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Novos Anjos Parte 6

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Continuando a história de romance, agora com uma Pitadinha de drama.

No susto caí sentado no chão a beira da cama, de olhos arregalados eu estava paralisado, não conseguia me mover um milímetro sequer, sentia uma forte palpitação e podia jurar que estava suando frio. O que eu fiz? Eu pensava – Ele acordou, ele percebeu o que estava acontecendo? É agora que tudo acaba, ele vai ficar furioso, provavelmente vai me xingar, me chamar de viadinho e nunca mais vai querer olhar pra mim. Meu Deus, porque eu fiz isso? Como pode alguém estragar tudo assim num único impulso? Eu estava em Pânico.

Para minha surpresa Arthur se espreguiçou um pouco e foi levantando devagarinho como se nada tivesse acontecido.

Eu dormi? Perguntou em voz sonolenta – sua cama é tão macia, me desculpa.
Q-que é isso c-cara- gaguejei. P-pode ficar a vontade, lembra? Tentei reunir forças para me acalmar. Será que ele não percebeu nada? Pensei. Estava dormindo tão profundamente, talvez não tenha mesmo notado.
Paulo? O que aconteceu? Você tá branco que nem um papel. Tá tudo bem? Indagou ele ao reparar meu jeito.
T-tô sim…é que…é…me assustei porque você levantou de repente justo na hora que eu ia te chamar.
Sério? Suas mãos tão tremendo- falou ele enquanto pegava minhas mãos – tá gelado, você tá bem mesmo?
Sim, tô – respondi conseguindo né recompor. Deve ter caído minha pressão, isso. Deve ter sido, eu tenho isso desde criancinha, levo um susto e minha pressão cai, as vezes assusta todo mundo, não é nada- inventei a desculpa mais esfarrapada possível na esperança de ainda ter sobrado algum resquício da sorte que acabara de ter.

No fim das contas ele acabou comprando minha desculpa, não havia motivo pra duvidar mesmo parecendo claramente inventada pelo menos mudamos de assunto e consegui me acalmar até um nível aceitável. Passei a mostrar todos os cantos do meu quarto para ele, ficou deslumbrado com minha coleção de ciências e com os livros em inglês. Ficamos assim de bobeira conversando trivialidades um bom tempo e acabei me convencendo de que ele realmente nada percebeu em relação ao beijo roubado, jurei a mim mesmo que nunca mais seria louco daquele jeito. Resolvi descer para mostrar o resto da casa para o Arthur, no caminho o chamei para a cozinha, toda aquela emoção me fez ter vontade de comer açúcar então fui verificar na geladeira e me deparei com minha tia entrando pela porta dos fundos.

Tia, a Senhora já está de volta tão rápido? Perguntei surpreso.
Meu anjo, desculpa a titia, tá? Respondeu com pressa, só voltei pra pegar uns documentos que esqueci, como está seu amigo? Trate bem dele, viu?
Deixei ele alí na sala ligando a tv, a gente pode pegar mais pudim?
Claro meu anjo- disse fechando a bolsa, agora tenho mesmo que ir, daqui a pouco seu tio chega com os meninos, peça para ele levar seu amigo em casa.
Não tem problema? Ele não está ocupado?
Hoje ele está de folga, por isso levou os meninos para a prova, mas estão mesmo demorando, devem ter ido para algum outro lugar, depois com certeza.

Apenas uns cinco minutos depois que minha tia saiu ouvi o barulho do carro do meu tio, já havia voltado para a sala com Arthur mas não encontramos nada de bom para assistir. Levantei e o chamei.

Vem Arthur meu tio chegou com meus primos, vou te apresentar para todos eles.

Nem precisei ir até a garagem, naquele exato minuto vi o Luca entrando pela porta da sala todo animado – olha quem eu encontrei chegando- disse apontando pros meus primos e meu tio. Ajuda aqui Paulo, trouxeram algumas sacolas de compras. Tem um monte de coisas pra semana que vem.

