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Pagando a aposta pro meu primo. PARTE 47

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Renato celebra independência, experimenta alegrias e desafios, enquanto vive dias intensos antes de Manuel retornar para o sul.

Ao chegar em Volta Redonda, dirigi-me diretamente ao meu quarto, onde organizei minhas coisas e tomei um banho antes de descer para interagir com a família. Ricardo e Letícia estavam ausentes; minha mãe informou que foram para Barra do Piraí, pois minha cunhada estava com saudade da família. Assim, dei início a uma conversa com minha mãe que me perguntou sobre como havia sido meus os dias em Mangaratiba, respondi destacando a receptividade da família de Manuel e o carinho que demonstram por mim. Ao devolver a pergunta para ela, obtive uma resposta superficial sobre a virada de ano em Volta Redonda.
Diante da resposta evasiva, questionei diretamente se passaram a virada do ano em nossa casa. Mesmo com algumas hesitações, minha mãe não respondeu claramente, tentando até mudar de assunto. Foi quando mencionei que não era necessário esconder, pois já tinha visto no status de Ricardo que a família havia celebrado o réveillon na casa dos tios.
Foi somente após minha revelação que ela confirmou, explicando que minha tia os convidou para passar o ano novo em sua casa. Minha mãe argumentou que não viu problema nisso. No entanto, expressei meu desapontamento, sentindo-me excluído, ao perceber que a reunião familiar aconteceu enquanto eu não estava presente, dando a sensação de que aguardaram minha saída para se reunirem.
Ela, visivelmente nervosa, afirmou que não passou pela mente de ninguém essa possibilidade, pontuando que as coisas aconteceram de forma espontânea. Enquanto estava sentado no sofá, balancei a cabeça negativamente e questionei: “E se eu estivesse aqui? A família seria convidada pela minha tia?” Minha mãe não me respondeu , o silêncio dela já era a resposta. Sem mais, levantei-me, a abracei desejando um feliz ano novo, e me retirei para o meu quarto.
Ao subir a escada, uma vontade intensa de chorar tomou conta de mim, o nó apertava minha garganta e lágrimas insistiam em surgir. Mesmo assim, me contive, evitando parecer infantil diante de minha mãe. No meu quarto, liguei o rádio e ao pegar o celular, avisei aos meus amigos que já estava em Volta Redonda. Embora quisessem me encontrar, expliquei que não estava no clima para resenhas naquele dia, sugerindo nos vermos no dia seguinte. Em conversa privada, desabafei com Dinei, revelando meu desconforto em casa e a oferta de Pedro e Manuel para morar em outra casa. Incerto, Dinei me incentivou, afirmando que só descobriria se estava pronto para morar sozinho se aceitasse.
Mais tarde, quando chegou do trabalho, meu pai bateu na porta do meu quarto. Ao entrar, sentou-se na minha cama enquanto eu estava deitado e perguntou se eu estava bem. Afirmei que sim, e ele questionou com um “tem certeza?” Eu sabia que minha mãe já havia contado tudo para ele. Então, fui honesto. “Pai, sinceramente, estou me sentindo um peso aqui em casa. Parece que eu sou o problema, o obstáculo. Por mais que eu tente… O que percebi é que posso seguir as regras , mover montanhas, mas não será suficiente. Vi a foto que o Ricardo postou no status. Sei que foram passar a virada na casa dos meus tios, e não vejo problema nisso. No entanto, me entristece em saber de que tive que sair de cena para que vocês se reunissem novamente.”
Meu pai ouviu toda a minha indignação em silêncio, mas quando foi sua vez de falar, foi honesto. Ele destacou que eu já não era mais uma criança, mas sim um adulto. Explicou que minha relação com Anderson causou estresse e dividiu nossas famílias. Segundo ele, minha tia não sabia que eu estava viajando, e como ela já vinha demonstrando interesse em aproximar nossas famílias, achou o Réveillon uma oportunidade para uni-las.
Quando ele mencionou Anderson, expressei o quanto era exaustivo, para mim e talvez para meu primo, depender da aprovação de nossa família, tentar jogar o mesmo jogo, nadar contra a maré e caminhar contra o vento. Expressei minha insatisfação, mencionando que estava chegando a um ponto em que não aguentava mais a pressão de seguir todas as ordens e regras sem obter retorno. Deixei claro que não estava mais disposto a participar de reuniões para fazer eu e Anderson ser reintegrado à família. Meu pai reiterou: “Você já é adulto, sabe o que faz. Nós, sua família, só queremos o melhor para você.”
Questionando o conceito de “melhor” que a família desejava para mim, coloquei em dúvida se o que era melhor para eles seria o mesmo para mim. Meu pai, então, levantou-se, mencionando que eu parecia estressado e que conversaríamos em outro momento. Sorri ironicamente, comentando: “O motivo talvez seja eu ter sido excluído, concorda?” Ele me abraçou e saiu do quarto, fechando a porta.
Após a saída de meu pai, busquei conforto em Manuel, liguei imediatamente para ele, que, como sempre, soube me consolar com palavras que aqueceram meu coração. Ele até me convidou para dormir em sua casa, mas como eu já havia passado três dias em Mangaratiba, era necessário permanecer em casa, próximo à minha família, mesmo que um pequeno caos estivesse se formando.

Os dias seguintes foram de calmaria, embora pairasse um clima meio estranho em minha casa. Ricardo e Letícia retornaram de Barra do Piraí, optando por não interferir mais em questões que não lhes diziam respeito. Amigos vieram me visitar, trocamos algumas ideias, mas nada extraordinário. Cada um tentava seguir sua vida da melhor forma possível. Manuel e eu saímos algumas vezes, inclusive na Roda de Capoeira, onde encontrei meu primo e conversamos naturalmente. Finalmente, retornei ao trabalho, totalmente descansado e pronto para me dedicar. Ao chegar na contabilidade, Pedro me deu as boas-vindas e perguntou se eu estava preparado para a rotina. Respondi afirmativamente: “Estou muito mais do que preparado.”

Às sextas-feiras, era quase uma tradição ter um happy hour após o trabalho. Com Pedro e agora com Manuel, era um momento descontraído. Bebíamos, petiscávamos e conversávamos sobre coisas triviais, incluindo nossos relacionamentos, coisa do trabalho e até falávamos mal de algumas pessoas.

E após o happy hour, ao voltar para casa, sou recebido por meu pai que desejava conversar. O motivo era uma social que incluía meus tios em minha casa. Naquele momento, compreendi que se tratava da iniciativa de me integrar gradualmente na vida dos meus tios. Ao perguntar se era para aquilo, ele confirmou dizendo que sim. Antes que eu pudesse dizer algo, ele ressaltou que era importante cooperar, já que todos estavam cooperando nesse sentido. Mesmo sem poder reclamar, afinal, devia obedecer a ele, propus a participação de Manuel no evento, ideia aceita por meu pai.

