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Caminhos do coração #8

2131 palavras | 3 |4.88
Por

O CIÚMES

—E você Clarinha! …cala a boca ou vai acabar sobrando pra você também, vai lá pra sala e fique lá – disse minha mãe brava.
—Há meu bem, você só está brava porque o menino sujou as roupas, eles são crianças e tem que aproveitar a infância.
—só porque sujou as roupas? …você já viu a situação que ele deixou o meu gramado lá na frente? …até os meus pés de flores ele estragou!
Eu tinha me esquecido de como minha mãe gosta tanto daquele jardim dela, se tem algo que a deixa muito furiosa é estragar o gramadinho e as plantas dela.
—não sei porque você tanto gosta daquele gramado e aquelas flores idiotas, por mim eu arrancava tudo e colocava piso.

Quando meu pai disse isso, minha mãe olhou pra ele bufando de raiva, pronto! …agora que a casa ia cair de vez …eu tinha até me esquecido do ciúmes que ela tem aquele gramadinho e seus pés de flores.
—filho! …vai pro seu quarto que a conversa agora é com seu pai.
—mas mãe! Eu não fiz p…………
—se você tem amor na sua vida, acho melhor você ir filho – disse meu pai.
—e não sai mais de lá – disse minha mãe brava.
Fiquei lá do meu quarto só ouvindo a barulheira deles, não era uma discussão grave, mas eles não paravam de falar alto um com o outro e tudo por minha culpa, na hora da janta meu pai me chamou e fomos jantar, nem eu e nem minha irmã ousou

abrir a boca a não ser para comer, logo após minha irmã foi para o quarto dela e eu pro meu.
Já era outro dia e eu acordei um pouco mais tarde acho que devia ser umas nove ou nove e meia por ai, hoje é sábado e não tem aula, minha mãe e meu pai já tinham ido trabalhar, minha mãe trabalha até o meio dia, já o meu pai iria trabalhar o dia inteiro talvez até um pouco mais por estarmos na época da colheita do milho.
—bom dia Clarinha – eu disse ao encontrá-la na cozinha.
—bom dia – ela respondeu.
—e os nossos pais? …você viu se eles ficaram de boa? …por culpa minha mãe discutiu ontem com meu pai.
—Fica tranquilo irmão, eu acordei hoje bem cedo e eles estavam bem de boa, nem parece que discutiram por causa das suas travessuras de ontem.

Não importa se é fim de semana, a Clarinha sempre acorda cedo, acho que ela se acostumou, por isso ela disse que os meus pais estavam de boas, pra falar a verdade quando meus pais discutem no outro dia eles estão sempre de boa, acho que discussões sempre fazem parte de um casal.

—ainda bem, ia ficar com minha consciência pesada se eles ficassem brigados por minha causa, acho que exagerei na brincadeira com o Junior ontem.

—Com certeza, você fez a maior bagunça no gramadinho da nossa mãe, você sabe o quanto ela fica brava se brincar lá em cima dele.
—Você tem razão, vou me controlar mais para isso não acontecer de novo, agora vou lá pra sala assistir televisão.
—não vai pra casa do seu amigo?
—mais tarde …mas porque? …você quer que eu saia?
—não. Estou só falando.
Eu e a Clarinha estávamos no entendendo, más só basta um pequeno pavio para que começássemos a se provocar kkk …eu queria ir na casa do Junior, mas estava um pouco apreensivo pelo que quase aconteceu ontem …será que ele ia me beijar mesmo? …ou era só uma brincadeira dele? …será que ele gostava de mim mesmo? …ou foi só uma impressão minha? …tudo que é bom demais é difícil de acreditar.
Fui pra sala e peguei o controle remoto que estava encima da estante e então me deitei no sofá grande e joguei minha perna no encosto e fiquei lá todo largadão assistindo a um programa que passava na televisão, após algum tempo chegou a Clarinha e se sentou no outro de frente para mim.
—O que foi Clarinha? …porque está olhando pra mim?
—Você não tem vergonha?
—do que?
—ficar deste jeito mostrando as suas coisas.

