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Conheci o Humberto

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Como conheci o meu único e grande amor da minha vida, Humberto.

Bom dia a todos. Sou a Francisca, tenho 85 anos, casada a 65 anos com o Humberto, de 86 anos, e adoramos ler os contos aqui publicados, uns mais do que outros, mas adoramos literatura erótica e mesmo pornográfica.
Antes de tudo, peço desculpas pelo Português usado, mas foi assim que o aprendi nos meus tempos de escola, e será assim que vou escrever.
Gostava de dizer que continuava a ter a minha pele morena lisa, os meus cabelos castanhos, a minha cara sem rugas… as mamas grandes sem estarem descaídas, ainda firmes, um rabo firme e grande, e agora grande é mas parece gelatina…enfim são os 85 anos.
O que nunca perdi foi o meu apetite sexual, e o meu tesão, pois tenho 85 anos mas não morri ainda, e ainda desejo ter sexo com muitos homens que vejo… pode-se dizer que a neve no telhado, mas a lareira ainda está bem acesa, LOL.
Tenho uma família bem grande, tive 9 filhos, e 8 sobreviveram, perdi uma menina na minha 4ª gravides, desses 8, 6 são rapazes e 2 são raparigas, o mais velho tem 66 anos, e o mais novo 51. Tenho 19 netos, 7 bisnetos, e ainda não perdi a esperança de ver um tetraneto.
Vivi uma vida com alegrias…tristezas… sofri… mas fui sempre, sempre feliz, e casei com um HOMEM, que me deixou viver a vida, e podem crer, que eu tentei e tento tirar partido de cada segundo que passo na Terra, junto de quem eu amo.
Nasci em Coimbra, em 1938, pois foi quando começou a Segunda Guerra Mundial, o meu pai era escriturário, e a minha mãe costureira. Tive uma infância feliz, sem preocupações, o que naqueles anos já não era mau. Sempre fui muito independente e curiosa, orgulhosa e teimosa. Portanto uma pequena cabra, não é???
Adorava quando chegavam as férias, e ia com os meus pais no comboio até a pequena vila do Alentejo á beira do Atlântico, onde moravam os meus avós, tanto maternos como paternos. Aí sentia-me ainda mais livre, passava os dias com os meus avós, especialmente o meu avô Carlos, que era pescador, e quando o tempo estava bom, levava-me no barco com ele, eu adoro o mar, sempre me senti atraída… em paz, quando estou perto do mar, e apenas ouço o bater das ondas e sinto o vento com cheiro a sal. O dia em que deixar de estar presente, quero ser cremada e as minhas cinzas espalhadas no mar, é o meu único pedido que fiz aos meus filhos.
Bem, estudei até aos 11 anos, andei na escola primária, e sempre fui uma excelente aluna, e quando acabei a escola primária, o meu pai achou que já chegava, que não valia a pena estudar mais, foi a única coisa que jamais lhe perdoarei, e ele sabia.
Fui aprender a costurar, e também a ser modista. A minha mãe, embora fosse costureira, achou por bem ensinar-me mas que eu aprendesse com mais pessoas, e assim alarga-se os meus conhecimentos. Foi quando tinha já 15 anos, que fui aprender a ser modista, e conheci o Humberto, o meu marido, que era filho da Sr.ª Maria. Aos 16 anos, ele trabalhava numa fábrica de dia, e á noite estudava, e com o 2º ano conseguiu ser escriturário.
Quando o vi pela primeira vez, estava com a cara toda mascarrada, as roupas sujas, e de pé descalço, mas aqueles olhos azuis, e na altura não havia assim tanta gente em Coimbra de olhos azuis, aquela cara mascarrada mas linda, a altura dele, eu fiquei interessada nele.
Confesso até o ver não me sentia atraída por nenhum rapaz ou homem, tirando o Clark Gable, que eu amava secretamente. Cada filme que ele entrava, eu ia ao cinema com a minha mãe e o meu pai, ver o filme e pensava ser aquelas atrizes sortudas, que ele beijava… o filme E Tudo o Vento Levou, até hoje é o meu filme favorito, e ainda sonho que sou a Vivian Leight e o Clark Gable me beija.
Aos 13 anos apareceu-me o período, um dia acordo, com umas dores horríveis na barriga, e tinha os lençóis sujos com sangue, assustei-me imenso, e gritei pela minha mãe, pois eu pensava que iria morrer, a minha mãe não me contou nada, não me avisou, não me preparou. Naqueles tempos pelo menos aqui em Portugal era assim, sexualidade, nem falar, era tabu, e para as raparigas ainda era pior, éramos treinadas para sermos uns seres assexuais, que satisfazíamos os nossos maridos abrindo as pernas e deixando eles montarem a gente até se esporrarem, e depois nada.
Acreditem era para sermos autenticas femeas reprodutoras como as ovelhas ou as vacas ou as coelhas, onde o sexo era usado apenas para reprodução. Os homens quando queriam sexo mais digamos animado e quente iam ás casas de putas. O meu pai era frequentador de uma casa de putas, em Coimbra, e a minha mãe sabia e tolerava. Hoje em dia ainda bem que as coisas mudaram, umas para melhor, outras para pior, como sempre aconteceu.
Sabem eu nunca na minha vida pensei, em abrir um computador, e aceder a sites de pornografia, ou sequer onde lesse contos eróticos e hoje posso fazer isso se quero. Mas sabem, o que é demais, é exagero, e aquele jogo sedutor que havia antigamente, hoje em dia quase que se perdeu por completo, e acho isso triste.
Mas só quando me apareceu o período, ou as regras como também se dizia na época, é que a minha mãe me explicou alguma coisa sobre sexo.
Como já escrevi aos 15 anos, conheci o meu marido, o Humberto, ou Berto como eu lhe chamo. Quando eu o vi pela primeira vez, senti um arrepio no corpo, e sim senti um desconforto na minha vagina, e corei e baixei a cabeça. Durante uns 2 meses, quando o via, era assim que eu reagia, como se fosse uma patetinha.
Um dia, quando eu chego a casa ad dona Maria, a mãe dele, quem me vai abrir a porta foi ele, e recebeu-me com um enorme sorriso e disse:

