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Amores Opostos Parte 6

3683 palavras | 10 |4.83
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Depois de rolar na cama durante um bom tempo finalmente consegui dormir quando já eram quase 6:00 da manhã, por sorte hoje era sábado e não teria que me preocupar com a escola, infelizmente isso não significou um sono tranquilo, por algum motivo toda a conversa da mãe do André tinha ficado dentro na minha cabeça, eu que raramente lembrava de algum sonho dessa vez tive um bem grande que foi quase um pesadelo.

Lembro de estar dirigindo um carro( que irônico já que ainda não tenho idade) todos estavamos indo para a praia mas quanto mais eu dirigia mais ela ficava distante, então eu acelerava, acelerava e nada de chegar, até que fui tão rápido que acabei batendo o carro, eu sentia fortemente a terrível sensação de estar sendo projetado pra frente, como se estivesse numa montanha russa no momento em que ela vai fazer uma curva ou um looping, meu corpo inteiro chacoalhava e eu já não conseguia ver mais nada, de repente eu estava preso dentro do carro, sozinho, todos haviam desaparecido, eu tentava gritar por socorro mas som nenhum era emitido de minha boca, eu me contorcia numa tentativa fútil de me livrar das ferragens do carro que me prendiam como em uma gaiola, alguém estendia a mão para me ajudar, era meu irmão Gustavo, mesmo sendo pequeno ele conseguia me puxar para fora, ao sair aliviado de dentro daquele lugar eu me virava e olhando para ele agora quem estava lá era…o André, acordei assustado. Droga, por que eu não consigo parar de pensar nesse moleque? Nem nos meus sonhos ele vai me deixar?

Acordei molhado de suor, não é à toa, já passavam das 10:00 e o dia parecia que ia ser bem quente, levantei e abri a janela e senti como um vapor de uma sauna fervente entrando e percorrendo todos os menores caminhos do meu quarto tratando de tornar o lugar muito bem aquecido, até demais para meu gosto, pensei. Obviamente eu precisava urgentemente de um banho, era a maneira mais prática de acordar de vez e ao mesmo tempo me refrescar daquele calor todo.

Tomei um banho rápido e vesti algumas roupas bem leves, um short e uma camiseta, quando finalmente desci do meu quarto já eram quase 11:00, agora sim notei que não havia ainda ninguém em casa, a preocupação veio numa torrente em minha cabeça, tanto tempo se passou que o meu irmão foi ao hospital, resolvi ligar para minha mãe.

Alô, Mãe, vocês ainda estão no hospital?
Alô, sim ainda estamos- ela respondeu.
Como tá o Gugu? Tá tudo bem com ele?
Agora ele está bem, ele vomitou um pouco de novo e estava com bastante febre e dor mas já foi medicado e está se recuperando. Ela disse meio friamente como sempre.
Que bom, mas ninguém disse o que ele tem? Perguntei ainda preocupado.
Não é nada demais, parece ser uma dessas tantas viroses que temos por aí, ele já está melhor, não precisa se preocupar tanto.
Tudo bem- falei- então vou me virar aqui com algo pra comer e espero vocês, tchau.

Como sempre quando encerramos a conversa ela desliga o telefone, as vezes eu sinto falta de uma mãe um pouco mais carinhosa, mas talvez agora já seja um pouco tarde pra mim querer isso, mas lamento um pouco pelo Gustavo, ele ainda é criança e sei que ele gostaria muito de ter um afeto maior de nossa mãe, mas infelizmente era algo totalmente fora de meu controle.

Já que não teria almoço mesmo resolvi dar uma volta, peguei minha bicicleta e saí para dar uma pedalada pelo bairro, no caminho eu procuraria um lanche, acordei tarde e nem lembrei de tomar café, minha barriga tava reclamando horrores, mas nada era pior do que o tédio avassalador que me assolava naquele momento, eu precisava mesmo sair para fazer alguma coisa.

Pedalei um pouco até a rua da frente e para segurança tratei logo de entrar na ciclovia, mais alguns metros adiante passei em frente ao shopping que havia no meu bairro, até fiquei com vontade de entrar mas o trabalho que ia ser buscar um lugar para a bike logo me desanimou, continuei meu caminho, várias casas e prédios dominavam o meu bairro que já era quase central na cidade, não por ser sábado de manhã mas estava com poucas pessoas na rua, cheguei na área de comércio, agora sim alí tinha muita gente, a ciclovia começou a ficar lotada e eu sabia que a alguns metros a frente ela iria terminar, resolvi dar meia volta procurando um lugar mais tranquilo. Agora resolvi ir um pouquinho mais para o bairro ao lado, era mais arborizado e cheio de praças, acho que era o que eu estava precisando naquele calor, um pouco de ar puro.