Eu esqueci que estava vestindo um calção largo e não estava usando cueca, não é que eu não gosto de usar cueca, mas é que eu sou meio relaxado mesmo …coisas de moleques, de-novo fiquei morrendo de vergonha quando ela disse isto, me sentei direito.
—a culpa é sua que fica olhando sua chata!
—minha não, você que tem que tomar vergonha e começar……………….
—ZEZINHO OOOO……… – era a voz do Junior me chamando no portão, fiquei tão feliz em ouvir sua voz.
—ESTOU INDO …oi Junior …entra.
—Vamos chupar sorvete?
—e você tem dinheiro? …por que eu não tenho, os únicos trocados que eu tinha eu emprestei para a minha irmã ontem.
—Eu tenho, minha mãe me deu.
—mesmo de você ter chegado todo sujo da nossa brincadeira de ontem?
—Sim. Eles até ficaram um pouquinho bravos, mas quando eu falei que tirei 100 na prova eles esqueceram e ficaram felizes.
—bom. Se é assim então vamos né.

Durante o trajeto em que fazíamos a pé até a sorveteria da dona Nena contei tudo a ele sobre a nossa brincadeira de

Ontem, como minha mãe ficou brava comigo, não tão brava assim, mas ela ficou bem nervosa.
—Vamos chamar o Pedro? – disse o Junior assim que passamos próximo a sua casa.
—deixa ele, vamos só nós dois.
—Você brigou com ele?
—Claro que não …o Pedro é meu amigo e eu nunca brigaria com ele.
—então porque não o chamamos?
—não quero ter que escutar aquela conversa estranha dele – eu disse e continuei caminhando.
—que conversa?
—esquece, não é nada de importante.
Se não fosse importante você não estaria bolado com isso, agora pode me contar …o que ele te falou?
—Já disse pra esquecer, não sei porque fui tocar neste assunto.
—agora você me deixou curioso, eu quero saber o que ele te falou que o deixa tão incomodado?
—tá …vou falar, mas não vai rir.
—juro que não vou, agora diz logo!
—Você acredita que ele colocou na cabeça que eu estou gostando de você? – eu disse e ri um pouco forçado para disfarçar.
—E você gosta?
—Como amigo, sim.

—só como amigo?
—Sim.
Respondi achando meio estranho por ele me perguntar isso, eu até queria contar que eu na verdade estava era muito apaixonado por ele, mas por vergonha ou timidez sei lá não consegui.
—que pena – ele disse, mas eu não entendi bem, pois ele disse bem baixinho, mas notei que ele ficou triste.
—o que foi que você disse? …não entendi direito.
—Nada, vamos entrar e pegar os nossos sorvetes – ele disse assim que chegamos à porta da sorveteria.
Assim que entramos na sorveteria eu vi o Claudio sentado numa cadeira com sua mão apoiada sobre a mesa chupando um sorvete.
—oi Claudio, você por aqui – eu disse e me sentei ao seu lado.
—e aí Claudio – Junior também o cumprimentou – vem Zezinho pegar o seu sorvete.
—Pega você pra mim?
—qual sabor você vai querer? – ele perguntou enquanto abria o freezer que ficava próximo ao balcão.
—o mais barato, pode ser qualquer um de fruta.
—aqui – ele disse me entregando e puxou a cadeira e se sentando ao meu lado bem próximo a mim.

—Junior! …esse é de brigadeiro, é bem mais caro.
—o meu também é – ele disse o tirando da embalagem – não se preocupe, eu já disse que a minha mãe me deu dinheiro.
—más e ai Claudio? …como está se saindo na nova escola? – perguntei.
—Bem. Até que foi fácil me adaptar.
—é …não pude deixar de notar, você até parece que já conhece a escola inteira – disse o Junior.
—Sim. O pessoal aqui é muito legal, nem se compara aos amigos da minha antiga, eu até estou gamado numa menina.
—sério? – perguntei.
—Sim.
—Quem é ela? – perguntou o Junior curioso assim como eu.
—aquela de cabelos pretos e compridos.
—Claudio! …na nossa escola tem várias meninas de cabelos pretos e compridos, você vai ter que ser mais específico – eu disse.
—é aquela que estuda na mesma sala que vocês dois, o pessoal a chamam de Clarinha, cara. Ela é muito gata.
—COMO É QUE É? –eu disse e senti meu sangue ferver.
—não fala mais nada Claudio – disse o Junior.
—porque? …ela é gostosa pra caralho.

