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As aventuras de Kit – A primeira missão pt.2

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Continuação direta do último conto. Será que Kit será capaz de ter êxito em sua missão?

Enquanto Kit encarava o jovem príncipe, agora com seu corpo dismórfico, deitado na cama, os olhos do rapaz se abriram em uma fenda, quase sem forças para levantar as pálpebras.
– Me… a… jude… – falou Nicholas, o rapaz de cabelos negros, num sussurro quase inaudível. – Está… do… endo…
Kit sabia que o mais sensato seria ignorar o pedido. Mas, tendo vista tudo que o garoto acabara de passar, a compaixão tocou o menino. Não tinha como negar aquele pedido. Kit caminhou até a cama com cuidado, pois o piso de madeira estava extremamente escorregadio com o líquido que havia saído do rapaz e encharcava o assoalho. Ele se sentou na cama e segurou a cabeça do príncipe gentilmente. Ele estava suado e exausto, mas em seu rosto continuava uma triste expressão de dor.
– Eu não sei se posso fazer muito por você… – lamentou Kit.
– Por… favor… – murmurou novamente o jovem.
Kit se lembrou da poção que carregava consigo, presente de Yeeno. Não iria ajudar o rapaz a se recuperar, mas com certeza iria afastar a dor. Ele retirou o frasco do bolso e derramou cerca de metade do líquido dentro da boca do rapaz, que estava fraco até mesmo para engolir, mas de alguma forma ele conseguiu. Depois daquilo, ele provavelmente acordaria apenas no outro dia. O menino desejou que ele encontrasse algum conforto em seus sonhos.
– Obri..ga… – Falou o rapaz antes de cair em um feitiço de sono profundo. Kit sabia que ele nem mesmo se lembraria de sua ajuda.
Voltando a sua missão, ele andou com cuidado pelo chão até a janela. Lá, viu que os membros de sua guilda ainda o esperavam. Ele assobiou para chamar-lhes sua atenção. Depois, atirou as chaves o mais forte que conseguiu pela janela. Todos os homens correram para tentar pegar o objeto, mas foi Jett que conseguiu tal proeza. Imediatamente, os quatro deram sequência ao plano de entrar no castelo. O garoto já havia feito sua missão e não estava preparado para lutar contra um guarda real, caso as coisas não saíssem como o planejado, então Kit precisava achar o mais rápido possível uma saída dali.
Após voltar para os seus aposentos, Kit saiu sorrateiramente do seu quarto em busca de uma saída. Felizmente, não precisava se preocupar com guardas naquela ala do castelo, pois o rei havia feito o favor de se livrar de todos eles. Entretanto, sua sorte acabava por ali, pois o castelo desconhecido era um grande labirinto. Kit tentou se guiar por sua intuição, mas ela acabou levando para um lugar completamente desconhecido ao garoto. Ele estava correndo pelos corredores escuros do castelo até chegar a uma área com várias tendas com o símbolo real. Provavelmente, era o local onde dormiam os soldados do castelo. Ele havia acabado de dobrar uma esquina e finalmente avistou uma saída: Um pequeno portal de metal que dava para um longo campo gramado e escuro. Provavelmente deveria ser um lugar para trocar mercadorias ou cartas, mas Kit era pequeno, conseguiria passar por ele. Seu coração já saltava com a felicidade do sucesso de sua primeira missão quando uma voz falou atrás dele:
– Lady Lilian! – chamou o homem.
Kit congelou no exato lugar onde estava, se virando lentamente para trás. Lá estava o príncipe Aleph, parado no lado oposto do corredor. Ele obviamente havia se trocado para um par de roupas limpas, pois as últimas ainda estavam jogadas no quarto de Nicholas, completamente encharcadas pelo leite de mancebo do seu irmão. Agora, o príncipe estava novamente muito charmoso. Parecia que nada que aconteceu na última hora havia sequer ocorrido. O próprio kit se questionava se não estaria imaginando coisas, ou se não havia se confundido. Mas não, só poderia ser ele. De qualquer forma, o garoto resolveu que a melhor saída para aquela situação seria manter o disfarce.
– Olá… – disse Kit, ou melhor, Lady Lilian, sem graça.
– Vossa graça está perdida? – perguntou o homem muito educadamente, se aproximando do garoto.
– Ah… Acredito que sim, hahaha. – disfarçou Kit.
– Vamos, deixe-me levá-la até a minha tenda. Fica logo ali. Assim, nós podemos conversar mais um pouco. Para confessar-lhe a verdade, senti uma enorme vontade de conhecê-la melhor durante o jantar, mas não pude me extender no assunto devido a sua breve partida. Seria uma lástima deixá-la partir sem antes ter a chance de uma boa conversa. – disse o príncipe, envolvendo o garoto com um de seus braços e o guiando da maneira mais gentil e cavalheiresca possível. Entretanto, o braço que o envolvia de maneira tão cuidadosa também era um problema, pois não deixava espaço para negar o convite.
– É claro… – aceitou Kit sem escolha.
O príncipe não havia mentido, sua tenda ficava realmente a poucos metros de onde eles estavam. Ela era a maior do local, bem iluminada e com vários móveis dentro dela, além de um tapete vermelho que cobria todo o chão de terra, deixando o lugar aconchegante e agradável. Ali tinha tudo que alguém precisaba para sobreviver: Uma cama confortável (apesar de ser de solteiro), um armário, uma estante para pendurar armas e armaduras e outras para guardar livros, mapas e pergaminhos (essa estava lotada, o que confirmava as suspeitas de que Aleph era um ávido e inteligente leitor). De maneira geral, o quarto de Aleph era impecavelmente arrumado, assim como sua aparência. Nada estava fora do lugar. O homem conduziu Kit até o centro da tenda, onde havia uma mesa com 6 lugares e um pequeno banquete particular. Uma grande bacia estava disposta no meio da mesa com todas as frutas que Kit conseguia imaginar, todas com o verde frescor da mais nova estação. Além disso, havia uma garrafa de vinho já aberta e uma travessa com queijos e carnes para degustação. Aleph ainda era um príncipe, afinal. O homem loiro puxou uma das cadeiras para que Kit pudesse se sentar e sentou do lado oposto da mesa, ficando frente a frente com ele.