Cheguei numa praça bem bonita e bem arborizada, confesso que não sabia nem o nome dela e estava meio perdido, mas qualquer coisa o gps do celular me ajudaria numa boa com toda certeza e seria bom conhecer um lugarzinho novo pra variar. Sentei para descansar em um dos bancos colocando minha bicicleta logo ao lado e comecei a observar os arredores. A praça era muito bem arborizada, a julgar pelo tamanho das árvores dela deveria ser uma praça bem antiga, grandes troncos e alturas tomavam conta da maioria do espaço ao redor, ao centro alguns brinquedos para crianças e alguns daqueles aparelhos de ginastica, de repente me chamou a atenção algumas pessoas com roupas diferentes entrando em um pequeno prédio em frente ao local onde eu estava, resolvi me aproximar para matar minha curiosidade, peguei minha bicicleta e fui até lá, ao chegar notei que as roupas diferentes eram kimonos de alguma arte marcial, ao olhar melhor o prédio vi que se tratava de uma academia.

Nunca fui lá muito fã de academias, menos ainda de artes marciais, mas ao menos matei minha curiosidade sobre aquelas pessoas, acho que já era o bastante, resolvi que já era hora de voltar para casa, mas acabei não fazendo imediatamente quando notei que ao lado da academia tinha uma lanchonete bem grande, era minha chance de encher um pouco meu estômago vazio. Dei uma olhada rapidamente na minha carteira pra verificar se o almoço seria pequeno médio ou grande, tinha 57 Reais mais ou menos, e ainda estava com o cartão de crédito que o papai fez pra mim, era daqueles pré pagos e todo mês meu pai colocava um dinheirinho lá para eu me virar, resolvi encarar o lanche do local.

Deixei minha bicicleta bem travada no poste em frente e sentei em uma mesa onde eu poderia vê-la, precaução nunca é demais, pensei. Estava com tanta fome que resolvi pedir um lanche mais completo, acabei comendo um Beirute de frango que estava bem saboroso, enquanto saboreava meu lanche notei os gritos sucessivos vindos do prédio ao lado, normal pra uma aula de karatê eu acho, deviam estar bem animados. Terminei meu lanche e paguei a conta, agora sim eu ia voltar para casa, comecei a abrir a corrente que prendia minha bicicleta e vi os alunos da academia começarem a sair, o treino devia ter terminado justamente naquele horário, tem que curtir muito artes marciais para trinar num sábado na hora do almoço pensei. Eu já estava prestes a subir na bicicleta quando vi uma figurinha conhecida vestindo um kimono branco e carregando uma mochila, mais uma surpresa, era o André.

Era realmente dificil de acreditar na coincidência, justamente ele estava ali na minha frente mais uma vez, quem poderia imaginar que um super nerd inteligente como ele se interessava por alguma arte marcial, resolvi me aproximar já que ele pareceu não ter me notado.

André, ei André, sou eu o Miguel- acenei fazendo ele me olhar com a cara mais desinteressada do mundo.
Ah, oi- ele falou.
Que coincidência ver você por aqui- eu disse- eu tava lanchando aqui do lado, eu não imaginava que iria te encontrar num lugar desses.
Ah, pois é, que bom, então… tchau- ele falou secamente e me dispensando sem nenhuma cerimônia.
Animado como sempre, hein? E eu pensando que a gente tivesse começado a se dar bem ontem- falei.
Não tô com vontade de conversar, menos ainda sobre ontem- disse colocando a mochila nas costas e se virando de lado.
É você voltou ao seu “normal” mesmo, nem parece o garotinho que chorou no meu ombro ontem a noite- resolvi provocá-lo.
Qual é a sua hein cara? Perguntou se virando pra mim com cara de bravo- desde quando você é meu terapeuta por acaso?
Nossa, terapeuta? Nem penso em ser uma coisa dessas, mas pra ser bem sincero essa sua cabecinha bem que precisava de um pouco de terapia, sabia?
Afff, seu idiota, por que eu tô perdendo tempo aqui falando com você? Falou agora sim saindo de perto e indo pro sentido contrário me dando as costas.
Peraí André- cheguei nele colocando a mão em seu ombro- poxa, tô tentando ser seu amigo.
E desde quando eu disse que queria ser seu amigo? Tirou a minha mão de seu ombro de forma bem ríspida.
Deixa eu pensar- coloquei a mão no queixo- quando você me deu um abraço ontem e ficou pedindo desculpas pelas merdas que fez? Falei provocando mais ainda.
Cala a boca seu estupido. Ele ergueu a voz.
Vai dar showzinho aqui no meio da rua que nem fez ontem? Perguntei ironicamente.
Eu podia e devia te dar uma surra, sabia? Ainda não notou que tô saindo de uma academia? Apontou pro simbolo no kimono.
Até parece que eu tenho medo do Karate de um pirralho- comecei a me enervar.
É Taekwondo seu burro- ele desdenhou. Vê se cai fora logo daqui, ele me deu um empurrão.