Rapidamente, liguei para Manuel, e após ele explicar toda a situação que ocorreria no dia seguinte, pedi para que estivesse comigo, pois precisaria do apoio dele. Eu não queria passar por aquilo sozinho. Manuel perguntou se meu primo estaria por lá, e respondi que não. Com base no que ouvi e sabia dos meus primeiros encontros, eu e meu primo não poderíamos estar no mesmo ambiente.
Ele então para o meu alívio disse que estaria presente.

No sábado, o dia da tal social, eu estava completamente desanimado para me socializar. Nem me preocupei com meu visual, afinal, aquilo parecia uma grande palhaçada para mim. Momentos antes do evento, recebi uma ligação de Anderson, que perguntou como eu estava em relação ao encontro. Respondi que não estava bem, e ele compartilhou que se sentiu desconfortável quando minha família estava na casa dele no Réveillon.
Quando meus tios chegaram, eu ainda estava no meu quarto, ouvindo suas vozes rindo e conversando. A partir desse momento, o nervosismo tomou conta de mim, talvez pelo medo e insegurança de ser ignorado ou mal recebido em minha própria casa.
Quando Manuel chegou, ele foi direto para o meu quarto. Mesmo com ele ali, precisei ensaiar algumas expressões e reações em frente ao espelho antes de descer para enfrentar minha família. Ao descer junto com meu parceiro, me deparei não apenas com meus tios, mas também com Amanda, que antes me acolhiam tão bem em suas casas. No entanto, bastou descobrirem que eu estava me relacionando com seus filhos para que tudo mudasse. Fico me questionando se um dia essa situação vai mudar. Até quando eu teria que passar por esses encontros forçados e constrangedores?
Em seguida, eu e Manuel nos juntamos aos meus tios e pais, sentando perto deles para convesar, falamos sobre nossa viagem a Mangaratiba. Manuel compartilhou como estava sendo seu retorno temporário a Volta Redonda, enquanto meus tios e pais relataram suas experiências na virada de ano na casa do meu tio. Surpreendentemente, a conversa fluiu como se não tivéssemos nos afastado. Quando fui à cozinha pegar refrigerante, minha mãe veio atrás de mim com um pedido. Ela solicitou que eu não mencionasse o nome de seu primo, pelo menos naquele encontro. Ela me perguntou se podia confiar em mim.
Afirmei para minha mãe que ela podia confiar em mim, afinal, já estava ali e seguir as regras não custava nada. Ela sorriu em resposta. Ao retornar para a sala, Manuel se aproximou e nos sentamos no sofá ao lado próximos de Letícia e Amanda. Cumprimentei as duas, mas Amanda não mostrou qualquer reação. Pensando que ela não tinha ouvido, repeti: “Ei Amanda? Tudo bem? Quanto tempo?” No entanto, ela sequer respondeu, apenas se levantou, olhou para mim e foi em direção aos seus pais, mas por algum motivo, ela decidiu voltar. Amanda olhou nos meus olhos e disse num tom alterado: “Não dirija mais nenhuma palavra a mim. Como você foi capaz de fazer aquilo? Pra mim você não passa de um dissimulado, de um falso.” Em seguida, voltou-se para Manuel e disse: “Você é outro sonso.”
Letícia, percebendo a tensão, se aproximou e perguntou se eu estava bem. Não respondi. Manuel pedia para que eu a ignorasse, mas não deixei passar, apenas foquei em Amanda e disse: “Lá vem você. Não vou aceitar ser humilhado e insultado dentro da minha própria casa. Tá me ouvindo? Não admitirei isso de ninguém, seja de quem for. Tá entendendo?” Amanda foi em direção aos meus tios, e eu fui até eles. Expliquei a meu tio que aquele encontro forçado era a pior coisa que poderiam fazer, e que desde o início eu não concordava com isso. Cedi por insistência deles e de meus pais, que acreditavam que poderíamos nos aproximar. Expliquei que estava me esforçando, afinal, estava ali com eles. No entanto, Amanda não ajudou. Se ela não estava decidida a esquecer a história, sinal de que não estava pronta para seguir adiante, e aquilo não era um problema meu.
Meu tio perguntou o que tinha acontecido, e Amanda contou uma versão diferente, afirmando que eu a havia insultado. Por sorte, Letícia e Manuel intervieram e disseram que não foi bem assim ocorrido, contaram toda a verdade, explicando que Amanda me ignorou e, quando insisti, ela me insultou. Amanda permaneceu em silêncio desde então. Meu tio se desculpou pelo ocorrido, concordando que eu estava certo em não aceitar insultos em minha própria casa. Reconheceu que o tempo seria o melhor remédio para nossa família, me garantiu que esses encontros forçados não ocorreriam mais. Ele olhou para Amanda e disse: “Quando chegarmos em casa, teremos uma conversa, e você pedirá desculpas para os seus tios e principalmente para o seu primo.”
Amanda fez o que meu tio pediu. Veio até mim, mas suas desculpas pareciam secas e forçadas. Pediu desculpas aos meus pais, mas dessa vez, ao falar com eles, parecia mais sincera. Expressou remorso e afirmou que não era essa a reação planejada. Meus pais estavam um tanto decepcionados com a atitude dela, já que estavam se empenhando mais do que eu para que tudo desse certo, e a situação não evoluiu como esperavam.
Logo após o pedido de desculpas, meu tio providenciou um carro via app para Amanda ir embora e instruiu que ela o aguardasse para uma conversa séria. Com a saída dela, o clima pesado se amenizou. Ricardo, que até então estava em seu canto, se aproximou e disse: “É, maninho, as coisas não estão fáceis para você” mas eu falei para ele: “Vai melhorar, eu creio, já tá melhorando.”
A pedido de Manuel, Ricardo colocou uma música para dar um pouco mais de animação ao ambiente. Com as músicas tocando ao fundo, me aproximei dos meus tios novamente. Reforcei mais uma vez que não era necessário passarmos por aquilo. Meu tio me abraçou e disse que estava tudo bem. Pela primeira vez em depois de um bom tempo, senti paz e me senti bem diante deles. Percebi que aquilo era real, sincero e recíproco.
Manuel permaneceu ao meu lado, próximo aos meus tios, até a hora deles irem embora. Ao nos despedirmos, minha tia me abraçou fortemente, e aquele abraço, por mais simples que parecesse, significava muito para mim. Aproveitando que Manuel já estava aqui, pedi para que ele dormisse comigo.

Depois que meus tios se foram, Ricardo convidou Manuel para jogar vídeo game, enquanto Letícia e eu ficamos na varanda conversando sobre a Amanda. Segundo Letícia, a atitude de minha prima foi mesquinha, e minha cunhada admitiu aturá-la por conta da minha família. Comentei que, no fundo, Amanda era gente boa, apenas surtou naquele momento de maneira errada. Confessei que não gostaria de estar na pele dela naquele momento, pois certamente estaria conversando com meu tio.
Meus pais nos avisaram que eu iria dormir, e pouco tempo depois, falei para minha cunhada e meu irmão que eu iria para o quarto, chamando o Manuel para me acompanhar. Quando chegamos lá no quarto, Manuel, sorrindo, perguntou: “Você percebeu o que aconteceu lá embaixo?” Sem entender eu disse que não. Então ele me explicou: “Sem ter a intenção, a Amanda acabou te ajudando, não percebe? Através do showzinho dela, seus tios se aproximaram de você. Entendeu?”
Realmente era verdade. Eu não havia pensado por esse lado. Afinal, meu tio até desistiu de fazer esse encontro forçado. Amanda tentou me ferrar e acabou me ajudando, de alguma forma.

