# # #

Os segredos ocultos – II

4248 palavras | 4 |5.00
Por

Os segredos ocultos continuam a me torturar.

Antes de mais nada quero que todos saibam que esse conto é fictício. Qualquer semelhança não deve ser considerada.
Vocês também precisam entender que a fantasia ou o sentir tesão por tal ato relacionando pelos tabus não faz qualquer pessoa um criminoso. Antes fantasia entre algumas palavras escritas e gozar gostoso do que praticar algum ato criminoso.

Saibam que sou contra a qualquer ato real ou que pratiquem.

Os segredos ocultos continuam a me torturar.

— Porra — Luque sussurrou entre os lábios — que delicia de cuzinho.
Essas palavras que saíram da boca do meu marido na noite anterior, não param de me torturar.
Passei o dia inteiro trabalhando fora de mim.
Veja bem, eu não sou uma pessoa totalmente instável emocionalmente, então essa descoberta, se é que posso chama-la mesmo de uma descoberta, não seja de alguma forma um delírio da mente. E isso tem me deixado ainda mais inquieta. Varias vezes no decorrer do dia pensei em recorrer aos meus medicamentos, mas eu preciso achar um meio de descobrir a real verdade sobre isso, não me dopar e fingir não estar vendo algo obscuro acontecer.
Preciso achar um jeito de descobrir se eu enlouqueci de vez ou se estou vivendo com um pervertido sob o mesmo teto.
— Você está sem apetite, amor? — a voz rouca de Luque me tira dos meus devaneios.
Repouso o garfo no prato e me forço a encara-lo.
— Estou um pouco enjoada — minha voz sai baixa e imediatamente tento focar em outra coisa que não seja nas imagens que estão fixas na minha mente. Dom está cutucando o prato da irmã, Analu odeia quando ele faz isso. Seu queixo pequeno começa a ficar tremulo enquanto ela processa o choro que se aproxima. — Dom — eu o chamo e seguro sua mão — pare de implicar com sua irmã. Analu me olha com atenção e engoli o choro que se aproximava. Dom puxa minha mão e voltar a comer não dando importância a minha repreensão.
Não olho para meu marido, pois parece ser forçado demais nesse momento. Estou preste a voltar minha atenção para o prato quando vejo Bob deitado sob os pés do Luque. A bile sobe pela minha garganta e saio correndo para o banheiro.
O jantar em família acabou ali, não tive condições de me manter a mesa com aquela cena fixa em minha mente. Tomei um banho demorado enquanto Luque cuidava dos afazeres de casa. Enquanto a água escaldante escorria sobre o meu corpo minha mente buscava um meio de colocar aquilo a limpo. Eu poderia colocar o Luque sobre a parece é exigir que ele confessasse, mas e se eu fizer isso e acabasse descobrindo que sou louca? E se eu for encaminhada para uma unidade psiquiatra e perder meus filhos?
Eu não podia correr esse risco, por outro lado também posso deixar isso no esquecimento como se fosse uma sujeira debaixo do tapete. Eu precisava achar um jeito confiável de colocar o que aquilo à prova.
A casa estava em total silêncio quando sai do banho, aos sons que poderia denunciar que as crianças ainda estavam acordadas parecia distante agora, como se elas nunca estivessem de fato em casa. Deduzi que Luque tenha colocados eles na cama. O que logo me fez pensar que provavelmente meu marido estaria na sala fudendo nosso cão. Tentei não pensar nisso, mas era como se as cenas tivessem criado moradia em mente, toda vez que eu fechava os olhos eu o via fudendo o Bob como se ele fosse o animal, e não o pobre Bob.
Puxei o edredom e me deitei, fiquei o máximo que podia imóvel, tentando encontrar qualquer indicio de som que pudesse vir da sala. Em meio a escuridão e o silêncio do meu quarto acabei caindo no sono, por conta dos efeitos das medicações. Eu não vi quando o Luque foi deitar e nem faço ideia de ele tinha se tornado um animal novamente naquela noite. Mas assim que acordei tinha uma ideia para solucionar esse caso.
Eu precisava de provas, então era atrás disso que eu iria, mesmo que isso levasse meu casamento ao fim. Mas para isso eu precisava de espaço para pensar e elaborar um plano.
Já faz meia hora que estou tentando encontrar alguma câmara descente que possa ser implantada em casa. Algo que seja pequeno, discreto e que cumpra seu papel de prova que eu não estou louca. Mas tudo eu que encontrei foram câmaras nada discretas e com fios cumpridos. Bufei frustrada, pois eu não entendia nada de tecnologia, eu só sabia marcar consulta e ser uma mãe.
— Procurando uma câmara? — dei um pulo quando a voz do dr. Franscisco sussurrou praticamente em meu pescoço. Eu estava tão concentrada que nem o vi se aproximar. Giro um pouco a cadeira e encaro seus olhos azuis.
— O que? — gaguejo confusa.
— Uma câmara — ele aponta para a tela do computador — você está procurando uma câmara?
A resposta fica travada na minha garganta o único gesto que consigo fazer e balançar a cabeça positivamente.
— Essas aí estão ultrapassadas — ele comenta com um aceno de mão — você quer uma câmara para qual afinidade?