Realmente tinham muitas sacolas, algumas bem pesadas, pelo visto meu tio passou no supermercado e comprou um monte de coisas. Peguei duas sacolas e Arthur pegou uma e foi levando para a cozinha, Luca rapidamente gritou.

Ei Arthur, você não, vem cá, vou te apresentar meus irmãos. Paulo, virou para mim apontando o dedo, é assim que se trata visita? Botando pra carregar coisas que você que devia ajudar a levar?

Me voltei constrangido e peguei a sacola das mãos do Arthur, claro que o Luca tava zombando de mim, ele nunca perde a oportunidade mas eu não reclamava muito não na maioria das vezes ele tava sempre fazendo as coisas pra mim e me tratando super bem, todos meus primos na verdade, sempre me trataram como irmãos e não primos.

Não vi o momento das apresentações, apenas notei Arthur surpreso com meus primos. Ah sim, esqueci de comentar – meus primos vão fazer 15 anos em alguns meses e são gêmeos. Daí provavelmente a surpresa, todo mundo sempre fica na primeira vez que os vê.

Aparentemente se deram super bem também, nossa, o Arthur daquele jeitinho dele parecia ser mesmo bem carismático, bastava começar a falar, contava uma piada e pronto, já tavam de papo como velhos amigos- senti uma ponta de de ciúmes naquele momento. Enquanto eu estava me arrebentando carregando peso lá estavam eles já dividindo os chocolates das compras. Já estava até ficando com medo de perder meu amigo pros meus primos.

O restante da tarde foi aquela festa que meus parentes adoram fazer, até meu tio que normalmente é todo sério parece que resolveu aproveitar o dia de folga e brincou com a gente. Jogamos bola na quadra do condomínio, andamos de bicicleta, meu tio até tentou ensinar o Arthur a andar, ao final do dia ele até conseguiu andar um pouco todo desengonçado mas sem cair.

Seu amigo aprende tudo bem rápido,hein? Virou- se o Tio Daniel para mim .
Acho que sim, ele é inteligente, é o primeiro da classe.
Acho que sua tia concordaria ao menos que você fosse o segundo não é? Sorriu.
Ah, tio, eu me esforço né?
Haha- ele riu recebendo Arthur de volta o ajudando a se equilibrar – Muito bem Arthur, mais um pouquinho de treino e você tá andando melhor que muito menino preguiçoso por aí – riu apontando para mim e meus primos.
Nossa tio, obrigado – respondeu arfando enquanto recuperava o fôlego. Que horas são? Acho que já preciso voltar pra minha casa.
Deixa eu ver- tio Daniel pegou o celular. Agora são quase 16:30.
Meus pais devem chegar 18:00, eu preciso voltar logo então, ainda vou ver como é o caminho daqui até minha casa.
Ah, não – falou meu tio- pode deixar que eu levarei você de carro. Você não vai embora ainda sem tomar um lanche conosco.
Obrigado tio- respondeu baixando a cabeça – desculpa dar trabalho.
Que trabalho nada, é um prazer receber um amigo dos meninos, ainda mais agora que acabamos de voltar de fora. Eles não conhecem quase ninguém.

Fomos andando pelo condomínio até uma praça que tem mais ou menos no centro, lá é cheio de pequenas lojas, um mini supermercado, farmácia, enfim várias coisas que todos precisam para nem ter muita necessidade de sair. Fomos todos conversando animadamente enquanto já iamos escolhendo o que cada um queria lanchar.

Ei Paulo – vem cá me chamou Luca. Olha hoje tem aquele sanduíche de metro que a gente gostou outro dia. Bora dividir? Acho que dá pra todos nós.
Vamos então, Arthur vem aqui- chamei ele que veio junto com os meus outros primos e meu tio. Você vai adorar esse sanduíche, a gente escolhe aqui os ingredientes e vamos montando aqui, pode botar um pouco de tudo em cada parte, do que vc prefere?
Qualquer coisa tá bom pra mim, obrigado, eu como de tudo.