Nesse momento, peguei o Manuel pela camisa e puxei em minha direção, onde toquei os meus lábios com os dele, iniciando assim, um longo e gostoso beijo de língua. Manuel me acariciava nas costas e na nuca. Eu segurava a cintura dele. Parei de beijar por um momento e em seu ouvido e sussurrei: “Obrigado por estar comigo essa noite, por ser meu segurança.” Ele riu e disse que foi um prazer me proteger. Voltamos a nos beijar com mais intensidade, eu puxei a camisa dele fazendo ele tirar, ele também fez o mesmo comigo e ainda de calças jeans nos deitamos na cama.

Com Manuel deitado ali na minha cama, desci para perto de sua cintura, onde eu desabotoei o botão e abri o zíper, ele estava usando uma cueca branca, apertei aquela pica que já estava dura, para só então tirar para fora. Quando segurei ela, falei para ele: “Nossa! Já tá assim?” Ele me respondeu: “Você que me deixa assim!” Eu exclamei: ”Ah é?” E sem pensar duas vezes caí de boca naquele pedaço de carne, Manuel fechou os olhos e curtia cada mamada minha, gemendo gostoso e por vezes dizia “Que boca gostosa!”, “Isso! Chupa essa pica!”, “Mama vai! Você gosta de pica não gosta?” Eu não respondi por que além de estar me deliciando com a pica dele na minha boca, ele sabia a resposta.
Depois de chupar gostoso e deixar a pica dela molhadinha, comecei a engolir todo aquele pau, Manuel foi à loucura, mas em nenhum momento colocou suas mãos em minha cabeça para me forçar, muito pelo contrário, naquele momento ele se encontrava com os braços cruzado por atrás da cabeça e me observando, eu engolia todo aquele pau, com alguns engasgou, mas me dedicando para dar prazer a ele que foi muito mais que um parceiro aquela noite.
Ele me colocou em posição de bruços, e após me beijar da nuca até a bunda, ele colocou lubrificante e foi introduzindo sua pica em mim, Manuel fazia tudo com carinho, colocava e tirava, pressionava o corpo dele contra o meu e assim a pica dele entrou sem muita dor. Metendo gostoso em mim, ele me dizia o quanto gostava de meter no meu cuzinho, e eu dizia que ama dar para ele. Ele não parava de meter, suas metidas foram ficando mais rápidas e começou a fazer um barulho alto, então ele me colocou de quatro e meteu forte em mim, eu fui a loucura, gemi baixinho, ele colocou a mão dele tampando minha boca para abafar meu gemido enquanto me fazia de puto montando em mim, me enterrando sua pica.
Depois me botou deitado de lado, levantou minhas pernas e ali ficou socando mais pica em mim, mordeu até minhas costas, me acariciava mesmo estando eu com o corpo todo suado. “Ai que delícia Manuel! Soca forte!” E assim ele atendeu o meu pedido socou muito no meu cu, e só parou quando gozou. Ao me dizer que ia gozar, comecei a me masturbar gozamos praticamente juntos.
Com a pica no meu cú, ele me dis: “ Caralho, Renato! Assim você me mata!” Me beijou e como o banheiro fica praticamente de frente para o meu quarto, decidimos ir tomar banho separados, não seria legal correr o risco.

No domingo, Manuel retornou para casa para almoçar com sua família, pois restavam poucos dias para sua partida. Eu não sabia ao certo quando ele iria embora, já que ele evitava falar sobre isso. Em casa, após o encontro tenso, o clima melhorou. Minha mãe agradeceu por meu comportamento, por não ter mencionado o nome de Anderson, concordando com minha atitude diante da minha prima. Ela reconheceu que eu não estava errado. E me deu razão em responder à minha prima.
Já meu pai concordou que minha prima estava errada. No entanto, ele considerou desnecessária minha resposta, o que levou meu tio a praticamente expulsá-la do nosso encontro. Mesmo com Letícia, Ricardo e minha mãe discordando dele, ele manteve a opinião de que fui inconveniente naquela noite. Minha mãe até reforçou que Amanda chegou a mentir dizendo que eu havia insultado, mas foi em vão. Foi nesse momento que percebi que, por mais que tentasse acertar, seria sempre considerado o errado da história. Optei por não retrucar naquele momento, respeitando seu ponto de vista, e continuei a conversa após mudar de assunto.
À noite, ao deitar para dormir, não estava em paz. A discordância do meu pai ainda ecoava em minha mente, causando agonia. Cada vez que fechava os olhos, a imagem dele surgia em meus pensamentos. Aquela noite foi horrível, mas, em determinado momento, consegui finalmente descansar.

Na manhã seguinte, segunda-feira, ao acordar, tomei banho, me arrumei e fui tomar café. Minha mãe, que sempre acordava mais cedo, já estava preparando o café para nós. Naquele momento, olhei para ela e disse: “Eu te amo tanto, mãe.” Surpresa, ela questionou por que eu estava dizendo aquilo àquela hora. Expliquei que simplesmente senti vontade de expressar meu amor. Terminei o café antes que meu pai descesse, me despedi de minha mãe e segui para o trabalho. No escritório, como de costume, seu Pedro passou pela sala na segunda-feira, perguntando sobre nosso fim de semana. Todos responderam que estava bem e que foi agradável.
Respondi a Pedro que quando ele tivesse um tempo, poderia me chamar no escritório. Surpreso, ele concordou. Como profissional, sempre mantive os problemas fora do meu ambiente de trabalho. Na contabilidade, os números, planilhas e contas sempre foram uma distração eficaz. Pedro me chamou e fui à sua sala. Pedindo licença, sentei-me na frente dele. Ele perguntou, preocupado: “Fala, estou percebendo que algo está errado. Aconteceu alguma coisa?”
Expliquei a Pedro que ocorreu um episódio desagradável no sábado com minha prima, e que mesmo estando certo, meu pai me considerou errado. Refletindo sobre tudo, decidi aceitar a proposta de morar na casa que ele havia me feito. Ele ficou surpreso, confirmando que a proposta ainda estava de pé. Então, informei que estava a aceitando naquele momento. Ele perguntou sobre quando eu ia precisar da chave, e respondi que não sabia ao certo quando sairia, pois precisava conversar com minha família e organizar minhas coisas. Pedro disse que me entregaria a chave no dia seguinte, assim quando eu resolvesse sair eu já estaria com elas em mãos. Ele apenas me disse para avisá-lo, quando me mudaria para ele tirar algumas coisas dele que havia na casa. Agradeci, segurando sua mão, e ele afirmou: “No que precisar, pode contar comigo.”