Sua pergunta me pega desprevenida. Minha mente responde silenciosamente que quero uma câmara para flagrar meu marido pervertido, mas meus lábios dizem outra coisa.
— Para a garagem — respondo com a boca seca — houve alguns assaltos na rua e o meu marido e eu achamos melhor optar pela segurança.
Dr. Franscisco me encara por alguns segundo pensativo, como se ele fosse capaz de desvendar o que minha mente esconde. Eu viro o rosto incomodada pelo peso de seu olhar.
Eu realmente devo estar muito louca, porque agora eu suspeito de qualquer pessoa, mesmo que essa pessoa seja meu chefe.
Ainda não abrimos o consultório, e a dra. Júlia ainda não chegou. Os dois médicos que trabalho são pediatras e por incidência são casados e sem filhos. Nunca consegui entender porque um casal que mora juntos não chegam juntos no trabalho. Mas não quero perder o foco, então balanço minha cabeça e volto a encarar a tela.
— Acho que posso te ajudar — dr. Franscisco se afasta e acena em direção ao seu consultório. Meu corpo parece que está colado no acento da cadeira, não consigo me mexer. — Você está bem, Ana? — ela para seu andar e em encara com atenção — parece meio pálida.
Obrigou meu corpo a se mexer e me levanto.
— Estou bem — minto enquanto minhas pernas fraquejam — eu só não tive uma noite boa de sono.
Com os passos pesados eu me aproximo dele. Enquanto andamos pelo corretor que nos leva até consultório.
Dr. Franscisco não diz mais nenhuma palavra, e dou graças a isso. Assim que passamos pelo batente da porta ele em encara.
— Você está cansada de entrar aqui, mas olhando agora, você consegue ver alguma câmara? — ele me pergunta com um sorriso de lado que se parece mais com algo sorrateiro.
Eu paro em frente sua mesa e começo a olhar com atenção para o espaço. Eu sempre faço reposição de material e tudo que for preciso para manter o consultório em ordem. Mas eu nunca percebi nada, e mesmo agora ciente do estou procurando não sou capaz de achar algo que denuncie uma câmara.
Dr. Franscisco aguarda minha observação ansioso.
— Não consigo achar nada que seja semelhante a uma câmara — eu o encaro.
— Ainda bem — ele caminha em direção a sua mesa e puxa sua poltrona de couro — essa é a intenção de uma câmara quase invisível — ele se senta e sorri.
Fico divida sobre o que fazer.
Será que devo perguntar sobre a câmara? Será que ele está me dispensando e eu devo voltar para a recepção.
Dr. Franscisco se debruça sob a mesa e começa a rabiscar algo em seu bloco de anotação. Depois ele estende sua mão à minha frente.
— Nesse site você vai encontrar a melhor e menor câmara — eu me aproximo e aceito a folha que ele acabara de rabiscar. Leio o nome do site e volto a encara-lo.
— Obrigada — forço minha voz — vou procurar agora mesmo — dobro o papel e me viro com a intenção de voltar para a recepção.
— Não está curiosa de onde está localizada as câmaras? — ele pergunta com uma voz diferente da que eu conhecia até então, a voz agora parece sedutora. Me viro e volto a encara-lo.
— Hum… um pouco — respondo sentindo minhas bochechas ficarem quentes.
— Olhe bem — ele ergue sua mão direita e aponta para um enfeite de dois palhaços que estão posicionado em sua estante que fica atrás de sua mesa. A porcelana com a imagem tem a cor negra com alguns traços em cinzas. Os dois palhaços estão abraçados olhando diretamente para frente, como se estivessem me observando.
Um frio passa pelo meu corpo me fazendo endireitar a postura. Dr. Franscisco percebe e abre um sorriso de lado.
— Incrível — forço as palavras entre meus lábios. Sem saber o que falar me viro em direção a porta.
— Ana — a voz doce da dra. Júlia ecoa.
Tenho um sobressalto com o seu chamado, como se tivesse sido pega de surpresa em algo que não deveria estar fazendo.
— Licença — me viro e aperto os passos.
Atravesso o corretor que me leva até a recepção martelando as palavras do dr.
Câmaras? Ele falou no plural, isso quer dizer que tem mais de uma, mas ele me mostrou apenas uma câmara. Ainda assim, porque um pediatra precisaria de uma câmara ou mais de uma em seu consultório?
Chego na recepção e vejo a dra. Júlia tirando seu celular da bolsa.
— Você está aí — ela ergue seu rosto para mim e sorri — preciso que cancele minha agenda de amanhã — ela volta a olhar para o aparelho.
Entro em meu cubículo e me sento na cadeira.
— Desmarco só o dia de amanhã? — pergunto abrindo a agenda dela no computador. Ela demorar para me responder.
— Droga — ela suspira e se volta para mim — desmarca a agenda da semana toda, Ana — ela se vira em anda em direção ao corredor. Eu fico alguns segundo encarando o lugar onde até então ela estava, seus passos atravessam o corretor em direção ao seu consultório.
— Oi — uma mulher baixa aparece na minha frente atrás do balcão — meu filho tem consulta agora — ele me informa segurando seu menino no colo.
— Documentos seu e do seu filho — peço.
Enquanto a mãe tenta se equilibrar entre o filho e sua bolsa, eu volto a pensar nas câmaras do dr. Franscisco.

