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Sequestro Relâmpago e Estupro

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Ele me estuprou e disse que a culpa era minha por usar um vestido.

Há exatos 20 anos atrás, quando eu tinha 16 anos, sofri o primeiro sequestro relâmpago da minha cidade, Goiânia. Estávamos eu, uma prima e um primo e procurávamos um caixa eletrônico para sacar dinheiro. Nessa época caixas eram bem poucos e difíceis de funcionar. 

Paramos para pegar informação com o segurança de um Banco do Brasil. Estava claro e era aproximadamente 18h. Eu estava sentada na frente, minha prima dirigia e meu primo estava no banco de trás. O vidro estava aberto uma pequena fresta, e foi nessa mesma fresta, muito rápido, que um assaltante colocou a arma no meu peito e me mandou abrir a porta. Mais que rápido, sem entender ainda o que acontecia, abri e eles entraram no carro. 

Com a arma na cabeça do meu primo, eles davam os comandos. Eram dois, um muito mal e um levado pela situação. Não tinham nada a perder. Estavam em busca de dinheiro mas nós não tínhamos. Éramos adolescentes que queria ir para uma festa. Eu com 16 anos era virgem. Tinha um namorado da minha idade e estava esperando o momento ideal para poder ter minha primeira relação sexual com ele.

Foi muito tempo com os assaltantes, aproximadamente 5 horas. Um assumiu o volante depois de um tempo. Corriam, dirigiam na contramão, davam “cavalo de pau” e nós éramos ameaçados a todo o momento. Passavam a mão em mim e na minha prima. Não podíamos olhar para eles. Pediam tudo, relógio, brinco, corrente, e dinheiro. Colocaram meu primo no porta-malas e todo o momento paravam dizendo que ia matá-lo. Era desespero, pedíamos pelo amor de Deus. Oferecíamos tudo, o carro, coisas de nossa casa e eles não queriam.

Horas depois, em busca de dinheiro e não conseguimos tirar o pouco que tinha no banco, pararam em um lugar deserto, só mato próximo a um grande shopping, o Flamboyant. Hoje uma região bastante nobre. Um ficou comigo com a arma apontada para a minha cabeça, o outro entrou com a minha prima no shopping, abraçando e beijando, o objetivo era despistar os seguranças e tirar o dinheiro. Pessoas conhecidas a viam e não entendiam porque ela estava com um cara tão feio, estranho e velho. Ela tinha apenas 21 anos.

Eu fiquei com a arma na cabeça e ele me mandava fazer tudo. Levanta, sai do carro, me chupa, chupa mais, chupa direito. Eu não sabia o que era chupar um homem, nunca tinha feito. Fiquei ali, com a arma no meu ouvido tentando satisfazê-lo. Meu primo no porta-malas ouvindo tudo, chorando sem fazer barulho. 

E o homem continuava, agora levanta. Me apoiou no carro. Levantou meu vestido com a arma e assim começou a me penetrar, a arma foi para a minha nuca. Estava carregada. A dor era gigante, nunca tinha feito aquilo. Eu pensava no meu primo, na minha vida, no meu pai, na minha mãe, dava graças a Deus de ainda poder fazer algo para que todos sobrevivessem. Não satisfeito começou um sexo anal, eu não podia chorar, não podia falar nada, me ameaçava, bateu o revolver na minha cabeça porque eu chorava e estava dificultando. Tinha que engolir o choro, a dor era imensa. E eu pensava no meu namorado, no meu pai, como eu ia contar aquilo. 

Ele se satisfez, me mandou vestir a roupa. Falou que a culpa era minha, de usar “aquele” vestido. Era um vestido de seda, amarelo clarinho, soltinho que eu amava. Ficou tudo sujo de sangue, o carro, o vestido. Me colocou sentada no carro, com a arma na cabeça, satisfeito e foi em busca do meu endereço, do que meus pais tinham de dinheiro e eu tinha que falar tudo, todas as informações. Meu primo dentro do porta-malas sem poder nem respirar forte.

