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Caminhos do coração

850 palavras | 1 |4.38
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O FLAGRA

vixe Zezinho, é o barulho da kombi do meu pai.
—Mas ainda está cedo! …era para eles estarem no serviço ainda.
—Não sei o que aconteceu, mas eles chegaram, vai se veste logo – Junior disse desesperado vestindo sua cueca e seu short assim como eu.
—vixe cara! E nossas camisetas?
—estão na sala, vamos logo pegá-las e vesti-las.
Assim que abrimos a porta do quarto demos de cara com seu pai e sua mãe que nos olhavam confusos mais sérios.
—O que vocês estavam fazendo dentro deste quarto, meninos? – perguntou seu pai.
—Nada pai, eu e o Zezinho estávamos apenas brincando.
—e tinha que ser dentro do quarto trancados e ainda por cima estão sem camisetas? – disse o pai dele novamente – eu me mantive quieto, acho que nem se quisesse falar alguma coisa as palavras não sairiam neste momento.
—Estava muito calor pai, a tiramos quando estávamos jogando vídeo game e deixamos elas aí, já vamos vesti-las – Junior disse e pegou sua camiseta a vestindo, eu fiz o mesmo muito envergonhado e vermelho mais que tudo.
—acho que vou embora – eu disse muito tenso e com medo.
—espera Zezinho, vou com você.
—você fica Júnior – disse seu pai e eu senti que tinha que falar alguma coisa também, pois não queria ver meu Juninho encrencado.

CAMINHOS DO CORAÇÃO

O FLAGRA

—Por favor, senhor Leonardo, o Junior já disse que estávamos só brincando, não fique bravo com ele, não fizemos nada de errado.
—eu não disse que estavam fazendo alguma coisa de errado, mas para o seu bem espero mesmo que não estejam fazendo.
—o que seu pai quer dizer filho que essas coisas são erradas perante a igreja e Deus abomina esse pecado.
—Não é isso que estão pensando, eu já disse que eu e o Zezinho estávamos só se divertindo, ele é meu amigo.
—deixe ele ir com o amigo dele amor, é bom que assim eu possa conversar com você sobre esse assunto – disse a mãe dele.
—tá. Pode ir então e não vem muito tarde Junior, mas antes de saírem eu quero que você saiba Junior que somos seus pais, se tem alguma coisa que nos queira contar é melhor dizer agora para não ficarmos bravos.
—não pai. Eu não tenho nada a dizer, pois não estou escondendo nada de vocês, é vocês que estão imaginando coisas.
—sei! – disse seu pai ironicamente nos medindo de cima em baixo. Saímos logo para evitar uma conversa muito desagradável.

CAMINHOS DO CORAÇÃO

O FLAGRA

—Será que eles descobriram ou desconfiaram sobre eu e você? – perguntei assim que chegamos na praça da igreja que era bem perto.
—não sei, talvez sim.
—porque eles não ficaram tão bravos? – perguntei enquanto me sentava em um banquinho de pedra, ele se sentou ao meu lado.
—Mas eles ficaram! …você não viu?
—Sim, mas se eles tivessem descoberto alguma coisa mesmo não acha que eles iriam ficar mais bravos? …tipo surtar mesmo?
—Há sei lá cara, talvez eles não tenham descoberto nada mesmo, apenas ficaram desconfiados.
—o que vamos fazer agora?
—bom. Você não precisa fazer nada, já eu vou deixar como está, não vou falar nada para não piorar tudo.
—Mas se eles insistem neste assunto você vai ter que dizer a eles.
—Tá louco Zezinho? …nunca que eu vou chegar nos meus pais e dizer a eles que eu sou gay e que estou ficando com meu melhor amigo.
—não foi você que disse que não devemos ter vergonha?

CAMINHOS DO CORAÇÃO

O FLAGRA

—Sim, mas isto é diferente, você teria coragem de chegar nos seus pais e dizer a eles que você é gay? …e ainda mais nós sendo crianças?
—é! …pensando assim você está certo, acho que agora eu entendo, não dá para imaginar o que eu sentiria mais se contasse a eles, se é medo ou vergonha.
—por isso que não podemos contar Zezinho, mesmo que nossos pais desconfie que não podemos falar nada a eles pois não entenderam e pior! …eles podem até nos separar.
—Deus me livre! …eu não suportaria isso.
—por isso devemos manter o nosso amor em segredo, nossos pais nos amam demais e eles nunca aceitariam que fossemos gays.

Eu e o Junior ficamos conversando mais sobre isto e logo esquecemos esse assunto e passamos a conversar sobre coisas aleatórias, o Pedro chegou acompanhado da Sabrina e interrompeu a nossa conversa, mas não tínhamos muita coisa a se falar mais, o Pedro se ofereceu para nos pagar um sorvete de fruta para nós é lógico que aceitamos, assim que adentramos a lanchonete da dona Nena as meninas estavam sentadas nas cadeiras tomando sorvete também, elas nos cumprimentaram mas sem nos dar muita atenção ….más que estranho! Onde está minha irmã que disse que iria ficar com elas?

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1 comentário

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  • Responder Adimy ID:g3jmh5zrb

    Fiquei curioso pra saber qual o nome da cidade .
    Pois tenho parentes próximas a essa cidade grande