# #

Novos Anjos Parte 22

8770 palavras | 12 |4.76
Por

A sexta feira chegou, o churrasco estava marcado para o sábado mas conseguimos convencer nossos pais a deixar ficar desde a sexta na casa do Flávio, seria a nossa recompensa justa pelo nosso bom desempenho nas provas. O dia passou bem devagar e entediante e quase não conversamos por cortesia dos professores que nos encheram de tarefas, eu já até tava imaginando o Flávio reclamando quando o Arthur fosse obrigar a gente a fazer as tarefas no fim de semana. Pra completar a professora de matemática fez a gente perder 5 minutos do recreio explicando a tarefa, e como consequência Flávio ficou preso numa fila enorme na cantina para pegar o lanche, o que o fez resmungar horrores quando sentamos para comer.

Que droga, viu? Perdemos quase todo o intervalo por causa da professora de matemática, fiquei um tempão na fila da cantina- disse Flávio.
Você devia trazer o lanche de vez em quando- falei. Bora dividir aqui, esse sanduiche que a titia faz é uma delícia- cortei em 3 com a faca de plástico que Flávio trouxe da cantina.
Valeu cara- disse Flávio- pega aqui Arthur, ele lhe passou o outro pedaço.
Obrigado, prometo que vou ser bonzinho na cobrança dos estudos esse fim de semana- Arthur agradeceu tirando graça.
Ah não Arthur, esse fim de semana é pra gente se divertir, é nossa recompensa pelas boas notas, lembra? Falou Flávio.
Hahaha, pega aqui o suco, sem discussões ok? Falei.
Tá rindo de quê? Perguntou Arthur
É engraçado ver o Flávio resmungando- eu disse rindo mais ainda.
Muito engraçado né? Falou Flávio. Eu tô aqui agradecendo aos ceus que vocês dois se entenderam, senão nosso fim de semana ia pro espaço.
Nem quero mais pensar sobre isso- disse Arthur.
Ninguem tem culpa que o Paulo é um babaca né? Riu Flávio.
Ei, eu tô bem aqui viu? Reclamei.
Hahaha, mas você foi mesmo, mas é um babaca que a gente ama muito- falou Flávio.
Ei, que papo é esse de amar o meu Anjinho? Indagou Arthur.
Amo como amigo seu bestão, olha Paulo ele também é ciumento, haha.
Eu não sou, só falei de brincadeira, não dei um escandalo que nem esse bobalhão aqui- falou Arthur apontando pra mim.
Ai, dava pra pararem de falar dos meus defeitos? Coloquei a mão na cara fingindo estar com vergonha.
Você sabe que a gente tá só te zoando né? Disse Flávio.
Claro, somos amigos né? Amigos se zoam, é normal.
Posso perguntar uma coisa? Interrogou Flávio.
Hahaha, isso já foi uma pergunta- falou Arthur.

Antes que pudessemos continuar a conversa o sinal tocou e a fiscal do corredor já apareceu enxotando os alunos pra dentro das salas.

Vamos lá meninada, todo mundo pra sala, o sinal já tocou- ela disse.
Mas que chatice – reclamou Flávio- perdemos um tempão do intervalo por causa da aula, não é justo.
Foram só 5 minutos Flávio- falei.
Foram 7 minutos, eu contei- ele retrucou.
Quando se trata do tempo do intervalo o Flávio é um relógio- falei tirando sarro.
É aula de que agora? Perguntou Arthur – enquanto sentavamos em nossos lugares.
E justo você não sabe Arthur? Falei.
Perdi o horário de aula eu acho, depois deixa eu tirar uma foto do seu? Pediu para mim.
É Geografia- falou Flávio olhando no celular.
Bom dia pessoal, todos nos lugares por favor- falou o professor de Geografia enquanto deixava seu material na mesa encerrando nossas esperanças de continuar conversando.

Duas aulas de Geografia e mais uma aula de Ciências, assim acabamos o nosso dia, pra variar o Flávio voltou a resmungar muito por causa das tarefas passadas pelos professores.

Mas que merda, viu? O professor tinha que passar uma tarefa pra gente ter que entregar logo na segunda-feira? Isso já é crueldade demais. Falou bastante bravo.
Você era um menino tão sorridente e alegre, agora se tornou um monstro- falei zoando.
Mas nem tem aula de ciências na segunda-feira e ele cobra o trabalho dando tão pouco tempo- Flávio continuou resmungando.
A gente faz o trabalho juntos, matamos rapidinho- disse Arthur.
Tá bom- falou conformado- E como vamos fazer hoje? A gente vai direto lá pra casa?
Não dá, o Arthur vai almoçar lá em casa e lá pelas 16:00 vamos na casa dele pegar umas roupas. Falei.
O Arthur economiza um bom dinheiro almoçando sempre na sua casa né? Assim, ninguém faz comida na sua casa- falou Flávio.
As vezes ninguém fazia mesmo, eu só jantava quando minha mãe chegava do trabalho, eu me virava com algum sanduiche ou algo do tipo- falou meio constrangido.

Ficamos nos olhando alguns segundos, até que caiu a ficha do Flávio.

Caramba, Arthur, me desculpa eu não quis dizer isso- falou num sobressalto.
Tudo bem- ele respondeu.
Não, não tá tudo bem, foi uma piada de mal gosto, me perdoa por favor.
Tudo bem cara, juro que não me ofendi, olha eu não tenho vergonha de ser pobre não, eu sou muito grato pelas poucas coisas que eu tenho.
Eu te admiro muito, sabia? Falou Flávio colocando o braço ao redor do ombro do Arthur, você é um cara super estudioso e me ajudou pra caramba a melhorar na escola.
Não se preocupa, estamos todos bem né? Falou Arthur.
Claro, estamos bem, desculpa de novo- Flávio lhe deu um abraço.
Vem almoçar com a gente Flávio- falei meio emocionado com a cena.
Posso mesmo ir? Ele disse.
Que papo é esse? Claro que pode- falei- já viu o batalhão que tem lá em casa né? Sempre tem bastante comida pra todo mundo, SEMPRE. Enfatizei.
Tá bom- falou Flávio passando a mão no rosto, vou mandar mensagem pra minha mãe pra ver se ela deixa.
Ô Flávio, não fica assim não- falou Arthur ao perceber que ele tinha enxugado uma lágrima.
Tá bom, bora acabar com esse assunto de vez né? Ele falou estendendo a mão pro Arthur e pra mim.
A gente não disse que ia ser amigos pra sempre? Falei juntando as mãos com eles.
A gente se conhece a tão pouco tempo e já estamos muito amigos. Falou Arthur.
Alguns mais que amigos né? Dei um selinho no Arthur.
Paulo, olha o Flávio aí- falou Arthur espantado.
Hahaha, não esquenta não Arthur- disse Flávio- Mas olha bora combinar uma coisa?
Que coisa? Perguntei.
Não quero ser o amigo chato segurando vela, se quiserem namorar e eu estiver atrapalhando é só dizer que eu arrumo outra coisa pra fazer e não precisamos ficar chateados ou nada do tipo com isso.
Nossa Flávio, que maturidade de sua parte- falou Arthur.
Não é mesmo? Falei rindo- Nosso menino cresceu tanto e tão rápido, logo poderemos soltar ele no mundo, hahaha.
O Flávio vai ser nosso filho agora? Perguntou Arthur segurando os risos.
Sim, mas já está grandinho, logo vamos poder soltá-lo no mundo- falei.
Mas eu continuo sendo gente? Porque nessa história de vocês parece até que eu sou um bichinho do mato, haha.