Tempos depois minha prima chegou com o outro assaltante e sem dinheiro. Eu estava em estado de choque, não tinha nenhum tipo de reação. Ela entendeu que o pior já tinha acontecido. 

Todos entraram no carro, a arma continuava na minha cabeça. Eles dirigiram até a avenida Assis Chateubriand e nos deixaram lá, com carro e tudo, menos a minha virgindade e a nossa dignidade. Muita pressão psicológica, ameaças e não conseguimos ir para a delegacia, fomos para a casa dela. A mãe dela preocupada porque não sabia onde estávamos, tínhamos saído para voltar rapidinho. Os meus pais achavam que eu estava tranquila na festa me divertindo.

Passamos todos a noite em claro, e eu estado de choque. Não chorava, não falava, não sorria, não conseguia ter nenhuma reação e sentia dores. Minha tia esperava o dia amanhecer para ligar para o meu pai, irmão dela. O grande pai de todos, super conservador, super pai, super ciumento. O estado de choque alastrou pela minha família, mas o meu super pai chegou rápido, umas 8h da manhã recebeu a trágica notícia. 

Ele me preservou, não fui fazer exame delito e nem retrato falado. Ele não queria me levar para o IML e nem para a delegacia. Queria me levar para o ginecologista e para o psicólogo e assim fez. Já tinha me levado o que eu tinha de mais precioso e ele queria preservar o que tinha ficado, sabia que o exame de corpo delito seria uma outra agressão. Me expor daquela forma poderia trazer mais danos, talvez irreversíveis.  Veio um advogado conversar comigo. Meus primos foram fazer o retrato falado e eu fiquei.

Quando consegui conversar, horas depois, liguei para o meu namorado que recebeu a noticia e teve toda a paciência do mundo comigo nos próximos meses, onde eu não conseguia nem receber um simples abraço ou um aperto de mão.

Durante muitos meses fazia exames regularmente e pelos próximos quatro anos. HIV, hepatites, sífilis etc. Meu pai me acompanhava em tudo. Sempre calado, reservado, sofrendo e do meu lado. A cada picada de agulha era um alívio em saber que os resultados estavam sempre vindo negativos.

Fui para terapia, estava com mania de perseguição. Não falava sobre o assunto Meu pai me levava e me buscava. Não tinhamos condições financeiras na época, mas ele tirou de onde pode para pagar uma psicóloga que foi muito bem indicada e cara, muito cara. 

Um ano depois consegui ter a minha primeira relação sexual com o mesmo namorado. Ele estava paciente e o amor era gigante. Muito compreensivo com meus traumas e foi tudo lindo.

De lá para cá já sofri outros tantos abusos, mas nada parecido com esse. Cantadas mais grosseiras, tio que tenta passar a mão, homem que me seguiu de carro e eu correndo e ele com o pinto de fora. Enfim, “n” situações, mas que nada se compara ao terror que vivi. Primeiro sequestro relâmpago da cidade de Goiânia com estupro. Nada pior.

Mas o que ficou para mim foi o amor da minha família, como todos, sem exceção se preocuparam comigo, me trataram bem, me acolheram, me deram conforto e segurança, e principalmente o meu pai, agora já falecido, que foi um super pai. 

Tive muitos namorados depois e a maioria não souberam o que aconteceu comigo. Não me sentia confortável para falar, inclusive com o atual, mas uma hora eu conto para ele. Não tenho problemas sexuais, nem psicológicos com o ocorrido. A poucos anos levei para a análise e vi que o que posso fazer com essa minha experiência é ajudar crianças, adolescentes, mulheres que sofreram estupros a recuperar sua auto-estima, sua dignidade. Não sei como farei isso, mas tenho muita vontade. 

Contar essa história me traz lembranças ruins e cruéis porém foram trabalhadas, estudadas, e superadas por mim. Meu trabalho interno foi duro mas eu consegui.