Não foi grande coisa o empurrão, foi até bem fraco o problema é que eu acabei dando um passo para trás e esbarrei justamente na minha bicicleta, daí minha camiseta se enrroscou na bike que foi caindo no chão me arrastando junto com seu peso caindo todo por cima do meu braço, que ficou imprensado entre ela e o cimento da calçada me ralando todo o braço. Pra completar me deu um apertão no dedão quebrando a minha unha, caramba, aquilo era meio chatinho, como ardia e começou a sangrar, eu estava furioso e provavelmente isso estava ajudando o sangue a sair com mais força.

Aff, Não acredito que você fez isso, que droga, olha só eu me sujei todo com graxa da bicicleta- apontei pra minha roupa, tá satisfeito? Olha aqui o machucado da minha mão.

Subitamente notei quem além de não estar ouvindo uma única palavra do que eu dizia André agora estava branco que nem uma folha de papel, sem mais nem menos ele simplesmente caiu sentado bem na minha frente, seus olhos estavam vidrados, como se ele estivesse em outro planeta e suas mãos tremiam visivelmente.

Ei, o que tá acontecendo, você tá bem? Perguntei sem obter resposta alguma. Ei André, você tá me ouvindo? O que houve? Estendi a mão sem notar que ainda estava sangrando, o que fez ele dar um enorme pulo pra trás se arrastando no chão com um grito que fez algumas poucas pessoas que ainda estavam na rua nos olharem.
NÃO, NÃO CHEGA PERTO DE MIM- Ele parecia em pânico.
Calma cara, só quero ajudar, deixa de frescura, não adianta nada ser grosso agora viu? Tudo bem nem tá doendo mais tanto, vem, levanta.
NÃO, POR FAVOR, NÃO…DESCULPA, DESCULPA TER TE MACHUCADO, POR FAVOR NÃO CHEGA PERTO DE MIM.
Caramba, você tá mal, qual o seu problema? Perguntei agora preocupado.
POR FAVOR, EU FAÇO QUALQUER COISA QUE VOCÊ QUISER, DESCULPA, EU FAÇO TUDO O QUE VOCÊ QUISER, MAS NÃO CHEGA PERTO DE MIM POR FAVOR- Ele parecia cada vez mais desesperado.
Me diz então, qual é o problema, que coisa toda é essa cara?
A sua mão…a sua mão… ele falou trêmulo.
O que tem a minha mão? Perguntei mas logo a ficha finalmente caiu- ah, é o sangue?

Antes que ele pudesse responder uma Senhora da lanchonete que deve ter ouvido todo aquele escândalo veio até nós, educadamente ofereceu alguns lenços que usei para limpar o sangue da minha mão e do meu braço, resolvi voltar para a lanchonete indo até o banheiro para lavar aquilo tudo, André ficou sentado em uma das mesas enquanto algumas outras pessoas tentavam acalmá-lo lhe dando água. Limpei e lavei muito bem tudo aquilo, a atendente da lanchonete foi super simpática e até me fez um curativo meio improvisado, agradeci e voltei até onde André estava, ainda parecia bem nervoso, mas um pouco menos do que antes.

Vem André, eu vou te levar até a sua casa- estendi a mão.
Mas você tá de bicicleta- ele respondeu bem desanimado.
É mas a gente dá um jeito, eu vou empurrando de um lado e você vem escorado em mim.
Tá bom- ele disse se levantando e pegando sua mochila.

Agradeci novamente a todos que nos ajudaram e fomos andando devagar, pra nossa sorte o condominio do André era bem perto dali, oq eu fazia sentido já que ele estava indo sozinho para academia, mas eu não conhecia bem aquele bairro mas até sua casa era basicamente um retão, chegamos em uns 15 minutos por conta da lentidão que caminhavamos, não trocamos palavra alguma no caminho. Paramos a alguns metros do portão de entrada.