– Então, por onde devemos começar? – perguntou Kit da maneira mais descontraída possível, mas temeu ter soado nervoso.
– Antes disso, posso oferecer uma fatia de pêssego ou um pedaço de queijo? – ofereceu generosamente o futuro rei.
– Obrigada pela oferta, mas temo que devo recusar. Durante o jantar, provei de uma deliciosa geléia de morango. Porém, acredito que ela não tenha me servido tão bem quanto imaginei. Acabei sentindo um forte desconforto em meu ventre durante o sono. Agora mesmo eu estava procurando um banheiro… – mentiu Kit, prevendo a pergunta que Aleph faria do porquê ele estaria vagando pelo castelo à noite.
– Mil perdões, Milady. Não foi a nossa intenção. Estou profundamente descontente que algo que tenhamos lhe servido a tenha feito mal. Amanhã mesmo terei uma séria conversa com a cozinheira. – falou Aleph convicto. Por sorte, ele caiu direitinho na mentira.
Como aquela pessoa que estava sentada a sua frente, com olhos azuis tão gentis e palavras tão afetuosas, poderia ser a mesma que protagonizara a cena que Kit acabara de assistir? Sempre que Kit admirava o seu rosto tão bonito e honesto, não enxergava nada além de bondade. Kit então resolveu testar o príncipe, para saber se ele seria ou não capaz de interpretar dois personagens tão distintos.
– Vamos não falar sobre as dores que me afligem… – lançou Kit. – Nós estamos aqui para nos conhecermos melhor, não é?
– Sim, claro! – falou Aleph com entusiasmo.
– Conte-me mais sobre você, então. O que um príncipe tão encantado como você fazia nessa noite? – perguntou Kit de forma distraída.
– Obrigado, mas eu estava apenas tomando banho. Hahaha. – riu Aleph. Até sua risada era graciosa e melódica.
– Cuida de sua higiene. Mais um ponto a seu favor. – brincou Kit, fingindo estar interessado na conversa. – E antes disso? Como se diverte por aqui?
– Hmm, vejamos… – disse o homem loiro, passando a mão no queixo enquanto se recordava dos acontecimentos da noite. – Logo após o jantar eu vim até minha tenda. Passei um tempo lendo um documento sobre os recursos militares na nossa fronteira ao sul até que o sono me venceu. Acordei quando um soldado veio me alertar de um chamado do meu pai. Digo, do rei.
– Hmmm. Era algo de urgência? – continuou o garoto.
– Não diria exatamente de urgência… – disse o príncipe loiro enquanto procurava pela palavra certa. – Era mais como algo de grande importância. Precisei auxiliar meu irmão mais novo.
– E uma criada não poderia ter feito isso? – indagou Kit, temendo estar sendo muito insistente, porém o homem mal percebeu.
– Não! Hahahaha. – Aleph riu da possibilidade. – Era um assunto de homens, vossa graça não entenderia. Mais especificamente, apenas homens da nossa linhagem.
– Ah, políticas… Detesto esse assunto. – Kit fingiu não saber do que se tratava. – Mas por qual motivo apenas homens da sua linhagem?
– Também não. Pense algo como… Um rito de passagem, como um aniversário! Algo que indique que você está ficando mais velho. – Disse Aleph, como se fosse uma celebração. – Quanto a nossa linhagem, nós viemos de uma linhagem muito especial. Não só por sermos realeza, obviamente. Particularmente, não ligo muito para títulos. Mas nossa linhagem também é especial por outros motivos. Dizem que os homens da minha família são descententes dos antigos deuses do norte, e por isso, seriam fisicamente superiores que os outros, em todos os sentidos. É uma característica que nós apreciamos bastante. Por isso, nós temos o costume de passar essa “força” de geração em geração. No fim, nada mais é do que uma tradição de família.
– Compreendo. Parece ser muito divertido, então.
– Ah, é bem divertido. – comentou Aleph. – É um motivo para se orgulhar!
– E onde está o jovem príncipe? Gostaria de dar-lhe os meus parabéns. – falou Kit.
– Ah, ele está descansando agora. O maninho ficou exausto depois da cerimônia. Mas você pode encontrar ele amanhã e parabenizá-lo diretamente. Tenho certeza que ele irá apreciar o gesto. Afinal, ele irá sentir um grande desejo de testar os seus novos “dotes”, se assim posso dizer. Quase como se tivesse ganhado uma nova espada e precisasse exibí-la para todos. – falou o homem loiro.
Aleph não havia mentido sobre nada, mas também não falou a dura verdade sobre o que tinha acontecido. Pela sua falta de trejeitos em encontrar as palavras certas, ele era apenas um idiota honesto e charmoso.
– Ficarei feliz em felicitá-lo. Porém, acredito que realmente deva ir agora. Está ficando tarde e minha partida será amanhã. – disse Kit, se levantando da mesa da maneira graciosa que conseguia.
– Claro… – disse Aleph tristonho, claramente decepcionado por perder sua companhia. – Vossa graça permite que eu a acompanhe até os seus aposentos?
– Não será necessário, obrigada. Sei exatamente onde ficam. Pode dar sequência ao seu merecido descanso, meu príncipe. Não precisa se preocupar comigo. – disse Kit, já a meio caminho da saída.
– Tudo bem. Adorei conversar com você. Nossa conversa foi muito agradável e esclarecedora. Obrigado por ela. – agradeceu o príncipe.
– Disponha. Boa noite. – Falou Kit ao cruzar a porta da tenda, sem olhar para trás.
– Exceto pelo fato que… – começou o príncipe. – nenhuma geléia fora servida no jantar.
