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Proibido; Forbidden; Tabu: Parte 1

1559 palavras | 2 |2.63
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Hoje já estou com uma idade avançada e, pretendo escrever um pouco sobre minha vida enquanto ainda tenho forças, enquanto o cérebro já desgastado ainda mantém a memória. Antes de ser um conto no teor dos que todos estão acostumados, saibam que isso aqui é a minha vida, então pode demorar um pouco pra chegar em certas cenas que todos acham mais interessantes.
Tudo começou quando eu tinha 7 pra 8 anos, presenciei uma briga feia dos meus pais que culminou na saída dele de casa. A propósito, não vamos pular etapas, deixem que eu me apresente primeiro: Me chamo Renan Takayama Navarro e, como podem perceber, tenho uma bela mistura em meu sangue pois minha mãe é Japonesa e meu pai é Espanhol. No entanto, herdei muito mais características de minha mãe do que de meu pai, ou seja, sou o típico garoto japonês, meio amarelo, cabelo liso e olhos puxados, além de relativamente baixinho. Pela parte da família do meu pai, sempre fui o Renan, pela parte da minha mãe, sou chamado de Yoshiro. Mais tarde explico o significado.
Voltando ao assunto da briga e resumindo tudo, simplesmente minha mãe descobriu que meu querido e safado pai tinha outra família. Pois é, ele tinha mesmo outra família e, inclusive, um filho com a amante. No início foi meio complicado pra mim entender, porém alguns meses depois da briga e já tudo mais ou menos apaziguado, papai apareceu em casa pra me levar pra passar uns dias em sua nova casa. Nesta altura do campeonato ele e minha mãe já tinha “se entendido”, se é que se pode dizer isso e, decidiram que eu iria sempre passar alguns finais de semana com ele.
Foi examente nesse dia que finalmente conheci a outra família do meu pai, a amante dele, que agora ele fazia questão de tratar como “oficial’, mesmo que o divórcio com a minha mãe ainda correndo e, claro, meu irmão. Primeira impressão é a que fica? Não sei. Só sei que eu odiei cada segundo daquele primeiro encontro com ambos. A nova “esposa” do papai era extremamente vaidosa, arrogante, chata e obviamente não foi com a minha cara afinal, eu era filho da “outra”. Sim minha gente, ela sabia de TUDO, só quem não sabia era a minha mãe. Na realidade ela sempre ficou esperando que em algum momento eles se separassem justamente pra ela ser realmente a oficial e poder se gabar disso. Por outro lado, o meu irmão, era um garoto loirinho de olhos claros, mais alto que eu, branquinho e com um sorriso lindo, mas parava por aí, era um sorriso falso até o último fio de cabelo. Ele na verdade era cínico, super ultra mega mimado, achava que o mundo girava em torno do umbigo dele e não dava bola pra nada nem ninguém, exceto é claro, se a pessoa adulasse ele. Em todo caso, eu não podia fazer absolutamente nada, era minha nova família. Não nos davamos muito bem, raramente brincavamos juntos e, quando acontecia, ele era o chato “dono da bola”, ou seja, se ficasse aborrecido, levantava, pegava todos os brinquedos e ia pro quarto emburrado. Pra piorar, papai sempre tomava partido dele, afinal, ele era o filho da mulher que “aceitou ficar com ele” apesar de ele ser um mulherengo descarado.
Os anos se passaram e a gente ia vivendo a vida desse jeito, eu estudava em uma escola diferente da dele, e todo final de semana o papai ia me buscar pra ficar na casa dele, dias em que eu confesso, nunca me senti muito a vontade. A propósito, esqueci de citar detalhes importantes: primeiro, o nome do chatonildo é Bernardo e temos basicamente a mesma idade e fazemos a mesma série. A diferença é que ele faz aniversário no último dia de junho e eu faço dia 20 de dezembro, sendo inclusive, um pouquinho adiantado na escola por conta desse detalhe.
No ano que completariamos 13 anos, aconteceu uma pequena tragédia, a escola que eu estudava teve um grave problema financeiro por conta do falecimento dos donos em um desastre aéreo em viagem pra Europa. Por conta disso, os filhos deles não conseguiram segurar as rédeas das dívidas e tudo entrou em colapso. Resumo da história, eu teria que ir pra outra escola. É onde realmente as coisas começarão a mudar quando o papai e o Bernardo nos fazem uma visita trazendo “novidades”.
Assim que foi anunciado e subiu ao apartamento, ele iniciou uma conversa conosco e o teor era exatamente sobre a escola. Aliás, perdoem meu esquecimento, como eu disse no começo, a idade avançada as vezes nos prega peças e, enquanto tento lembrar de tudo isso, por vezes detalhes importantes me falham. Meu pai era um Sr. na casa dos 40 e poucos anos e se chamava Roberto Navarro, já minha mãe, com seus lindos cabelos longos e pretos, tinha 36 anos na época e seu nome era Hitomi Takayama. Mas voltemos ao teor da conversa, meu pai começou:

– Hitomi, disse ele. Eu estou pensando seriamente sobre essa questão do Renan, o que você acha de eu matricular ele no Instituto Luna Garcia? O Bernardo estuda lá desde sempre e acho que seria interessante.

