# #

Karmela

10343 palavras | 2 |4.83
Por

————–
Nota do Autor: Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real, é mera coincidência.
————–
Segunda-feira, 21 junho de 2021
Hoje acordei com um baita tesão.
E não é um tesão qualquer, é aquela vontade de sentir um pau trivelando minhas tripas.
É inútil tentar lutar contra este tesão com uma siririca qualquer: tem que entrar em campo Karmela.
————–
Eu me chamo Carmela, mas Karmela é o nome de arte que uso quando faço filmes pornô.
Atualmente considero Karmela minha alter ego, que me salva quando estou em estado de espírito como o de hoje, mas nem sempre foi assim.
Karmela foi meu ganha-pão quando desembarquei em Milão, recém completados meus dezoito anos com, quase, uma mão na frente e outra atrás.
Digo “quase” porque, na realidade, não estava tão ruim assim de finanças, especialmente em razão de ter herdado do meu pai o apartamento onde eu moro aqui em Milão, que ele tinha recebido, por sua vez, de herança quando minha avó falecera.
Eu não cheguei a conhecer minha avó, que nunca quis seguir seu único filho quando ele se mudou para Roma, por razões de trabalho.
Lá ele comprou um bonito apartamento na periferia da capital, foi seduzido por minha mãe, vinte anos mais nova do que ele, engravidou-a de mim e casou com ela.
Ah, meu pai! Eu acho que sempre estive apaixonada por ele.
Seguramente ele põe no chinelo todos os homens que conheci.
Aliás, mais fico experiente, mais acho que todos os homens não prestam, excetuado obviamente meu pai, que descanse em paz.
Lembro-me que, quando eu era menininha, esperava com ânsia ele chegar do trabalho.
Sentávamos no piano e ele me ensinava a tocar, depois a gente tomava banho juntos na banheira, e aí conversávamos até a água ficar fria.
Quando eu completei sete anos chorei durante uma semana quando ele me informou que não íamos mais tomar banho juntos, porque depois de uma certa idade ficava inconveniente.
Em todo caso ele compensava com longos passeios no fim de semana, aonde nós conversávamos de tudo.
Já com minha mãe nunca tive um relacionamento muito bom.
Ela sempre foi muito ciumenta pelo fato que meu pai dava muita mais atenção a mim do que a ela.
Ela compensava pulando bastante a cerca e, o que a deixava mais possessa, era o fato que o marido não dava a mínima para isto.
Em 2009, quando completei treze anos, eu já tinha decidido minha vida: ia cursar o liceu musical, depois o conservatório e ia me tornar uma pianista de fama mundial.
Mas, justamente neste ano, o mundo caiu na minha cabeça.
Meu pai adoeceu e, em questão de pouco mais de um mês faleceu.
Ele foi embora com seu estilo calmo e pacato: fez um testamento, deixando para minha mãe o apartamento em Roma e para mim, quando cumprira os dezoito anos, o apartamento em Milão e repartiu, entre nós duas, suas economias.
Na hora de entrar na sala de cirurgia, de onde não sairia com vida, despediu-se de mim, segurando-me a mão e dizendo:
– Carmela, por favor, cuida de Gianna, tua mãe, porque ela não é tão forte como você.-
Chorei a morte de meu pai semanas a fio, mas tudo passa.
Me inscrevi no liceu musical, porém meu sonho de virar uma pianista de fama mundial nunca vingou.
A verdade é que eu toco piano de maneira sofrível, em compensação sou muito boa em composição musical.
Com a adolescência também comecei a me interessar por meninos, e aí também foi uma decepção atrás da outra.
Eu, que queria um homem que espelhasse a lembrança que eu tinha de meu pai, não encontrava entre minhas paqueras, um rapaz que chegasse aos pés dele.
Tentei até namorar, Mara, uma minha colega de classe, com a qual, durante algum tempo, trocamos beijos e carícias intimas.
Foi um pouco melhor, talvez porque não procurasse nela um substituto a meu pai, mas o fato dela ser muito ciumenta não deixou ir para frente nosso relacionamento.
Não obstante o que tinha prometido para meu pai, eu não cuidava em absoluto de minha mãe, que seguia sua vida totalmente independente da minha.
Eu já era bem emancipada pela minha idade e, a única coisa que compartilhávamos era o apartamento, grande o suficiente, para que esbarrássemos só por acaso.
Grande foi minha surpresa quando, em final de 2013, ela anunciou que ia casar.
– Com quem?- perguntei eu, que era totalmente alienada em relação a seus amantes.
– Com Pino. Você conheceu ele outro dia.-
De fato lembrava-me de um homem com o qual cruzara na sala, enquanto eu ia saindo para rua.
Pelo que eu me lembrava, “Bom dia” tinham sido as únicas palavras trocadas entre a gente.
– Ah! Quando?-
– Dezoito de dezembro, na nossa paróquia. É uma quarta feira. Você quer ser minha dama de hora?-
– Claro que não! Em todo caso vou comparecer, se não tiver outros compromissos.-
Ela não gostou nada de minha alfinetada, mas isto me deixou totalmente indiferente.
Este tal de Pino veio a morar conosco, mesmo antes do casamento.
Comecei a encontrar com ele pela casa.
Dava para perceber que ele queria puxar assunto, mas eu sempre cortava o papo.
Veio o dia do casamento e eu foi para a igreja, ficando na última fileira.
A última vez que tinha estado numa igreja, aliás naquela mesma do casamento, fora em ocasião do funeral de meu pai, e entrar lá dava-me arrepios.
Dispensei o refresco, realizado nas dependências da paróquia e fui para casa chorar.
Se com minha mãe tínhamos encontrado um equilíbrio, cada uma vivendo no seu canto, com Pino isto era diferente.
Ele dava um jeito de sempre encontrar-se comigo pela casa.
A gota d’água foi que o dia que, abrindo a porta do meu banheiro, dei de cara com ele fazendo xixi, do jeito que fazem os homens.
Fechei a porta batendo e foi direto para falar com minha mãe:
– Diga ao seu marido que, se usar de novo meu banheiro, eu capo ele!-
Isto serviu para afastar ele do meu banheiro, mas não da minha frente nos outros cômodos da casa.
Começou a tornar-se inconveniente, querendo filar-me abraços e beijos, até que um dia estuprou-me.
Foi em abril de 2015, eu ainda tinha dezessete anos, só ia completar os dezoito em junho, e estava no meu quarto, estudando para o exame de Maturità.
Ele entrou no meu quarto, sem bater à porta.
– Pino, parece-me que eu não te dei permissão para entrar aqui. Sai agora mesmo!-
Ele ficou e respondeu:
– Tua mãe saiu.-
– E daí?-
– Você anda por aí de sainha me provocando.-
De fato aquele dia, coisa rara, eu estava usando saia.
– Primeira coisa: é difícil eu usar saia, e se estou usando hoje, não é seguramente para provocar um zero à esquerda como você. Se você estiver excitado, por favor, vá para o teu banheiro bater uma punheta, e vê se me esquece, que tenho mais o que fazer!-
Ele me deu um violento bofetão.
Pega de surpresa, ele consegui jogar-me sobre a cama e arrancar minha calcinha.
Pino é um homem corpulento, seguramente mais do que o dobro de mim como peso, e meus socos e arranhões só serviram para que ele me batesse com mais força.
Para evitar de apanhar ainda mais, resolvi ficar passiva.
Ele baixou suas calças, deitou encima de mim e introduziu, com toda força seu pau na minha boceta.
Vi estrelas pela dor!
Na época eu era ainda virgem, estava totalmente seca, e ele tinha tirado meu cabaço da maneira mais violenta o possível.
Minha sorte que o pau dele era pequeno, nada que ver com os cacetes que a Karmela tem que encarar no set, senão teria me machucado seriamente.
Gozou dentro de mim em menos de um minuto.
Tirou o pau de dentro de minha boceta, sujo de sangue e ainda duro, e se levantou.
Eu achava que tinha acabado, mas estava enganada.
Com um gesto brusco virou-me de bruços e deitou encima de mim.
Com a ponta do pau procurou meu cu e o penetrou sem nenhuma delicadeza.
Por incrível que pareça foi muito menos dolorido do que o estupro de minha boceta, talvez o sangue do meu cabaço serviu como lubrificante.
Em dois minutos gozou de novo e, desta vez, seu pau murchou.
Ele levantou-se, ergueu suas calças, e teve a audácia de perguntar:
– E então: foi bom com um macho de verdade?-
Vendo que eu estava procurando com os olhos algum objeto para golpear sua cabeça, resolveu sair rapidinho do meu quarto.
No dia seguinte decidi ir à minha ginecologista, para que me receitara algo para evitar uma possível gravidez.
Ela fez questão de examinar-me e depois disse, na lata:
– Você foi estuprada! Não é?-
Não obstante seu longo discurso sobre a necessidade de eu denunciar o estuprador, resolvi tergiversar.
Saí de lá com a pílula do dia seguinte tomada, e já maquinando minha vingança.
A primeira fase eu pus em prática na semana seguinte, um dia que ele aproveitou da saída de minha mãe para estuprar-me praticamente da mesma forma do que a primeira.
Desta vez lutei mais, e apanhei também mais.
Em compensação doeu bem menos: além de não ser mais virgem, tinha procedido a lubrificar vagina e o ânus antes do estupro.
Para segunda fase de minha vingança comprei uma latinha de spray de pimenta e umas botas de obra com biqueira de aço.
Quando ele entrou no meu quarto, ceguei-o com uma borrifada de spray e, com as botas postas, dei um chute nos bagos dele, que chegou a doer meu pé.
Com ele estrebuchado no chão, contorcendo-se pela dor, dei mais dois chutes, para enxota-lo fora do meu quarto, peguei meu smartphone e enviei-lhe uma mensagem.
– Pronto Pino. Te convém consultar teu WhatsApp. Te enviei um vídeo bem interessante que eu rodei semana passada aqui no meu quarto. Ah, para tua informação estupro dá de cinco a dez anos de cadeia, isto sem contar as agravantes por eu ser menor de idade e tua enteada.-