Faz alguns dias desde que pedi a câmara pelo site. A previsão de entrega está para hoje, estou mais ansiosa do que nunca. Uma parte de mim diz que vou descobrir que estou desenvolvendo alucinações, já a outra parte diz que vou me surpreender com o que está oculto.
Não consegui ter relação sexual com meu marido desde então, embora em alguns momentos sinta um tesão desconhecido. Além disso parei de tomar minhas medicações, eu preciso estar em alerta e os remédios me deixam sonolenta.
O consultório está em um fluxo lento devido à ausência da dra. Júlia, e o dr. Franscisco é um pediatra que costuma demorar em suas consultas, então sua agenda e bem limitada.
A última paciente do dr entrou tem mais a menos meia hora em seu consultório. Enquanto isso meu dedo não para de tamborilar sobre o balcão.
As portas do elevador soam no corretor alertando a chegada de alguém no andar. Eu inclino meu corpo para frente aguardando a chegada de alguém, por sorte o cara do correio entra com um embrulho nas mãos. Não sei se sorrio ou se saio correndo com a expectativa.
— Ana — o cara do correio lê meu nome como se tivesse cantando uma melodia.
— Sou eu — respondo dando a volta no balcão. Minhas pernas estão tremulas, mas consigo me manter firme e ir até ele.
— E só assinar aqui — ele entrega uma folha, eu a apoio no balcão assino e devolvo a ele.
Ele me entrega o embrulho no exato momento em que a mãe e sua filha de 7 anos saem do consultório.
Deixo o embrulho de lado e me apresso em atende-las.
— O dr. pediu para voltarmos amanhã no mesmo horário — a mãe informa com a boca meio borrada de batom. Arco minhas sobrancelhas avaliando com cuidado sua feição.
— Claro — dou a volta na mesa e trago vida ao computador — algum pedido de exame? — pergunto.
A mãe parece estar distante.
— O que?
— Perguntei se o dr. Pediu algum exame?
— Ah, não — ela responde rápido.
Altero a agendo do dr e faço o encaixe.
— Está marcado — ergo o rosto para ela — mesmo horário amanhã. A mãe sorri para mim.
Pego um pirulito e dou a volta no balcão. Me abaixo e ofereço para a menina que segura a mão da mãe com força.
— Quer um pirulito, querida?
A menina funga e faz que não com a cabeça.
— Que coisa feia filha — a mãe repreende a menina — obrigada — a mãe diz pegando o pirulito da minha mão.
Me aproximo da menina e inclino seu queixo para mim. Quando eu a observo com atenção vejo lágrimas por seu rosto e uma leve mancha avermelhada envolta da boca.
— O que houve pequena?
— A Bruna é assim mesmo — diz a mãe chamando minha atenção — gosta de chamar atenção quando não atendem ao seu pedido.
Volto a ficar ereta e olho para a mãe.
— Sei como é — dou um sorriso forçado.
A mãe e a menina se despedi, vou até a porta e fecho o consultório. Imediatamente me lembro do embrulho no balcão. Voltou as pressas para a minha cadeira e avalio o embrulho.
— Vejo que seu pedido chegou — dr Franscisco aparece em frente ao balcão.
— Sim — respondo — acabou de chegar — batuco meus dedos no embrulho.
Ele me avalia por um momento.
— Acho que vou precisar te mostrar como funciona essa câmara — ele sorri. Foi só nesse momento que percebo que ele também está com o rosto avermelhado. Talvez seja só o calor ou talvez seja minha impressão. — Tenho alguns minutos antes ir embora — ele diz se virando — se quiser eu mostro no meu notebook.
Assim que ele termina de fazer sua oferta eu corro em direção ao seu consultório. Ao entrar ele já se encontra sentado em sua poltrona, eu fico em dúvida de onde ficar, então paro em frente a sua mesa, enquanto aguardo sua orientação. Inalo uma boa quantidade de ar e assim que ele chega em meus pulmões percebo que o cheiro ali está diferente, parece que tem o odor de suor, saliva e outra coisa que não sei decifrar.
— De a volta e venha aqui — ele pedi com os olhos na tela.
Dou a volta na mesa e paro ao seu lado meio sem jeito.
— Depois que você instalar a câmara, você vai precisar instalar esse app no notebook, celular, seja o meio que você quer monitorar nessa câmara — ele pausa a seta do mouse encima do app, me mostrando o nome. — Depois disso você vai precisar sincronizar a câmera com o aparelho, isso leva um pouco de tempo, mas não é nada complicado, feito isso você terá as imagens. Agora se quiser gravar precisara acrescentar memória.
Eu estava me esforçando ao máximo para absorver as informações, até pedi uma folha para ir anotando conforme ele me explicava.
Alguns minutos depois eu já estava indo em direção a minha casa, enquanto sigo meu trajeto, penso em uma forma de implantar essa câmara na sala da minha casa.