E assim ficamos um tempão falando besteiras até que o Luca chegou para nos buscar.

Nossa Luca, como você demorou- falei.
De nada por vir buscar vocês- ele respondeu- Tá vendo só como ele me trata Arthur? Ah, oi Flávio, como vai você? Vai almoçar com a gente?
Vou sim- ele disse- Depois de tardinha vamos lá pra minha casa.
Foi Mal Luca- interrompi. Eu só fiquei preocupado com a sua demora.
Vou reclamar pro Arthur, eu torço muito pra que ele te coloque na linha, sabia? Falou rindo.
Não liga não cunhadinho, vou cuidar muito bem desse menino.
Cunhadinho? Se espantou Luca pela presença do Flávio.
Ah, Luca, não se preocupa, o Flávio é nosso melhor amigo, lógico que ele já sabe de tudo- falei.
Ah, que bom saber disso, você é de boa com essas coisas não é Flávio? Perguntou Luca.
Tranquilo- respondeu- jamais vou julgar alguém por suas escolhas. E eu gosto pra caramba desse dois aqui.
Pra não dizer que nunca faço um elogio, Paulo você realmente sabe escolher bons amigos.

Mais uns 10 minutos e chegamos em casa, como sempre meu tio estava no hospital e minha tia ainda não havia chegado para o almoço, ela ultimamente anda bem ocupada no trabalho, estava um dia bem quente então cada um de nós se espalhou em um banheiro de casa para tomar banho antes de almoçar. O Luca ofereceu o banheiro do quarto dele para o Flávio e infelizmente me mandou tomar banho no banheiro do quarto do Pedro e do Filipe que ainda não haviam chegado, ao Arthur restou tomar banho no banheiro do meu quarto, e eu torcendo pra poder tomar um banhozinho junto do meu amorzinho, mas não se pode ter tudo.

Comemos uma torta de frango com legumes deliciosa que a minha tia tinha preparado no dia anterior, 30 minutinhos no forno e a mágica tava feita. O Flávio gostou tanto que até repetiu, logo os meninos chegaram e se juntaram a nós no almoço, ainda tinha bastante frango de forno com uma salada de maionese que a cozinheira faz que simplesmente me deixa louco. Pra felicidade da minha tia quando voltamos ao Brasil começamos a comer bastante salada, legumes, frutas, nos EUA a gente comia muita porcaria enlatada e realmente eu enjoei demais daquilo, agora qualquer comidinha caseira me atraí muito mais.

Cara, dá os parabéns pra sua tia, que torta deliciosa essa- disse Flávio comendo o último pedaço que restava no prato.
Pode comer mais se quiser Flávio- falou Luca- não precisa ter vergonha não, aqui todo mundo come pra caramba.
Valeu, mas acho que não aguento mais nada não, tô lotado- bateu na barriga.
É você tá ficando meio gordinho viu Flávio? Apontou Arthur fazendo graça.
Tem que parar de tomar refrigerante e comer coxinha da cantina todo dia viu? Falei rindo.
Por isso eu sempre divido as minhas calorias com meus amigos aqui- respondeu.
Mas você podia levar seu lanche que nem eu faço né? Eu disse- Umas frutinhas, um sanduiche, minha tia sempre prepara pra gente.
É mas a gente saí cedo demais de casa, e você nem imagina como a minha mãe cozinha mal, hahaha.
Você é o primeiro a chegar na escola Flávio? Perguntou Pedro.
Nem sempre, mas as vezes sim, quando não tem ninguém pra abrir a escola e a minha mãe vai fazer isso a gente chega praticamente de madrugada.
A sua mãe que abre a escola? Perguntou novamente Pedro.
Os pais do Flávio são os donos da escola, vocês ainda não sabiam? Falei.
Nossa, nem eu sabia disso ainda Flávio- disse Luca- que legal, hein? Sua mãe e seu pai são os proprietários então?
Minha mãe e meu padrasto- falou Flávio meio incomodado.
Ah, entendi, desculpa, eu não sabia, os seus pais são divorciados então?
Sim, meu pai mora em outra cidade aqui perto, mas… me desculpa também se eu pareci meio mal educado, eu vou dizer a real, é que…eu e meu padrasto não vivemos muito a mil maravilhas, sabe?
Tranquilo Flávio, não me ofendi de jeito nenhum não, eu entendo como pode ser complicado isso de divorcio e relação com um novo marido dos pais.
O Luca é o adulto da casa quando a Tia Julia e o Tio Daniel não estão- falei- ele é a nossa voz da consciência muitas vezes.
Uau Paulo, você falando bem de mim? Tô emocionado- rimos todos juntos.

Terminamos o almoço e ficamos conversando algumas trivialidades até que o Pedro e o Filipe saíram para a Aula de Inglês e o Luca voltou pro cursinho.