Escolhemos o sanduíche que foi devorado rapidamente com uma coca de 2 litros que meu tio pediu ao lado fazendo recomendações- não vão me dedurar pra mãe de vocês viu? Qualquer coisa nós bebemos suco natural de laranja. Arthur deve ter achado muito engraçado a piada sem sal do Tio Daniel que se engasgou de tanto rir, quase derrubando seu copo.

Desculpa tio- falou.
Não é nada, eu sei ser engraçado também viu meninada?
Com a gente o Sr é sério o tempo todo – disse Luca com um sorriso acusador
Faço meu papel de pai. Riu enquanto mordia mais um pedaço do lanche. Isso tudo aqui é muito gostoso mas é só gordura e sal, com o açúcar do refrigerante pior ainda, tem que ser consumido com parcimônia.
Pronto, vai começar a falar difícil- tripudiou Luca. Não liga não Arthur. O papai é médico, daqui a pouco tá falando umas coisas difíceis aí que ninguém entende.
O que é parcimônia tio? Interrogou Arthur.
Estão vendo só? É ser curioso que nos torna inteligentes. Parcimônia significa o ato de economizar, de consumir com economia, com cuidado para não comer em excesso.
Tio, como o Sr é inteligente – elogiou- será que eu consigo ser médico também um dia?
Lógico que consegue- respondeu animado – basta estudar muito e se esforçar bastante, vocês estão em ótimas escolas, aproveitem tudo o que elas derem.
Vamos comer alguma coisa doce pra terminar agora- Luca cortou a conversa. Ali tem alguns sorvetes.

Escolhemos alguns sorvetes e sentamos num dos vários bancos ao redor. Ficamos um tempo conversando bobagens, o Felipe e o Pedro não paravam de encher o Arthur de perguntas e o pior é que eu mal conseguia ouvir do que se tratava já que o Luca havia me chamado num canto e não parava de tagarelar sobre o condomínio e sobre as pessoas que ele estava conhecendo lá. Apesar da diferença de idades o Luca e eu éramos os dois primos que mais viviam grudados. Talvez por isso eu tivesse sentido tanto quando tive que começar o ano em uma escola diferente. Mas agora eu tinha amigos, tinha o Arthur pertinho de mim, tinha o Flávio também…ah o Flávio, eu ainda teria que falar com o Arthur um jeito de conversarmos com ele sobre aquilo que a mãe dele nos disse, acho que vamos ter que bolar uma boa estratégia.

Infelizmente uma hora aquela tarde iria acabar e próximo das 18:00 meu tio já chamou atenção para o relógio e nós preparamos para a saída.

Os gêmeos ficaram super tristes de ver o Arthur indo embora, geralmente eles viviam grudados um no outro e assim como todos nós tinham uma Pitadinha de anti social da família, mas no geral eles eram dois fofos, adolescentes com cabecinha ainda de criança, e não acho que era errado, minha tia sempre dizia que tínhamos que aproveitar cada minuto de nossas juventudes pois cada ano que se passava nossas responsabilidades aumentariam até sermos adultos.

O Luca também ficou bastante sentido, primeira vez que vi ele se dar tão bem com alguém tão depressa, a verdade mesmo é que todos aqueles anos nos EUA não renderam nenhuma amizade duradoura para nenhum de nós. Não vou culpar as pessoas dos EUA, eles são sim bem diferentes e tem um certo pé atrás com brasileiros, mas como eu disse antes, sempre fomos meio anti sociais também preferindo sempre interagir apenas entre nós o que gerou um forte laço de irmãos entre eu e meus primos mas ao mesmo tempo deixou o campo amizades meio que de lado.