– Olá, menina Francisca, a minha mãe saiu e foi ás compras, mas volta já, quer entrar???
– Nã…não… eu espero aqui.

Nem pensar em entrar na casa de um rapaz solteiro, sendo uma rapariga solteira, aqueles tempos eram assim, se me vissem entrar na casa dele, estando lá ele sozinho, era um escândalo e acreditem que se o meu pai soubesse e haveria de saber, eu era capaz de levar uma sova e ele me chamar de desavergonhada.
Bem, o Humberto, começou com o passar dos tempos, a cada vez estar mais presente na minha vida, pois ele passou a olhar mais para mim, e a meter mais conversa comigo, e um belo dia, pediu para me acompanhar a minha casa, e eu aceitei. Foi a primeira vez que estive a sós com um rapaz, eu caminhava ao lado dele, mas ia de cabeça baixa, e nem falar falava.
Ele coitado, também ia calado, parecíamos dois tontinhos, até que chegamos á minha casa, e aí eu disse:

– Obrigado, menino Humberto por me acompanhar.
– Não foi favor nenhum, menina Francisca, mas amanhã poderei acompanha-la á mesma?
– Não sei…

Mas no dia seguinte, ele acompanhou-me, e no outro a seguir também… e fomos falando, pouco, até que um dia o meu pai nos apanhou a meio do caminho.
Eu fiquei com as pernas a tremer, sempre pensei que meu pai me fosse bater, mas ele limitou-se a falar comigo e com o Humberto.