Seus primos são muito da hora Paulo, pena que todo mundo teve que sair agora- falou Flávio enquanto subiámos para meu quarto.
Pois é, os meninos tem essa aula de inglês, mas eles tão tirando de boa porque afinal de contas a gente tudo já aprendeu na prática lá nos EUA. A titia mais insistiu pra eles fazerem pra ter o certificado.
O Luca também? Perguntou.
Não, o Luca vai pro cursinho, tem dia que fica até a noite, ele quer fazer Faculdade de Medicina que nem o Tio Daniel e pra passar tem que estudar pra caramba.
Estudar no nível Arthur- Flávio riu apontando pra ele.
Fico feliz pelo elogio, mas ainda tô longe do nível de um curso de medicina. Falou Arthur meio encabulado.
É isso aí Arthur, humildade acima de tudo, mas falando sério, aposto que você conseguiria passar pra uma Faculdade de Medicina bem fácil. Disse Flávio batendo em seu ombro.
Valeu Flávio, eu tô quase pensando em deixar a gente de folga hoje das tarefas da escola.
Sério? Valeu cara eu tô quebrado demais hoje pra estudar- Flávio abriu um largo sorriso.
Deita aí Flávio- apontei pra minha cama- se quiser tirar um cochilo fica a vontade.
Cuidado que essa cama tem muitos segredos- riu Arthur.
Ah, sério? Flávio arregalou os olhos. Olha que eu fiquei curioso agora, haha
Eu cochilei aqui na primeira vez que vim na casa do Paulo e esse safado me deu um beijo enquanto eu dormia- Arthur me apontou.
Caraca Paulo, eu não sabia que você era uma maniáco sexual, você abusou do coitadinho do Arthur? Flávio explodiu de rir enquanto eu ficava vermelho que nem um pimentão.
Ah para, foi um momento de fraqueza, eu já chorei e implorei pro Arthur me perdoar, e foi só um beijinho de nada, isso não conta como abuso. Respondi envergonhado.
E você Arthur o que fez? Perguntou Flávio mais curioso do que nunca.
Nada, eu tava dormindo né? Mas acabei acordando na hora e só vi o Paulo caindo no chão de susto branco que nem um papel.
Então você não percebeu na hora?
Nadinha, e esse bobalhão ficou todo assustado gaguejando que nem um pateta, hahaha
Ahhhh, que vergonha- coloquei as mãos no rosto.
E vocês já se beijaram mais vezes?
Nossa, como você é inocente Flávio- disse Arthur rindo- claro que sim né?
Posso Perguntar uma coisa? Disse Flávio.
Hahaha, você já perguntou- ah, aposto que é a coisa que você ia perguntar hoje no intervalo quando fomos interrompidos né? Fiz a mesma piada inclusive.
Então…quer dizer…desculpa a minha curiosidade, vocês já…você sabe…já fizeram?
Hahahaha, Flávio meu Deus, você tá se revelando hein seu danadinho- Arthur estourou de rir.
Desculpa minha curiosidade, nossa agora fiquei com vergonha- Flávio ficou vermelho.
Deixa disso Flávio- falei- amigos não tem segredos lembra? Sim a gente já transou algumas vezes.
Agora a gente que quer te fazer uma pergunta Flávio- eu disse.
A gente? Retrucou Arthur, é você que tá dizendo, vai deixar o Flávio com vergonha eu aposto.
Vou deixar sim, hahaha
Tá bom, pode mandar- falou Flávio mais calmo.
É que a gente nunca te viu com ninguém, nem menina nem menino, não teve nenhuma pessoa até hoje que balançou esse seu coraçãozinho? Perguntei.
Caramba… eu sabia que você ia perguntar algo do tipo…culpa minha por ser curioso também né? Pra ser sincero tem, ou melhor…teve mas não deu em nada não, foi só uma paixonite boba mas…nossa, tenho vergonha de falar…
Tudo Bem Flávio- disse Arthur, não precisa também ir falando tudo se isso te incomodar.
Não, não é isso é que…sabe meus pais nunca falaram muito sobre essas coisas comigo entende? Não sei se vai parecer meio ridículo o que eu vou dizer agora mas…
Mas? Indaguei.
Eu não tenho certeza se já decidi isso na minha vida de gostar de meninas ou meninos… pronto, falei, quer vergonha, deitou na minha cama e colocou o travesseiro no rosto.
Ah, Flávio mas isso é normal, somos muito novos ainda- eu disse- eu até já tive dúvidas também em relação a isso da nossa idade e mais, no começo eu morria de medo de me revelar pro Arthur, eu tinha medo de me declarar e ele dizer que era hetero, ou pior, de ser homofóbico.
Ah, isso eu jamais seria, sabe? Falou Flávio- Eu tive um tio que era homossexual, ele era tão legal, nunca fez mal pra ninguém e todo mundo julgava ele só por sua opção.
E o que aconteceu com ele? Perguntou Arthur.
Não sei, ele acabou se afastando de toda família, foi morar em outro lugar e não deu mais notícias.
Que triste isso- lamentei.
Mas então Flávio, você não tem que decidir nada agora, cada pessoa tem seu tempo- Arthur apertou a mão de Flávio.
Valeu cara, sabe é bom poder desabafar sobre certas coisas, a gente se sente mais leve né?
É a nossa sessão de terapia em grupo- falei e todos caímos na gargalhada deitados na cama.

Depois dessa longa conversa ficamos vários minutos só lá deitados os três juntos sem nada falar, apenas contemplando o tempo passar e cada um perdido em seus pensamentos. Fui o primeiro a quebrar o silêncio.

Eu tava aqui pensando, nunca fui de ter muitos amigos, aí eu me mudo de volta pro Brasil e encontro logo dois dos grandes.
E cadê a mensagem filosofica dessa sua fala? Perguntou Flávio sorrindo.
Sei lá, vocês acreditam em destino? Perguntei- Quais as chances de a gente se conhecer né? E o Arthur acabou virando até mais que amigo se que você me entende.
Ah, não sei não- disse Flávio- Eu não penso muito nessas coisas filosoficas, deixo pra vocês nerds pensarem.
Não sei se existe ou não- falou Arthur- mas tiveram várias coincidências sim.
Tipo o que? Perguntou Flávio.
O Paulo começou atrasadão né? Já tinham começado as aulas a vários dias. Falou Arthur.
É Mesmo Arthur, você tava lá na sala de espera, começou atrasado também, nunca perguntei porque. Falei.
Ah, eu fiz a prova de bolsa, demorou pra sair o resultado, eu já tava até matriculado na escola do Estado.
Ué, mas os resultados sempre saem antes de as aulas começarem- falou Flávio.
Pois é, mas o meu pai não queria me deixar ir pra Monte Rey, ele e a minha mãe discutiram muito por causa disso- respondeu meio triste.
Eu te entendo um pouco, eu também sou bem cheio de implicancia com o meu padrasto- Falou Flávio.

Ao ouvir isso fiquei em silêncio meio pensativo, na verdade foi a segunda vez hoje que o Flávio falou das implicâncias dele com o padrasto, mas eu tenho certeza que um outro dia ele tinha falado algo sobre estar mais de boa com o padrasto e tal, será que estava mesmo? Por que o Flávio iria mentir sobre issso?

Tudo bem aí Paulo? Perguntou Flávio me vendo calado com jeito pensativo.
Ah sim- acordei dos pensamentos- Lembrei que ainda não arrumei minhas coisas, vou pegar minha mochila.

Por sorte a minha desculpa foi bastante aceitável, peguei minha mochila e separei algumas roupas, quatro cuecas, quatro camisas, quatro bermudas, deve ser o suficiente pensei. Logo minha tia deve chegar do trabalho e nos levar depois de um belo sermão sobre como deveriámos nos comportar.

De fato minha tia não demorou muito a chegar e logo nos apressou para irmos, afinal ainda tinha que passar na casa do Arthur para ele pegar suas coisas.