Eu tive que praticamente madrugar. Afinal é o Luque que sempre acorda cedo para preparar o café. Então tive que sair da cama na ponta dos pés. Enquanto deixei a água fervendo no fogo fui até a sala e fiquei analisando um local ideal pra camuflar a câmara e ainda assim ter uma total visão do espaço. Levei um tempo procurando até que relógio antigo com a imagem da minha família chamou minha atenção. A gente já não colocava pilha nele havia anos, mas ele ainda estava na estante por valor sentimental. O relógio era de tamanho médio, e os ponteiros das horas me pareceu perfeito para esconder algo pequeno, então eu apliquei uma fita dupla fase e colei a maldita câmara ali. Deu alguns passos para atrás avaliando se alguém iria perceber sua presença. Não tive tempo de finalizar minha avaliação.
— Bom dia! — Luque entra na sala esfregando o rosto — o que aconteceu que você está de pé tão cedo?
Meu coração bate acelerado e minhas pernas ficaram moles. Forço um sorriso e respondo me virando para ele.
— Perdi o sono.
Luque dá alguns passos até mim.
— O que você está olhando?
Um frio passa pela minha coluna, mas não podia vacilar justo agora.
— Achei ter ouvido um barulho — abaixo meus olhos para o canto da estante — pensei que poderia ser um rato.
Luque sorriu a meu lado.
— Até parece que o Bob deixaria um rato zanzar por nossa casa — ele diz com a voz carregada de humor e se vira indo em direção ao banheiro. Assim que a porta de se fecha corro para a cozinha passo o café. Não posso ficar na sala dando bandeira da minha armadilha.