Kit sentiu uma dor lascinante na nuca e imediatamente seu corpo perdeu o equilíbrio, fazendo com que ele caísse de cara no chão enlameado. Uma dor pulsante se estendeu do seu crânio até as terminações nervosas de suas pernas. Ele passou os dedos pela cabeça num reflexo e eles voltaram melados com sangue. O garoto viu as botas do príncipe se aproximarem vagarosamente e ele agachar para pegar o pesado cálice de ouro que havia o acertado pelo flanco antes de perder completamente a consciência.
– É uma pena… – suspirou o príncipe. – Você parecia ser uma pessoa interessante.
Quanto Kit acordou, estava num lugar completamente diferente. Era uma sala escura e abafada, quase sufocante. A dor ainda latejava forte em seu crânio e o menino estava vendo tudo duplicado. Aleph estava sentado em uma cadeira de madeira do outro lado do cômodo. Suas vestes continuavam as mesmas, uma calça de couro e uma camisa branca de linho, mas ele havia aberto a parte da frente, deixando à mostra o seu peitoral musculoso. Havia também outros dois guardas no local. Estes estavam completamente armadurados, com exceção do elmo. Um dos soldados era branco e tinha os cabelos castanhos, provavelmente entre 35 e 38 anos. O outro era moreno e tinha cabelos pretos e curtos, além de uma cicatriz na sobrancelha. Kit tentou se mover apenas para descobrir que era impossível. Suas mãos e pernas estavam presas com algemas de ferro. Além disso, ele não estava vestindo as roupas de antes. Agora, usava um trapo surrado, parecido com um saco de batatas. O feitiço havia sido desfeito.
– Parece que a princesa finalmente despertou de seu sono. Como está se sentindo? – perguntou Aleph educadamente.
– Minha cabeça dói… – reclamou Kit ainda grogue. – Por favor, me solte.
– Ora, Lady Lilian. Nós dois sabemos que eu não posso fazer isso. – disse o homem loiro. – Ou melhor, como devo lhe chamar? Já que obviamente você não é a Lady Lilian. Ou sequer uma moça.
– Meu nome é Lilian… – repetiu Kit.
– Vamos. Tsc! – disse o príncipe impaciente, levantando da cadeira. – Que coisa desonrrosa! Preciso realmente ensiná-lo a não contar mentiras? Creio que eu deva educá-lo como um menino deve ser educado.
O príncipe segurou pela corrente que prendia o pescoço de Kit, fazendo com que ele levantasse cambaleante. Então, o homem sentou novamente na cadeira com as pernas abertas e forçou Kit a deitar sobre elas, fazendo com que o menino ficasse de bruços em seu colo. Suas pequenas perninhas mal tocavam o chão. Pacientemente, Aleph levantou o pedaço de tecido esfarrapado da cintura do menino, exposto sua bunda completamente nua e lisinha para os dois soldados. Então, ele levantou sua mão pesada e a desceu com tudo em uma palmada. A dor daquele tapa fez com que Kit voltasse a realidade e arrancou um grito de sua garganta.
– Vou repetir a pergunta: Qual o seu nome? – disse o príncipe loiro.
– Kit! Meu nome é Kit! – disse apressadamente o garoto.
– Ótimo. Eu diria que é um prazer conhecê-lo, mas não gostaria de falar isso nessa situação. Acredite, é realmente desagradável para mim estar fazendo isso. Agora, Kit, como você conseguiu uma carta real autenticada? – questionou Aleph.
– Eu não sei, eu só… – começou o garoto.
Outra palmada. Aquela dor irradiou por todo o seu corpo, fazendo ele estremecer. Imediatamente, lágrimas brotaram nos seus olhos.
– Eu falei que eu não sei! – gritou Kit. – Eu…
Mais uma tapa. Aquilo arrancou um gemido de dor pouco másculo do jovem. A dor queimava em sua bunda como se ele tivesse sentado em labaredas vivas. Cada nádega sua já estava vermelha como carne crua.
– Foi um nobre! Um nobre de Novigrard! Não sei o nome dele, eu juro. – falou desesperado.
– Compreendo. Parece que estamos chegando a algum lugar. – disse o príncipe satisfeito. – Então, por qual motivo você resolveu forjar uma carta real entrar no meu castelo fingindo ser outra pessoa?
– Eu estava interessado em um item do seu castelo… Fiquei sabendo que seu pai recentemente adquiriu sua posse… – assumiu Kit. Realmente, aquilo não era mentira, mas ele não poderia falar mais nada para não comprometer a missão.
– Parece que o seu plano falhou, infelizmente. Mas, certamente, você não esperava que ele fosse ter sucesso estando sozinho, não é? – questionou o príncipe. Aquele filho da puta além de ser lindo e abençoado pela linhagem, também era muito perspicaz. – Diga-me, há outras pessoas com você?
Kit não poderia responder aquilo. Não poderia entregar os seus amigos. Por isso, manteve silêncio. Porém, seu silêncio durou pouco até sentir a dor de outro tapa em seu traseiro.
– Há mais alguém com você?! – repetiu Aleph enfurecido. Finalmente, sua verdadeira personalidade havia sido revelada. Não havia mais nada de gentil naqueles olhos azuis. Eles apenas brilhavam com uma raiva incontrolável.
– Não! – mentiu Kit.
Ele sentiu outro tapa, e mais um, e mais um. Sua bunda já estava completamente roxa com hematomas. Ele provavelmente não conseguiria sentar por um longo tempo. Não foi forte o suficiente para segurar suas lágrimas enquanto apanhava de Aleph, por isso chorou como só uma criança choraria. Mas, mesmo assim, não dedurou nenhum dos seus companheiros. Ele manteve até o fim o sigilo sobre a existência dos seus amigos. O príncipe bateu nele com toda sua fúria, mas a dor que ele afligia não superava a determinação de Kit em proteger os seus amigos. Ele apanhou, e muito, até que eventualmente o príncipe se cansou de bater.
– É inútil… – disse o homem loiro esbaforido, com suor se acumulando em sua testa. – Preciso partir para outro método. Que tal… – falou Aleph, colocando as mãos entre as pernas de Kit e alcançando seus pequenos testículos. – Se eu cortar essas bolinhas fora? Hmmmmm? O que você me diz? – ameaçou o príncipe.
