Meu Melhor Amigo 2

Dormimos plenamente a noite toda, no dia seguinte a mãe dele abre a porta, sinto um medo enorme percorrer meu corpo, me viro e olho para a porta, sim, é ela, ela tá com uma bandeja nas mãos, há torradas e leite com nescau, ao meu lado o moleque não acorda, mexo nele e ele me abraça, fico sem reação com isso.

— Ei, amor, acorda, você está abraçando o seu amigo. — No final da frase ela solta uma risada de leve, parece estar ignorando o fato que dormimos juntos na mesma cama.

— Humm, que? — Fala o Felipe, que finalmente desperta e fica sentado ao meu lado, faço o mesmo, ela nos entrega a bandeja com as torradas e deixa os copos com nescau na cômoda ao lado da cama. — Obrigado, mãe.

— Obrigado. — Disse a ela.

Ela deu uma leve mexida no meu cabelo e no do Felipe, me deixou contente, logo ela saiu do quarto e fechou a porta, algo surpreendente pra mim.

— Dormiu bem? — Felipe me pergunta, e não sei o que dizer.

— Felipe, acho que vou pedir para me buscarem, me desculpa pelo que eu fiz. — Não consegui evitar, e a emoção tomou conta de mim, como poderia me desculpar por algo tão errado?

— Já disse que tá tudo bem, mas nunca mais toma um remédio sem ler antes, você podia ter feito algo pior.

Me sinto sempre estranho quando ele mostra que se preocupa comigo, deve ser fome, e bom comer essa torrada, ele já tá terminando.

Após comermos nós ficamos na sala jogando videogame, foi bom, divertido, ele não tem jogos ultra avançados e caros, na verdade, tem um Playstation 2 e passamos a tarde jogando Budokai Tenkaichi 3, foi bastante divertido, no entanto, no fim da tarde, a mãe dele chegou na gente.

— Olha só, hoje vou sair porque surgiu uma emergência no hospital, então já chamei o Oliver pra cuidar de vocês, ele vai chegar mais tarde, até lá, deixem tudo trancado e não abram pra ninguém.

— Mãe, eu tenho 14 anos, consigo me virar sozinho. — Falou o Felipe, e eu só permaneci quieto.

— Eu não duvido, se fosse de dia eu te deixava, mas a noite é bom ter alguém mais velho, principalmente com essa onda de invasões, então prometam que vão se comportar.

— Eu prometo. — Falou sem ânimo, o Felipe.

— Eu prometo! — Disse olhando pra ela.

— Ótimo, já estou saindo, daqui umas duas ou três horas ele chega, qualquer coisa meu número está na geladeira.

Nós a vimos sair, passamos na geladeira e é verdade, tinha o número dela para emergências, porém também tinha uma lista de coisas que tinham prontas para comer, voltamos para a sala, e ele desligou o play com a desculpa que já estava muito quente, aceitei e começamos a procurar um filme na TV.

— Você fez aquilo comigo porque gosta de mim? — Meu corpo inteiro se arrepiou, eu quero sumir.

— Não, nunca, rapazes? Que nojo! — Disse disfarçando, acho que consegui.

— É… muito nojento mesmo… — Vi ele se levantar e ir em direção ao quarto, deve ter ido se trocar provavelmente, já está esfriando e nós só estávamos com camisas e bermudas.

A curiosidade surgiu no meu peito quando a demora foi muito perceptível, o sol estava se pondo quando ele saiu, agora já está em um breu total, por isso saí da sala e fui até o quarto, bati na porta, não recebi uma resposta, tentei abrir e consegui, não tem ninguém, fui então até o banheiro, a luz está acesa, mas não há ninguém também, fui para o quarto da mãe dele, encontrei ele lá, estaria deitado na cama.

— Tá tudo bem, Felipe?

— Tá sim, e… você me acha nojento?

— Não, você é muito cheiroso, gosto de te abraçar.

— Você pode ficar aqui comigo um pouco?

Fiz isso, nos deitamos juntos na enorme cama de casal, eu deitei sobre o peito dele, ele envolveu seu braço ao meu redor, senti seu cheiro, e ficamos assim por um bom tempo, até dormimos.

Som de batidas frenéticas na porta são ouvidos por nós, nos levantamos apressados, chegamos na porta, Felipe olhou pelo olho mágico, então ele destranca a porta.

— É o Oliver. — Disse o Felipe.

Ele abre a porta, e o Oliver entra, Oliver é alto, forte e aparenta possuir músculos, ele tem cara de ser irritado, seu rosto é bonito, ele entra larga as coisas dele no quarto da mãe do Felipe e volta para a cá.

— Vão ficar aí? — Ele vai até a cozinha, Felipe tranca a porta e seguimos ele. — Já jantaram?

— Ainda não, esquenta pra gente. — Disse o Felipe.

— Tá bom, mas vão dormir cedo.

— Ok. — Falou o Felipe. Não entendi isso, é final de semana, por que deveríamos dormir cedo?

— Aliás, você deve ser o Samuel né?

— Sim.

— É verdade que seu tio abusou de você? — Fiquei em choque com essa pergunta, fiz um “não” com a cabeça. — Tem certeza? Dizem que vocês dois estavam de cueca em casa.

— Era um dia quente.

— Acha isso normal? — Novamente Oliver pergunta.

— Acho que sim, sempre foi normal que em dias quentes a gente ficasse de cueca, bom, os adultos não, mas acho que ele também tava com muito calor.

— Entendi, mas não tem nenhum detalhe pra me contar? Nenhuma fofoquinha sobre ele?

Não gosto dessa conversa, fiquei em silêncio com essa última pergunta, então Felipe se intrometeu.

— Não enche o saco e só esquenta a comida. — Disse o Felipe.

Ele me levou para o quarto, onde me abraçou com força, não entendi muito o porquê disso.

— Eu não sabia daquilo, desculpa por causa daquele babaca.

Mas não aconteceu nada, estou muito bem.

— Não tem problema, nem lembro daquela época direito, enfim, você me perdoou pelo que eu fiz?

— Sim, claro!

Depois jantamos, tomamos banho, escovamos os dentes e fomos deitar juntos de novo, dessa vez, o Felipe ligou o aquecedor e pôs no máximo, disse que não queria dormir com muita roupa hoje, por isso dormimos de cueca hoje e com uma coberta leve.

Não sei quanto tempo se passou, Felipe me acordou.

— Me desculpa, me desculpa, me desculpa. — Ele disse baixo.

— Calma, tá tudo bem, que houve? teve um pesadelo? — Ele tirou a coberta de cima da gente.

Minha cueca estaria nos meus joelhos, a cueca dele ele tirou totalmente, coloquei a mão nas minhas costas e bunda e senti um líquido viscoso, o peguei e vi que era esbranquiçado.

Continua?

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