Inútil dizer que, depois disto, Pino praticamente virou invisível para mim na casa.
Em todo caso eu já tinha decidido: início de julho, terminado o exame, ia para Milão.
Usei boa parte do dinheiro que tinha herdado de meu pai para mobiliar o apartamento, tirei carta de motorista, e comprei um Fiat 500C, seminovo.
Como tinha desistido de meu sonho de ser pianista, resolvi dar uma guinada de 180 graus e matricular-me no curso de Matemática da universidade Statale.
Tendo que sobreviver, procurei na Internet alguma oportunidade de trabalho, e achei o anúncio de uma produtora de filmes pornô, que procurava novas atrizes, de preferência italianas.
Fui fazer uma audição, que realmente não foi nada bem: o ator, um negro com uma ferramenta gigantesca, arregaçou com minha boceta e eu fui parar no hospital.
Não me perdi de animo e, um mês depois voltei à carga, oferecendo-me para fazer filmes do gênero 100% anal.
Desta vez passei o teste com louvor.
Escolhi o nome de arte de Karmela, comecei a gostar de dar o rabo, especializando-me em duplas penetrações anais.
De fato, entre o final de 2015 e todo o 2016, fiz mais de cem filmes.
Não chegava a ganhar fortunas, mas dava para sobreviver bem.
Em 2016, teve outra reviravolta em minha vida.
Entre 2014 e 2015 eu tinha feito algumas composições musicais e tinha-as enviado para um compositor norte-americano, especializado em trilhas sonoras, para que me desse seu parecer.
Em julho de 2015 ele tinha-me contatado, pedindo a liberação para que ele pudesse utilizar algumas de minhas composições para fins comerciais.
Eu tinha dado a liberação, depois, tratando-se de um período atribulado de minha vida, tinha até esquecido do assunto.
Justamente em setembro de 2016, ele contatou-me informando que uma de minhas composições tinha virado trilha sonora de um filme de sucesso, assim que eu fazia jus a uma gorda retribuição.
Aconteceu que, uma outra de minhas composições, foi indicada ao Oscar, inicio de 2017, assim ganhei mais dinheiro ainda.
Tenho que tirar o chapéu à honestidade de meu parceiro americano, que eu nem cheguei a conhecer pessoalmente.
Ele também introduziu-me ao mercado de trilhas sonoras de games, assim que a música voltou prepotentemente em minha vida e agora, graças a ela, ganho muito bem.
Eu não aposentei totalmente a Karmela, mas reduzi bastante sua participação na minha existência, para suprir justamente o sexo que necessito hoje.
————–
Ainda é cedo para ligar para produtora, assim que decido ir dar minha costumeira corridinha.
Ponho a máscara e desço para rua.
Corro uns quarenta minutos e uma melodia começa a aparecer na cabeça.
Quase sempre eu componho enquanto estou correndo, portanto para mim foram um grande sofrimento os meses que tive que passar fechada em casa pelo lockdown.
Quando volto ao prédio onde eu moro, resolvo falar com Pasquale, o zelador.
A portaria ainda está fechada, pois ainda não são oito horas, e a persiana que separa a sala do apartamento da portaria, do saguão de entrada, está abaixada.
Toco a campainha da portaria e, instantes depois, abre-se a porta.
Quem abre a porta, porém, não é o Pasquale, mas um negro alto, com a cabeça raspada.
Atrás da máscara, nota-se que tem uma barba, que começa ter alguns pelos grisalhos.
Me pergunta, em um italiano perfeito porém com um certo sotaque estrangeiro:
– Pois não, senhora Carmela?-
A surpresa é tanta que fico por um instante muda.
Pensando ter cometido um equivoco, ele pergunta:
– Desculpe-me, mas a senhora é Carmela Bassi do apartamento 32, não é?-
Recupero-me e respondo:
– Sou sim! Eu precisava conversar com Pasquale.-
– Sinto muito, mas Pasquale mudou-se sábado para Siderno, na Calábria. Agora sou eu que trabalho na portaria. Meu nome é Jamil, Jamil Kobe, para servi-la.-
Ele faz para estender a mão, mas logo a recolhe, lembrando-se da atual conjuntura.
– Nossa. Nem para avisar o Pasquale.- quase estou adicionando: “filho da mãe”, mas calo-me à tempo e prossigo:
– É que eu tinha conversado com ele da possibilidade dele achar para mim uma diarista. Aquela que trabalhava para mim fugiu para o sul da Itália, ano passado, logo antes do primeiro lockdown, e agora avisou-me que não pretende mais voltar para Milão.-
Jamil sacode a cabeça dizendo:
– Sinto muito, mas o Pasquale não me falou nada respeito isto.-
Está quase adicionando algo, quando transita pela portaria a De Pisis.
– Bom dia senhora De Pisis.- cumprimenta Jamil.
Eu também digo:
– Bom dia.-
Não me admira em absoluto o fato que ela siga pelo seu caminho, ignorando nossos cumprimentos.
Obviamente, sendo síndica do prédio, ela não se surpreende pela presença do Jamil.
————–
A senhora De Pisis, é o maior desafeto que eu tenho aqui no prédio, fruto, como muitas vezes acontece, de brigas condominiais.
O apartamento que foi da minha avó, fica num prédio que foi reconstruído no primeiro pós-guerra, depois que o imóvel original fora destruído num bombardeio dos aliados.
O que era, naquele tempo, quase-periferia virou nos dias de hoje quase-centro da cidade, e estes imóveis valorizaram-se enormemente.
Na época a construtora tinha optado por fazer apartamentos grandes, mas para atender a demanda imediata de moradias, e vender logo todas as unidades, alguns apartamentos foram divididos pela metade.
O apartamento que eu ocupo é justamente um destes.
A planta que resultou da divisão, que muitos considerariam desengonçada, é para mim perfeita: em 64 m2 tem um pequeno vestíbulo, um grande quarto com sacada, uma boa cozinha e um banheiro que seria de bom tamanho, se não tivesse sido desmembrado, por um inquilino de meu pai, em lavanderia e banheiro.
Obviamente na época da construção não foram previstas garagens, porém, nos anos noventa do século passado, foram construídas garagens subterrâneas.
Pouco mais da metade dos proprietários aderiram à compra destas garagens.
Minha avó não tinha carro e se desinteressou, meu pai até estava interessado, porque ia aumentar bastante o valor do imóvel, mas teve que desistir, pois a compra do apartamento em Roma apertara suas finanças.
Assim que, quando cheguei em Milão, deixei por anos meu Fiat na rua, brigando sempre por uma das escassas vagas que o bairro oferece.
Em 2017, uma assembleia condominial resolveu contratar uma firma para construir o restante das garagens.
Uma vez recebida e aprovada a oferta, em uma outra assembleia, determinou-se que para os condôminos que não tinham garagem o preço ia ser fixo, outras cinco unidades iam ser construídas, e iam ser leiloadas entre todos os proprietários de apartamentos, com o sistema de lance em envelope fechado.
Eu, que não tinha participado das assembleias, li atentamente a ata da assembleia, e achei interessante.
Tendo acabado de ganhar uma dinheirama com uma de minhas trilhas sonoras, mandei ver com três envelopes, todos ganhadores.
Mal eu sabia que tudo era um jogo de cartas marcadas, que servia para que os maiorais do prédio, por primeiro os De Pisis, conseguissem a garagem para seu segundo carro.
A assembleia para a designação das vagas, esta sim contou com minha participação, foi tensa.
A De Pisis, cuja oferta não tinha alcançado o valor requerido para a adjudicação de uma unidade, queria invalidar o leilão e chamou-me de “puta” na frente de todos.
Eu respondi:
– Eu posso ser puta, mas sei ler. Li de cabo a rabo o edital do leilão, e em nenhum lugar está escrito que era proibido fazer mais de um lance. E outra coisa, se seu marido bate uma punheta olhando os vídeos da Karmela, eu não tenho nada com isto.-
A coisa foi parar no tribunal, acabei ganhando a causa e finalmente, a partir de 2019, eu tenho não uma, porém quatro garagens, onde guardar meu Cinquecento, e não adianta pedir que eu não dou, não vendo, não alugo, nem empresto nenhuma delas.
Desde então sou malvista por todos meus vizinhos, e a De Pisis não somente não me cumprimenta, mas murmura “puta”, quando cruza por mim.
Já minha antiga diarista, uma napolitana de meia idade, foi a própria De Pisis, que me indicou, meses antes do nosso desentendimento.
Nunca gostei dos afazeres domésticos assim que contratei-a na hora e, durante o tempo em que ela trabalhou para mim, eu achava o máximo sair na rua nas segundas de manhã, e voltar para casa à tarde, encontrando-a limpinha e cheirosa.
————–
Uma vez que a De Pisis sai pelo portão, Jamil me diz:
– Eu, porém, poderia fazer faxina no seu apartamento, desde que fosse de domingo, meu dia de folga na portaria.-
Eu fico um momento pensando: realmente domingo não é o melhor dia para mim.
Percebendo minha indecisão, Jamil acrescenta:
– Agora tenho que preparar para abrir a portaria. Que tal se eu subisse no seu apartamento hoje à noite, depois de meu expediente, assim conversamos com calma.-
Anoto o celular dele e nos acordamos que vou chama-lo à noite, quando eu estiver disponível.
Subo para o meu apartamento, pensando que tinha gostado do Jamil por alguma razão que não consigo identificar.
Tomo uma ducha, com direito a siririca, me enxugo, visto um uma T-shirt comprida, que é minha roupa de casa no verão, e ligo para o Peppino.
Peppino é o principal produtor/diretor com o qual trabalha Karmela. Ele é o que paga pior, mas é o único que eu conheço que tenha a elasticidade para atender minhas urgências, com a rapidez necessária.