Na terça-feira, ao chegar no trabalho, Pedro me chamou em sua sala, entregou-me a chave e desejou boa sorte. Tendo a chave em mãos, me emocionei. Consciente de que o passo que estava dando seria crucial e significativo em minha vida.
À noite, convidei meus amigos para um passeio na praça e compartilhei abertamente meus planos de sair de casa. Eles reconheceram isso como um ato corajoso, considerando que eu tinha tudo dentro de casa. No entanto, expliquei que era necessário, pois, em alguns momentos, me sentia como um peso, como se estivesse atrapalhando.

Na quarta-feira, enquanto me dirigia ao trabalho, tomei a decisão de revelar aos meus pais que planejava sair de casa. Cheguei ao escritório ainda nervoso, com frio na barriga, mas desempenhei minhas funções como funcionário . Durante o almoço, comuniquei a Manuel que aquele seria o dia em que eu comunicaria a minha familia que eu iria morar sozinho. Embora ele tenha se oferecido para me acompanhar na revelação, julguei que não era preciso, pois seria um momento íntimo entre mim e minha família.

Após o expediente, retornei à minha casa e, em seguida, segui com meu irmão para a roda de capoeira. Lá, encontramos meu primo Anderson, que veio até nós para cumprimentar. Nesse ponto, Manuel já havia compartilhado a novidade com ele. Meu primo se aproximou rapidamente, manifestou que estava ciente da situação e me desejou boa sorte. Após a roda, convidei meu irmão para uma conversa. Nos dirigimos para fora do ginásio, encontramos um banco de praça e ali expliquei que estava planejando sair de casa para morar sozinho. No início, ele ficou confuso, mas detalhei como isso poderia ser benéfico para todos, expressando que sentia um peso na vida deles, além da minha necessidade de um pouco mais de independência. Ricardo considerou a decisão radical e sugeriu que havia outras maneiras de resolver a situação. No entanto, percebendo minha determinação em sair de casa, ele expressou suas preocupações como irmão, questionando onde eu ia morar, se seria seguro e se eu ia morar com alguém. Optei pela sinceridade com ele. Não vi motivos para mentir e expliquei que planejava morar naquela casa de Pedro. Esclareci que ninguém moraria comigo, e como ele já conhecia o local, sabia que lá era seguro.

Após nossa conversa, Manuel e Anderson se aproximaram, e pela primeira vez, depois de muito tempo, Anderson estava junto com a gente indo para casa. Ricardo parecia um tanto abatido, meio triste, e permaneceu em silêncio durante o trajeto, imerso em seus pensamentos. Anderson e Manuel seguiram por outro caminho, e antes de meu irmão e eu entrarmos em casa, pedi a ele que me ajudasse na conversa com meus pais.
Ao chegar em casa, notei que Letícia e minha mãe estavam assistindo novela. Ao perguntar pelo meu pai, minha mãe informou que ele ainda não havia chegado. Aproveitei o momento para tomar um banho, buscando alívio para o nervosismo na água quente do chuveiro. Após me vestir, fui para a sala, onde meu irmão já estava de banho tomado, ficamos ali conversando, e notando meu nervosismo, Ricardo disse que era pra mim ficar tranquilo que daria tudo certo.
A tensão aumentou quando meu pai chegou do trabalho e foi tomar banho, o nervosismo tomou conta de mim de forma surreal, chegando a tremer. Não tenho certeza se era medo ou insegurança, mas desejei que o tempo passasse rapidamente para que aquele dia, aquela situação, aquele momento terminassem logo.
Letícia percebeu o quanto eu estava nervoso e me perguntou: “Você está bem? Está acontecendo alguma coisa?” Respondi a ela: “Logo você vai saber.” Quando meu pai apareceu na sala, cumprimentando e contando piadas, levantei-me, pedi licença, desliguei a televisão e disse que precisava conversar com eles. Letícia arregalou os olhos, consciente de que não costumava fazer isso, indicando que algo sério estava por vir. Minha mãe, com uma expressão preocupada, aguardava a revelação.
Meu pai, então, instigou: “Então fale logo, filho. Estamos te esperando.” Antes de iniciar, olhei para cada um deles, encontrando encorajamento no olhar de Ricardo. Tomei coragem e expus: “Reuni vocês aqui porque… O que tenho para dizer é muito importante. Sei que talvez não vão compreender, mas… Daqui a alguns dias, vou sair de casa. Vou morar sozinho.”
Minha mãe, visivelmente preocupada, iniciou um questionamento, indagando sobre o local e os motivos por trás da minha decisão. Já meu pai, de forma direta, lançou uma pergunta: “Você não está saindo de casa por conta do seu primo, né?” Eu neguei e disse que era exatamente por atitudes como ele estava tendo que eu estava saindo. Expliquei que era cansativo ser constantemente julgado e visto como errado, e que não estava partindo por conta de alguém, mas sim por mim, em busca de liberdade e privacidade. Destaquei que mais cedo ou mais tarde isso acabaria acontecendo.
Minha mãe começou a chorar, expressando que não havia necessidade para isso. Meu pai tentou justificar, argumentando que permanecer entre a família era a opção mais segura. Ricardo ofereceu seu apoio, mencionando que talvez fosse o melhor caminho, reconhecendo que eu sabia o que era melhor para minha vida. Novamente, me virei para eles e afirmei que a decisão estava tomada, que já estava com as chaves da casa em mãos, eu faria a mudança no final de semana. Enfatizei que não queria que ficassem chateados e que não desejava sair brigado com eles.
Expressando que estava apenas saindo de casa, enfatizei que eles seriam sempre bem-vindos para me visitar. Destaquei que eu sabia que as portas da casa deles também estariam abertas para mim, para tomar um café, almoçar ou passar um domingo em família. Garanti que nada mudaria entre a gente e que eu continuaria sendo seu filho, e eles, minha familia, eu apenas ia morar em outra casa. Em um momento emocional, declarei meu amor por eles. Nessa hora, a emoção tomou conta, e lágrimas surgiram. Todos me ampararam em um abraço coletivo.
O jantar transcorreu em meio a uma atmosfera de melancolia, mas a comida, apesar desse clima, revelou-se surpreendentemente saborosa. As conversas fluíram entre momentos de silêncio, enquanto os sabores do jantar proporcionavam um contraste reconfortante à emoção presente.
Após o meu jantar, meu pai me chamou para ter uma conversa, junto com minha mãe, na varanda. Eles queriam saber melhor sobre essa situação de morar sozinho. Então eu expliquei para ele que moraria numa outra casa que Pedro tinha, que era um lugar seguro, que não moraria com ninguém. Quando minha mãe me perguntou se Manuel tinha influenciado minha decisão, eu a lembrei de que tenho autonomia para decidir sobre minha vida. Esclareci que a escolha foi totalmente minha e que Manuel apenas me indicou a casa. Meu pai perguntou se eu precisava de alguma ajuda financeira, e garantiu que não. Falei que a casa já tinha os imóveis, estava tudo correto. Ele pareceu meio triste, mas aceitou a situação.

Na sexta-feira, enquanto trabalhava, antes do almoço, passei no escritório de Pedro para informar que me mudaria no dia seguinte. Ele expressou seu apoio e desejou boa sorte. Antes de sair, lembrei-o de que, devido a levar meu pai para conhecer a casa, não poderia participar do happy hour. Ele compreendeu completamente e disse que na semana que vem eu estaria lá.