– Filha, quem é este rapaz?
– Sou o Humberto, filho da dona Maria, a modista.
– Rapaz, eu perguntei á minha filha, e não a ti. Fala quando falarem para ti.
– Pai, é como o menino Humberto disse, é o filho da dona Maria.
– E porque está a acompanhar-te???
– Porque, pai, eu sinto-me melhor se vier acompanhada, tenho medo de andar sozinha, o menino Humberto, faz-me esse favor.
-. Sei… e agradeço, Humberto, mas a partir de amanhã eu vou buscar a minha filha a casa da tua mãe.

Bem lá se acabaram aqueles passeios com o Humberto. E o meu pai passou a ir todos os santos dias a ir buscar-me.
Um dia, ele teve de trabalhar até mais tarde, e ele não aparecia, e estava a ficar de noite, e a dona Maria disse:

– Francisca não te preocupes, eu peço ao meu Humberto para te levar.

E ela foi falar com o Humberto, e ele aceitou logo. Fomos os dois lado a lado, como fazíamos semanas antes. O que ele não sabia, era que eu por vezes a noite sonhava que entrava num filme, mas não era o Clark Gable quem eu beijava…era ele, o Humberto, e que em geral, quando eu estava deitada, muitas vezes eu levava a minha mão para entre as pernas, e mexia na minha vagina, imaginando que era ele quem lhe estava a mexer, e começava a esfregar, e depois mexia nas minhas mamas grandes, e sentia um calor pelo corpo enorme, mas ao mesmo tempo sentia-me bem.
Dessa vez, quando chegámos a minha casa, ele diz:

– Pronto, está entregue menina Francisca.

Eu então fiz uma coisa impensável, para aqueles tempos, cheguei dois passos mais perto dele e dei-lhe um beijo muito rápido na boca, e fugi para dentro de casa. Se alguma vizinha tivesse visto estaria metida num sarilho, mas o meu impulso foi esse.
Entrei em casa e corri para o meu quarto, e quando fechei a porta do quarto, sorri, e até dancei sozinha. O meu Humberto contou-me depois que ele ficou paralisado, e depois deu um enorme pulo para o ar, e nessa noite masturbou-se a pensar em mim nua, coisa que ele já fazia, mas que aquela noite foi especial, porque eu dei-lhe um sinal que gostava dele. Ele conta que me imaginava nua, numa cama, abraçada a ele aos beijos, e depois ele montava-me e penetrava-me, e diz que não adiantava muito mais porque ele a masturbar-se , ele esporrava-se. LOL.
No dia seguinte, nem imaginam como eu ia para a casa da dona Maria, ia super nervosa, quase que chorava, acreditem. Aquele beijinho que eu dei nele, naqueles tempos era quase como se hoje em dia fizesse sexo com ele na rua, parece exagero mas era assim.
Quando ele chega a casa da mãe dele, depois de trabalhar na fábrica, e ele me viu, ele deu-me o sorriso mais lindo que vejo na minha vida, foi a primeira vez que o vi na minha vida e á 65 anos que o vejo todos os dias, … e eu corei, com vergonha, mas não baixei a cabeça e devolvi o sorriso a ele.
Eu sabia que o meu pai nesse dia também não me poderia ir buscar, e quando me ia embora, fui outra vez acompanhada pelo Humberto, e nesse dia foi como no primeiro, mas com a diferença que eu queria falar que gostava dele, e ele confessou-me que também queria me confessar que gostava de mim, mas as palavras não me saiam da boca, nem da boca dele saiam palavras. Quando cheguei perto de casa, estava uma pilha de nervos, e quando paramos a porta da minha casa, ele, mete a mão dele no bolso das calças, e retira de lá um papel, e diz:

– Menina Francisca, por favor, leia apenas em sua casa, até amanhã.

E foi-se embora em passo apressado. Eu guardei o bilhete no bolso do meu casaco, e á noite, sozinha no quarto li, o papel.