Vamos logo meninos que eu ainda tenho trabalho para fazer em casa quando voltar- disse minha tia.
Boa tarde tia- disse Arthur já sentado no carro- Desculpa estar dando trabalho.
Não se preocupe querido, é sempre um prazer- ela disse- é só mais um dia de muito trabalho.
Boa tarde, disse Flávio.
Boa noite também querido, avise sua mãe que agradeço muito o convite para o Paulo neste fim de semana.
Aviso sim, a minha mãe disse que quer muito que a Senhora nos visite também- respondeu educadamente.
Assim que tivermos um tempo livre prometo que marcamos. Eu inclusive recebi um telefonema de sua mãe ontem, ela fez questão de explicar pessoalmente sobre a questão do ensino integral a partir do segundo semestre.
Ainda não vai ser obrigatório- respondeu Flávio- o Paulo vai fazer tia?
Claro que vai, quanto mais estudos melhor não é mesmo? Disse minha tia.
Ah, tia Júlia mas o Flávio não é nerd estudioso que nem a gente viu? Eu ri
Como não? Ela indagou- esse fim de semana não é justamente pra comemorar as notas altas que vocês tiveram?
É mas se não fosse o Arthur aqui pegando no pé o Flávio prefere sombra e água fresca- fiz graça.
Isso é verdade Flávio? Minha tia perguntou.
Não tia, juro que não- ele falou envergonhado- quer dizer… um pouquinho só… mas agora eu prometo que vou estudar mais, eu tô até gostando.
Não precisa ficar envergonhado querido, estou só brincando, tenho certeza que você é um bom menino assim como o Arthur.
Só eu que não recebo elogios por aqui? Reclamei.
Desculpe meu Anjo, mas você sabe que a titia ama muito você não é? Elogio você o tempo todo.
“Meu Anjo” – sussurrou Flávio no meu ouvido com voz zombeteira.
Ah Flávio… resmunguei mas ao mesmo tempo ri- Vai dizer que você nunca teve algum apelido?
Eu não, vocês querem criar um pra mim? Perguntou.
Vamos pensar, vamos pensar, disse Arthur mexendo no queixo enquanto dava risada.
Tia, posso perguntar uma coisa? Interrogou Flávio.
Claro querido, se eu souber responder- ela disse.
Conta pra gente a história do “meu Anjo”? Ele deu uma risadinha.
Ah, essa história é antiga, vamos ver se dá tempo de contar.
Ai meu Deus- Coloquei as mãos no rosto com vergonha e todos caíram na risada- Não é só por causa da cor dos meus olhos e cabelos?
Também querido, mas tem outros motivos também- ela falou.
Tem? Nem eu sabia disso- falei curioso.
É por causa do nome da sua mãe que era Angélica, você sabe o que esse nome significa?
Hã? Não sei não tia.
Angélica significa “ Pura como Anjo”, o próprio nome lembra “Anjo” não é mesmo? Aí na época que você veio morar conosco você morria de medo de dormir no escuro, então eu cantava a música da Angélica o anjo pra você dormir< aì uma coisa levou a outra.
Awwnnn- que fofinho- disse Flávio meio zombando.
Ai que vergonha, agora vão ficar me zoando tia.
Amigos de verdade zoam uns aos outros e fica tudo de boa, lembra? Disse Flávio.
Acho que o seu amigo tem razão “meu Anjo”- ela falou enfatizando. Parabéns Flávio, com uma só frase você deu um argumento vencedor, venceria um processo.
Jura tia? Será que eu daria um bom advogado que nem a Senhora? Se empolgou Flávio.
Claro querido, todo mundo pode ser o que quiser, basta estudar bastante. Se quiserem durante as férias eu posso levar vocês para o meu escritório para verem um pouquinho como os advogados trabalham.
Que demais tia, obrigado, eu quero sim- Flávio deu um pulo na cadeira quase batendo a cabeça no teto do carro.
Uau, que lindo ver o Flávio tão empolgado- disse Arthur- Então vamos estudar bastante esse fim de semana também.
Dessa vez não vou discutir- disse Flávio.
Bem, a conversa está muito boa mas…estamos chegando, é esse conjunto de prédio bem aqui não é Flávio? Minha tia apontou enquanto encostava o carro bem em frente.
É sim, obrigado pela carona, vamos lá pessoal.

Todos nos despedimos de minha tia que ainda teve tempo de dar mais recomendações vergonhosas enquanto Flávio dava risadinha junto com o Arthur.

E se comporte muito bem, ouviu? Você trouxe cuecas o suficiente para trocar? Não quero que você fique dando trabalho para a mãe do Flávio tendo que lavar roupas pra você.
Ai tia…sim eu coloquei muitas cuecas, dá pra um mês, que vergonha.
Muito bem meu Anjo, então eu vou indo, muito juizo viu? Me deu dois beijos de cada lado do rosto. Flávio, lembranças para sua mãe, Arthur, juizo também querido.

Minha tia foi embora e entramos todos juntos depois que o porteiro reconheceu o Flávio e abriu para todos nós. Logo estavamos dentro de um grande salão bem iluminado com várias cadeiras e mesas com algumas plantas ornamentando.

Uau Flávio, muito bonito aqui o seu condominio- disse Arthur de boca aberta.
Isso aqui é só a entrada, bora aqui no elevador daqui vamos sair no piso de entrada dos prédios e onde tem toda a área do condomínio.
Quantos prédios são? Perguntei.
São quatro prédios, cada um tem nome de uma pedra, Diamante, Rubi, Esmeralda e Safira, o meu é o Diamante.
Que demais, é bem alto, nem consigo ver quantos andares são. Falei.
São 27 andares, 25 andares de apartamentos e os dois últimos são as coberturas. O Meu apartamento é a cobertura, são dois andares.
Ai meu Deus- disse Arthur- Pessoal tenho que confessar que morro de medo de altura.
Você se acostuma Arthur, do meu quarto a vista é muito linda, dá pra ver a cidade toda e o sol se pondo, vamos por aqui é o meu bloco- apontou Flávio- Depois a gente desce e eu mostro pra vocês tudo daqui debaixo.

Entramos no elevador e Flávio apertou o botão do 26 andar, o elevador começou a subir e o Arthur tadinho se encostou num cantinho.

Calma Arthur- disse Flávio- você tem medo de elevador também?
Tadinho do meu bebezinho- abracei Arthur.
Ohhh- tô começando a achar fofinho vocês dois assim juntos, viu? Flávio fez coraçãozinho com a mão.
É sério ou tá de zoação com a gente? Perguntei.
Muito sério, juro mas não vou perdoar vocês se eu não for o padrinho.
Vai ser sim Flávio- Dei um beijo na boca do Arthur.
Ei, tem câmera no elevador? Perguntou Arthur preocupado.
Não esquenta Arthur, mesmo que alguém visse não tem nada demais, não vão nem notar eu acho, chegamos, bora lá.