Após isso, fui almoçar com Manuel, que teve uma ótima ideia: ir às compras para personalizar minha nova casa. Visitamos diferentes lojas, adquirindo lençóis, fronhas, cortinas, toalha de mesa, quadros decorativos, almofadas e outros itens para tornar o ambiente totalmente meu.

Ao cair da noite, exausto do trabalho, tomei banho e arrumei-me, convidando meu pai para conhecer a casa. Aproveitei a oportunidade para levar os itens que havia comprado, enquanto minha mãe, não pronta para enfrentar aquela transição, optou por ficar.
Adentramos o carro de meu pai e, ao chegarmos à nova moradia, ao abrir a porta, deparei-me com uma cena estranhamente arrumada. Uma surpresa que, de certa forma, foi um alívio, evitando que meu pai testemunhasse qualquer desordem. Tudo estava organizado, e com certeza tinha dedo de Pedro e Manuel.
Meu pai apreciou a casa, embora tenha apontado o único defeito: não pertencer ao mesmo bairro que ele morava. Contudo, naquele instante, naquela casa que se tornaria meu mundo, ele confessou, após um suspiro profundo, que não estava pronto para me ver me ver trilhar o meu caminho, que não estava para me entregar para o mundo. Emocionado, as lágrimas caíram, e ele, segurando-me nos braços, pediu desculpas por palavras que machucaram. Segurei o choro, assegurando-lhe que estava tudo bem, e como já havia dito anteriormente, essa mudança era inevitável e, de certa forma, esse era o momento ideal para que ela acontecesse.
Meu pai demonstrou compreensão diante da situação. Então, para dissipar o clima melancólico, decidi mostrar a área externa da casa. Com entusiasmo, brinquei dizendo que dava até para fazer um churrasco nos finais de semana. Falei até que não sabia se iria caber todos aqui devido aos números de cabeça que havia na família.
Ele, em tom descontraído, respondeu que, contanto que houvesse cerveja e um churrasquinho, caberia todo mundo sem dúvidas. Após apresentar a casa, retornamos ao lar. Meu pai, animado, compartilhou com minha mãe sua impressão positiva, descrevendo a casa como boa e bonita, ressaltando até a possibilidade de realizar um churrasco na área externa. Embora fosse evidente que minha mãe torcia por mim, era perceptível que ela engolia em silêncio ver seu filho caçula deixar o ninho familiar.
Antes de subir para o quarto, Ricardo, próximo a meu pai, olhou para mim e disse: “Eu disse que você ia conseguir!”, abraçando-me com força. Subi aquela escada com uma leveza pelo qual eu nunca senti antes.
No sábado, ao acordar, animado e nervoso, dirigi-me à cozinha para tomar café. No entanto, ao entrar, deparei-me com minha mãe sentada, visivelmente abalada, escondendo o rosto entre as mãos. Quando me viu, tentou disfarçar, mas logo confessou que, se soubesse que me perderia daquela forma, não teria agido da maneira que agiu.

Sentei-me ao seu lado, coloquei sua cabeça sobre meus ombros e assegurei-lhe que não era culpa dela. Pedi para que parasse de se culpar, pois era uma decisão que eu já havia tomado. Expliquei que, mais cedo ou mais tarde, essa mudança aconteceria. Ela apontou que, mesmo sendo meu irmão mais velho, Ricardo ainda morava ali. Compartilhei com ela que cada pessoa tem o seu próprio tempo, e o meu momento era aquele. Já desfrutava de uma vida independente, especialmente do ponto de vista financeiro. E que aquele momento era a hora de trilhar o meu caminho, ter um espaço próprio. É como se fosse o momento de seguir o meu destino.

Permanecemos ali, compartilhando o café, até que ela perguntou se eu já havia arrumado minhas coisas. Respondi que ainda não havia feito, mas que o faria em breve. Então, gentilmente, ofereceu sua ajuda para organizar minhas malas. Aceitei, reconhecendo o gesto simbólico que ela também estava fazendo. Após terminarmos o café, dirigimo-nos ao meu quarto e começamos a dobrar as roupas que levaria. Optei por levar apenas o essencial: roupas, pertences pessoais como: acessórios, tênis, boné e itens de grande valor sentimental, como o cordão com a aliança de Anderson, a minha aliança, fotos e lembranças especiais.

Após acomodarmos tudo nas malas, minha mãe fixou seu olhar nos meus e disse: “Este quarto sempre será seu, não vou mudá-lo em nada. Quando quiser voltar, estará disponível para você.” Sorri e a abracei, agradecendo emocionado por esse gesto de carinho e acolhimento.

Manuel apareceu na hora do almoço, conforme combinado para uma refeição em família. Ciente de que era meu último dia em casa, minha mãe preparou minha comida favorita, lasanha, que, surpreendentemente, estava deliciosa. À medida que as horas passavam, uma sensação de invasão tomava conta de mim, uma mistura de emoções que acompanha o desejo de viver sozinho. Era como se a saudade já se instalasse, mesmo estando ainda no lar familiar.
Após a refeição, Manuel acompanhou-me até o quarto para buscar as malas. Já com as malas em mãos, pedi para que ele me esperasse lá embaixo. E fiquei olhando para o quarto que testemunhou tantos momentos marcantes. Afinal, era meu universo particular. Naquele espaço, desabafava, vivia intensamente, chorava, assistia minhas séries. Tantas memórias felizes. Ao percorrer o ambiente, lágrimas escaparam dos meus olhos. Limpei-as, absorvendo a complexidade da despedida.

Descendo a escada, percebi que toda a minha família me aguardava lá embaixo. A emoção transbordou e agradeci a cada um, começando pelo meu pai. Pedir desculpas por, às vezes, não ser o filho ideal foi inevitável. Ao me dirigir à minha mãe, as palavras se embargaram devido às lágrimas, tanto as minhas quanto as dela.

Quando fui abraçar o Ricardo, ele desabou. Nesse momento, pedi a ele que fosse forte e cuidasse dos nossos pais . E, entre as palavras, lembrei a ele da importância de casar o quanto antes.
Letícia, tão sensível quanto eu, já estava chorando abundantemente quando a abracei. Olhei para ela e brinquei, “Chora não, boba, vai borrar maquiagem.” Em seguida, acenei para Manuel, e fomos acompanhados por minha família até o portão. Ali, entrei no carro, abaixei o vidro, dei um tchau, e pude ouvir minha mãe gritar, “Vai com Deus, que Deus os abençoem.” Manuel ligou o carro, e gradualmente, minha família foi ficando para trás, uma cena que doeu profundamente no meu coração.

Naquele carro, permiti-me chorar abundantemente, liberando todas as emoções. Por um momento, Manuel permaneceu em silêncio. No entanto, depois, acariciou-me e disse: “Eu entendo o que você está sentindo. Já passei por isso quando fui morar em Seropédica. Se quiser chorar, chore. Faz bem.”

