os meus pensamentos eram só um…Inácia. Vivi uns meses em Cascais, e confessei á minha mãe que estava apaixonado pela Inácia, só pensava nela.

– Filho…é tão bonito ver-te assim apaixonado… luta por ela, vai buscar a tua felicidade.
– E se ela não me quiser…eu…
– Ela quer eu sei…e se não quiser, pois quem perde é ela.
– Mas como sabe que ela quer…
– Leo… enquanto estiveste na clínica, ela veio cá estar 15 dias com o pai dela, o António, ele veio fazer uma bateria de exames. Contei o que se passava contigo, e ela não passou um dia que não perguntasse por ti, eu vejo nos olhos dela que ela te ama, sei ver quando uma mulher está apaixonada. Depois quando eles foram embora, ela ligava-me todos os dias a perguntar por ti. Ela até pode não saber que te ama, mas eu não me engano. Tens é que merecer o amor dela, ela não o vai entregar a ti de mão beijada, tens que lutar pelo amor dela.

Depois daquela conversa passadas umas semanas volto á herdade, cheguei e perguntei pela Inácia, estava no pomar a tratar das laranjeiras.
Fui ter com ela. Ela está com uns jeans justos ao corpo, realçando o cuzão dela, e o papo da cona, uma shirt e um chapéu de palha.
Fui ter com ela.

– Olá Inácia.
– Olá Leo…de visita á herdade?
– Não…vim morar em definitivo para aqui.
– Em definitivo???
– Sim… vim para ficar. Não volto a morar em Cascais, e não porque tenha medo de lá estar, por causa das drogas. Simplesmente o meu lugar é aqui.
– Mas…
– Eu sei que parece uma decisão tomada de animo leve, mas acredita em mim… sei que estou a fazer, eu quero cá estar.
– E porquê??
– Porque aqui sinto-me feliz…o menino mimado de Cascais, afinal é feliz aqui, no Alentejo, e também por que tu estás aqui.
– Eu???
– Sim tu, voltei também por tua causa. Eu gosto de ti, e voou-te provar isso mesmo.
– E desde quando tu gostas de mim???
– Como mulher??? Desde que com 10 anos te beijei na boca no celeiro… jamais esqueci esse beijo, de tão bom que foi, e voltei para te beijar muito mais vezes… sem que tenhas de me dar duas bofetadas e uma joelhada nos colhões.

E fui embora, deixando-a de boca aberta a olhar para mim. Agora ela sabia que eu voltara por ela, e os dados estavam lançados, e eu estava borrado de medo, de ela me recusar.

Continua

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4 Comentários

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  • Responder ze ID:gnruj2dv2

    servindo os homens e entao ficcao. tretas

  • Responder Lino Pinheiro ID:1ep59sbaa312

    Gostei bonita história digna de um bom filme

  • Responder Ana Moreira ID:1ue1pcm9b

    História de amor que merece uma continuação sem dúvida!

  • Responder Lex75 ID:bt1he20b

    Vamos ver no que dará. Mas agradeço a tua generosidade. Não e fácil escrever sobre as nossas fraquezas e debelidades. Parabéns pela coragem.