– Oi, sumida! O que posso fazer por você?- me responde com seu jeito efeminado de sempre.
– Quero fazer uma cena.-
– Mas que beleza! Olha, se você não me chamasse eu ia te chamar.- mente ele – Estou preparando uma gang-bang que é a fim do mundo, com direito a DAP, fisting e pissing: são seis homens, a tua amiga Lucilla e agora Karmela, a estrela. É para este domingo em Turim.-
Eu, que estava animando-me com suas palavras, murcho de repente escutando a data.
– É tudo lindo e maravilhoso, mas eu queria algo para já.-
Peppino que conhece bem a Karmela, faz uma pausa de efeito depois responde:
– Tá bom, entendi! Vamos ver se consigo algo para hoje à tarde. Me dá uma meia hora, que te retorno a chamada.-
Terminada a ligação, sento ao piano digital que tenho no quarto, e tento tocar a melodia que tinha cabeça esta manhã.
Porém o tesão é tanto que não consigo concentrar-me.
Finalmente, depois de bem mais que uma hora, Peppino me liga de volta:
– Karmela, olha, foi difícil, mas consegui o Steelrabbit para você para esta tarde. Não é maravilhoso?-
Penso que maravilhoso não é, já que o Steelrabbit não é um dos atores favoritos de Karmela, mas dá pro gasto.
– Agora vamos falar de negócios: para o pacote da tomada desta tarde com Steelrabbit, mais a gang-bang de domingo, eu pago à Karmela 450 Euro. Está bem?-
O valor é um insulto, mas meu tesão fala mais alto:
– Vamos fazer 500.- rebato eu, só para manter uma certa dignidade.
Ele faz uma pausa, depois responde:
– Que seja! Pago este valor só porque se trata da Karmela. Chega aqui às 13:30, já preparada e os certificados STD na mão. Beijos.-
Desisto de tentar compor a música e me dedico aos preparativos, fazendo uma cuidadosa lavagem intestinal.
Como um almoço bem leve e, dez para uma, pego a Moto Guzzi V85, presente que me dei a semana passada, pelo meu vigésimo quarto aniversário, e vou até o estúdio do Peppino, em Gallarate.
Estou com tanto tesão que as vibrações do bicilíndrico entre minhas pernas, quase me fazem gozar.
Com o Peppino é sempre aquela rasgação de seda. Eu até gosto dele, pena que seja tão muquirana.
Enquanto a maquiadora/figurinista cuida da Karmela, chega o Steelrabbit.
Eu não gosto dele meio sem razão: o maior defeito dele é ser bobalhão, como quase todos os homens, em compensação tem uma ferramenta de respeito e uma boa pegada.
Inicia a cena com Karmela fazendo um baile sensual, vestindo um top tomara que caia, shortinho e meias autoaderentes de rede, com aos pés sandálias de salto alto.
No baile tiro o short, ficando com a calcinha fio dental.
Viro a bunda para a câmara e, com as mãos, abro minhas nádegas.
Sei que assim, com o fio dental, o ânus fica totalmente exposto.
Steelrabbit entra na cena.
Ele está totalmente nu e, graças à injeção que acabou de tomar, seu pau já está duro, e assim ficará pelas próximas horas.
Caio de joelhos na frente dele, pego seu pau, bato minha cara com ele e o coloca na minha boca.
Ele segura minha cabeça e enfia o pau dele na minha garganta, até não sobrar nada fora da boca.
Bem treinada, eu não vomito, e deixo ele foder minha garganta à vontade.
A um certo ponto, ele me agarra pelo cabelo e puxa minha cabeça até ficar uns dez centímetros de distância do seu pau.
Eu já sei o que me espera: abro a boca e espero a urina chegar.
Ele começa a mijar e eu faço de conta de engolir bastante, na realidade a maior parte escorre pelo meu corpo.
Segurando-me pelo cabelo ele me levanta, me cospe na cara, na boca, e me dá uns bofetões.
Abaixa meu top e belisca os mamilos de minhas pequenas tetas e lhes aplica umas palmadas.
Sempre segurando-me pelos cabelos me joga na beirada da cama, arranca minha calcinha e começa a lamber meu ânus.
De vez em quando dá umas fortes palmadas na minha bunda, para que as nádegas fiquem bem vermelhas.
Finalmente ele cospe no meu ânus e enfia seu pau no meu cu com toda força.
Era isto que eu, e a Karmela, estávamos esperando.
Começo a grunhir pelo prazer, basta um tapa que eu aplico no meu clitóris e já gozo pela primeira vez.
Ele me gira e começa a enrabar-me à frango assado, no enquanto cospe na minha cara e me esbofeteia a face e as tetas.
Eu, que já pirei pelo prazer, começo a revidar os bofetões e os cuspes.
De vez em quando ele tira o pau do meu cu, abre bem minha nádegas com as mãos, e a câmara faz um primeiro plano do túnel que virou meu esfíncter.
A um certo ponto ele me agarra pelo cabelo, arrasta-me para fora da cama, enfia-me de novo o pau na garganta e repete a cena do mijo.
Peppino chama um break.
Eu até acho ruim, pois Karmela está a mil, mas ele tem razão, pois senão do Steelrabbit, não vai sobrar nem o pó.
Tomamos uma água, Steelrabbit descansa um pouco e depois de meia hora retomamos a cena com a mesma pagada.
Uma hora e meia mais tarde, depois de um segundo break, chega a hora do Steelrabbit gozar.
Ele goza no meu cu, no enquanto me enraba de quatro.
Eu peido a porra no piso e depois lambo ostentosamente o chão.
Depois de mostrar minha boca vazia, dou um tchauzinho para a câmara.
– Maravilhosa! Karmela, você foi maravilhosa! E você também Steelrabbit, foi deslumbrante.-
Olho para o Steelrabbit e me dá pena, está deitado na cama recuperando-se: Karmela acabou com ele.
Tomo um banho demorado de chuveiro, faço gargarejos com Listerine, visto meu macacão de motociclista me despeço e saio.
Já tendo alcançado a paz dos sentidos, posso curtir melhor minha Guzzi, assim que escolho uma rota mais comprida e com menos tráfego para apreciar a pilotagem com minha nova moto.
Chegando em casa, guardo a moto no box, obviamente exclusivo para ela, e subo para meu apartamento.
Chegando lá me dispo, colocando minha costumeira T-shirt, sirvo-me um Campari e vou para o piano trabalhar um pouco sobre a melodia desta manhã.
De repente me lembro do Jamil.
Olho a hora, são quase oito da noite, é um pouco tarde, mas ainda o céu é bem claro.
Ligo para ele, que me confirma que vai subir já.
De fato pouco depois toca a campainha.
Ponho a máscara e vou atender a porta.
Jamil me parece mais alto e forte do que eu lembrava.
– Boa noite, senhora Carmela.-
– Boa noite, Jamil. Entra e, por favor, não me chama de senhora, pois me faz sentir velha.-
Primeiro eu mostro para ele o apartamento, depois sentamos à mesa da cozinha.
Ele me diz que está disposto a fazer faxina, já que precisa de algum dinheiro extra para enviar para seu irmãos em sua pátria.
A este ponto do campeonato já descobri porque gostei dele esta manhã: o tom pacato e calmo de sua voz me lembra meu pai.
Pergunto, colocando uma mão sobre seu braço:
– Desculpe uma coisa, Jamil, você já vacinou?-
– Tomei a primeira dose da Pfizer em maio, a segunda dose está marcada para semana que vem.-
– Eu tomei a primeira dose dia nove. Que tal tirarmos as máscaras?-
Eu sei muito bem que o que estou propondo não tem nenhum respaldo científico, mas eu quero ver a cara dele, e eu quero que ele veja minha carinha de criança sapeca que, como eu bem sei, é muito charmosa.
Tiramos as máscaras e eu sou recompensada pela visão de um rosto bonito e viril, com lábios grossos e sensuais.
Sem entrar muito em detalhes, eu ofereço-lhe o mesmo salário que eu pagava para a antiga diarista, e ele aceita na hora.
Não quero que ele vá embora já assim ofereço-lhe alguma coisa.
Depois de eu muito insistir, ele aceita um café, que eu faço com todo carinho na Nespresso.
Pergunto:
– De você é Jamil?-
– Da Eritreia.-
– Quantos anos você tem?-
– Acabei de completar os quarenta.-
– E, o que está fazendo aqui na Itália?-
– Eu tive problemas com o governo de lá. Estou aqui como refugiado político.-
Ah, a voz dele: eu tenho quase um orgasmo escutando-o, e suas grandes mãos: eu já fantasio imaginando-as sobre minhas pequenas tetas.
Aliás, por falar em tetas, meus mamilos estão tão ouriçados que parecem querer furar indecentemente o algodão de minha camiseta.
– O que você fazia lá, Jamil?-
– Eu era professor de matemática na escola secundária.-
– Jura! Eu também sou licenciada em matemática.-
Vejo um ar de surpresa na cara do Jamil.
– Ah! Eu pensei que você fosse…-
Vejo que ele ficou sem jeito, então eu completo:
– Puta! Na realidade, hoje em dia, eu faço filmes pornô só ocasionalmente, o meu ganha-pão é a música: sou compositora.-
Vejo que ele está bastante surpreendido e resolvo mudar de assunto:
– Meu ramo favorito em matemática são sistemas não-lineares: bifurcações, catástrofes, teoria do caos, e por ai afora. E o teu?-
– Teoria dos números: bem diferente!- e ri.
Ah, este riso, parece que está saindo diretamente de sua alma.
Quero saber mais sobre ele assim eu pergunto:
– Você é casado, tem namorada ou coisa assim?-
Vejo ele ficar sério de repente, e me diz:
– Sou viúvo.-
Me conta então, da terrível experiência que teve, durante a jornada da fuga de Eritréia, na qual perdera, afogadas no Mediterrâneo, sua esposa e sua filha de nove anos.
Não obstante todos seus esforços, não consegue conter as lágrimas.
Eu procuro consola-lo segurando suas mãos, mas estou fazendo um esforço terrível para não abraça-lo e beijar seus lábios carnudos.
Conversamos bastante, e eu já estou pensando de leva-lo para cama, quando de repente ele se levanta e me diz:
– Já está tarde, Carmela, eu vou recolher-me, que amanhã tenho bastante trabalho.-
Pega de surpresa, deixo ele ir embora.
Fechando a porta atrás dele, penso: “Amanhã ele não me escapa!”.