A mesma menina de ontem entrou no consultório há algum tempo, aproveitei e tentei sincronizar a câmara com meu celular, mas está sendo bem mais difícil do que imaginei, porque não consigo de jeito nenhum fazer que isso de certo. Bufo encostada na cadeira. Meus pensamentos são interrompidos pelo choro que atravessa o corredor, me viro de lado e vejo a mãe puxando a menina pelo braço. A pequena está com um pano sobre o rosto, mas isso não impede seu choro.
— Chega! — a mãe braveja com a criança e me lança um o sorriso sem graça.
Dessa vez ela passa pela recepção com passos apressados e não se despedi de mim ou remarca outra consulta.
Enquanto acompanha as duas irem embora meu celular vibra em minha mão. Olho para ele e vejo uma mensagem do Luque, me avisando que já está em casa com a crianças. Fecho a mensagem e abro novamente o app da câmara.
— Dificuldade aí? — dou um pulo quando a voz do dr surge ao meu lado — desculpa, não queria te assustar.
— Tudo bem — gaguejo.
— Quer ajuda com isso? — ele aponta para o meu celular.
Faço que sim com a cabeça.
— Vamos tentar pelo meu notebook — ele diz inclinando a cabeça de lado me convidando a ir até seu consultório.
Eu não sei como ele pode ser tão rápido e eficaz, mas em menos de cinco minutos ele consegue acessar minha câmara pelo seu notebook, claro que eu tive que criar um login e senha, mas assim que os dados foram inseridos a tela do notebook ganhou vida e vi meus filhos na sala brincando ao vivo e a cores.
— Quer fazer o mesmo no seu celular? — ele se vira para mim e estávamos tão perto que sento seu hálito fazer cócegas em minha bochecha.
— Por favor — sussurro lhe entregando meu aparelho.
Depois que ele me ajuda, fechamos o consultório e cada um segue seu caminho. Eu ainda me sentia nauseada com a possibilidade do que poderia descobrir aquela noite.