– Você tem certeza Roberto? Questionou minha mãe? Eu honestamente sempre achei o Yoshiro tão novinho pra estar na serie que está. E agora depois desse problema, já quase pra entrar no ensino médio, mudar pra uma escola dessas? Além de que pelo que eu saiba é bastante caro.

– Mas pra que falar de preço agora Hitomi? Eu nunca deixei de cumprir com as minhas obrigações com nenhum dos meus filhos, deixei? Eu já pagava a escola anteriormente e continuarei pagando.

Foi nesse momento em que eu me levantei e me manifestei pela primeira vez:

– Oi, tudo bem? Pai? Mãe? Como vão? Já que estão falando de mim e do meu futuro, poderiam por gentileza perguntar qual a minha opinião sobre isso tudo? Falei ironicamente com um sorriso.

– Lá vem você Renan, respondeu meu pai com sua paciência curta de sempre. Ok, o que você deseja então? De um jeito ou de outro, vai ter que ir pra outra escola, o que vai dizer então? Já que quer ser tão independente, o que sugere?

– Bom, eu n-ão s-ei mui-to bem. Respondi meio gaguejando. Mas eu queria ser ouvido né?

– Então, estamos te ouvindo. O que você acha que estudar na mesma escola que seu irmão? Eu te garanto que é um Colégio muito bom.

Eis que então do nada e sem ser chamado, Bernardo lança uma de suas piadinhas idiotas:

– Bom, eu pessoalmente não tenho nada contra estudar junto com o nerdzinho japonês. Mas só quero deixar avisado que não vou poder ficar te carregando pelos cantos, vai ter que aprender a se virar na escola sozinho.

– Como é que é? Respondi já irritado. Por que acha que preciso da sua ajuda em alguma coisa? Aliás, quem precisa é você, passou de ano arrastado.

– Ha ha ha há. Riu debochadamente Bernardo. Não passei arrastado coisa nenhuma, passei na média. E o importante é que sou muito popular e toda galera gosta de mim. Já você eu não sei viu? Todo anti social, ninguém vai te dar papo na escola.

– Vai se ferrar seu idiota. Eu não…..

Nesse momento fui cortado pela minha mãe.

– Chega, que briguinha mas sem sentido é essa Yoshiro? Sabe que eu não gosto de falta de educação aqui em casa.

O Bernardo obviamente começou a dar sua risadinha cínica como se falasse: “Bem feito, se ferrou”. Porém, ele logo se calou pois minha mãe não deixava barato pra ninguém.

– Você também Bernardo, tenha respeito. Vocês são irmãos, não tem porque ficar com essas picuinhas sem noção. Ainda mais você que é mais velho, já fez 13 anos e não 5.

– Sim senhora. Respondeu. Desculpe.

Foi a minha vez de rir um pouquinho. Porém, fui cortado pelo olhar da minha mãe.

– Bom, acho que acabamos as discussões então, não é? Falo meu pai. Já posso providenciar a matrícula do garotão ou ainda vamos ficar discutindo sexo de anjo?

– Tudo bem Roberto, disse minha mãe. Se é o melhor pra todo mundo, pode providenciar.

Eis que então, em uma decisão da qual eu não participei em absolutamente nada, eu estava prestes a mudar de escola e provavelmente ficar na mesma sala que a praga que eu chamava de irmão estudava. Eu nunca tive problemas pessoais com ele, afinal só nos conhecemos tardiamente, porém, como puderam perceber, ele sabia como ser bem chato quando queria, era realmente um mimadinho com o qual eu teria que conviver, não mais uma vez a cada semana ou 15 dias, mas sim, TODOS OS DIAS DA SEMANA.

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2 Comentários

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  • Responder dragaovermelho ID:gqbanshr9

    Ainda não teve açao nenhuma .

  • Responder dragaovermelho ID:gqbanshr9

    Você não falou nada de sexo , lançou questoes administrativas e nada mais.