Terça-feira, 22 junho de 2021
Levanto cedo e vou correr, porém não vejo o Jamil, pois a portaria ainda está fechada.
Depois de tomar banho, sento no piano, mas não consigo concentrar-me.
Estou apaixonada!
Assim que quando chegam as dez desço até o porão, onde tem o acesso às garagens, e vou direto para o box onde eu guardo a Cinquecento.
Vou dirigindo até um centro comercial onde, depois de experimentar um monte de roupas, escolho um vestido curto florido, que me cai muito bem.
É fácil de tirar ou, em caso de emergência, é só levanta-lo que as grandes mãos do Jamil e seus lábios carnudos, vão ter acesso à minha boceta.
Este pensamento é suficiente para fazer-me encharcar as calcinhas.
Por falar em calcinhas: devo usar calcinhas esta noite?
Chego à conclusão que sim, para que ele tenha o prazer de arranca-las, nem que seja com os dentes.
Já que eu nunca me preocupei com lingeries, e aquelas da Karmela são problema das figurinistas, eu só tenho calcinhas de algodão brancas, nada sexy.
Assim que, em uma loja especializada, compro algumas calcinhas negras com rendas.
Compro também uma rasteirinha e pronto: já me considero vestida para o abate: nunca usei soutien na vida, graças ao meu peito quase inexistente, e não vai ser esta noite que vou começar a usar.
Só falta uma passada na perfumaria para escolher um perfume bem feminino e, o mais importante, na rotisseria para comprar uma janta gostosa e um bom vinho branco.
Aproveito para almoçar por lá e, à tardezinha, volto para casa.
Ligo logo para o Jamil e, com a desculpa que tenho que entregar-lhe cópia das chaves de casa, convido-o para jantar comigo.
Esta noite Jamil vai me comer, nem que tenha que estupra-lo!
Passo boa parte da tarde a preparar-me: troco os lençóis da cama, me lavo bem, capricho na depilação, faço uma lavagem intestinal perfeita, me perfumo, lembro-me de tirar as etiquetas das roupas, e me visto.
Opto por não maquiar-me, porque não sei faze-lo e também por considerar maquiagem coisa da Karmela.
Quanto à comida, optei por uma janta fria, assim não tenho que suar no fogão, acompanhada com um vinho branco, bastante traiçoeiro, que vou servir bem geladinho.
Depois fico esperando, com as mãos suando pela expectativa.
Pareço uma virgem e, de fato, posso considerar-me tal, já que, excetuando-se os estupros sofridos por meu padrasto, todas as outras transas foram da Karmela.
Às oito precisas chega Jamil.
Quando abro a porta, meu coração dá um pulo.
Que gato!
Dá para perceber que se preparou também.
Sem máscara, está vestido em estilo casual: camiseta polo cinza, que realça seus bíceps grandes sem ser exagerados, jeans e sapatênis bege.
Chego perto dele e, dando um chega pra lá ao distanciamento social, reclamo meus dois beijinhos.
Posso assim absorver a suave fragrância de sua colônia.
Tenho quase que certeza que ele também veio com segundas intenções.
Logo sentamos á mesa da cozinha e, no enquanto comemos o carpaccio de peixe, tomando vinho branco, ele me conta, com aquele seu tom pacato que me conquistou à primeira vista, histórias de sua vida.
A minha vontade seria de beijar aquela boca gostosa, e meu tesão é tanto que a minha calcinha nova já está pedindo arrego, castigada pelos humores de minha boceta.
Um certo ponto eu não agüento: levanto do meu lugar e vou beija-lo na boca.
Quando sinto a língua dele entrar na minha boca, para entrelaçar-se com a minha, percebo que alcancei meu objetivo.
Desato o beijo seguro-o pela mão, e o levo até o quarto.
Me abraça e retomamos nosso beijo, assim de pé.
Alta 1.55 m, eu sou do tipo mignon, no enquanto ele deve ter algo como 1.90: a desproporção entre nossos corpos é enorme.
Ele desata nosso abraço e retira meu vestido, assim eu fico só de calcinhas na sua frente.
Ele me deita na beirada da cama e começa a beijar delicadamente minha boceta, por cima das calcinhas.
Depois de um tempo que me deixa aflita, ele resolve tirar-me as calcinhas.
Não as arranca, como eu tinha mentalizado, mas as retira com toda a delicadeza.
A língua dele, que penetra minha boceta, finalmente me provoca o primeiro orgasmo, de muitos que espero ter esta noite.
Aí noto que ele está ainda totalmente vestido.
– Ah, meu amor. Tira a roupa, por favor.-
Percebo então, que é a primeira vez na minha vida que eu chamo um homem de amor: eu nunca tive a ocasião, e Karmela é muito desbocada para tal.
Ele arranca sua roupa e meus olhos apaixonados enxergam o mais bonito homem que já vi.
E o pau, já ereto pela excitação, é um verdadeiro monumento, seguramente não é o maior que já vi, mas é o mais perfeito.
– Meu amor, deixa eu chupar teu pau, por favor!- imploro.
Deito-o na cama, ajoelho-me entre suas pernas, pego seu pau na minha mão e encho-o de beijinhos.
Começo a chupar o pau suavemente, apreciando com minha língua a glande dele.
A um certo ponto, porém, o espirito de Karmela baixa em mim e empurro para o fundo de minha garganta a ponta do seu pau.
Ele quase dá um pulo pela surpresa, mas me dou conta que gostou bastante, assim começo a foder seu pau com minha garganta.
Ele goza na minha boca e eu engulo todinho.
Ah, que sabor gostoso que tem a sua porra!
Sigo chupando, agora suavemente, seu pau, até ele recobrar sua ereção.
Penso por um instante em cavalga-lo, mas logo mudo de idéia.
Quero senti-lo encima de mim, que seu corpo másculo me esmague, até ficar quase sem conseguir respirar, enquanto o seu pau explore suavemente minha boceta.
Deito ao lado dele, e digo:
– Vem, meu amor, vem encima de mim me comer. Mas, por favor, vá devagar, que minha boceta é bem delicada.-
Ele deita encima de mim e, depois de tentar bastante, consegue enfiar seu pau em minha boceta.
– Nossa! Como você é estreita: parece virgem!-
Nem respondo, de tão concentrada que estou, neste misto de prazer e dor, que está proporcionando-me seu pau.
Ele mexe-se bem devagarzinho, respeitando minhas limitações, e eu começo sentir crescer dentro de meu útero um gozo imenso.
Tenho o maior orgasmo de minha vida, aperto meu amante com todas minhas forças e depois quase desfaleço.
Meio assustado, ele levanta o corpo, aliviando seu peso encima de mim, e pergunta:
– Carmela, está tudo bem?-
De tão traspassada, eu demoro um pouco para responder:
– Bem não. Ótima! Nunca teve um gozo assim na minha vida.-
Puxo para mim a cabeça dele e tasco-lhe um beijo apaixonado na boca, depois acrescento:
– Agora, meu amor, vem comer minha bunda, que minha boceta não agüenta mais nada.-
Cuspo na minha mão, espalho a saliva no seu pau, ponho-me de quatro na frente dele e lhe digo:
– Pode vir com tudo, que meu cu agüenta.-
Ele não se faz de rogado e começa a enrabar-me a todo vapor.
É inútil eu procurar outro orgasmo, depois do avassalador que acabei de ter, assim que procuro concentrar-me no prazer dele.
Sou recompensada pelo seu gozo, no fundo do meu intestino, poucos minutos depois.
Exaustos caímos de lado na cama, para recobrar o fôlego.
Depois de alguns minutos trocando beijos e caricias, resolvemos ir para o banheiro para tomar um banho.
Debaixo do chuveiro ainda dou uma chupadinha no seu pau e sou recompensada por algumas gotas de porra que, obviamente, eu engulo.
Saímos do banheiro, ele se veste, acompanho-o à porta, trocamos um beijo e eu pergunto:
– O que você quer para janta de amanha?-
– Lasanha, pode ser destas congeladas mesmo, desde que a sobremesa seja a mesma de hoje.- responde, dando-me um último beijo.