Chegamos a frente de uma porta bem grande com uma fechadura eletrônica , é mais segurança imaginei, rapidamente Flávio colocou a senha e a porta se abriu, uma sala enorme apareceu em nossa frente, uma TV bem grandona na parede de frente do sofá de quatro lugares e uma poltrona aveludada ao lado.

Podem deixar os sapatos aí no móvel- apontou Flávio- Bora subir, aqui embaixo é só a sala banheiro e cozinha, os quartos são lá em cima.
Ué e por que não pegamos logo o elevador pro andar de cima? Perguntei.
É que eu nunca lembro a senha da porta lá de cima, bora lá, a escada é por aqui- chamou.

Subindo a escada chegamos no corredor do piso superior, lá haviam os quartos e uma área de varanda bem espaçosa onde tinham várias cadeiras e uma mesa, devia ser muito legal apreciar a paisagem dali, mas provavelmente o Arthur ia demorar um pouquinho pra ter coragem.

Meu quarto é aqui gente- chamou Flávio para a última porta do corredor depois do banheiro, podem ficar à vontade amigos nerds.
Não tem ninguém em casa Flávio? Perguntou Arthur.
Ah, acho que não, já são quase 17:30 a Dona Maria já deve ter ido embora, ela geralmente limpa tudo lá embaixo por último e saí as 17:00.
E os seus pais? Perguntei.
Hoje é sexta-feira, então só vão chegar mais tarde, umas 20:00, sexta é dia que ficam mais tempo pra fechar tudo na escola. Bem deixa eu ir mostrando as coisas pra vocês, aqui é o banheiro- apontou. Tem um banheiro no corredor também mas claro que na hora do aperto é sempre melhor correr pro mais próximo.
A sua cama é enorme Flávio, parece até cama de casal- Arthur se espantou.
Ah, é um pouco maior que o normal, mas não é de casal não, não vão reparar, eu me mexo muito quando durmo, quando eu era pequeno eu vivia caindo da cama, por isso a minha mãe me arrumou essa cama maior que de solteiro.
Que da hora cara, você gosta de gibi? Tem um montão aqui- olhei a prateleira ao lado.
Ah, eu leio algumas besteiras, pode pegar aí se quiser, o meu favorito é o Batman.
Nos EUA eles adoram essas coisas, mas lá é bem mais baratinho, aqui gibi é carão né?
É sim, a minha mãe só me deixa comprar se eu mesmo juntar minha mesada pra isso.
Sorte sua, a minha tia que compra tudo lá em casa, mesada na família só partir de 13 anos ela diz. Mas o vovô sempre me dá um dinheirinho quando eu visito ele, a tia Júlia fica mó brava com ele, haha.
Quem me dera, a única mesada que eu recebo em casa é quando meu pai taca a mesa na minha cabeça- disse Arthur rindo.
Credo Arthur, pelo amor de Deus me diz que isso não é ao pé da letra- falei com voz triste enquanto sentava na beirada da cama.
Tô brincando, mesada eu nunca levei não, haha.
Ainda bem- suspirou Flávio.
Já levei de chinelo, de cinto, de galho de árvore, mas o pai gosta de dar preferência pra mãozinha mesmo, haha.
Nossa Arthur, e você fala assim rindo? Perguntei com voz de choro.
Ah, desculpa…desculpa gente foi mal… sei lá, pra mim é mais normal do que parece, sabe? Quer dizer…acho que na minha cabeça acabei meio que vendo como normal.

Ficamos alguns segundos em silêncio nos entreolhando até que o Arthur voltou a ter a palavra.

Poxa, desculpa mesmo, acho que tô estragando nosso final de semana com minha conversa depressiva né?
Deixa pra lá Arthur- Disse Flávio- Basta apenas a gente mudar de assunto né? Você não tá estragando nada de jeito nenhum, além do mais amigos de verdade dividem os bons e os maus momentos né?
Ohhh Flávio a gente te ama demais sabia? Como nosso menino tá amadurecendo rápido né Arthur? Beijei sua bochecha.
Ah, valeu- disse Flávio meio encabulado.
Ai, desculpa Flávio, será que tomei liberdade demais, me perdoa.
Ah, que nada, beijo de amigo né? Por mim tudo bem, você não fica com ciumes né Arthur?
Fico não- respondeu sorrindo- Ei Flávio, fala aí pra gente, você já beijou alguém?
Caramba, lá vem as perguntas complicadas- Flávio ficou rubro. Tá, só estamos nós aqui e eu confio em vocês, ai que vergonha, nunca beijei não.
Ué, por que isso seria vergonha Flávio? Ninguém nunca disse que existe uma idade obrigatória pra ter o primeiro beijo.
E qual foi o de vocês? Perguntou.
Um com o outro ou beijos aleatórios? Indagou Arthur.
Você já tinha beijado alguém antes de mim? Arthur, como você nunca me contou isso? Reclamei.
Eu não disse isso, disse? Não, o primeiro beijo com certeza foi o que um menino safadinho me roubou enquanto eu dormia- ele riu marotamente.
Sério? Nossa assim eu fico com mais vergonha ainda pela minha atitude impulsiva.
Águas passadas né gente? Falou Flávio em tom conciliador.
Não tô reclamando, sabe que eu até achei romantico quando o Paulo me contou?
É, até é mesmo né? Tipo aquelas histórias de desenho animado né? Ponderei.
Vocês me mostram? Perguntou Flávio.
Mostrar o quê Flávio? Perguntei.
Como é um beijo- ele disse.
O Quêêê?? Arthur e eu falamos juntos num só espanto.
Ai, desculpa, que vergonha, eu sou muito retardado falando essas coisas, esquece, desculpa eu falar isso.
Que nada Flávio, só ficamos espantados de você ficar assim curioso e perguntar tão na lata, mas tá tudo bem.
Você só quer ver Flávio? Perguntei.
Como assim?
Sei lá, se quiser ver na prática como é a gente te mostra também né Arthur?
Claro, estamos todos entre amigos né? Falou Arthur.

Tadinho do Flávio, era dificil descrever a cena, ele tava vermelho que nem um pimentão e agora eu podia jurar que ele tava quase que tremendo de nervoso, será que a gente não estava exagerando demais?

