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Aqueles Olhos

2363 palavras | 2 |3.40
Por

Conto original com uma pegada pervertida e diferente da forma que estou acostumado a escrever.

E novamente, eu acordei. Uma respiração estrondosa e um coração querendo escapulir do peito. Aquilo me visitara nos sonhos outra vez. Era sempre a mesma coisa. A lua nova brilhando no céu, me encarando de trás dos picos e o enorme lago iluminado pelo satélite no céu. O reflexo do astro brilhante na água, formava um caminho até mim. Um farfalhar de asas e uma chuva de folhas  me fazia fitar grandes aves brancas e majestosas cruzarem o teto noturno e descer a vista, formando um arco imaginário até a densa mata escura. Nada poderia ser visto lá, nada, exceto um grande par de olhos escuros de Íris amareladas. Não âmbar, amarelos. Como o dourado do ouro recém aquecido. Sua expressão era animalesca, faminta. Mas aqueles olhos… definitivamente eram olhos humanos. Mas eu não corria, eu nunca corria. Em vez disso, eu escutava o soar de uma voz doce e melodiosa, como uma sereia, que vinha de dentro da água e ecoava nas pedras e árvores úmidas. Algo que ouvi a muito tempo em uma orquestra musical dedicada a um Ato de Bolshoi. Sempre me aproximava para ter certeza de que estava ouvindo certo, até um par de braços queimados me puxar para dentro do lago, a sensação de afogamento me consumir e eu acordar no meu quarto em profundo desespero.
Minha boca salivava, mas não como baba, era como ver uma carne suculenta na brasa e sentir uma vontade imensa de estraçalhar a peça com os dentes. Me sentia como um bebê que crescia os dentes. Mas não era a gengiva que coçava, eram as pontas dos dentes. Sentia uma fome enorme. Corri para a geladeira e mastiguei restos de fatias de pizza. Mas não saciava. A maldita vontade não se saciava! Eu precisava comer e beber algo, tudo ao mesmo tempo. Eu sentia vontade de morder algo que expelisse suco na minha boca. Experimentei uma fruta dessa vez. Era gostoso, mas não era isso. Fechei os olhos e imaginei sabores. Sabores que já passaram pelo meu paladar e que mais se aproximasse daquela vontade. Vinham gostos salgados, ácidos… E algo mais me despertava, não era só fome e sede, era agora uma excitação. Uma excitação que chegava a sufocar e uma imensa necessidade de êxtase. Era a fome insaciável do pior animal de todos, era uma fome humana.
Tentava agora identificar algum cheiro, qual cheiro mais se aproximava daquilo que me despertava? Vasculhei pela casa avidamente até chegar ao banheiro. Havia uma cueca pendurada no lugar da toalha de rosto. Foi onde o rapaz de 3 noites atrás havia pendurado e esquecido antes de ir embora. Ela havia esporrado e se limpado com aquilo. Pendurou para um banho e lá mesmo deixou. Era aquele cheiro. Chegava a ser engraçado. Será que eu estava apaixonada e sentia saudades dele? Não… não era bem o cheiro dele. Era o cheiro daquilo. Aquilo era o que eu queria e precisava, não importava como e nem quem.
Eram 3 da manhã de uma sexta feira. E lá estava eu, vestindo minha roupa mais provocante e com um perfume batizado com meu próprio orgasmo. Caminhando pelas ruas do centro até chegar naquela em específico. Aquela rua foi apelidada de Sodoma e Gomorra pelos depravados. Ficou tão mal vista pelas pessoas, que a única coisa que fazia aquela rua ser movimentada eram baladas, saunas e cinemas pornô. A perversão era tão acentuada no local, que a placa da rua foi retirada por alguém. De manhã, era uma rua fantasma. A noite, um covil do pecado. Você poderia ver de tudo até decidir entrar em algum lugar e mesmo ao entrar, você poderia ver mais ainda.
Naquele momento mesmo, era possível ver um pai de família se engasgando no pau de um morador de rua. Ou um segurança fodendo o rabo de um cara que fodia uma prostituta. Até mesmo uma travesti que deixava um vendedor ambulante que não tinha uma mão, enfiar o braço dentro de seu cu. Naquela mesma rua, havia um lugar chamado “Asmodeus”. Era um lugar para eventos pornograficos dos mais diversos e todo final de semana havia uma atração diferente. O lugar possuía 2 andares e um subsolo. No primeiro andar, havia atrações de gogo dancers e algumas performances eróticas e sexo explícito leve, como pessoas fazendo oral ou lambendo o rabo umas das outras. No andar de cima, já havia as cabines e os filmes pornôs passando em loop. Para curiosos ou somente aqueles que queriam satisfazer seu tesão de forma mais discreta. E havia o subsolo, que chamávamos de “Submundo”. Onde a luxúria e a promiscuidade tomava de conta.
O ingresso não era caro, custava normalmente 12 reais. Já na entrada perguntam “vai subir ou vai descer?”. Hoje eu disse: “vou descer”. O balconista logo colocou uma pulseira vermelha em meu pulso e me deu uma máscara que semi cobria o meu rosto. Atravessei a catraca e o segurança, um homem negro de 1.90 de altura já foi amassando a virilha com a mão e dizendo “boa festa”. Eu sorri em resposta.
Apesar da promiscuidade comer solta lá dentro, não significava que não havia algumas regras. A primeira, o que acontece no Submundo, fica no Submundo. Segunda, sem celulares ligados. Terceira, é de total responsabilidade sua o que você fizer ou ver lá dentro. Quarta, não participe de nada se você não tiver real certeza. Quinta, só é permitida a saída da festa após as 7 da manhã. Sexta, evite passar contatos pessoais, ao menos que você confie muito na pessoa, não se sabe o tamanho da perversão que se passa na cabeça de alguém e sétima, o descumprimento dessas regras é Banimento permanente, e não estou falando de somente ter a sua pessoa barrada do local. Estou falando de Banimento permanente MESMO.
Desci as escadas, algumas pessoas desciam também. O segurança que me cumprimentou fechava a grade de entrada. A escadaria escura era iluminada por Led vermelho no chão. O segurança começou a descer conosco, também portando uma pulseira vermelha, que significava que ele era participante da festa também. Me perguntei por um momento o que alguém daquele porte poderia curtir numa festa daquelas. Quando chegamos finalmente, minha primeira visão é o centro. Hoje haviam estacas de ferro acopladas. Cada uma tinha um rapaz que provavelmente não tinha dado sorte na vida. Um parecia viciado, outro parecia morar na rua e um terceiro parecia até ser adolescente. Acima deles, uma placa com os dizeres “bebedouro”. Eles estavam amarrados. Eu sabia que quando a festa acabava eles ganhavam dinheiro pra se manterem de alguma maneira e por isso estavam ali. Mas eles teriam que aguentar a festa inteira seja lá o que fossem fazer com eles… O homem pentelhudo da estaca do meio gemia muito enquanto um musculoso o chupava, as bolas muito cheias. Pingando leite na boca do rapaz que o satisfazia. O que parecia mais novo, tinha um casal beijando de língua enquanto sugavam suas bolas. E o terceiro jorrava sua chuva dourada nos outros participantes.
Caminhei pelos corredores, a cada sala era possível ver algo diferente. Homens  com máscara de cachorro, sendo fodidos por um hotwailer. Numa outra, uma mulher espancava um homem com um chicote. Em outra, anões fodiam uma mulher com força por todos os buracos possíveis. Segui até o último corredor, onde havia a sala com a placa “festa das ninfas”. Assim que bati o pé, lá estava Ele. O segurança. Ele abriu um sorriso e eu parei do seu lado, olhando para enorme orgia que ocorria no meio do salão ao redor de uma fonte com um enorme Cisne.