No trajeto de volta para casa, meu telefone tocou, era o Anderson. Lancei um olhar para a Manuel, enxuguei as lágrimas e atendi. Do outro lado, Anderson parabenizou-me pela coragem, reconhecendo a importância do passo que eu estava dando, dizendo que aquela seria a primeira de muitas conquistas. Ele perguntou se podia ir lá em casa, mas achei mais conveniente recusar. Eu disse que eu ia organizar a casa para depois receber visitas. Assim, ele ofereceu sua ajuda na organização, mas eu disse que Manuel já faria isso.
Manuel achou que peguei pesado com meu primo. Ele argumentou que Anderson só queria ajudar, destacando o gesto positivo de ter ligado para parabenizar minha conquista.
Optei por ignorar a situação, afinal, estava ansioso para chegar em casa e organizar tudo. Não vou mentir, foi um trabalho árduo. Ao entrarmos, notei um pacote sobre a mesa com um cartão. Olhei para Manuel, pensando que era ele quem havia me dado, mas não era. Ao abrir o pacote, surpreendi-me com um conjunto de panelas, e no cartão, apenas a mensagem: “Desejo a você toda sorte neste mundo. Com carinho, Pedro.”
Comuniquei a Manuel que o Sr. Pedro era um anjo em minha vida, um canal de bênçãos. Em seguida, abracei-o.
Iniciamos a organização, colocando cada item em seu devido lugar. Gradualmente, aquele aspecto que eu conhecia da casa de foda foi ficando para trás, cedendo espaço a minha identidade e gosto, a minha casa.

Ao finalizar toda a organização, o anoitecer já se aproximava e a fome apertou. Sugeri a Manoel que comprássemos um ancho, pois não havia nada para comer. Ele sorriu e brincou dizendo para olhar a geladeira. Ao abri-la, surpreendi-me ao vê-la totalmente abastecida, assim como os armários. Manuel revelou que meu pai havia ligado para ele na noite anterior, pedindo para que ele fizesse uma compra para mim, assim meu pai transferiu o dinheiro para a conta de Manuel imediatamente.
Manuel compartilhou que durante a conversa, meu pai expressou algo muito bonito. Meu pai disse que mesmo que eu tenha escolhido morar sozinho, ele enfatizou que eu continuaria sendo seu filho e que ele nunca faltaria como pai, assegurando que nada me faltará.

Apesar da geladeira e dos armários estarem repletos, decidimos pedir uma pizza através de um aplicativo. Enquanto aguardávamos, aproveitamos para tomar um banho. Estava verdadeiramente satisfeito ao ver a casa daquela maneira. Após o banho, relaxamos assistindo TV até a chegada da pizza. Ao ser entregue, devoramos como se fosse a última maravilha deste mundo, realçando o quanto estava deliciosa. Às vezes, a fome tem esse poder de tornar tudo ainda mais saboroso.
Após a janta, escovamos os dentes e deitamos na cama. Aquela noite foi especial não apenas pela presença ali, mas também pelo carinho que Manuel teve comigo. Abraçamos, nos beijamos, nossos corpos se entregaram completamente. Foi, literalmente, o início de uma noite de amor.
Manuel após tirar minha roupa, me beijou dos pés a cabeça, sempre me acariciando e me dizendo que eu era especial. Me virou de costas e entre beijos e lambidas me fez ficar arrepiado com sua barba que estava por fazer, arranhando a minha pele. Quando ficou perto de minha bunda, ele pediu para que eu empinasse o meu corpo para que assim ele pudesse explorar o melhor que havia na minha bunda. Ele colocou sua língua quente e macia no meu buraco e com movimentos circulares me fez ir à loucura. Eu rebolava, falando pra ele continuar pois estava delicioso. Assim, ele passou não só lamber mas a chupar meu cu, chegando até dar um beijo nele. E Manuel usava a língua com destreza, sabia fazer um cunete delicioso, deixando meu cu molhado e piscando.
Depois, me colocou de frente e para minha surpresa Manuel começou a me pagar um boquete, depois de muito tempo ele voltou a me chupar, eu estava em êxtase e gemia gostoso, incentivando ele a continuar. Seus lábios carnudos exploravam o meu pau e quando dei por mim, ele tinha me colocado de frango assado e agora revezava em usar a sua boca entre meu cu e meu pau, sua língua escorregava do meu cu até a cabeça do meu pau e dali ele pagava um boquete depois descia e quando alcançava meu rabo, me lambia por atrás. Eu só me masturbava feito um louco, sentindo o toque da língua dele que explorava todo meu corpo.
Na loucura do prazer, pedi para que ele deixasse eu chupa-lo. Prontamente, ele botou sua pica na minha cara e me fez chupar, e dizia pra eu chupar gostoso, e assim eu o fiz, chupava com vontade, a ponto que quando eu tirava o pau da minha boca fazia um barulho, usava a minha língua que explorava cada parte daquele pau veludo até chegar nas bolas, ali eu chupava uma, depois a outra, quando subi novamente, fui lambendo do saco até a cabeça, mas quando eu comecei a chupar apenas a cabeça rosada, Manuel foi à loucura. Tanto que pediu para eu parar senão ele ia gozar e não era isso que desejávamos. Assim, Manuel sentou na beira da cama e já com o cú lubrificado, de costa para ele, fui sentando devagar na pica, apoiando minhas mãos na coxa dele, e entre umas forçadas e gemidos, a pica dele entrou fazendo eu sentar praticamente no colo dele.
Ele colocou sua boca na minha orelha e disse: “ Senta gostoso! Usa esse rabo!” E assim eu sentei com vontade em Manuel, quando não sentava eu rebolava, gemendo e sempre me masturbando. Ele só segurava minha cintura e gemia. Quando minhas pernas começaram a doer pedi para que mudasse de posição e assim ele me colocou de quatro, pedindo para que eu empinasse todo o meu corpo e deixasse a minha bunda elevada, coloquei minha cara no colchão e elevem todo o meu quadril, e desta maneira fui penetrado de novo, Manuel seguia com o seu vai e vem, tirando e colocando o seu pau duro feito rocha dentro de mim, não muito violento, ele socava com carinho, e eu curtia cada metida, era delicioso sentir aquele homem colado em mim, sentindo prazer comigo. Ele então tira totalmente sua pica e o coloca só a cabeça, faz isso por várias vezes, é toda vez que a de seu pau cabeça me invade, me dá um fogo, meu cu fica arrebentado e pisca pedindo mais pica, tive que pedir para ele meter a pica toda pois estava me torturando. Ele segurou na minha cintura novamente e atendeu meu pedido, me fudeu gostoso, na casa só dava pra escutar o barulho dos impactos das metidas dele no meu corpo.
Ele deitou na cama e disse que queria gozar comigo cavalgando em cima do corpo dele, ficando de frente para Manuel e ao posicionar a pica na entrada de meu cu, sua forçando o meu corpo em cima dela e assim ela foi adentrando e meu corpo foi subindo e descendo, deslizando naquela pica, Manuel me olhava cheio de tesão e me dizia que eu era um putinho gostoso na cama. Quando terminou de falar essas palavras, ele segurou na minha bunda e mandou pica nela, só parou quando gozou, sua pica pusou e com espasmos Manuel urrava de prazer. Com sua pica ainda dura dentro de mim, eu rebolava enquanto ele me masturbava, quando gozei, jatos foram no peito e na barriga dele.
Dirigimo-nos ao banheiro para um banho, envolvidos em beijos e carinhos. Percebi que Manuel queria compartilhar algo, então questionei. Ele disse que não era nada, apenas queria fazer um pedido. Perguntou se poderia dormir comigo até o dia de sua partida. Afirmei que ele podia dormir sim, pois aquela casa era mais dele do que minha. Manuel estava sendo um parceiro incrível, e seria uma excelente companhia, mas indaguei sobre a data de sua saída. Ele me abraçou firme e revelou que faltavam apenas dias.
Ao ouvir isso, subitamente, fui transportado para aquela época em que Manuel partiu para o Sul. Revivi todas as emoções daquele dia, a insegurança, o medo, a tristeza. Até então, Manuel tem sido um grande apoio e um parceiro verdadeiro. A perspectiva de ter a vida sem ele ao meu lado despertou uma insegurança intensa. No entanto, para não preocupá-lo e para não interferir no momento que estávamos vivendo, decidi guardar esses sentimentos para mim. Olhei para ele e disse: “Então, vamos aproveitar ao máximo esses três dias”.
Após o banho, nos deitamos e desfrutamos de mais um momento juntos. Manuel expressou que eu era uma pessoa incrível. Em resposta, declarei meu amor por ele, e assim dormimos em uma atmosfera encantadora.
No domingo, despertei com Manuel se levantando da cama apressado, pedindo para que eu me arrumasse. Curioso com a pressa, perguntei o que estava acontecendo, mas ele apenas solicitou que eu me arrumasse. Ao perguntar para onde íamos, ele respondeu: “Não faça perguntas difíceis”. Então, na dúvida me arrumei como se estivesse indo para um shopping ou evento.
Já pronto, questionei se meu visual, meu look, estava aprovado. Manuel afirmou que estava ótimo. Pouco tempo depois, começaram a chegar pessoas em minha casa. Primeiro, foram meus amigos Dinei, Gil e Breno. Surpreendentemente, Pedro e Verônica apareceram em seguida. Logo após, chegou minha família, incluindo meu pai, minha mãe, Ricardo, Letícia e até meus tios estavam presentes. Por fim, para minha surpresa, Anderson também chegou. Cada um deles trouxe um algo embrulhado em um papel de presente.
Surpreso, recebi todos com muita felicidade, abraçando cada um e expressando o quanto eram bem-vindos em minha casa. Ao notar minha tentativa de entender o que estava acontecendo, Letícia explicou que era o início do chá de casa nova. Embora eu não soubesse exatamente como funcionava , gostei da ideia. Meu pai surgiu com uma churrasqueira, montou-a, os amigos buscaram as bebidas, as carnes e o carvão que estavam no carro, e logo o churrasco estava em pleno andamento.
O Chá de Casa Nova começou como uma brincadeira, onde eu tinha que adivinhar de olhos fechados o presente que estava na mão. Tinha que tatear e identificar cada item que me presentearam, e se errasse, enfrentava algum desafio ou prenda. Apesar da vergonha de pagar micos diante de amigos e familiares, foi uma brincadeira saudável e divertida. Além disso, os presentes que recebia não só eram necessários, mas também todos lindos.
Após a brincadeira, dediquei atenção a cada um, expressando gratidão pelo carinho, pela atenção e por dedicarem parte do seu tempo para estar comigo. Descobri que foi a Letícia quem organizou o Chá de Casa Nova, agradecendo sinceramente. Ao conversar com Pedro, expressei gratidão pelas panelas, e ele reforçou que, além de ser seu funcionário, praticamente eu era seu genro, pois seu filho me amava, e eu poderia contar com ele. Agradeci meu pai pelas compras, e ele ressaltou que estava apenas cumprindo seu papel de pai. Continuei falando com cada um até chegar em Anderson que estava perto de Ricardo.