—calma Zezinho – Junior disse ao perceber meu olhar de fúria que eu lançava sobre o Cláudio e me levantando da cadeira e indo em direção a ele.
—Porque ficou nervoso Zezinho? – disse o Claudio se levantando também.
—POR QUE? …você está falando da minha irmã, seu otário, e ainda fala na minha cara que ela é gostosa!
—Ela é sua irmã?
—Claro que é! …e se eu te ver perto dela ou falando dela pra alguém eu te dou uma surra, ninguém vai namorar a minha irmã.
—me desculpe Zezinho, eu não sabia que ela era sua irmã, mas com todo respeito, eu acho que estou gostando dela.
Quando ele disse isto eu não aguentei e acabei jogando o sorvete que o Junior me pagou no chão e lhe dei um empurrão fazendo ele cair sobre as cadeiras.
—O que está acontecendo aqui? – disse a dona Nena chamando a nossa atenção – não quero ver crianças brigando no meu estabelecimento, saiam agora e resolvam suas diferenças lá fora e sem brigar ou eu mesma vou contar para os seus pais.
—Sim dona Nena e desculpe por isso – eu disse e fui saindo junto com o Junior, o Cláudio veio atrás.

 

—Espera Zezinho – disse o Cláudio assim que entramos na praça da igreja que ficava em frente à lanchonete e sorveteria dela – vamos conversar e resolver isto.
—eu e você não temos nada pra conversar, Claudio, fique longe da minha irmã ou você vai se ver comigo!
—só sai daqui Claudio – disse o Junior – vai acabar piorando as coisas mais do que já está, deixa que eu vou conversar com o Zezinho.
—cara. Nunca senti tanta raiva como estou dele, e eu achando que ele era um cara legal – eu disse assim que ele se foi …bom mesmo, se não eu não iria me segurar.
—Mas ele é um cara gente boa Zezinho, você só está bravo porque está com ciúmes da sua irmã.
—eu com ciúmes daquela chata? ..você está brincando né?
—Você está sim.
—não é ciúmes júnior, minha irmã pode ser chata, ela pode ser o que for, mas no fundo eu gosto dela e não permito ninguém se aproveitando dela, é a minha obrigação como irmão protegê-la.
—Mas se ela quiser namorar você não vai poder impedir.
—Quem disse que não? …se algum garoto ousar chegar perto dela com segundas intenções ele vai se ver comigo.
– Tudo bem Zezinho, eu até te entendo e acho bonito você querer proteger a sua irmã, mas eu também acho que você deve desculpa ao Claudio.

—E porque eu me desculparia com ele? …eu que estava certo e ele errado! …você não ouviu ele chamar minha irmã de gostosa e bem na minha frente?
—Mas ele não fez por mal, ele nem sabia que ela era a sua irmã…………….
—chega de falar desse imbecil – eu disse lhe interrompendo — você está me deixando irritado também.
—Tudo bem, não falo mais dele.
—desculpa por derrubar o sorvete que você pagou pra mim.
—não se preocupa com isto, ainda sobrou dinheiro, posso te pagar outro.
—Não precisa, eu não quero mais.
—Tem certeza?
—Sim. Vamos pra sua casa jogar vídeo game?
—Estou enjoado de jogar meus jogos repetidos …vamos pra sua casa?
—Mas na minha casa não tem nada a se fazer a não ser assistir televisão, e ainda por cima a chata da minha irmã está lá.
—podemos brincar com seus carrinhos.
—Nem pensar, minha coleção de carrinhos não é pra brincar – eu tenho um ciúmes danado com meus carrinhos.
—eu posso só olhar pra eles, nem vou tocá-los.
—se é assim vamos então, eu deixo você admirar minha coleção de carrinhos.

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3 Comentários

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  • Responder Adimy ID:g3jmh5zrb

    Quando vai começar a putaria já está indo pro oitavo cap. E nada esqueceu que é conto erótico

  • Responder Angelman ID:1dxldgev13j6

    Minha nota foi errado 😔 cliquei em 4 sem querer
    Era 5 🌟

    • Green box ID:1d6eoz9odho5

      Obrigado angelman