— É bonito, não é? — Ele dizia de braços cruzados admirando a cena. Tinha uma tatuagem tribal no braço direito e agora que estava sem camisa, não pude deixar de reparar que os pelos de seu peito eram encaracolados, não era magro, mas também não era gordo. Era do tipo parrudo. Seu cheiro era acentuado… Como se ele liberasse um feromônio muito forte. Usava uma cueca preta que caía com o peso do volume, expondo uma virilha de pelos bem aparados, mas não depilados.

— Se não fosse uma suruba, eu poderia jurar que estavam posando para uma arte renascentista. — Comentei. Ele deu uma risada e coçou o cavanhaque em seu rosto.

— Faz sentido, essa sala em específico por exemplo, se chamava lago dos cisnes. Mas as pessoas ligavam muito a ideia romancista da primeira versão, então criamos a nossa. Onde cisnes se tornavam pessoas e fodiam entre si para saciarem aquilo que o ser humano nega em seu íntimo: seu instinto animal. E se você teve a mente guiada até aqui, é porque faz parte nós. Há algo animalesco em você que precisa se saciar. Há uma ninfomanía em você que precisa comer.

— Como te chamam? — Perguntei tentando aliviar o assunto.

— Aqui me chamam de Rothbart. Estou aqui hoje porque eu sinto que irei encontrar meu Cisne negro. Alguém que deseja devorar e ser devorado. Alguém que anseie isso mais do que eu. Succubus perfeita. Alguém que eu sinta que é apenas um animal vestindo a máscara de um ser humano.