Eu: É estranho depois de um bom tempo estarmos juntos com nossa família né?
Anderson: Eu não ia falar , mas já que você tocou no assunto, também pensei a mesma coisa.
Eu: Mas que bom que estamos todos bem, todos unidos.
Anderson: Exatamente! Isso é bom.
Ricardo: Pô, Anderson, porque não trouxe a Hellen?

Olhei para Ricardo, depois olhei para Anderson. Meu irmão viu a merda que havia dito e o clima que havia criado.

Anderson: Não tinha sentido alguma trazê-la para cá.
Ricardo: Foi mal, falei sem pensar. Realmente nada a ver ela aqui.
Anderson: Viajou legal hein, Ricardo!

Na hora do almoço, sentei-me à mesa com meus pais, enquanto Manuel estava com os pais dele. A sensação era a melhor possível. Acredito que ali, meus pais compreenderam o que eu tentei explicar o tempo todo, que eu estava apenas saindo de casa, mas nosso vínculo não se encerraria ali. Após a refeição, todos satisfeitos, decidimos então ir embora.
Aos poucos, cada um foi partindo, elogiando a minha casa e agradecendo pela receptividade, não apenas para mim, mas também para Manuel. Achei engraçado, pois agiram como se eu e Manuel fossemos casados ou namorados.
Antes de partirem, meus amigos elogiaram a beleza da casa, e eu sugeri que poderiam dormir lá comigo em algum momento, mas não enquanto Manuel estivesse por aqui,pois ele estava fazendo companhia. Vi os olhos deles brilharem com essa notícia.

Quando eu e Manuel ficamos a sós, foi a minha vez de agradecer a ele. Abraçando-o com força, dei vários selinhos em seu rosto. A cada beijo, expressava meu agradecimento, e ele sorria, achando graça. Comentei que a cada dia ele me surpreendia, parecendo nada com aquele cabeção que me chantageou.
Rindo com um tom de ironia, ele disse: “As pessoas mudam.” Refletiu por um momento e completou: “Se bem que se eu não tivesse te chantageado, a gente não teria se relacionado. E provavelmente não estaríamos aqui.” e mais uma vez concordei com ele.
Enquanto Manuel ficou deitado assistindo TV, fui organizar a pequena bagunça deixada pelos meus queridos. Assim, me senti uma verdadeira dona de casa. Mais tarde, deitei-me ao lado dele e assistimos à programação de domingo na TV.
Deitado, recebi uma mensagem de Anderson expressando o quanto adorou estar conosco e mencionando que, na verdade, gostaria de ter uma oportunidade de ficar a sós comigo e Manuel. Optei por mudar totalmente de assunto ao responder:

Eu: Sabia que daqui a dois dias seu amigo vai voltar para o sul?
Anderson: Não.
Eu: Pois é! Agora já está avisado.
Anderson: Me avisem se decidirem levá-lo ao aeroporto.

Com o anoitecer, fui para a cozinha preparar a primeira janta dessa nova fase. Escolhi fazer strogonoff, um prato fácil que eu adorava. Quando Manuel provou, ele exclamou: “Realmente acabei de confirmar, você é para casar! Que comida boa!”