Quarta-feira, 23 junho de 2021
Quando chego de minha corridinha, decido usar a maquina de fazer pão, que comprei no início do primeiro do lockdown e usei umas duas vezes, para preparar um pão gostoso para a janta com meu amado, esta noite.
Sento no piano e consigo compor uma melodia, ainda mais bonita daquela que tinha vindo à minha cabeça na segunda-feira.
Estou finalizando a composição quando sinto tocar o interfone.
Acho estranho, pois a portaria está aberta e Jamil utiliza normalmente o celular para comunicar-se comigo.
– Sim.- respondo ao aparelho com o coração na garganta.
Responde-me Jamil, com a máxima profissionalidade:
– Senhora Carmela, a senhora Gianna, sua mãe está aqui. A senhora autoriza ela subir para seu apartamento.-
Demoro um instante para capacitar-me, depois respondo:
– Pode subir, sim, Jamil.-
Fico perguntando-me que diabos está fazendo aqui minha mãe, já que nunca mais falei com ela, desde que eu fui embora de Roma.
Pouco depois toca a campainha.
Ponho a máscara, abro a porta e encontro-me à frente minha mãe, com uma mochila nas costas e já sem máscara.
– Bom dia, filhota.-
Entra e me dá dois beijinhos: coisa boa não vem.
Tiro a máscara e respondo:
– Bom dia mãe. O que você está fazendo em Milão?-
– Não vai oferecer-me um café? Tenho uma longa história para contar.- já vai para cozinha e senta-se à mesa.
– Claro.- respondo, indo atrás dela.
Quando sirvo o café para gente e sento também à mesa, ela começa a contar.
O Pino tinha-se envolvido em algumas trapaças e começou a ter problemas com a justiça.
Para pagar os advogados, ela tinha tido que vender o apartamento que recebera de herança do falecido marido, ainda assim o Pino foi parar na cadeia, ainda está preso, e os dois estão em processo de divórcio.
Minha mãe confessa-me que está totalmente quebrada, e que foi despejada do apartamento que tinha alugado, após a venda do seu.
Aí ele fala uma coisa que me surpreende:
– Eu nunca trabalhei na vida, nem tenho qualificações. Eu vi alguns de teus filmes como Karmela. Pensei que você poderia introduzir-me ao mundo do pornô. Afinal de contas o Pino comia meu cu toda hora, e me parece que o anal é muito importante neste trabalho.-
Eu não posso me furtar de rir, dizendo:
– Se você for fazer anal, leva em conta que vai ter que encarar paus bem maiores do que aquele, bem ridículo, do teu ex-marido.-
– Ué, como você conhece, o tamanho do pau do Pino?-
De fato, neste instante, lembro-me que ela não sabe que ele me estuprou. Para sair pela tangente eu digo:
– Eu vi o pau dele quando foi fazer xixi no meu banheiro.-
Passando para outro assunto, ela me diz:
– Vou ter que viver aqui com você, pelo menos até estabilizar-me economicamente.-
Estou para replicar negativamente, quando lembro-me da promessa que fiz para meu pai, então respondo:
– Está bem, você pode dormir na cama comigo, já que é a única que tem neste apartamento. Deixo porém bem claro, que eu tenho um amante que vai vir aqui à noite para jantar comigo. Depois da janta você fica aqui na cozinha, e espera o tempo necessário para a gente trepar.-
– Não tem nenhum problema, filhota. Deixa eu adivinhar: é aquele pedaço de mau caminho do zelador, não é?- diz rindo e piscando o olho.
Puxa vida! Aquele que disse que as mães sacam tudo tinha mesmo razão!
– É mãe. É ele mesmo, se chama Jamil. Vamos, porém ao que interessa! Vou chamar um produtor, para ver se ele pode ajudar.-
Chamo Peppino em viva voz, contando respeito minha mãe.
Ele me pergunta:
– Ela faz anal?-
– É claro!- respondo.
– Vocês estariam dispostas a mostrar, na frente das câmaras, seus documentos e depois fazer uma cena lésbica?-
Olho para minha mãe, e ela me indica que não teria problema.
– Podemos fazer isto. No meu caso porém eu vou esconder só a primeira letra do meu nome. Eu quero deixar bem separadas Karmela de Carmela.-
– Isto não tem problema. É só por um dedo na frente. Olha, eu teria disponível o Steelrabbit para amanhã à tarde. Podíamos fazer uma cena lésbica, seguida por uma cena a três. Tua mãe é também 100% anal?-
De novo ela me indica que tanto faz.
– Pode ser também vaginal, com ela.-
– Ok, então vamos fazer assim: aqui, amanhã 13:30, intestino limpo e os certificados STD na mão. Eu vou pagar 200 Euro para as duas.-
– Não, Peppino, deixa de ser muquirana, são 300 Euro! E está saindo-te barato!- respondo eu, decidida.
Ele percebe o tom resoluto de minha voz, e decide não barganhar:
– De acordo! Porém tudo está vinculado à tua presença na gang-bang de Turim. Domingo te darei oitocentos Euro. Você vai me levar à falência, Karmela!-
– Deixa de choradeira e conta outra, Peppino. Até amanhã.-
Decido ir já para o laboratório clínico, para fazer os exames STD de minha mãe, e aproveitar para renovar os meus.
Pego um capacete de reserva e descemos para a garagem.
Tomamos a Guzzi e saímos pela rua.
Me dou conta que é dos tempos do Liceu que não ando com garupa.
Na época além de ter o gostinho de ser proibido, por eu ser menor e pilotar uma 50 cm2, lembro-me, também, que apreciava bastante os seios de Mara que apertavam minhas costas.
De fato, a sensação dos seios fartos de minha mãe contra minhas costas, é bem aprazível.
Na volta, aproveito para pegar alguma coisa na rotisseria, para hoje à noite.
Chegando em casa, minha mãe prepara um espaguete bom e rápido.
Realmente ter ela por aqui tem suas vantagens.
Terminado o almoço eu digo:
– Mãe, acho bom ir treinando, pois senão amanhã você vai fazer feio.-
Levo-a para o banheiro, para limpar seu intestino, e aproveito para limpar o meu.
Acho que é a primeira vez que ela faz um enema, já que tenho que explicar tudo para ela.
Quando termina a levo para o quarto e fico observando o seu corpo, que é condizente com os 44 anos que ela tem.
É um pouco mais alta do que eu, meio redondinha, os seios são fartos e um pouco caídos, e o púbis é coberto por bastante pêlos.
Eu me dispo também e lhe digo:
– Agora você esquece que sou tua filha. Pensa que você tem na frente Karmela, uma verdadeira máquina de sexo. Vem! Me beija!-
Com toda naturalidade ela me abraça e me dá um beijo de língua.
E como beija bem, mamãe.
– Vamos fazer um sessenta e nove.- digo.
Já incorporando a personalidade de Karmela eu lambo e chupo com gosto a boceta dela, muito saborosa, no enquanto dedilho o seu cu.
Ela também lambe que é uma beleza minha boceta, no enquanto seu dedos se ocupam de meu cu: gozo em três tempos.
Desato o meia nove, deito ao lado dela, beijo-a, no enquanto apalpo suas tetas, e pergunto:
– Seja sincera, mãe: você já esteve com uma mulher antes?-
– Nunca, mas estou gostando muito!-
– Então vamos para a próxima!-
Levanto-me e vou abrir a gaveta da Karmela, na qual raramente mexo.
Tiro para fora um cinto, três consolos, lubrificante e camisinhas.
Mostro para ela o primeiro consolo:
– Vamos começar por este: primeiro na boceta, depois no cu.-
– É enorme!- exclama ela.
– Não, mãe, é pequeno! Aliás nenhum destes é grande.-
Mostro o terceiro, e maior, dos consolos, dizendo:
– Este é relativamente grande. Corresponde, mais ou menos, ao tamanho do pau do Steelrabbit, que irá enrabar-te amanhã.-
Percebo a cara de espanto dela e replico:
– Você quer trabalhar nisto, ou não?-
Ela acena que sim, então eu visto o cinto, engato o menor dos consolos, encapo com um preservativo, lubrifico bem e digo:
– Eu acho que para este, que é pequenininho, podemos dispensar a boceta, e ir direto ao cu.-
Deito ela à frango assado e introduzo o consolo no seu ânus, enquanto a beijo e apalpo suas tetas.
Em pouco tempo o seu intestino aceita a intrusão sem muito problema e me parece que até gosta da penetração.
Passamos então ao segundo consolo, que ela também consegue agasalhar sem muito apuro.
Já com o terceiro é difícil penetra-la no cu.
Ela grita, chora, esperneia, porém Karmela não desiste nem um minuto até ele estar abrigado no intestino até o talo.
Paramos às seis da tarde, já que tenho que me preparar ao rendez-vous que eu vou ter com o Jamil.
Vamos tomar banho juntas, e noto que ela está muito contente com o treino que fizemos à tarde.
Eu resolvo usar o mesmo vestido de ontem, só dispenso as calcinhas, já que ontem não as arrancou.
Vejo que minha mãe também se produz, colocando um top e minissaia, mas não dou muita importância para isto.
Às oito da noite chega Jamil.
Recebo-o com apaixonado beijo de língua e, com minha mãe, ele troca os dois beijos de praxe.
Durante a janta, eu percebo claramente que minha mãe está dando encima dele, mas não me preocupo muito.
Não é que eu não seja ciumenta: na realidade eu nunca tive razões para ser ciumenta.
Eu nunca compreendi as cenas que me fazia a Mara e meu pai, a única pessoa em toda minha vida pela qual eu poderia ter tido ciúmes, jamais traiu minha confiança.
Não vejo porque o Jamil, tão parecido com meu pai, venha a trair-me.
Terminada a lasanha, eu pego pela mão Jamil e vamos para o quarto, no enquanto minha mãe fica na cozinha, assistindo um filme da Netflix no meu portátil.
Esta noite eu sou agraciada por um orgasmo que chega a ser mais avassalador daquele de ontem.
Depois do Jamil comer-me a bunda, vamos ao banheiro e, na saída, ainda nus, cruzamos por minha mãe no estreito vestíbulo.
– Ops, desculpe! Estava indo ao banheiro para fazer xixi. Você está de saída, Jamil?-
– Só vou por a roupa e já estou saindo. Já está tarde!-
– Então já vou despedir-me de você.-
Assim dizendo abraça-o e dá-lhe um selinho.
Eu tenho a impressão que o pau do Jamil deu uma crescidinha, ao contato da barriga de minha mãe, deixada nua pelo diminuto top.
Sinto, na boca do meu estômago, uma pontada de uma sensação não muito agradável.
Despedindo-me do Jamil, pergunto se ele vai vir jantar comigo amanhã.
Ele me responde que vai vir jantar só na sexta-feira, pois às quintas à noite, e também aos sábados, ele trabalha como voluntário em uma associação de refugiados.