FRANCISCA, EU GOSTO DE TI. QUERO DAR-TE MUITOS MAIS BEIJOS.

HUMBERTO

Li e reli o bilhete, e quanto mais o lia mais feliz eu me sentia. Nessa noite nem dormi. E escrevi um bilhete ao Humberto:

TAMBÉM GOSTO DE TI, E QUERO BEIJAR-TE MUITAS VEZES.

FRANCISCA

Esses bilhetes guardo-as ainda hoje em dia, são o meu tesouro, para mim valem mais que todo o ouro do mundo.
No dia seguinte estava ansiosa para ir ter a casa da dona Maria, as horas pareciam não querer passar, mas finalmente eram horas de ir. Lá na casa dela, eu arranjei maneira de ir ao quarto do Humberto, e deixei o bilhete debaixo da almofada da cama dele, e aproveitei lá estar para bisbilhotar um pouco, sabem foi o primeiro quarto de rapaz solteiro que eu entrei. Vi um casaco, e cheirei ele, tinha o cheiro do Humberto, e voltei a cheira e uma minha mão marota começou a mexer na minha saia, por cima da minha vagina, quando me dei conta, larguei o casaco onde o encontrara e voltei para junto da dona Maria. Nesse dia o meu pai foi buscar-me.
Depois de estar em casa pensei:

– Ai meu Deus…e se a mãe dele achar o bilhete antes dele??? Que vergonha, ainda por cima assinei o meu nome, que parva…parva…

Nessa noite só sonhava que era descoberta e o meu pai mandava-me para um colégio de freiras, que pesadelo.
Fui ansiosa para a casa da dona Maria no dia seguinte, e o Humberto chegou do trabalho, sorrimos um para o outro, e ele mandou-me um beijo, e mostra-me um bilhete, e que depois ele entregou-me ás pressas quando a mãe dele nos deixou a sós 2 minutos. Nesses dois minutos, ele aproximou-se de mim, fez-me uma festa na cara e disse-me:

– És tão bonita, Francisca, que não resisto e vou roubar-te um beijo.

E deu-me um beijo na boca, mas como os dos atores do cinema, e eu adorei cada segundo daquele beijo.
Tivemos de nos afastar rapidamente pois a mãe dele voltou, mas guardei o bilhete.
Á noite em minha casa li-o:

FRANCISCA, PASSO OS DIAS A PENSAR EM TI, DOMINGO VOU A TUA CASA FALAR COM TEU PAI, PEDIR AUTORIZAÇÃO PARA NAMORAR CONTIGO. GOSTO TANTO DE TI, XICA.

HUMBERTO

Continua

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5 Comentários

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  • Responder Ana Moreira ID:1cqeeuz8j2mr

    Conto realmente maravilhoso! Início de amor muito bonito de um grande amor!
    Ainda para mais escrita por uma pessoa mais velha e portuguesa!
    merece certamente continuação e não será só uma!
    Não demores a escrever por favor!

    • AvóXi ID:bt1he20b

      Gostaste mesmo? Nem sabes a alegria que me deste, muito, muito obrigado. Chama-se Ana, tens o nome da minha filha mais nova, só que eu trato ela põe Anocas, Sim vou publicar mais. Um beijo grande para ti.

    • Ana Moreira ID:1d9eq9msxpoi

      Adorei mesmo!
      Muitos parabéns pela coragem e pela demonstração que antes já havia vontade de a vida ser vivida, se bem que muito mais às escondidas do que agora!
      Vou querer ler muito mais. Certamente tem uma vida inteira de maravilhosas histórias!

  • Responder ALEMAO_171 ID:1ehlaxyolbmm

    quero te comer

    • Ana Moreira ID:1cqeeuz8j2mr

      Conto realmente maravilhoso! Início de amor muito bonito de um grande amor!
      Ainda para mais escrita por uma pessoa mais velha e portuguesa!
      merece certamente continuação e não será só uma!
      Não demores a escrever por favor!