Uma vida pervertida

Como um cara nojento se descobriu perv e encontrou alguém pra dividir experiências

Sou o Carlos, tenho 24 anos e sou professor de ensino médio. Infelizmente, eu sou um cara feio, gordo, peludo, desengonçado. Eu sempre soube que eu era gay, mas por causa disso, os caras nunca me deram bola. Eu sempre acabava virando melhor amigo dos caras que eu gostava porque eles sempre me amavam: eu sou fofo, simpático, amoroso, até subserviente. Mas ninguém queria me comer e eu sempre tive um tesão muito grande dentro de mim, desde muito novinho.
Quando eu digo muito novinho, eu realmente quero dizer isso: com sete anos eu aprendi a brincar com meu pauzinho e desde já eu já tive meus primeiros orgasmos. Uma tia (que na época tinha uns 15 ou 16 anos) descobriu isso e me chamou pra brincar com ela: passávamos horas “brincando de cabaninha”, o que significa que passávamos horas debaixo das cobertas, eu enfiando meus dedinhos na xota dela e ela me batendo punhetinhas. Também tive um primo nessa época que tinha mais ou menos a idade dessa tia e eu lembro claramente dele me deitando num quartinho e apertando de levinho meus mamilos dizendo que era a brincadeira de tirar leitinho. Não lembro se ele chegou a mexer no meu pintinho, mas o fato é que eu já estava super exposto a esse mundo sexual e as coisas eram extremamente normais pra mim.
Nessa época, meu pai comprou nosso primeiro computador e eu comecei a iniciar outras pessoas no sexo. Eu chamava meus priminhos, amigos e vizinhos para virem em casa. Todos eles tinham a mesma idade que eu e também o mesmo tesão. Eu brincava principalmente com o Júnior e o José, mas as vezes a gente também tinha a companhia do Well ou da Sophia. O nosso rolê era colocar filme pornô no computador e tentar imitar. Eu sempre queria ser o passivinho, sempre queria chupar piroca. E no começo era tudo ótimo, até que eu comecei a reparar que eles tavam começando a me deixar de lado. Às vezes eu era completamente ignorado e só podia assistir eles “transando” na minha própria casa. Não que não fosse gostoso, eu até queria que tivesse continuado assim, mas teve uma hora que eu nunca mais estava presente. Eles não tinham mais interesse em mim.
Passaram-se os anos e, como eu só ficava cada vez mais feio, eu nunca conseguia ficar com ninguém. Fui ficando mais e mais adepto do pornô. Virei um bator, um gooner, um punheteiro. Eu passava horas trancado no quarto adorando a minha piroquinha (porque é claro que a minha piroca é tão feia quanto eu). Fui ficando cada vez mais dependente da minha rola, ficava louco se eu não gozava. E nessa de ver tanto filme pornô eu acabai enjoando das coisas que eram “tradicionais”. Fui do sexo gay teen e vanilla, pra sexo com ageplay. Eu adorava ver cinquentões comendo novinhos de 18 anos. Depois comecei a ver vídeos de BDSM com bastante tapa, cuspe, mijo. E então apareceu o scat, com vídeos de pau ensebado e caras limpando com a língua pirocas sujas de bosta. Não demorou e eu comecei a adentrar no mundo do zoo e eu adorava ver cachorros e cavalos acabando com as pregas de viadinhos.
Nessa época eu descobri que não importava o quão nojento eu fosse eu sempre ia achar alguém mais nojento que eu e que ia me achar minimamente atraente (ou ia achar que eu pelo menos merecia ser estuprado, pra usar as palavras do capitão). E foi assim que eu entrei no Omegle. Sempre achei uns velhos casados afim de me ver rebolando a bunda, enfiando objetos no cu, chupando meus dedos dos pés… Eu tinha que agradar eles, não importava o que me pedissem, eu faria. Eu já tinha me entendido como o lixo que eu sou e eu tinha que fazer tudo pra que eles sentissem prazer. Fui desenvolvendo um lado mais submisso e fui ficando curioso pra saber até onde eles poderiam me levar. Fui usando tags que eu não sabia o que iam me oferecer: dirty, rough, kinky, perv… Um dia encontrei um cara disposto a chupar um cachorro e perguntou se eu queria ver. Um dia vi um cara que curtia peidar com o cu virado pra tela. E um dia eu recebi um link do nada. O cara só mandou e vazou do chat.
Abri o link do mega e, se você já recebeu um link do mega, você sabe o que tinha por lá: CP pra caralho. Os primeiros vídeos não me incomodaram, eram coisas até ok que me lembravam muito a minha infância: gurizinhos se chupando, tios brincado com os sobrinhos, moleques tomando no rabo… Até que vi um vídeo que não vou entrar em detalhes, mas hoje sei que ele é muito adorado por aí, o ruivinho M*** e seu irmão. Naquele ponto eu achei tudo aquilo muito pesado. Fechei tudo e vazei, não queria mais continuar com aquilo.
Mas eu já tava contaminado com o vírus pervo então comecei a pedir mais links no Omegle. Fui vendo muita coisa e me acostumando. Assim eu me descobri um baita dum pedo. Tudo o que eu queria era ir cada vez mais profundo naquela porra. Quando me dei conta, eu já tinha criado twitter, telegram, wickr, tudo pra receber mais e mais daquele tipo de conteúdo, mas nunca durava mais que uma semana. Eu ficava com medo e apagava tudo, mas quando o tesão batia de novo eu começava tudo do zero até me acabar na punheta. As coisas começaram a ficar mais interessantes faz mais ou menos um ano quando comecei a conversar com um cara no wickr. O nome dele é Pedro e ele era diferente dos outros caras. Ele não queria só falar de putaria, falava que a vida não era só aquilo e, embora ele gostasse de ver vídeos de molequinhos sendo enrabados e de se imaginar sendo chupado por um pivete, ele também gostava de falar sobre cinema, literatura, política… Então viramos amigos, sempre trocando conteúdo e histórias, mas também sempre nos abrindo um para o outro. Já fizemos chamada ao vivo pra batermos punheta junto vendo os mesmos vídeos, já falamos sobre nossas vidas e cada dia nos aproximamos mais. Outro dia brinquei que a gente podia se casar e adotar uns menininhos. Não imaginei que ele fosse me levar a sério, mas ele levou e agora estamos combinando de nós encontrarmos daqui uma semana em um motel no Rio. Falei para os meus pais que eu ia aproveitar o feriado e passar uns dias lá. Tô botando fé de que serão dias divertidos. Não sei até onde vamos chegar com essa nossa amizade, mas ele até que gosta de mim (não tanto quanto gosta de pivetes, mas o suficiente pra querer me comer). Me desejem sorte.

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