Poxa Arthur, que pena que você já tem que ir- lamentou – todo mundo aqui gostou muito de você, viu?
Ei, eu que trouxe meu amigo aqui, viu? Reclamei pela primeira vez.
Haha- riu Luca de forma zombeteira. Alguém aqui já tá ficando com ciúmes.
Mas no fundo é verdade né? Arthur me defendeu, ele era um fofo. Sem o Luca eu teria voltado andando pra casa e ficaria a tarde inteira sozinho.
Poxa, então vem mais vezes aposto que o Paulo vai ser o primeiro a adorar a idéia. Luca riu mais ainda quando viu que eu estava corado que nem um pimentão.
Todo mundo foi super legal comigo, eu agradeço muito de verdade. Geralmente durante a semana eu estudo bastante, sou nerdezão lembra? Tenho que manter meu nível entre 9,5 e 10. Todos caímos na gargalhada.
Vamos acabando com as despedidas garotos -alertou meu tio. Pode sentar aqui atrás Arthur. Ele apontou para o carro.
Tudo bem, afinal é seu amigo – respondeu. Luca, Pedro e Filipe aguardem a mãe de vocês chegar.
Sim Sr. Respondeu Luca. Ei Arthur, final do mês eu faço 18 anos, vamos dar uma festinha aqui, a minha mãe insistiu muito, pode me chamar de bebezão depois, hahaha. Mas então, você vem né?
Sério? Posso mesmo? Se surpreendeu.
Claro, só não te dou convite agora porque ainda não foram impressos, mas olha, nada de presente viu? O presente é a sua presença.
Uau, muito obrigado, obrigado…
Vamos lá gente, chega de despedidas senão só chegamos amanhã – disse meu tio dando a partida no carro.

Não acredito que o Luca convidou o Arthur assim de primeira e pro aniversário dele, nossa… eu tava feliz que todos tinham gostado dele mas ao mesmo tempo sentindo um ponta de ciúmes.
Percorremos a cidade por alguns minutos, entramos em uma área mais simples da cidade, não eram condomínios ou casas grandes e bonitas, mas apesar de pequenas pareciam ser bem limpas e arrumadas, ao menos do que se conseguia enxergar.

É bem ali tio, o 545- apontou Arthur.
Muito bem, está entregue então – meu tio manobrou até a frente da pequena casa de tijolinhos brancos.

Saímos todos do carro e meu tio ainda falou algumas palavras com Arthur.

Já tem alguém na sua casa? Logo vai escurecer.
Minha vó já deve ter chegado tio, muito obrigado por me receber em sua casa hoje- agradeceu novamente Arthur apertando sua mão. Ah, Paulo- virou-se para mim. Acabei ficando com sua roupa, prometo que eu devolvo limpinha assim que puder.
Não esquenta com isso. Falei, o seu uniforme eu coloquei dentro da sua mochila tá bom?
Valeu, foi bem divertido hoje. Tchau Paulo, tchau tio. Disse uma última vez antes de virar e ir até a porta.

Foi realmente um dia bem longo, começou com criancices minha a escola, uma visita a direção e uma tarde maravilhosa onde o Arthur conheceu minha família. Ah e teve o beijo, aquele perigoso e excitante beijo roubado. No caminho de volta para casa pensando naquilo eu me sentia bem e mal ao mesmo tempo, numa mistura de culpa por ter feito algo sem permissão, quando Arthur estava “indefeso”, eu lembrava de sua pele macia do rosto tocando o meu rosto, do seu cheiro de menino, do frescor que exalava de sua boca sonolenta.

Mas a parte boa superava aquilo, o medo, a excitação, o sentir aquele menino tão perto de mim, comecei a sentir que meu pauzinho pequeno de 12 anos estava de novo ficando maior dentro de minhas calças. As semanas que passei num louco auto controle foram sabotadas , chegamos em casa e corri como um louco para o banheiro, eu precisava urgentemente de uma boa quantidade de água bem fria para recuperar a compostura.

Tirei toda a roupa e notei que uma bainha rala molhava a cabeça do meu pinto, aquilo já havia acontecido antes mas pela primeira vez eu realmente entregava toda minha atenção para aquilo, coloquei o dedo na pontinha onde quase se formava uma minúscula gota, passei a esfregar vagarosamente aquela quantidade de pré gozo no restante da cabeça do meu pau, estava tremendamente sensível, imediatamente senti um frio nos pequeninos e ralos pelos na minha nuca era uma sensação muito intensa, muito boa.

