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De volta para casa

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Depois de alguns meses namorando com Alessandra, veio o aquele rumor de que ela estaria ficando com um garoto de uma outra turma. Aquilo já transbordara a barreira de fofoca do dia, alguns colegas me perguntaram se havíamos terminado, ou se eu sabia sobre o boato. Decidi que era o momento que pergunta-la sobre isso, naturalmente essa desencadeou uma grande briga, já havíamos tido algumas discussões, mas bobagens apenas.
– SÉRIO QUE VOCÊ ESTÁ PREOCUPADO COM ISSO? – perguntou Alê
– Varias pessoas já vieram me falar sobre esse cara, só quero saber se você conhece ele! – Respondi.
– NÃO, NÃO CONHEÇO, ELE DEU EMCIMA DE MIM UNS MESES ATRÁS, MAS EU DISSE NÃO, SÓ ISSO!
Eventualmente a briga acabou ficando mais séria, falei de como a conheci, das coisas que ela me contou, e obviamente ela odiou que eu tocasse no assunto. Me arrependi no momento em que terminei de falar, mas já era tarde, fui um completo idiota naquele momento. Depois da discussão Alê pediu um tempo em nosso relacionamento, não consegui evitar, e no fundo eu sabia que era o maior culpado desse término, eu deveria ter confiado completamente nela, esquecido esse assunto, mas infelizmente deixei que os comentários de terceiros mexesse com minha cabeça.
Depois que terminamos voltei para minha cidade, onde moram meus pais e minha irmã mais nova, pouco mais de uma hora de carro, uma cidadezinha pequena. Quis ficar o final de semana e mais um ou dois dias para me recuperar do término, e evitar encontrar Alessandra pelos corredores, mesmo sabendo que não poderia evitar para sempre. Fui recebido com muita felicidade por meus pais e minha irmã. Eu já tinha dois anos quando minha mãe conheceu um homem e em poucos meses depois engravidou da minha irmã, então ele na verdade é meu padrasto, mas cresci o chamando de pai, e assim é nossa relação, apesar de conhecer meu pai biológico. Meus pais sempre passaram muito tempo no trabalho, por esse motivo eu e minha irmã sempre tivemos babás, sempre fomos muito unidos.
Certa noite, já quando nossos pais foram para a cama, minha irmã me disse:
– Dan, e se a gente assistir um filme como assistíamos antes de você ir embora?
– Acho uma ótima ideia, Ana, vou pegar um colchão e você faz a pipoca tá bom? – Respondi.
– Fechado! – Disse ela sorrindo.
Gostávamos de colocar um colchão na sala e assistir filme de terror, era uma ótima forma de passar as noites que nossos pais chegariam tarde da noite, o que era bem normal. Coloquei o colchão e ela trouxe a pipoca, escolhemos um filme e ficamos um do lado do outro, ela então perguntou por que havia terminado com Alessandra, expliquei o motivo, e ela disse que era um motivo bem idiota, eu apenas concordei. Depois de um tempo do filme acabamos nos deitando, e alguns minutos depois me veio na cabeça algo que nunca havia me ocorrido antes, a Ana já era uma mulher feita, em nada parecia a irmã que tinha medo do barulho dos trovões. Naquele momento muitas dúvidas veio até mim, e então perguntei:
– Ana, você tem namorado ou namorada?
– Mais ou menos, estou saindo com um cara que conheci, mas não estamos namorando ainda!
– Ah, então nesse caso não namora, é péssimo, na primeira oportunidade ele vai te largar!
– Credo, que coisa horrível para me dizer!
– Mas é verdade, olha só o estrago que estou agora!
– Só por que não deu certo com vocês não quer dizer que vai acontecer o mesmo comigo. Aliás, eu tenho quase certeza que vocês irão voltar.
– Duvido muito, acho que foi pra sempre, ela me odeia; – respondi.
– Aposto que em menos de um mês vocês voltam, agora vem mais para perto por que o cobertor não está me cobrindo direito.
Então fui pouco mais para perto dela, Ana então me olha e mostra um lindo sorriso. Não sei o que estava acontecendo, mas tudo que pensei naquele breve momento foi em chegar mais próximo de seus lindo lábios rosados, felizmente apenas sorri novamente. Fiquei lado a lado, seu braço tocando no meu e não conseguia acreditar no que passava em minha cabeça. Então por algum motivo decidi fica de lado em direção a ela mas olhando para a TV, e também olhando seu lindo rosto em alguns momentos, me sentia o homem mais horrível do mundo naquele momento. Olhando para ela perguntei:
– O que pretende estudar no próximo ano?
– Não sei ainda, medicina talvez, ou odontologia, ainda tenho alguns meses para pensar.
– Por que não vai morar comigo? Você pode ir para a mesma faculdade.
– Acho que seria legal, mas preciso perguntar para o pai e a mãe.
Depois de uns minutos, eu toco gentilmente em seus cabelos lisos e pretos, e digo:
– Você está tão cheirosa, agora você gosta de banho?
Ela ri e responde:
– Sempre tomei banho, você que só tomava banho uma vez por mês, vai foi por isso que ela terminou com você.
Nós rimos e logo em seguida ficamos olhando um para o outro, nosso olhos se encontraram. Eu não sabia o que estava passando na cabeça dela, nem mesmo na minha sabia. Então passei levemente minha mãos em seu rosto, toquei seus lábios macios, lábios que sabia que não poderiam tocar os meus, mas que mesmo assim era tudo que pensava. Ela então tira minha mão se aproxima coladinha e de lado para mim, e então coloca meu braço por sua cintura, eu termino o ato. E lá estamos nós, juntos em lindo e aconchegante abraço, pude sentir seu cheiro de pertinho, o calor de nossos corpos, seus leves suspiros quando eu cheirava seu cangote. Estava um momento maravilhoso, queria que durasse para sempre, ela então diz as palavras que jamais irei esquecer;
– Eu te amo, Dan
– Eu também te amo, Ana, mais que tudo nesse mundo.
Ficamos ali juntinhos até o fim do filme, assim que terminou arrumamos nossa pequena bagunça e fomos dormir, ao menos foi o que tentei, não conseguia tirar da cabeça o que havia ocorrido, era minha irmã que estava lá, não entendia como aconteceu, não queria acreditar que nutria algum sentimento por ela, algum sentimento diferente.

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