Para por favor- ele disse angustiado.
O que foi? Tá sentindo alguma coisa? Perguntei.
Eu não aguento mais, vou vomitar ele disse correndo em direção as latas de lixo próximas, e vomitou por alguns segundos nelas. Larguei a bicicleta e corri até ele tentando ampará-lo.
Já acabou? Vem eu vou te ajudar a ir até a sua casa.
Por favor, a sua mão- não encosta em mim… ele voltou a tremer.

Eu estava com a mão meio enfaixada com uma bandagem que a atendente da lanchonete me deu, apesar de o sangramento ter passado ficou uma pequena mancha avermelhada nela, motivo pelo qual eu imaginei que o André tenha ficado nervoso novamente.

Tudo bem, desculpa, eu entendo…você tem fobia a sangue, é isso? Chama Hematofobia eu acho né?
Você é bem inteligente- ele disse.
Valeu, vindo de você sei que é um grande elogio, vem eu te acompanho até a porta da sua casa. Tem alguém na sua casa agora?
Não tem, minha mãe viajou hoje cedo e só volta amanhã. Ele disse enquanto se recompunha.
Caramba, e você fica sozinho? Como você se vira com a comida e todo o resto? Perguntei num espanto.
Eu dou um jeito, ou tem algo congelado ou eu peço pelo aplicativo.
E não tem problema a sua mãe deixar você assim sozinho, você não fica com medo de dormir sozinho, sei lá…
Não quero que ela empate seu trabalho por mim, eu não me importo não- ele respondeu enquanto entramos pelo portão.

Caminhamos mais alguns minutos e logo chegamos na porta de sua casa, deixei minha bicicleta na entrada enquanto ele abria a porta.

Você já pode ir se quiser- ele disse daquele jeito seco e frio de costume.
Não vou te deixar sozinho passando mal- eu disse.
Já tô melhor- ele disse deixando a mochila num canto com dificuldade e ainda meio tremendo.
Não é o que tá parecendo- falei- olha você sujou um pouco sua camisa. Vem cá eu o puxei em direção ao banheiro.
O que você tá fazendo? Não é pra você ficar agindo como se estivesse na sua casa.
Sua grosserias não me afetam mais- falei rindo- vem logo, deixa de querer ser valentão e aceita a ajuda.
Afff, que maldita hora que eu fui me encontrar com você na frente da academia.

Confesso que essa doeu, mas tentei deixar pra lá, a cabeça desse menino parecia ser uma grande bagunça, ele mudava de humor a todo momento, era uma coisa impressionante de se ver, mas eu resolvi não desistir agora que eu já estava lá. Apesar do vigor com que ele reclamava ele estava visivelmente mole e sem forças por conta do que havia acontecido.

Vai, senta aí- fiz ele sentar no vaso com a tampa fechada enquanto comecei a tirar sua camisa.
O que você tá fazendo? Ele tentou impedir.
Para de besteira, sua camisa tá toda suja, você precisa de um banho.
Que droga- ele resmungou enquanto se encostou na parede visivelmente fraco.
Vai, levanta os pés- falei enquanto tirava sua calça, ou tentava pelo menos.
O que você pensa que tá fazendo? Ele protestou.
Tirando a sua calça do karatê- respondi.
É Taekwondo, vê se aprende.
Ok, Taekwondo, agora tira logo essa calça- puxei e tirei tudo deixando-o só de cueca e fazendo ele levantar e colocar as mãos na frente.
Você é algum tipo de tarado ou algo do tipo é? Vai aproveitar que tô mal pra abusar de mim por acaso? Ele disse com expressão assustada.
Ai, ai- suspirei- de todas as bobagens que você disse hoje essa superou tudo viu? Deixa de ser idiota moleque, entra logo aí no chuveiro, não precisa tirar a cueca se não quiser, eu não quero ver esse seu negócio minúsculo aí não.
Eu não tenho vergonha, só não gosto que estranhos fiquem me olhando- ele disse enquanto entrava no chuveiro.
Somos estranhos então? Suspirei tristemente… bem, vai tomando banho aí, qualquer coisa me chama vou ficar aqui fora, e vê se lembra de escovar os dentes pra tirar esse bafo de vômito da boca – falei na tentativa de uma provocação como revide.

Fui até a sala ao lado e procurei uma cadeira para sentar, tentei relaxar e respirar um pouco mas as palavras dele ainda ecoavam na minha cabeça…somos estranhos ainda? Nada do que eu fiz até agora fez diferença alguma, por que diabos eu insistia tanto? Eu deveria mandar esse moleque pro inferno e pronto, não era problema meu se ele era deixado sozinho, que ficasse, que morresse de fome, eu não tinha culpa alguma se família dele era desajustada, não fui eu que matou o irmão dele, droga o irmão dele teve foi sorte de morrer e não ter que ficar aguentando ter que conviver com esse menino idiota. Suspirei mais forte ainda enquanto as lágrimas escorriam no meu rosto como uma cachoeira, que merda foi essa que eu tinha acabado de pensar?