Resolvi tentar sentir mais e mais daquilo, ligando finalmente o chuveiro deixei a água escorrer em meu pequeno corpo, coloquei a mão ainda desajeitadamente ao redor do meu pinto. Claro que eu já havia batido algumas punhetas antes mas sempre sem muito estímulo, apenas para experimentar eu acho, e ainda daquele jeito de criança quando a gente aprende e bate punheta só segurando o pinto com dois ou três dedos.

Agora era diferente, experimentei fazer o que já tinha ouvido os meninos falarem, passei sabonete nas mãos, no meu pinto e comecei um leve vai e vem envolvendo totalmente meu pequeno membro com minha mão. A sensação de sensibilidade ela extrema, eu me sentia nas nuvens e o pior de tudo, agora é claro eu tinha um estímulo, na minha mente estava cravada a imagem do Arthur pelado em minha frente quando se trocou. Ou aquela sensação maravilhosa quando toquei minha boca na dele, aumentei a velocidade da minha punheta e logo não aguentei e soltei um gemido abafado pelo barulho do chuveiro, explodi gozando como nunca na vida, não sei o quanto foi pois a água do chuveiro escondeu de minha visão, mas com certeza aquela gozada mínima de pré adolescente foi a melhor de minha vida.

Saí do banho exausto, apenas vesti uma roupa de ficar em casa e caí na cama num sono profundo, gostoso e calmo, só acordei de manhãzinha na hora de ir para a escola com minha tia chamando.

Acorde meu anjo dorminhoco- ela fez um carinho em meu rosto- você sabia que dormiu desde as 20:30 de ontem?
Bom dia tia- falei com voz fraquinha e sonolenta – eu tava tão cansado.
Pois é, nem jantou que eu fiquei sabendo, fiquei presa no trabalho ontem e só cheguei às 22:00. Seus primos me contaram que você dormiu tão cedo, mas quando vi que estava dormindo tão gostoso não tive coragem de lhe acordar.
Ah, tia nós comemos bastante ontem- respondi me levantando. Sabe aquele sanduíche grandão da loja lá do centro da pracinha? Devoramos um inteirinho.

Minha tia rapidamente me fez ir pro banheiro tomar banho e me arrumar, o que fiz prontamente, abri o chuveiro sobre mim e pensei em novamente repetir a punhetinha do dia anterior mas não o fiz. Resolvi aguardar, sentir novamente o cheiro do Arthur quando estivesse na sala de aula, sentir seu toque mesmo que fosse num abraço ou num simples aperto de mão, eu queria cada vez mais que minha memória ficasse cheia de momentos com ele ao meu lado.

No café da manhã minha tia aproveitou pra me entupir de comida, me deu uma leve bronca por ter dormido sem jantar, mas nada demais, ela raramente me dava bronca séria ou com raiva, acho que apenas uma ou duas vezes e nem foi uma bronca apenas para mim mas coletiva entre todos nós quando devíamos ter aprontado alguma travessura.

Arrumei toda minha mochila com cuidado para não esquecer nada e fui até a garagem onde minha tia me esperava em seu carro. Geralmente eu pegava a van escolar apenas para voltar pra casa já que a escola era no caminho do trabalho da minha tia. Meus primos em geral iam com o meu tio, mas logo ia mudar toda essa rotina, lembram que o Luca faz 18 anos fim do mês? O tio Daniel e o meu avô combinaram de dividir o valor de um carro que seria o presente de aniversário, isso inclusive ajudou a convencer o Luca a aceitar fazer uma última “festinha de criança” como ele chamava.

Chegamos na escola e eu todo contente me despedi de minha tia, peguei meu material e corri para a sala de aula. Chegando nela apenas uns 3 ou quatro alunos sentados e meio entediados- dei bom dia- e busquei meu lugar, o tempo foi passando e lembrei do Flávio, tinha que conversar com o Arthur de que forma íamos chegar nele para conversar aqueles assuntos, na verdade estranhei a demora, por ser filho da coordenadora da escola geralmente o Flávio costumava chegar cedo, faltavam 3 minutos para o sinal tocar e nada. Resolvi perguntar para a Bruna, a menina que sentava ao meu lado.