Tá bom Arthur- falei- tadinho do Flávio, assim ele vai estourar de vergonha.
Não- disse Flávio num pulo- tá eu tô meio nervoso, é meio que novidade pra mim mas… mostra pra mim como é que se beija?
Tá bom Flávio- puxei Arthur para perto de mim- Imediatamente nossos lábios se tocaram num beijo profundo e ardente, nossas línguas trocavam de lugar se entrelaçando com duas cobras loucas de tesão. Que comparação tosca, pensei, mas estava gostoso demais.
Pronto Flávio, o que achou? Perguntou Arthur.
Hã? Ah, não sei dizer- respondeu como se saindo de um transe hipnotico.
Nossa, você tá com uma cara bem estranha hein? Falei rindo- Gostou ou não? Pode falar se não tiver gostado.
Ah não sei…quem diz se gostou são vocês que sentiram o beijo né? Flávio parecia que ia soltar fumaça pela cabeça.
Sim, seu bobo, mas tô perguntando se gostou do que viu, se quer saber se vai gostar de sentir a gente resolve isso agorinha mesmo- falei me aproximando de seu rosto.
Caramba Paulo…n- não sei, quer dizer… ah…eu tenho medo.
Medo de que? Perguntou Arthur. Não precisa disso, relaxa.
Da nossa amizade ficar estranha, de isso abalar nossa relação, sei lá, vocês são namorados, não quero me meter no relacionamento de vocês.
Não está se metendo se nós que estamos deixando- amigos também podem brincar assim uns com os outros sabia, quem sabe um Menage?
Que diabos é Menage? Interrogou Flávio ainda mais envergonhado.
Não esquenta Flávio, o Arthur assiste muito filme pornô de qualidade duvidosa e aprende essas coisas, Menage é sexo a três.
Sério? Flávio sentou na cama se encostando na parede.
Muito sério- disse Arthur- e aí Flávio, quer saber como é um beijo disse Arthur.
Tá bom, mas com uma condição- ele disse.
Pode falar- eu disse.
Vamos decidir na sorte quem vai ser o primeiro Flávio pegou uma moeda em cima de sua mesa, cara é o Paulo, Coroa é você Arthur.
Caramba Flávio, vamos começar com joguinho? Já tô gostando viu- Arthur falou com jeito super safado.

Flávio pegou a moeda em seu dedo indicador e com um rápido movimento do polegar a lançou a cima girando, a sorte está lançada como disse Júlio Cesar um dia, vamos ver o que vai ser, cara ou coroa? A moeda caprichosamente atingiu o chão de um jeito tal que ainda ficou girando e girando em pé por interminaveis segundos, finalmente parou… e deu… CARA.

Deu cara- Falou Flávio nervoso- é você então Paulo.
Vou ficar aqui de espectador dessa vez- falou Arthur sentando no outro canto da cama bem em nossa frente.
Vem cá Flávio- chamei pra bem pertinho de mim, ficamos com os rostos quase colados. Tá pronto?
Tô sim, olha como meu coração tá palpitando de nervoso- disse ele ironicamente.
Então vamos lá- agarrei sua cabeça e coloquei minha boca na dele.

Foi uma sensação muito diferente sentir os lábios de outro menino tocando nos meus, o seu cheiro, o seu hálito, sua saliva, eram suaves que nem as do Arthur mas ao mesmo tempo tinham uma sútil diferença que eu não conseguia identificar, tentei sentir cada cantinho de sua boca e de sua língua enquanto passava delicadamente a minha língua nele. Mais alguns segundos e senti que ele estava ficando sem fôlego, então o soltei.

E Aí Flávio, o que você achou? Perguntei olhando em seus olhos.
Nossa…foi… sei lá, diferente de tudo o que eu já fiz, eu me senti mais relaxado, mais leve, como se uma energia passasse de você pela sua boca.
Sim, já tô vendo onde essa energia toda foi para- Arthur apontou pro short do Flávio que estava com um volume bem maior do que o normal.
Nossa, que vergonha- disse Flávio- eu nem bati nenhuma punheta hoje, vai ver por isso ele tá assim.
Você ficou bem animado hein? Vem agora é a minha vez- disse Arthur trocando de lugar comigo.
Mas isso não é uma competição né? Não vou comparar nada senão vai ficar chato. Disse Flávio.
Claro que não é uma competição, não precisa dizer qual é o melhor, apesar de eu já saber que vai ser o meu, haha- falou Arthur.
Exibido- resmunguei. Vai logo antes que o Flávio fique nervoso de novo.
Já passou, tô de boa agora- falou Flávio sendo interrompido pelos lábios do Arthur tocando os seus com força.

Foi bem estranho e diferente ver aquela cena, diferente de outras vezes não senti ciumes nem nada do tipo, era só uma brincadeira inocente entre melhores amigos, eu gostava muito do Flávio e nunca iria vê-lo como rival, na verdade estavamos ajudando ele a se descobrir, a sentir coisas novas. Arthur segurou forte a cabeça de Flávio e deitou em cima dele o abraçando e beijando intensamente, ele fazia movimentos bem suaves com as pernas esfregando seu pinto no do Flávio que estava cada vez mais se soltando e ficando relaxado, apesar de parecer muito tempo durou apenas uns 15 segundos e ambos se levantaram.

E então Flávio o que achou? Perguntou Arthur.
Foi…foi bem legal… mas a gente prometeu não comparar né? Ele disse olhando fixamente para nós dois.
Não estamos comparando- falou Arthur- Mas parece que você gostou mesmo não é? Colocou a mão sobre a perna de Flávio próximo ao seu pinto que estava fazendo um volume imenso no short.
Meus Deus Flávio, acho que nem juntando o meu pinto e o do Arthur chega nesse tamanho todo, haha- falei. Deixa a gente ver.
Sério mesmo? Ele me olhou com os olhos arregalados. Quer dizer… mostro sim, claro, já chegamos até aqui, pra que voltar atrás né?
Tá nervoso ainda? Perguntou Arthur.
Um pouquinho, mas… de boa- respondeu realmente menos vermelho do que antes.
Tá bom, se preferir fecha os olhos, vai- ordenou Arthur sendo prontamente atendido. Arthur ainda olhou pra mim e fez um sinal me chamando.

Prontamente sentamos bem de frente para o Flávio de tal forma que a cama até deu um rangido por ficarmos todos juntos. Logo Arthur começou a beijar a boca de Flávio enquanto sua mão descia suavemente por seu copo até pousar em cima de seu pinto que estava extremamente duro. Obedecendo ao sinal de Arthur fiquei do outro lado do Flávio também o beijando e acariciando seu corpo, bem depressa coloquei as mãos dentro de sua camisa e comecei a levanta-la. Flávio entendendo a situação levantou os braços permitindo que eu a retirasse bem devagar, coloquei sua camisa de lado e parei alguns segundos para tirar a minha também, enquanto Arthur parou para tirar a camisa também eu passei a acariciar o pinto do Flávio sobre seu short enquanto esperava o Arthur.

Vamos juntos? Falei baixinho enquanto colocava as mãos por dentro de um lado do short do Flávio, Arthur fez o mesmo do outro lado e juntos nós lentamente começamos a despir nosso amigo.