Kit manteve o silêncio enquanto o homem apertava seus ovos até que eles ficassem roxos, causando uma dor insuportável no processo.
– Peguem aquela faca. – Disse Aleph para os guardas, se referindo a um facão que ficava em cima da mesa.
Um dos guardas, o moreno, não pessoa duas vezes. Apenas foi até a mesa e entregou a lâmina na mão de Aleph.
– Sabe, há uma certa ironia nisso… – comentou o príncipe para si mesmo. – Esta noite eu fiz do meu pequeno irmãozinho um homem, e agora estou prestes a fazer exatamente o contrário. Vamos dar um motivo para chamar você de Lady.
Aleph segurou bem os ovos de Kit para trás e levantou a mão com o cutelo, prestes a dar o golpe. Seja pela dor alucinante que ele sentia, pelo nervosismo causado pela situação ou pelo puro pânico que tomava conta de sua mente, mas o corpo do menino acabou reagindo de uma maneira muito estranha. No meio de todo aquele caos, ele acabou ficando de pauzinho duro. Aleph ficou sem palavras quando percebeu aquilo.
– Ha… Haha, Hahaha. Hahahahaha. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! – Gargalhou alto o príncipe, incrédulo com o que estava acontecendo. – Não acredito nisso. Você ficou duro nessa situação?
Aleph segurou novamente o menino pelo pescoço e o fez ficar sentando normalmente em seu colo, de frente para os guardas. A dor de sentar por cima da bunda ferida era inimaginável. O homem agarrou com cada uma das mãos uma perna do menino e forçou-as a se abrirem, deixando o pauzinho ereto do garoto bem exposto para os dois homens a sua frente.
– Vocês estão vendo isso? Por favor, me digam que estão vendo isso. – Falou Aleph se referindo ao membro em riste do garoto, que não tinha mais que 7 centímetros naquele estado. – Eu estou ficando louco?
– Não, senhor. Nós também estamos vendo, senhor. – respondeu o guarda de cabelos castanhos.
– Não é possível. – continuou o príncipe atônito. – Peguem nele para ver se é verdade. – ordenou Aleph.
Os dois homens se aproximaram. O de cabelos castanhos pegou na pontinha da pica do garoto e deu uma apertada. O segundo segurou pela base e deu um aperto mais forte, fazendo-a pulsar.
– Parece bem duro, senhor! – respondeu o guarda, fazendo uma continência.
– Seu moleque nojento e miserável… – disse o príncipe num misto de nojo e comédia. – Você foi capaz de ficar de bilola dura mesmo numa situação como essas?! Você sequer tem algo dentro dessa cabeça oca? Será que você não tem cognição suficiente para entender a posição que se encontra?! Quão pervertido você precisa ser?
– Eu não… Não foi minha intenção ficar assim… É que você estava segurando no meu pau e aí… – Disse Kit, agora constrangido.
– Você ficou assim por causa disso?! Hahahahaahaha! Hilário! – gargalhou Aleph. – Ficou de pintinho duro só porque eu peguei no seu pau… Quer dizer, se é que dá para chamar isso de “pau”. Fala sério, olha só para essa coisinha. – disse Aleph, pegando no seu amigo de baixo para comprovar o seu ponto para os dois homens que assistiam a cena. – Olhem só isso. É tão pequeno e fino que parece um graveto! Olhem só, parece que vai quebrar a qualquer momento. Eu já vi crianças de 7 anos com instrumentos superiores. Não é hilário, rapazes? – perguntou o homem loiro.
Os dois soldados também soltaram gargalhadas. Se por vontade própria ou por pressão, Kit não saberia dizer. Mas elas pareciam bem verdadeiras.
– Eu limpo os meus dentes com um palito mais grosso que isso. – brincou o homem de cabelos castanhos.
– Hahahahaha! – riu o príncipe, batendo com a mão em sua coxa de tão alegre. – Essa foi boa! Você, bote o seu pau pra fora. – ordenou Aleph para o soldado que fez a piada.
– Err, perdão, majestade? Eu ouvi direito? – perguntou o homem confuso.
– Eu gaguejei? Anda, saca a rola para fora. – repetiu o príncipe.
O homem olhou para o outro soldado desconfiado, mas fez como o ordenado. Meio sem jeito, ele retirou a parte da armadura que cobria sua região íntima e desceu as calças, revelando sua cobra. Ela era branca e repousava mole entre suas pernas. O guarda ficou parado mostrando para o príncipe, sem saber o que fazer.
– Vamos, aproxime-se. Vamos comparar as duas. – falou Aleph.
O homem se aproximou sem jeito, repousando a jeba inerte em cima da de Kit. A diferença era óbvia. A do homem, mesmo estando mole, era bem maior e mais grossa do que o gravetinho de Kit. O membro do garoto não dava nem metade da grossura daquela coisa.
– Há! Olhem só! Ele cobre a sua coisinha completamente. – provocou Aleph. – Não dá nem para acreditar que você é um menino desse jeito, quem dirá um homem. Você consegue fazer xixi com essa coisa? Por favor, me diga que você mija sentado.
– Cala a boca… – falou Kit com raiva.
– Ora, não fique bravo. Ele ainda nem deu motivos para isso. Mas, mesmo que você já tenha perdido essa competição, ela ainda é injusta, não? – disse o príncipe. – Vamos ver o real tamanho da diferença. Você, endureça-o – ordenou o príncipe.
O guarda também parecia estar meio constrangido, mas fez o que o príncipe pediu. Pouco tempo depois, estava com uma ereção. A cabecinha rosada tentava escapar para fora da pele. Era um pau médio, cerca de 15 centímetros, mas já era uma diferença gritante para aquela coisinha frágil e infantil que Kit tinha mas pernas.
– Agora eu vejo que estaria te fazendo um favor se cortasse isso. – disse Aleph para Kit. – Você também, bote para fora. – falou o homem para o outro guarda.
Prontamente, o guarda moreno também deixou o seu à vista. Ele já estava em ponto de bala e babando. Era levemente escuro e tinha uns bons 19 centímetros. A diferença entre os membros foi ainda maior.
– Agora, deixe-me lhe mostrar o que eu quiser dizer quando falei que era superior em TODOS os aspectos. – disse Aleph.