— Quando você diz instinto animal, o que quer dizer com isso?

Ele refletiu por um momento, colocou a mão nas minhas costas e me guiou um pouco para frente.

— Está vendo essa moça? Esse homem que está fodendo ela, no mundo lá em cima, é o pai dela. Aquele rapaz de 14 anos aloirado, lambendo o rabo dele, é o filho que eles dois geraram. A mulher na qual ela está lambendo a buceta, é a mãe dela. Que nesse momento também está grávida de um menino que muito provavelmente um dia vai chupar o pau daquele rapaz e do pai dele. E isso é só um exemplo. Aqui eles compreendem seus papéis de animais, são guiados apenas pelo desejo de satisfação. Assim como os gatos, os cachorros e os…

— E os cisnes… — Completei. Ele assentiu. — Talvez eu não seja parte desse mundo.

– Vamos descobrir. — E antes que eu pudesse ter alguma reação, ele arrancou a cueca e seu pau caiu grosso e pesado, deveria tem uns 25 cm, era muito grosso mesmo. Respirei fundo para esconder a excitação, mas não a tempo. Ele pegou sua cueca, me puxou e esfregou em meu rosto. Aquele cheiro… O cheiro do desejo. O cheiro de macho impregnado no tecido. O feromônio de Rothbart consumiu os meus pulmões e me fez arder. Meu corpo perdeu as forças e em êxtase, caí de joelhos.

Segurando em meu cabelo, tive minha boca salivando guiada até aquele enorme pau preto de cabeça vermelha. Mal cabia em minha boca, mas ele forçava pra dentro enquanto urrava. Minha saliva escorrendo por toda a circunferência e o pré gozo levemente salgado, derretendo em meu paladar. Seu pau ia cada vez mais fundo na minha garganta, lágrimas preenchiam meu rosto juntamente da ânsia que eu sentia subindo na garganta. Ele tirou o membro de minha boca e sorrindo para mim, beijou minha testa. Me posicionou em cima de um puff e o senti forçar para dentro. CA-RA-LHO, foi algo entre o seco e o molhado. Rothbart só estava lubrificado com a minha saliva e a baba do seu pau. Aquilo foi entrando dentro do meu rabo e eu não sabia se pedia por mais ou misericórdia. Outros homens vinham e se masturbavam formando um círculo ao nosso redor, tudo para aproveitar o estrago que ele fazia dentro de mim. A dor era preenchida por prazer e eu sentia um ardor a cada estocada dele que se misturava a sensação de dormência. Um homem se posicionou a minha frente e acariciou meus cabelos. Ficou de quatro e pude ver os pelinhos aloirados do seu cu rosado. Enfiei minha língua, explorando o sabor daquele homem. Ele gemia e passou a me sufocar com suas nádegas que agora abafavam meus gemidos altos a cada empalada com força de Rothbart. Quando voltei a mim e pude olhar para trás, pré adolescentes louvavam o grande urso negro que me arrombava. Sugavam suas bolas grandes como uma laranja com bastante suco e seus peitos parrudos de pelos encaracolados. Ele logo segurou-me com os braços e numa virada súbita, sentou no puff, me girou ainda em cima do seu cacete para sua frente, o que me fez sentir meu interno quente. Estávamos cara a cara agora. Ele lambia meu pescoço e então… aquela sensação voltou. A fome voltara. Olhei para o teto, onde havia o espelho. Não sabia se estava delirando de prazer e vontade ou se aquilo era real. Vi novamente aqueles olhos. Mas agora, eles eram meus. Meus olhos eram dourados como ouro aquecido. Rothbart começou a urrar de prazer, gemidos bem encorpados e senti suas coxas se contraírem abaixo de mim. Mordi o seu ombro nesse momento, minha boca se preencheu pelo gosto que tanto meu paladar ansiava. O gosto do prazer. Os homens me banharam com seu néctar leitoso, enquanto Rothbart despejava seu desejo dentro de mim. Quente, cremoso e confortável. Olhei novamente para o espelho acima e meu sorriso ia de orelha a orelha. Os olhos dourados me encarando de volta.

— Achei o meu Cisne. — Rothbart dizia ofegante.

Os alto-falantes da sala tocaram então a orquestra que tanto soava em meus sonhos. E meu reflexo sumiu no espelho quando uma maré de homens sedentos vieram para cima de mim e eu de toda fome e vontade, os permiti em mim.

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2 Comentários

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  • Responder Memama ID:1d29hol127rj

    Sensacional

    • Erote ID:fuoopxym0

      Obrigado!