Ao retirar o Short junto com sua cueca finalmente pudemos vislumbrar seu pinto, estava bastante duro e de fato era significativamente maior que o meu e o do Arthur, diferente do resto do corpo de Flávio que era meio moreninho queimado de sol seu pinto era bem clarinho, não era tão grosso mas ao seu redor dava pra notar as veiazinhas de tão clarinho que ele era, na pontinha do pinto a cabeça bem vermelinha parecia fazer força para saltar de vez para fora da pelezinha de tão duro que estava. Colocamos as mãos juntos em seu pinto e começamos a masturbar levemente o que gerou uma leve tremida e um suspiro do Flávio.

Alguns segundos depois larguei seu pinto e voltei a beijá-lo enquanto fiz um sinal para Arthur que entendeu e foi descendo bem devagar em direção a barriga de Flávio começando a dar vários beijinhos e chupadas. Flávio apenas soltava uns gemidinhos quase inaudiveis, então Arthur chegou até o seu pinto e de uma tacada só colocou todo dentro da boca fazendo um leve movimento de vai e vem fazendo dessa vez Flávio ser ouvido.

Ahhhhhwwwwnnn- Ele gemeu bem alto- e sem aguentar a curiosidade abriu os olhos vendo que era Arthur quem mamava suavemente seu lindo membro. Arthur…isso é muito bom- Deu um suspiro e se deitou na cama me puxando junto já que eu estava beijando seu pescoço e boca.
Tá gostando amigão? Falei enquanto passava a morder sua orelha.
Awwwn, sim, muito isso é muito bom. Vem também Paulo, deixa eu sentir sua boca em mim. Ele deu um largo suspiro.

Desci lentamente em direção ao seu pinto e pedi a vez para Arthur, comecei a lamber ele todinho o que fez o Flávio tremer forte de tesão, senti seu pinto começar a pulsar e ficar mais e mais quentinho. Introduzi ele dentro de minha boca e passei a chupar ele inteiro, descendo até seu saco, seu pinto era de um tamanho tal que alcançava o fundo de minha boca. Em poucos momentos Arthur retornou e passamos a nos revezar chupando e lambendo seu pinto e seu saco que aliás diferente de nós já tinha uns pelinhos bem fininhos, era muito lindo.

Tive então a brilhante ideia de chamar o Arthur e ambos chupando a cabeça no pinto do Flávio tocamos nossas bocas e nos beijamos, foi uma momento incrível de conexão, nós dois unidos pela boca e ao mesmo tempo pelo pinto do Flávio, que estava agora delirando de prazer com gemidos cada vez mais altos.

Ahhhhhwwwwnnn, eu não aguento mais…ahhhh, eu vou gozar, vou gozar. De fato logo Ele jorrou quatro ou cinco jatos fartos de esperma que eu e Arthur recebemos e lambemos até a última gota. O gozo do Flávio era um pouquinho mais espesso e branco do que o nosso e tinha um sabor um pouco mais forte também, mas era delicioso.

Nos deitamos os três um ao lado do outro na cama enquanto viamos Flávio recuperando o fôlego.

Nossa isso foi incrível- falou Flávio quase sufocando.
Ficamos felizes que você gostou amigo- disse Arthur.
E eu que só queria ver, acabei participando, hahah- Mas ainda tá faltando uma coisa importante.
O que é Flávio? Perguntei- se quiser ainda temos forças para uma segunda rodada.
Pois ele- ele retrucou, foi meio injusto aqui, vocês praticamente me deixaram a mercê de vocês aqui peladão e ainda estão vestidos.
Ah, não seja por isso- Arthur tirou rapidamente o short e a cueca- Pronto.
Sua vez agora Paulo- falou Flávio rindo.
Não seja por isso- tirei meu short também e agora ficamos os três pelados em cima da cama.
Eu…e- eu…posso? Flávio apontou pra mim.
Claro que pode Flávio- pode vir quando quiser.
Ei, ei- chamou Arthur, não vamos deixar a moeda decidir?
Hahaha, é mesmo -falou Flávio, tudo bem, espera aí, ele levantou e pegou novamente a moeda esquecida num canto. Cara Arthur, Coroa Paulo. E a jogou pra cima. Opa, deu… CARA de novo. É o Arthur.

Não se pode ganhar todas, me sentei no chão no tapete na frente da cama pra poder ficar numa posição mais cômoda de observador.

Arthur deitou novamente na cama, seu pinto estava bem lindo e durinho como sempre, vagarosamente Flávio chegou perto dele até ficar a uma distância mínima de seu rosto do pinto do Arthur.

Tem um cheirinho bom- falou ele tocando com os dedos.
Valeu- disse Arthur.

Com uma delicadeza incrível Flávio primeiro meio sem jeito encostou a ponta da língua na cabeça do pinto de Arthur, depois começou a passar os lábios, bem lentamente até finalmente colocar dentro de sua boa fazendo Arthur suspirar baixinho.

Awwwnnn- continua assim Flávio não precisa ter pressa vai no seu ritmo.

Flávio chupou o pinto do Arthur sugando algumas vezes lentamente e outras vezes com vigor,soltando suspiros e gemidos, me sentei ao lado deles pra apreciar mais de perto e ele começou uma suavem punheta em mim enquanto chupava Arthur.

Vem também- ele disse me puxando- Não vou deixar você na mão- deu uma risadinha safada e começou a me chupar também.

E Assim ficamos revezando entre chupadas e punhetas até que não aguentamos mais- Awwwwn, gemeu Arthur, vou gozar.

Também vou, eu disse enquanto punhetava perto do pinto de Arthur que era sugado por Flávio. Gozamos quase ao mesmo tempo, tadinho do Flávio, quase se engasgou com tanto de gozo de dois pintos, mas procurou lamber meio desajeitado tudinho.
Tem um gosto esquisito né? Disse Flávio lambendo uma última gota que escorria no canto de sua boca.
Mas é bom né? Eu disse- você nunca tinha provado o seu?
Não mesmo, tô perdendo a virgindade de tudo hoje- caímos todos na risada.
Espera então pela melhor parte Flávio- falou Arthur enquanto mexia em sua mochila.
Já tô preparado- apontou Flávio pro pinto que já estava totalmente recuperado.
Vem cá então- Arthur chamou com um tubinho de creme lubrificante na mão e já colocando um pouco na ponta dos dedos.
O que é isso? Perguntou Flávio curioso.
É um creme lubrificante, você quer comer a gente não quer? Perguntou Arthur bem sacanamente batendo na própria bunda.
Posso mesmo? Se espantou.
Claro que pode, vai senta aí um instante que vou passar um pouco no seu pinto- disse Arthur já colocando bastante creme no Flávio.
Ei, cadê a moeda? Perguntei.
Não faço a menor ideia- disse Flávio, acho que se perdeu na bagunça, haha. Bora no Par ou ímpar agora.
Tá bom- falei, quero PAR.
Vou de ÍMPAR, um, dois três e já- Arthur colocou 3 e eu coloquei 4, droga, perdi de novo deu 7 ímpar.
Então vem aqui Flávio, chamou Arthur deitando na cama enquanto passava o dedo melecado de lubrificante na entradinha de seu cuzinho.