Fiquei mais alguns minutos chorando baixo e curtindo o fundo do poço que eu estava sentindo estar. No fundo eu tinha uma vida muito boa em relação a vida dele, será que eu tinha o direito de julgá-lo? Qual será que foi o tamanho do trauma que ele sofreu com a morte do irmão? Mas eu tinha mesmo obrigação de ser tão tolerante com ele? A minha cabeça estava cheia de interrogações demais para eu processar de uma só vez. Ouvi sua voz vindo do banheiro.

Pronto, terminei, já estou me sentindo bem melhor- ele falou enquanto vinha enrolado de toalha- Você já pode ir se quiser, falou de um jeito bem desdenhoso como se querendo mesmo me expulsar dali.
Tudo bem, é melhor eu ir mesmo- levantei com dificuldades enxugando as lágrimas- Espero que você fique bem.
Por que você tá chorando? Perguntou quando viu meu rosto.
Não é nada cara, deixa pra lá, tô bem, eu já vou te deixar em paz.

Não sei em que ponto alguma palavra do que eu disse o tocou, ou se realmente alguma palavra do que eu disse tenha o tocado, mas mais uma vez eu vi ele mudando de postura ao ver o meu semblante genuinamente triste e magoado.

Espera- ele me chamou- quer dizer…você quer alguma coisa? Água, sei lá…
Só quero ir embora- respondi sem medo de ter sido ríspido.
Você tá bem? Vai senta aí, espera um segundo que vou pegar uma copo de água pra você. Resolvi esperar, ele logo veio com um copo de água na mão que bebi com dificuldade.
Obrigado- respondi devolvendo o copo.
Você está se sentindo melhor agora?
Por que você tá fazendo isso comigo? Por que tudo isso- me afundei a chorar colocando as mãos no rosto.
E- eu, eu não sei- gaguejou.
Uma hora você me dá patada, um minuto depois tá me oferecendo água todo gentil… o que você quer afinal? Me deixar maluco? Eu tô confuso demais droga.

Ele lentamente veio até mim tentando me acalmar, me ofereceu o ombro e eu o abracei, chorei mais alguns segundos então ele me colocou em sua frente.

A minha cabeça é uma grande bagunça, me perdoa.
Sério mesmo? Você tá sendo sincero nas suas desculpas? Perguntei de cabeça baixa.
Eu não sei porque eu faço essas coisas, é mais forte do que eu, mas mesmo assim você foi o único que não me ignorou, você não desistiu de mim até agora e…
E? Indaguei.
E… eu acho que eu te amo- ele se aproximou de mim e lentamente colocou seus lábios nos meus me beijando.

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10 Comentários

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  • Responder Seila ID:1drky9y9dh0e

    Saudades de ler um novo capítulo, chega a ser frustrante meses sem uma nova atualização e fica difícil acompanhar essa história. Espero que tenha algum capítulo em breve

  • Responder Kanedaken ID:gqawlf18i

    Fico atualizando a página desse conto todo dia. Tô viciado nesse história, tá tudo tão leve. A trama focada apenas nos dois é incrível. Só precisava de uma história dessas de amorzinho pra aquecer o coração. Obrigado Blue

  • Responder Notman ID:bemn9j5xik

    Poxa, vc demora tanto tempo para postar um próximo capitulo, que nos deixa triste.

    • Pseudônimo da poesia ID:5ribdj849j

      As vezes é frustrante começar uma boa leitura e a história não ter um final adequado. Blue, termine o conto, por favor! Seus leitores continuam esperando!

  • Responder Alex ID:1ej1wa5xj2pf

    Tomara que n demore muito a continuação

  • Responder greenbox ID:1eaeb37u5m5m

    Jozato vc esta ficando bom em por favor kkkkkkk

  • Responder Spider ID:1ei6s7r25kfu

    Nossa, delicia demais. Alguém te le: ninos01

  • Responder Paulo cesar fã boy ID:1d7eb3jyzywa

    Será que vai rolar uma sacanagezinha no próximo capitulo? Hehehe

    • Seila ID:8n9y1no0hj

      Bem que o Andre poderia deixar a sua toalha cair sem querer e então rolar alguma coisa haha

  • Responder Seila ID:8n9y1no0hj

    Finalmente saiu a continuação, por favor nao demore a postar. Esse é um dos melhores contos do site