Quinta-feira, 24 junho de 2021
Quando volto da minha corridinha, encontro minha mãe ainda adormecida em nossa cama.
Resolvo deixa-la dormir, já que ainda é cedo. Ponho minha T-shirt, desjejuo, tomo um expresso, sento no piano digital e, com os fones de ouvido postos, começo a trabalhar em uma nova melodia.
Às dez da manhã resolvo chamar minha mãe:
– Acorda, mamãe, que hoje temos trabalho.-
Ela levanta-se com dificuldade.
Como se fosse uma criança, tenho que leva-la para o banheiro, para lavar seu intestino e, depois de um leve almoço, vamos com a Guzzi para o estúdio do Peppino.
A figurinista traja a Karmela com uma roupa mais casual que sexy, já minha mãe vai em cena vestida como uma dona de casa, com uma castigada saia até o joelho.
Começa a cena com nós duas sentadas num sofá, no enquanto, fora de campo, Peppino nos entrevista.
Obviamente todas as perguntas e respostas foram combinadas antes, e nada tem a ver com a realidade.
Já bem verdadeiras são as nossas carteiras de identidade, que exibimos com toda clareza na frente das câmeras, sendo que eu somente escondo com o dedo a primeira letra do meu nome.
Depois eu começo a beijar a boca de minha mãe e dispo-a devagar.
Ela se põe de quatro no sofá e, depois que a câmera dá um close na sua boceta, começo a lambê-la.
Peppino dá um break.
Aproveitamos para tomar uma água e descansar um pouco.
No meio tempo chegou o Steelrabbit, que vem cumprimentar a gente.
Se eu estivesse sozinha, ele nem viria, pois tenho tolerância zero com babacas, mas ele está claramente interessado em conhecer minha mãe, que vai comer e enrabar daqui a pouco.
Eu fico na minha, mas não tenho como evitar de ver ela rindo das piadas sem graça dele, e paquera-lo descaradamente.
Retomamos o trabalho e a próxima cena vê minha mãe e eu, já nuas, fazendo um sessenta e nove na cama.
Estranhamente o espírito de Karmela não conseguiu baixar totalmente em mim, e me sinto ligeiramente incomodada com a cena de incesto.
Mesmo assim, no segundo break que temos, Peppino nos elogia bastante.
Quando retomamos, Steelrabbit, já completamente nu e de pau duro, se junta a nós.
Começamos a chupar o seu pau, as duas juntas, depois ele me enraba por um breve tempo, e em seguida ele penetra a boceta de mamãe.
Fico até com inveja da facilidade com a qual a boceta dela consegue abocanhar todo o pau dele.
Gostaria de conseguir fazê-lo também, para poder presentear uma foda assim para o Jamil.
Já quando Steelrabbit começa a enraba-la de quatro, vejo ela entrar em crise.
Deslizo debaixo dela e retorno a fazer o meia-nove.
Chupando a boceta dela, tenho um avantajado ponto de vista do pau do Steelrabbit entrando no cu de mamãe a poucos centímetros dos meus olhos.
Em todo caso, o desconforto dela é passageiro, e já depois do terceiro break, ela consegue ser enrabada como uma profissional.
O Steelrabbit vai de um lado ao outro do sessenta e nove, nos enrabando a turno, e fazemos as costumeiras cenas de ATM, retirando o pau do cu da outra e dando uma chupada.
Durante o último break, decidimos que o Steelrabbit vai gozar no cu da mamãe, e ela vai peidar a porra na minha boca.
A cena termina com eu que mostro a boca vazia, após ter engolido tudo, troco um beijo de língua com a mamãe, e damos tchauzinho para câmera.
Depois de tomar banho e vestir nossas roupas, minha mãe pergunta-me:
– Será que o produtor me pagaria já hoje, pela cena?-
– Quem? O Peppino? Esquece! Ele é muito mão de vaca para isto: ele só vai pagar no domingo mesmo!-
– Puxa! Eu estou precisando de dinheiro!-
Eu rio, tiro para fora minha carteira, entrego para ela cinco notas de cinquenta Euro, dizendo:
– Toma aqui! Eu te adianto o pagamento.-
– Ué, duzentos e cinquenta! O cachê não é de trezentos?-
– E para Karmela, não vai nada?-
– Ah, filhota, você não precisa de dinheiro!-
Trabalhar sem receber, é contra meus princípios, porém resolvo aceder ao pedido de minha mãe.
Entrego mais uma nota de cinquenta, dizendo:
– Esta bem, toma aqui! Mas já vou te avisando que, se continuar assim, você não vai fazer mais cenas com Karmela.-
Voltamos para casa e, à noite, ela me recompensa com um ótimo jantar: realmente não me lembrava que ela cozinhasse tão bem assim.
Ela até oferece-se para cozinhar, amanhã, a janta para o Jamil.