O homem que segurava Kit no colo colocou, com certa dificuldade, a mão em sua calça, desabotoando-a. Em seguida desceu-a até a metade das pernas. Algo monstruoso pulou lá de dentro. Kit já havia ficado assombrado com o tamanho daquela coisa quanto o viu de longe, mas vê-la pessoalmente era impensável. Era grossa e veiúda, como uma tora de carvalho branco. Aquilo era quase do tamanho da perna inteira de Kit. Era desumano, fora do normal. O garoto parecia não ser o único assustado com aquela coisa desproporcional, pois os dois homens a frente olhavam para aquilo atônitos, completamente derrotados.
– É grande, não é? – perguntou Aleph, exibindo os seus dotes para os três presentes. Os dois homens estavam simplesmente sem palavras. – Eu já a comparei com a de um cavalo para pagar uma aposta. O pobre alazão foi sacrificado depois que eu ganhei. E olha que ela não está nem completamente dura ainda. – Todos ainda estavam em choque para falar qualquer coisa. – Tá bom, já olharam demais para minha pica. Não é todo mundo que tem o privilégio de vê-la. Considerem honrados.
Então, Aleph subiu novamente suas calças, guardando com muita dificuldade seu imenso cacete.
– Obrigado, majestade. – falaram os dois soldados com uma nova continência.
– Fala sério! Nós nem parecemos ser da mesma espécie! Tem certeza que você é um menino? – perguntou Aleph para Kit, tocando pela primeira vez naquela coisinha.
Aquilo estava tirando Kit do sério. Já era ruim ser exposto daquela forma, quem dirá ser humilhado pelas diferenças de tamanho. Entretanto, seu corpo não sabia como negar os estímulos. Quando o príncipe o tocou, ele deu uma pequena pulsada involuntária. Aleph percebeu esse reflexo e sussurrou baixinho no ouvido de Kit, para que só ele pudesse ouvir:
– Hmmm, interessante… Ver eles dois de pau duro te excita? Ou será que é por minha causa? É disso que você gosta? De ver rola? – provocou o homem loiro. – Você gosta de ver a rola de adultos?
– Não!… – respondeu o menino com um certo desespero.
– Se é isso que te satisfaz , eu vou fornecer um show particular para você então. – disse ele. – Guardas!
– Sim, senhor!
– Soquem uma punheta imediatamente.
– Err… Senhor, não quero faltar com respeito, mas eu tenho esposa… – Disse o homem mais velho.
– Minha namorada não vai gostar nada disso… – falou o rapaz moreno.
– Em vocês mesmos, idiotas! – ralhou o príncipe.
– Ah, tá. – responderam os dois guardas ao mesmo tempo.
Então, os dois começaram a se tocar de maneira nem um pouco sensual e até desengonçada. Cada um na sua pica. Mas Kit estava assistindo aquilo tudo enquanto Aleph o tocava. Não demorou muito até que Kit chegasse no clímax, mas o príncipe de cabelos loiros parou antes que o menino pudesse gozar. Ele não daria aquela satisfação a Kit. Ele sabia perfeitamente como tirar uma pessoa do sério.
– Seu imundo! Não terá esse prazer. – falou Aleph, parando de tocar o garoto e empurrando-o para que ele caísse no chão e saísse do seu colo. – Você quer ser tratado como um homem? Então que assim seja. Terá um fim muito pior. Guardas! Levem ele para a devoradora-de-homens! – disse o príncipe com um tom sombrio. – E, pela decência, parem de bater punheta!
Os dois homens guardaram seus instrumentos ainda rígidos no mesmo instante e levantaram o garoto pelo braço. Eles o carregaram por uma longa escadaria que descia cada vez mais em espiral. Ela parecia não ter fim. Foram alguns minutos descendo até que finalmente chegaram a uma cripta úmida e feita de pedras. Ela se parecia com uma caverna, mas dava para uma espécie de lagoa. Metade da cripta era feita de pedra lisa e a outra metade era preenchida pela água. Kit até cogitou tentar nadar, pois a água com certeza daria para fora do castelo, porém o tamanho era tão grande que ele provavelmente se afogaria antes de chegar na metade. Do lado esquerdo da cripta havia uma espécie de cela entalhada na pedra, como uma cavidade. Os guardas abriram a cela e atiraram com brutalidade o menino lá dentro. Depois, olharam um para o outro e falaram:
– Não conta para minha mulher que eu bati uma na sua frente… – disse o homem de cabelos castanhos.
– É claro… Se você não contar para minha namorada… – falou o rapaz moreno.
– Com certeza! Nosso segredo está guardado. Depois daqui esquecemos isso. Mas… – disse o guarda agarrando seu pacote. – Pior que agora eu estou galudão…
– Eu também. Não quero sair por aí desse jeito… – comentou o jovem moreno. – Eu acho que o príncipe não vai precisar mais da gente, por enquanto. Aquela sala está vazia…
O guarda mais velho entendeu onde o rapaz estava querendo chegar.
– Eu não olho para a sua se você não olhar para a minha…
– Combinado. – disse o cavaleiro.
Então, os dois subiram escadaria acima, deixando Kit completamente sozinho. Ou era o que ele achava, pois foi quando finalmente seus olhos se adaptaram a escuridão do local que ele pode perceber que havia outra pessoa na cela. Era um jovem encolhido e magricela, com uns 16 anos. Ele tinha o cabelo cor de palha e rosto corado de sol. Provavelmente, era um camponês. Ele estava vestindo os mesmos trapos que Kit vestia. O rapaz olhou para o garoto assustado.
– Olá? – saudou Kit para o seu companheiro de cela.
– Oi… – respondeu o jovem camponês.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo, sem saber o que dizer naquela situação.
– Então, o que você fez para parar aqui? – indagou Kit.
– Eu roubei alguns pães da cozinha real para alimentar a minha irmã que sofria de fome. Não achei que alguém poderiam perceber. Infelizmente, perceberam. – disse o rapaz tristemente. – Fui preso e condenado a pior sentença possível: Morrer para a Skell’eth. Agora, minha vida acabou. Quem cuidará da minha irmã? – disse o rapaz com lágrimas escorrendo pelo seu rosto marcado pelo sol.