Flávio foi rapidamente, já estava bem mais solto e zero de nervoso a essa altura do campeonato, Arthur deitou com a barriga pra baixo e empinou sua linda bunda o que Flávio logo compreendeu e apontou seu pau em direção aquele buraquinho, pousando a cabeça em sua entradinha.

Repetidas vezes ele pincelou o cuzinho de Flávio que gemia em cada uma dele, pousou seu pinto bem na portinha daquele cu suculento e começou a fazer pressão bem devagar, seu pau era grande mas não era tão grosso então rapidamente graças ao lubrificante a cabeça logo escorregou para dentro de Arthur, que soltou um largo gemido.

Awwwwnnn, já entrou Flávio, continua empurra mais, mete tudinho dentro de mim- Flávio começou a fazer mais força ainda.

Foi incrível a facilidade com que o restante de seu pinto logo entrou totalmente em Arthur, que delirava de tesão gemendo hora baixinho, hora bem alto- Agora vai Flávio vai tirando e colocando bem devagar, ele disse sendo prontamente entendido e obedecido.

Ahhhhhwwwwnnn, é muito bom , é tão gostoso, é quentinho e apertado, parece que meu pinto vai estourar aqui dentro- Awwwwhhh- Paulo vem aqui também, pediu para me aproximar e começou a me beijar enquanto fudia cada vez mais velozmente o cu de Arthur.

Era uma posição bem esquisita e meio incômoda, enquanto Arthur agora estava de 4 Flávio logo atrás o comia com vontade enquanto eu do lado lhe beijava.

Flávio parou um segundo- Pessoal é melhor a gente ir pro chão antes que a cama caia, hahaha- e fomos todos para aquele chão geladinho do piso de seu quarto. Arthur agora ficou na clássica posição de frango assado enquanto Flávio novamente o penetrava devagar, tratei de colocar meu pinto na boca de Arthur para ele mamar.

Gente, eu não aguento mais, eu vou gozar, vou gozar a qualquer momento- gritou Flávio.
Pode gozar Flávio, goza aí dentro de mim vai- disse Arthur que se masturbava ao mesmo tempo que lambia meu pinto. Explodimos os 3 num orgasmo louco, não digo que tenha sido ao mesmo tempo, mas foi bem próximo disso.
Nossa, isso foi muito intenso- disse Flávio caindo deitado no chão- eu não consigo mexer mais um dedo.
Pra uma primeira vez foi muito bom né? Arthur deitou do lado direito de Flávio enquanto deitei do lado esquerdo e todos entrelaçamos os braços.
Sério, onde vocês aprenderam tanta coisa maluca hein gente? Indagou Flávio- Até parece que são profissionais, hahaha.
Os milagres da internet Flávio- falei- você nunca viu nada assim não?
Que nada, o meu computador é cheio daqueles programas educacionais de bloqueio- se lamentou.
Eu agradeço muito o Tio do Paulo que me deu um celular de presente- vocês não imaginam como tem sido útil, haha.
Ah, bebê, só você mesmo? Falei segurando sua mãozinha macia.
Bebê? É esse o seu apelido? Gargalhou Flávio.
Pode rir à vontade, ainda vamos escolher um pra você- disse Arthur.
Féfeu? Que tal Flávio? Falei tirando graça.
Credo, não tem nada a ver- rimos todos juntos. Mas sabe, teve uma coisa engraçada aqui hoje.
Engraçado? Eu não imaginava que você ia sentir algo engraçado, hahaha- falei irônico. O que foi?
Bem é que…aconteceu o contrário do que eu imaginava, eu achava que podia estragar nossa amizade ou ficar meio estranho, mas não, agora que tivemos esse momento de tanta intimidade eu me sinto mais próximo de vocês.
Nossa Flávio, que legal que você sente assim- disse Arthur.

Ficamos os três agora em silêncio deitados no chão, cada um perdido em seus pensamentos enquanto apertavamos as mãos uns dos outros, aquele realmente foi um momento mágico e muito especial em nossas vidas.

Avalie esse conto:
PéssimoRuimMédioBomExcelente
(Média: 4,76 de 25 votos)

Por # #
Comente e avalie para incentivar o autor

12 Comentários

Talvez precise aguardar o comentario ser aprovado
Proibido numeros de celular, ofensas e textos repetitivos
  • Responder Quick ID:1clcovh9vgew

    Esse trisal me deixou maluco, já lí três vezes e gozei nas três

  • Responder Dayctor ID:1def7z38j45l

    eee 23 que demor :C

  • Responder greenbox ID:1eaeb37u5m5m

    Ai jozato perfeita como sempre

  • Responder Catitu ID:yb1iid9d

    Conto ficou espetacular, com a entrada do colega, mutoooooooooo bom, estou esperando o proximo.
    Obrigado.

  • Responder paulo cesar fã boy ID:3ij0y0lim9c

    eita …eu nunca imaginei o flavio transando com arthur e paulo. eu que achei que já estava bom fica melhor a cada dia. e obrigado por escrever um capitulo show e bem longo

    • Angelman ID:g3ja3hhrj

      E quando sai o seu próximo conto, estou ansioso pra ler

  • Responder Nelson ID:8cio2sam9k

    Agora Flávio precisa provar um pau no cuzinho também aí sim

  • Responder Angelman ID:g3ja3hhrj

    Capítulo digno de um bom livro
    Continue com essa perfeição pra gente Jozeto

  • Responder Full ID:gsu8ywn8j

    Que delicia até gozei lendo

    • Vitinhovipvp 😎 ID:gqb0tjk09

      Eita… acharia melhor que houvesse um machinho alfa ativo nessa amizade. Kkk
      Será que vai rolar sentimentos, ciúmes, intrigas e reviravoltas do tipo?

      A história é boa (apesar da clara referência clichê “olhos azuis”), então o autor agora só precisa saber apimentar o enredo.

      Os protagonistas têm maturidade demais viu!!!

      Eu nessa época, depois da gozada, já ficava arrependido e nem olhava mais na cara do passivo… kkkkkkkk

      Ansioso pelos próximos capítulos.

  • Responder Dayctor ID:1def7z38j45l

    já esperava, ainda sim obrigado pela ótima leitura s2, aguardando o próximo capítulo

    • Paulo cesar fã boy ID:1d7eb3jyzywa

      Estava lendo e fiquei de pinto duro no serviço hehe …vou ter que terminar de ler quando chegar em casa kkkkk