No dia seguinte…

A manhã foi agitada em casa, mal tive tempo de olhar meu reflexo no espelho. Eu estava tão atrasada que sai correndo em direção ao meu trabalho. Assim que sentei em minha cadeira o telefone do consultório tocou.
— FJ pediatria — falei com a voz rápida.
— Ana — a voz rouca do dr ecoou do outro lado da linha.
— Sim, dr.
— Tive um imprevisto aqui, não consigo ir para o consultório hoje. Preciso que remarque meus pacientes.
Segurei o telefone entre o pescoço tentei ligar o computador.
— Outra coisa — ele continuou — a Júlia pediu para avisar que você pode remanejar a agenda dela partir de amanhã.
— Ok! — respondi — mais alguma coisa?
— Por hora apenas isso.
A ligação se encerrou inesperadamente, o que me deixou um pouco confusa.
Abri a agenda e remarquei todos os pacientes do dia. Quando finalmente pude parar, pensei na câmara, estava na hora de finalmente descobrir o que estava acontecendo debaixo do meu nariz. Alcanço minha bolsa e procuro por meu celular, me levanto e começo a tocar em meus bolsos, então percebo que deixei meu celular em casa.
Eu não sabia se queria gritar ou correr até minha casa de tanta raiva que senti. Foi então que me lembrei do app instalado no notebook do dr. Fiquei com o dedo na boca pensando se deveria ou não acessar minha câmera pelo notebook dele.
Não tive que pensar muito sobre minha decisão, afinal já estou sentada na poltrona de couro com o mouse deslizando sob a tela. Abro app pronta para inserir meu login e senha, mas quando o app abre ele já está logado, então tento sair da conta, enquanto procuro o ícone de saída vejo uma barra com o título de recentes, clico neles e então uma pasta se abre com vários vídeos. Meus dedos ganharam vida de repente, quando percebi estava abrindo o vídeo com a data de ontem.
Pisquei algumas vezes incrédula com a cena que via.
A menina de ontem estava sob a maca nua, o dr Franscisco com a cabeça no vão de suas pernas, a mãe sentada nua se tocando.
Eu não estava acreditando no que via, não estava mesmo. Então coloquei o volume para ver se tinha áudio.
— Está gostoso está xaninha dr? — diz a mãe com a voz gemida.
Ele não responde, em vez disso ele abre ainda mais as pernas da criança e enquanto sua língua brinca ali o seu dedo entra no cuzinho fazendo com que a menina comece a chorar baixo.
— Não chora filha — diz a mãe — você precisa aprender a ser uma boa putinha. Não quer aquela bicicleta? — a menina para de chora quando a fala — então faço tudo o que o dr mandar — o dedo da mãe parecia ir mais fundo agora, entrando e saindo da sua buceta e sua respiração fica alterada.
Enquanto olho aquela cena não consigo acreditar que eu estava apenas há alguns passos dali e não tinha a menos ideia do que estava acontecendo. Agora entendi porque as consultas do dr eram tão demoradas.
Eu deviria fechar o notebook e sair correndo, mas conforme eu via as imagens o tesão começou a caçoar de mim, digo caçoar porque minha buceta estava melada e pulsava conforme eu via aquelas cenas. Não lembro ao certo como, mas quando percebi já estava com minha mão dentro da minha calcinha me tocando enquanto o dr esfregava seu pau rosado na xaninha pequena. Não vi a gravação até o final porque tive um orgasmo ali mesmo, sentada na poltrona de couro do dr.
O choque chegou tão violento quando meu orgasmo, levantei as presas e fechei o notebook de qualquer jeito, saio correndo do consultório, passo pelo balcão e pego minha bolsa. Assim que fecho a porta do banheiro eu caio no chão.
Eu que foi isso? O que foi que eu acabei de fazer?
Abro a bolsa e procuro por meu calmante. Eu preciso me acalmar antes de ter um ataque de pânico aqui. Destaco dois compridos e os engulo, me apoio na pia e me levanto, abro a torneira e jogo água no rosto, depois encaro meu reflexo e percebo o quanto estou pálida.
Preciso sair daqui. Só que não posso pedir um uber porque estou sem celular. Saio do banheiro e faço a única coisa possível naquele momento.
Eu ligo para o Luque, e peço para ele me buscar.

Continua….

Avalie esse conto:
PéssimoRuimMédioBomExcelente
(Média: 5,00 de 10 votos)

Por # # #
Comente e avalie para incentivar o autor

4 Comentários

Talvez precise aguardar o comentario ser aprovado
Proibido numeros de celular, ofensas e textos repetitivos
  • Responder Jr ID:1ehp3lb0s3ml

    Dlc ne gata

  • Responder Cuiabano ID:40vpqpbtm9k

    Está cada vez melhor.
    Aguardo a continuação dessa história maravilhosa.

  • Responder Sandro Santos ID:6nzrkvhoqwc

    Gostei muito desse capítulo,tem tudo pra ser uma boa história

  • Responder Fernando BH ID:1crdj8aqdhba

    Sensacional…@tt7552020