Tirando o fato que estava maltrapilho e sujo, ele parecia ser forte e saudável. Provavelmente era um camponês trabalhador. Era uma pena ter acabado daquele jeito. Mas havia algo mais importante a ser discutido.
– Quem diabos é “Skell’eth”? – perguntou Kit.
– Não é “quem”, mas sim “O quê”. Ela é praticamente uma lenda. – falou o rapaz com um tremor de medo na voz. – Dizem que ela…
Sua explicação foi interrompida quando Aleph abriu de repente a porta da cela. Os dois garotos se olharam assustado.
– Vejo que estão se conhecendo. Bem, sinto muito interromper a reunião. – falou o homem de olhos azuis com enorme crueldade. – Mas trouxe um presente para vocês!
O príncipe, irmão mais velho de Nicholas, trouxe consigo um pequeno frasco com um pó cintilante e rosa. Kit sabia exatamente o que era, pois sofreu bastante com aquela substância na primeira vez que saiu sozinho em uma aventura. Aleph jogou um pouco no rosto de Kit e no do garoto de cabelos de palha ao lado. Logo os efeitos daquela substância maldita começaram a fazer efeito. A respiração mais rápida, os batimentos cardíacos acelerados, a sensação de queimação se espalhando por todo o seu corpo… Logo, tanto Kit quanto o adolescente camponês estavam com duas ereções descontroladas. Seus membros pulsavam de maneira não natural. A ereção do camponês era tão forte que era possível vê-la através dos trapos que ele usava. Kit olhou para o rapaz e os seus olhos se moviam de maneira desordenada, como se estivesse sob o efeito de uma forte droga. Ele até tentou esconder suas vergonhas, mas não tinha como controlar aquelas pulsada frenéticas. O mesmo podia ser dito de Kit.
– Agora, você vem primeiro, já que está aqui há mais tempo. – falou Aleph, agarrando o camponês algemado pelo braço e levando-o até o meio da cripta, na beira da água. O camponês mal conseguia andar com sua benga pulando de um lado para o outro. – Ótimo, vejo que a droga já fez efeito. O seu cheiro jovem de homem que mal saiu da puberdade com certeza vai atraí-la. Agora, fique paradinho aí. Deve começar a qualquer momento.
Aleph então deixou o camponês deitado perto da água enquanto o jovem se contorcia de tesão e correu até a cela onde Kit estava, ficando a uma boa distância. Ele havia deixado uma tocha caída ao lado do rapaz, para que pudessem assistir ao que estava prestes a acontecer.
– Preste bem atenção no destino que lhe aguarda. – falou Aleph para Kit.
O jovem ficou no chão, tentando domar aquilo que fugia ao seu controle no meio de suas pernas, quando um leve ondular surgiu na superfície da água. Era como se algo estivesse se movendo debaixo da superfície escura. Um barulho grave e com certeza não humano ressoou no local, fazendo as paredes estremecerem. Aquilo causou um frio na espinha de Kit e assustou até a sua alma. Parecia um barulho vindo da própria terra, ou de algo mais além. Era o barulho de um nautilus, um colosso oceânico.
Então, da superfície da água surgiu, deslizando como uma cobra pela pedra polida, um único tentáculo negro. Ele era viscoso, mas ao mesmo tempo parecia ser feito de fumaça e escuridão. Com certeza não era natural. O tentáculo deslizou lentamente até alcançar o pé do camponês, e começou a se enroscar em sua perna. De repente, outro tentáculo surgiu da água e se enroscou na cintura do camponês, que nessa hora já estava morrendo de medo. Ele arrancou os trapos que o garoto vestia como se não fossem nada, deixando-o completamente peladinho. Mais um tentáculo. Dessa vez, ele foi subindo e se enroscando pela perna, até que subiu até a região da virilha do rapaz e se enroscou em seu pau. O tentáculo se fechou com força e começou a subir e descer lentamente, como uma punheta monstruosa. O garoto começou a gritar de dor. Era um grito que surgia do fundo de sua alma. O ar do ambiente havia sido preenchido com malignidade. Mais um tentáculo surgiu, dessa vez, foi subindo pela outra perna até que chegou no cu do jovem, e começou a penetrá-lo. O adolescente gritava e urrava em puro desespero. Era assombroso.
Então, o corpo da criatura finalmente saiu da água. Kit viu apenas por uma fração de segundos, mas era de um terror indescritível. Sua anatomia era complexa e maldita demais para qualquer compreensão humana. Aquela breve cena foi capaz de tirar a possibilidade de qualquer sono tranquila que o menino poderia ter pelo resto de sua vida. Seus sonhos seriam para sempre atormentados pela ciência da existência de tal coisa, renegada pela própria natureza. Se querem uma descrição de tal calamidade, basta dizer que nenhuma palavra seria capaz de expressar o seu terror da criatura com seus mil tentáculos e duas mil bocas. Nem o mais vil dos demônios conseguiria ser tão profano quanto aquele ser. Felizmente, a tocha que iluminava o local se apagou segundos após sua aparição. Restava apenas escuridão e os gritos desesperados e ensandecidos do jovem camponês enquanto era sexualmente abusado.
– Socorro! Socorro! Está me engolindo! Pelos deuses! Eu sinto! Está queimando! Estou queimando! Meu pau! – urrava o camponês. – Ahhh! Ahhhhhhhhhhh! Eu sinto… penetrando… dentro dela…! É horrível! Faça parar! Matem-me! MATEM-ME! EU VOU GOZAR!
Kit achou que seria uma morte rápida, mas aquela situação se estendeu por longos minutos. Nada poderia expressar o terror que passava na cabeça do garoto de saber que aquele seria o seu destino. Ele preferia mil vezes morrer na fogueira. Os gritos daquele rapaz, na flor da sua idade, para sempre seriam um lembrete da crueldade do mundo. Aquele era um trauma do qual ele jamais iria se recuperar. Quando se passaram cerca de meia hora de berros incessantes e inumanos vindo do rapaz, Aleph anunciou:
– Agora é a sua vez.
Kit não conseguia pensar em nada enquanto marchava para a morte, ainda ouvindo os sons do tormento que o esperavam. Suas penas tremiam, de como que ele mal conseguia andar. O pavor havia tomado conta de sua mente, mas Aleph continuava o empurrando e chutando para frente. Mas, quando ele chegou próximo o suficiente para sentir a presença maligna e destrutiva da criatura à sua frente, uma luz brilhou atrás dos dois.
– Solte-o agora. Ninguém mexe com o meu aprendiz! – gritou uma voz enfurecida. Era Gen, portando uma tocha em uma mão e seu espadão na outra.
Ele avançou como um raio, cruzando a distância dos dois em um piscar de olhos. O príncipe mal teve tempo de sacar sua espada e se defender do golpe. Kit aproveitou a situação para correr para longe da criatura.
– Seu aprendiz? Não me faça rir. – disse Aleph. – Você escolheu um inútil para gastar o seu tempo. Ele não pode nem ser considerado um homem. Deve ser uma merda de mestre, também.
– Se ele é um homem ou não, eu quem decido. – respondeu Gen. – Mas você com certeza não viverá o suficiente para descobrir.
Ele avançou novamente. Lâminas se chocando. Os golpes eram tão fortes que ecoavam pelo local como terremotos, suprimindo até os sons de horror do jovem camponês. Aleph empunhava sua espada com elegância, deferindo e defendendo golpes na velocidade da luz. Mas Gen estava furioso. Sua pompa não durou muito tempo frente ao poder do Capitão dos Cães de Novigrard. Gen girou o corpo e deu um golpe frontal com toda sua brutalidade. O príncipe se defendeu com sua espada, mas a força de seu golpe foi tamanha que ele voou vários metros para trás. Sua recuperação foi rápida, mas o impacto fez efeito. Seu olhar tinha perdido a prepotência e agora estava preocupado. Ele fez um golpe em meio círculo com sua espada, que acertou Gen de raspão, o suficiente para arrancar sangue, mas o capitão ignorou o ferimento e avançou em outro golpe. O príncipe escapou por milímetros, mas as barras de metal que formavam a cela foram fatiadas como pedaços de papel. Aleph tentou uma investida e um golpe no pescoço, porém Gen se defendeu com o espadão e lançou uma série de sucessivos golpes, um mais pesado que o outro. Era como se um gigante estivesse brigado com uma montanha. Aleph usou toda a técnica e esgrima que conhecia. Mas, técnica ou esgrima nenhuma poderiam o proteger da força daquelas golpes. Um estalo de osso quebrado foi seguido de um grito de surpresa do príncipe. Sua espada voou longe e ele foi novamente lançado na direção oposta. Dessa vez, ele sabia que iria perder a batalha: Gen o havia vencido. Ele aproveitou a distância e subiu em disparada escadaria a cima. Gen fez menção a perseguí-lo, mas Kit o impediu com um chamado.
– Mestre! Não é hora! – falou Kit desperado, que ainda ouvia os gritos do camponês de cabelos cor de palha. – Ele ainda pode ser salvo!
Gen entendeu o recado e atirou sua tocha na direção da criatura. Seus olhos foram tomados pelo mesmo terror pelo vislumbre de um mundo proibido e macilento. O objeto ricocheteou na criatura como se fosse um brinquedo, mas o fogo ou a luminosidade parece ter surtido efeito. A criatura se encolheu e voltou para o mar tão rápido que não condizia com o seu tamanho ou peso. Segundos depois, havia partido.
O jovem camponês estava parado, imóvel e nu deitado no chão de pedra lisa. Kit correu ao seu auxílio. Sua pele estava muito pálida e gélida, como a pele de um afogado. Seus lábios estavam rígidos e roxos, com o beijo da morte. Seu corpo inteiro estava marcado por hematomas de sucção. Já seu pau jazia ainda duro, escorrendo um líquido estranho e viscoso. Uma mistura de porra com icor negro e demoníaco. Algo simplesmente repulsivo. Seus olhos estavam vítreos, petrificados em puro terror. Kit achou que o adolescente estivesse morto, mas alguns tremores tomavam conta do seu corpo. Kit tentou levantá-lo, mas o jovem se virou de lado e vomitou tudo que havia dentro do seu intestino enquanto o seu corpo se tremia. O menino tentou se comunicar com o camponês, mas o jovem parecia ter desaprendido a falar ou sequer a escutar. Seu rosto apenas carregava uma expressão de vazio enquanto seus lábios tremiam.
– Acorde! Responda! Eu sei que você pode me ouvir! – dizia Kit
O menino o sacudia, mas o jovem sequer parecia enxergá-lo. Ele era assombrando por um espectro do além, uma visão de outros mundos. Mais icor preto vazou de sua rola e do seu ânus. Gen segurou as mãos do menino para que elas parassem de sacudir o jovem.
– Ele está além da nossa salvação. – falou o capitão.
– Não! Ele ainda está respirando! Ele ainda está vivo! – implorou Kit.
– Não adianta, sua mente já está perdida… Sinto muito, mas ele se foi. – disse Gen pesarosamente.
Então, Gen fez a coisa mais misericordiosa que poderia ter feito. Ele levantou o rapaz, pálido como um fantasma, e o carregou nos braços, como uma noiva morta. Ele entrou na água até a cintura e repousou o jovem, que era incapaz de ter qualquer reação. Gen deixou que as águas negras embalassem o seu corpo e o engolissem por inteiro, dando finalmente descanso aquela pobre alma atormentada enquanto o camponês afundava.
– Vamos, os outros estão nos esperando. – disse Gen, finalmente reparando em com Kit estava. – Você consegue caminhar com… Isso aí desse jeito? – falou o seu mestre, referindo-se a situação que acontecia entre suas pernas.
– Não… – admitiu o garoto.
Sem pensar duas vezes, Gen o carregou pelos braços, do mesmo jeito que fizeram com o camponês. Entretanto, essa alma ele tinha o dever de salvar e proteger.