Sexta-feira, 25 junho de 2021
Eu volto de minha corrida bastante inspirada.
Deixo minha mãe dormindo, tomo um rápido desjejum e já sento no piano, para compor.
Estou tão concentrada, com os fones de ouvido postos, que quase dou um pulo de susto quando minha mãe me dá um abraço por atrás.
– Bom dia, filhota, como dormiu?-
Me dá um beijo na boca que eu, não tendo incorporado o espírito de Karmela, acho meio inconveniente.
Depois falando de assuntos práticos, ela me diz:
– Ontem dei uma olhada na dispensa e na geladeira, e acho que a gente precisa ir às compras. Podemos aproveitar agora de manhã, são 10:30, acho que dá tempo.-
Eu, que estou embalada compondo, não quero parar, ainda mais para fazer compras, coisa que odeio.
Resolvo, então, dar para ela as chaves da Cinquecento e cento cinqüenta Euro, para ela ir sozinha.
Ela veste-se em um instante e sai toda contente, enquanto eu volto para o piano.
São uma e meia da tarde, quando ela volta, cheia de compras.
Ainda bem que trouxe comida pronta para o almoço, pois estou com bastante fome.
Lá pelas cinco da tarde, eu interrompo meu trabalho, pois quero preparar-me bem para o encontro desta noite com o Jamil.
Quando entro no banheiro, para preparar meu intestino, encontro minha mãe que está fazendo o mesmo:
– O que você está fazendo?- pergunto.
– Ué, estou fazendo um enema, como você me ensinou.-
– Isto estou vendo! Só não entendo o porquê.-
– Vai que o Jamil queira fazer um ménage à trois. Eu quero estar pronta.-
O sangue me sobe à cabeça e tenho que conter-me para não esbofetea-la.
Tentando manter a calma e sem gritar, digo:
– Se você der encima do Jamil eu arranco teus olhos! E não estou brincando!-
– Puxa! Eu achava que você fosse mais liberal.-
– Liberal é a Karmela, não eu! Agora some daqui!-
A enxoto do banheiro, e começo a preparar-me, procurando recuperar a calma.
Jamil chega pontualmente às oito.
Durante a janta, Jamil elogia a comida de minha mãe, que mantém um silêncio comedido. Talvez ainda está incomodada com minhas palavras.
Para evitar mais constrangimentos, eu levanto-me e conduzo para meu quarto Jamil, logo terminada a janta.
O sexo com ele é, como sempre, tudo de bom.
Desta vez não tem encontros “casuais” com minha mãe no vestíbulo e, na saída, marcamos nosso próximo encontro para a noite do domingo.