Ei Bruna – chamei- você viu o Flávio chegando hoje? As vezes ele fica lá fora antes de entrar mas nem isso eu vi hoje.
Bom dia pra você também Paulo- respondeu reclamando.
Ah, tá desculpa, bom dia- é que eu tô querendo falar umas coisas urgente com ele.
Não tem o número dele? Retrucou
Ah. Eu ainda não peguei até agora, esqueci. Qual era o problema daquela menina? Pensei, parece que tinha prazer de ser antipática.
Bem. Pelo que eu soube ele não vem hoje, está com catapora eu acho, foi o que eu ouvi dizer.
Catapora? Alguém ainda pega catapora?
Deixa de ser metidinho garoto, no seu EUA perfeitinho talvez ninguém pegue, mas aqui ainda se pega sim.
Desculpa, poxa, não falei por mal- mas ela mal deve ter escutado pq logo se virou e começou a mexer em suas coisas na mochila. Deixei pra lá.

Logo pensei que ia ter mesmo que deixar para conversar com o Flávio em outro dia junto com o Arthur, mas ei…cadê o Arthur que até agora também não chegou? Mais alguns minutos se passaram e nada dele aparecer, o professor chegou, agora ferrou, a regra era que quando o professor chegava ninguém mais podia entrar na sala, só no segundo tempo de aula. Fiquei angustiado, mas logo ouvi uma batidinha na porta, o professor abriu e fiquei aliviado, era o Arthur.

Pode entrar- falou o professor. Por hoje passa ok? Não vou deixar você perder aula por 30 segundos de atraso, pode ir para seu lugar.

Apenas ouvi o Arthur dizer um “obrigado professor” e cabisbaixo começou a se dirigir para uma cadeira na sala, imediatamente percebi que havia algo estranho, ele estava indo para uma cadeira quase do lado oposto a mim, normalmente ele senta ou ao meu lado ou na minha frente e hoje ele sentou num cantinho da sala e ficou lá meio encolhido.

Arthur, ei Arthur… acenei falando baixinho sem receber resposta alguma. Resolvi arriscar mais alto- Arthur… oi…tá tudo bem com você? Ele deu uma rápida olhadinha mas logo se virou de lado procurando algo na mochila. Resolvi tentar uma terceira vez mas não consegui.
Com licença – falou o professor num tom severo- posso iniciar a aula Sr. Paulo, ou vamos ter que conversar com a direção?
N-não, não senhor, desculpe. Me virei de frente enquanto ouvia algumas risadas dos colegas ao redor.

O restante da aula foi sufocante, de vez em quando eu dava uma olhadinha de lado e via o Arthur com um olhar perdido rabiscando seu caderno, o que havia acontecido? Ontem foi tão bom, terminamos o dia alegres e sorrindo e hoje ele chega me evitando e sem dizer nem um oi.

Comecei a pensar mil coisas. Tentar lembrar de algum detalhe perdido, alguma teoria, qualquer coisa que justificasse aquilo, e só cheguei em uma conclusão. Ele com certeza depois de um tempo lembrou do beijo que eu havia lhe roubado.

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5 Comentários

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  • Responder Kanedaken ID:8d5gapim9j

    Tô devorando esse conto como louco, lendo o máximo q posso no tempo livre pq tá muuuito bom, era exatamente o tipo de leitura q eu queria. Ansioso pelos acontecimentos da festa do Luca agora. E parabéns jozeto, sua escrita é fantástica e a história é linda.❤️

  • Responder paulo cesar fã boy ID:7121w172d1

    ansiosíssimo pelo próximo capitulo, por favor não demore.

  • Responder Nelson ID:8cio2sam9k

    Show. Ansioso. Volta logo.

    • Boy ID:4adfr4iufic

      Ta mesmo incrível

  • Responder Poczinha ID:1ejm5aouelwc

    Não demora para postar a parte 7 estou amando o seu conto