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14 Comentários

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  • Responder Tesao23 ID:7xbyqz4v99

    Queria que alph fizesse kit hehe

  • Responder Agost ID:funxhy9ql

    Mais sexo entre kit e gen e no futuro mais distante o irmão dele metendo junto com gem em kit

  • Responder Bro Lost ID:funxhy9ql

    Filé mano, faz no mínimo 50 capítulos se não acho que faleço hehe, claro no seu tempo óbvio sem pressão.

    • Maike lus forever ID:funxhy9ql

      MDS , amei, vc escritor so pode ser Deus , já compartilhei com amigos e amaram e na nossa humilde opinião tinha que explorar mais a relação sexual entre kit e Gen chaga de punhet@ entres eles, não precisa trazer o romance deles agora pq broxaria tudo, mas pode criar situações que fazem o gen e ele fazerem coisas pervertid@s , gen tem que usar mais o kit , dar porr# pra ele , rol#, urina …. Aquele capítulo do kit dentro das calças foi muito criativo. O do irmão ejacu.lando na boca dele na hora do aperto tbm. A iniciação dele no bar foi perfeita , entregou muito.

  • Responder Elis.cv ID:funxhy9ql

    Que saga maravilhosa , alegrou minha alma de verdade , vc mandou incrivelmente bem

  • Responder Loslu ID:1eqtfaggnls1

    Cara vc é Mt fodaa, q conto perfeito!!!! Me promete q não Vai dar ouvidos a quem te criticar

  • Responder Axb13 ID:funxhy9ql

    A saga é mais que perfeita até agora , meus sinceros parabéns tá excelente ,sua criatividade é incrível continue por gentileza , eu ficaria maravilhado com a continuação , porém acho que deveria explorar mais a relação de sexo de kit sendo usado pelo seu mestre ou se não for de seu desejo meta picas de outros personagens nele.

    • Grego sexy ID:funxhy9ql

      Sem palavras …. Escritor do século!!!

  • Responder Fênix negra ID:1daifftfia

    Gostei muito esperando a continuação ansiosamente

  • Responder Akashi ID:1dflrep1fq6e

    Sempre fico animado quando vejo que saiu conto novo dessa serie e sempre vale a pena.
    Seus contos são muito bons!!!
    Pf continue

  • Responder Caiyur ID:fuor92ed0

    Esse final me pegou desprovido, eu não achei que o Camponês iria morrer, achei que ele seria salvo, além disso, Kit as vezes é meio burro kkkkkkk mas não julgo por causa da idade kkkkkkkk. Esse Aleph é um safado, tomara que morra ou melhor, fique sem pau. Manda mais episódios, por favor, fico muito ansioso… kkkkkkk

    • Ati ID:7r02ts749a

      Deveria colocar esse conto no Wattpad, tô amando

  • Responder Luk ID:1d0u21p827ks

    Nossa muito longo… O conto até começou bem, mas se tornou longo demais, oque acaba deixando chato. Parei aqui .

    • Laris ever ID:funxhy9ql

      Sai daí quer coisa curta vai ler revista.