Domingo, 27 junho de 2021
Hoje dispenso minha corrida matinal, pois tenho que ir para Turim.
Levanto cedo, vou no banheiro preparar-me e saio, com a Cinquecento, por volta das sete da manhã.
Quando pego a Autostrada, paro no primeiro posto de serviço, para abastecer e tomar café da manhã.
Já estou quase chegando ao meu destino, quando recebo um telefonema.
Atendo pelo viva-voz e quem fala do outro lado é o Peppino:
– Karmela, aconteceu uma tragédia!-
– O que foi?- respondo eu, bem conhecendo a tendência dele para o dramático.
– Lucilla pegou Covid!-
– Como ela está?- pergunto eu, um pouco alarmada.
Lucilla é uma das poucas colegas da Karmela, com a qual eu me dou bem, e seria uma lástima que ela fosse a padecer das seqüelas desta terrível doença.
– Ela está bem, quase assintomática, mas temos que cancelar as cenas de hoje.-
– Ainda bem que é só isto. Para mim não tem problema: outra hora entro em contato para nossos acertos. Já estou praticamente em Turim, vou dar meia volta e regresso para casa. Bye.-
Antes que ele possa replicar qualquer coisa, eu desligo.
Reprogramo o GPS para voltar para casa, e logo estou no caminho certo.
Estou até aliviada: hoje o espírito de Karmela está bem adormecido e o que eu quero mesmo é estar, esta noite, nos braços do meu amado Jamil.
Chego à minha garagem às onze e meia, e subo direto para o apartamento.
Quando entro no quarto me deparo com o Jamil que está enrabando minha mãe, que está de quatro sobre a cama.
Fico um instante sem ação, mas quando o Jamil me pergunta se eu quero participar, o sangue sobe-me à cabeça.
– Sai! Vai embora! Filho da puta. E você também sua vadia sem vergonha.-
Dando-lhe socos, que são simbólicos, visto o porte do Jamil, os enxoto para fora do quarto, e jogo atrás deles as vestimentas que catei no chão.
Fecho à chave a porta do quarto e me jogo sobre a cama chorando.
De repente uma ideia insana me vem à cabeça.
Sem pensar duas vezes abro a porta-janela da sacada e pulo por cima do corrimão.
No instante em que a gravidade me puxa para baixo, a sensação que sinto lembra-me à de um dia de primavera.
Eu tinha nove anos e meu pai convenceu-me a cabular as aulas para irmos, só eu e ele, para um parque de diversões.
Aquele dia eu tive, pela única vez na vida, a coragem de subir em uma montanha-russa, e a forte e incomoda sensação de imponderabilidade foi como a que sinto neste instante.
O que me falta agora, porém, é a mão dele segurando minha mão, protegendo-me de tudo e de todos.
Momentos depois, vem o forte impacto com o chão.
Fim

Avalie esse conto:
PéssimoRuimMédioBomExcelente
(Média: 4,83 de 24 votos)

Por # #
Comente e avalie para incentivar o autor

2 Comentários

Talvez precise aguardar o comentario ser aprovado
Proibido numeros de celular, ofensas e textos repetitivos
  • Responder Marcos Mondadori ID:6stwyka7m3

    Um conto extenso, porém muito bem redigido, primeiras cenas historicas como em qualquer estilo de redação chatas mas importantes na compreensão do relatos. Narrativas de sexo bastante naturais para artistas de filmagems de pornos, o mais importante é que a historia tem um inicio, um meio e um final comico-dramático. Prendeu a minha atenção. E mantive a tesão elevada. Dei nota 5.

    • Anônima ID:w73mmk09

      Marcos Mondadori, há quanto tempo não é mesmo!? Você sumiu né! Ou será que você não está tão sumido assim, e continua presente aqui nesse site, mais vivo do que nunca. Sabe, eu adoraria saber, quantos contos eróticos você já escreveu ao todo? Quantos contos eróticos seus, escritos por você há nesse site? Não com esse nome de “Marcos Mondadori” é claro, mas com outros nomes, outros pseudônimos, outros Nicks. Eu adoraria saber, você não imagina o quanto…