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13 Comentários

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  • Responder usokkh ID:xloried2

    gente ao invés de sentir prazer
    chorei lendo kkkkkkkkkkk

  • Responder Master Plin ID:g3jlcjqrj

    Parabéns cadela Espero que seja estuprada novamente
    Gostei muito do seu conto sua dor me deixa com tesao

    • Lili ID:3vi2r4j6t0i

      Amei adoro

    • Rapeboy ID:h5hn7tdql

      A dor delas deixa a gente com tesão 😈

  • Responder Sleepsex ID:19p2s66v3

    Lamento muito por tudo que você passou, mas esse site está longe de ser o lugar ideal para. O d se abrir.

    • Kika cadela ID:on9667lqrc

      Concordo plenamente com você ! Aqui é um site de histórias de gente que ama fazer sexo

  • Responder Rapeboy ID:h5hn7tdql

    A culpa é sua mesmo. Ele é macho, tava com tesão

  • Responder Rapeboy ID:h5hn7tdql

    Deveria ter feito mais. Putas como você só merecem isso.

  • Responder LAYLA D ID:e2429lk0k

    QUANDO EU TINHA 13ANOS FUI SEQUESTRADA, E LEVADA AUMA MATA Q TINHAPERTO DAESCOLA, EUCONHECIAOSMENINOS, ELES SEMPRE PASSAVAM DE CAMINHONETA DOMEU LADO OFERTANDO CARONA MAS EU NUNCA ACEITEI, SEMPRE ESTAVA ACOMPANHADA,POR MEU IRMÃO SO Q NESTE DIA MEU IRMÃO ESTAV DOENTE ENÃO FOI A ESCOLA ESSES CARA ME PUXARAM ,O BRAÇO QUANDO PASSARAM DO MEU LADO EU CAI ELES PARARAM E VIERAM PERGUNTAR SEEU TINHA ME MACHUCADO, E DISCERAM Q IRIA LEVAR EU PRA FAZER CURATIVO, ERA SOUM RALADINHO,EU NÃO ACEITEI,MAS ELES INSISTIRAM, ATÉ Q EU CONCORDEI E FUI, ELES FORAM EM DIREÇAO A MATA PERTO DO RIACHO DOCE, EU JA FIQUEI DESZESPERADA, MAS UM MENINOFALOU Q ELES SO QUERIAM GOZAR UM POUCO E EU ESTAVMUITO BOA NO PONTO,BUMBUM PEITINHO,E COMEÇARAM A ME BEIJAR ,EUNÃO DEIXEI,ELES ENTÃO FILMARAM E DISSERAM Q IRIA PASSAR PRA TODOS VER SE EUNÃO DEIXASSE ELE FAZE TUDO. ENTAO TIREI A ROUPA DENTRO DA CAMINHONETE E UM PASSOU A ME FUDER ,E EUTINHA Q CHUPAR O OUTRO ENQUANDO UM DIRIGIA, SO Q EELE PAROU O CARRO E COLOCOU EU DEITADA DE COSTA E PES FORA E VEIO E INTRODUZIU NO MEU CU, EU
    FIQUEI PARALIZADA, EU ESTAVA GOZANDO,MAS NÃO QUERIA GOZAR ,ELES NÃO ME BATERAM EU DEI, DE BOA, MAS ACHO Q FOI RUIM SO O SEXO ANAL ….

    • Porra ID:g3iuhy2hj

      Deixa de historia viada daqui a pouco vai falar que deu a luz a um sapo e para de grito com essa caixa alta parece que ta é gritando com a gente escandalosa pq q viado tem que ser tudo assim hein?

    • Coroa 30 ID:h5i70549k

      Oi Layla me conta mais um pouquinho dessa sua história com esses caras me manda um oi lá no e-mail [email protected]

  • Responder Sabrina ID:g3iuhy2hj

    Depois dessa novela Global acho que o Relâmpago no título não faz sentido algum. Afinal não foi relâmpago, quando você diz “horas e muito tempo”.
    Você detalhou muito bem o sofrimento posterior ao ato, mas não o ato em si, tem certeza que este é o lugar que você queria contar essa historia?

  • Responder Flávio ID:g3jb7x6v4

    Que bom que superou, não são todas que conseguem, que vc tenha muito sucesso nesta nova tentativa