Depois de eu ter organizado a comida na geladeira, Manuel assumiu a responsabilidade de lavar as panelas e a louça. Em seguida, sugeriu darmos uma volta na cidade, mas, aproveitando o momento agradável, optei por ficar. Ele riu aliviado, comentando que caso aceitasse teríamos que ir de Uber, já que o carro estava com meu futuro sogro. Rimos juntos, e ele sugeriu, que meu próximo passo deveria ser tirar uma carteira de motorista.

Com a volta da rotina do trabalho, agora morando um pouco mais longe, precisava acordar mais cedo para pegar um ônibus até a contabilidade. Pedro passou pela minha mesa, perguntando sobre nosso fim de semana, e desta vez respondi positivamente: “Ótimo.”

Antes de sair da sala, Pedro pediu para que eu passasse em seu escritório, adiantando que não era nada grave. Após responder alguns e-mails de clientes, fui à sua sala. Ele me convidou para um evento social à noite, pois Manuel partiria no dia seguinte. Pedro sugeriu um bar no centro da cidade com música ao vivo, e perguntou se eu tinha interesse. Aceitei, e meio constrangido, ele mencionou a relação entre eu, meu primo Anderson e Manuel questionando se haveria algum problema em convidá-lo, justificando qua Anderson era próximo a seu filho . Expliquei que não havia problema algum, e lembrei que Anderson esteve lá em casa no dia anterior. Pedro afirmou que ligaria para meu primo.

Ansioso, retornei ao trabalho, mas já estava pensando no look para a noite. Na hora do almoço, fui à padaria próxima e comi uma coxinha, acompanhada de um refrigerante.

Ao voltar para a contabilidade, surpreendentemente, Manuel estava lá. Ao me ver, explicou que como fazia um tempo que não trabalhava, resolveu dar o ar da graça e matar a saudade ajudando no que fosse preciso. No entanto, ele passou todo o tempo na sala com seu pai.

Quando cheguei em casa, Manuel já não estava lá. Olhei no celular e vi uma mensagem dele dizendo que foi para casa arrumar suas coisas e de lá passaria com o pai para me buscar. Correndo contra o tempo, escolhi meu look e, depois de estar pronto, passei levemente um lápis de olho para realçar o verde dos meus olhos e me perfumei.

Fiquei assistindo TV até ouvir uma buzina na frente de casa. Era eles. Entrei no carro, cumprimentei Pedro e Verônica, e dei um beijo em Manuel. Partimos para buscar Anderson em sua casa, e durante o percurso, Manuel ligou para ele pedindo para descer e esperar na esquina.

Meu primo entrou, cumprimentou todos nós, e eu fiquei no banco de trás, entre Manuel e Anderson. Enquanto Pedro falava sobre o bar para onde íamos, senti a mão de Anderson deslizar em minha coxa. Discretamente, tirei sua mão, mas pouco depois, ele voltou a acariciar minha coxa, continuando até chegarmos ao bar.

Ao sairmos do carro, Anderson puxou sua camisa para disfarçar sua excitação, provavelmente despercebida por todos, exceto por mim, pois Manuel correu para o banheiro e Pedro e Verônica dirigiram-se ao bar para identificar e encontrar a mesa reservada por eles.

Aproveitando que ficamos para trás, Anderson me perguntou com um sorriso safado: “E aí, primo! Gostou do carinho?” Respondi antes de ir em direção ao bar : “Pelo amor de Deus, não estrague a nossa noite.”

A mesa reservada ficava próxima ao palco, ao lado de uma parede que se estendia até o banheiro. Foi necessário juntar duas mesas para nos acomodar, com Pedro e Verônica de um lado e eu e Manuel do outro, deixando Anderson na ponta.

Começamos pedindo apenas chopp, e depois Pedro solicitou uma porção de batata frita e salame. Perdi a conta de quantas rodadas de chopp aconteceram até Pedro pedir uma costela assada, acompanhada de pão de alho, farofa e vinagrete.

Em determinado momento, Manuel mostrou-me a tela do seu celular com mensagens de meu primo insistindo para que Manuel o ajudasse a ficar comigo. Ele riu e perguntou: “E aí?” Como resposta, apenas balancei a cabeça negativamente.

Verônica nos comunicou que iria ao banheiro, e como eu também estava apertado, disse que iria junto com ela. Ao entrar no banheiro masculino, percebi que era um banheiro coletivo com várias cabines e mictórios. Nunca gostei de usar mictório, pois, por ser gay, temia que alguém achasse que eu estava olhando. Após me olhar no espelho, entrei numa cabine para urinar e, por mijar em pé, deixei a porta da cabine entreaberta. Relaxando com a sensação de alívio, a porta se abriu e se fechou automaticamente. Antes que eu pudesse ver, fui abraçado por trás, e ao escutar a voz, meu corpo se arrepiou todo. Era Anderson.

Anderson: Fica quieto que não vou dizer nada que você não queira!

Quando comecei a dizer a ele para sair dali, dois homens entraram no banheiro conversando. Meu primo, sem falar nada, colocou o dedo indicador sobre meus lábios pedindo silêncio. Com medo de sermos pegos, fiquei calado.

Aproveitando a situação, Anderson passava sua barba em meu pescoço, me beijava na nuca, causando arrepios.
Era possível sentir que ele estava excitado. Quando percebi que estávamos novamente sozinhos naquele banheiro, pedi: “Sai, Anderson, por favor!” No entanto, ele insistia: “Eu sei que você quer…” Embora pudesse simplesmente empurrá-lo, eu não conseguia. Ele chegou até a destravar a porta, mas eu permaneci imóvel.

Eu: Por favor, Anderson… Pare.
Anderson: Você quer sair daqui?
Eu só sabia repetir: Por favor, Anderson… Pare.
Anderson: Responda minha pergunta. Quer ou não sair daqui? Se não responde porque está gostando.

Meu coração batia em um ritmo que nunca havia batido antes, meu corpo tremia e minhas mãos suavam. Foi quando Anderson me virou de frente para ele e me deu um beijo, daqueles que se vê na novela, não aguentei e retribuí. Ele acariciou meu rosto, e continuamos nos beijando. Quando paramos de nos beijar, ele sorriu e disse: “Era só isso que eu queria, apenas um beijo… que saudade que estava disso.”

Após certificar-se de que não havia ninguém por ali, abriu a porta e saiu. Esperei um pouco antes de sair da cabine e me olhei no espelho, sem acreditar no que acabara de acontecer ali. Decidi voltar para a mesa, mas antes precisava arrumar uma desculpa caso minha demora fosse questionada. Gil me veio à mente, caso fosse necessário usaria o nome dele.

Dito e feito, ao retornar, não foi Pedro quem questionou minha demora, mas sim Verônica. Usei Gil como desculpa, dizendo que ele havia me ligado pois estava enfrentando um problema. Assim, sem mais delongas, sentei à mesa e retomei a interação com eles, evitando olhar para Anderson, sentindo seu olhar penetrante sobre mim.

Chamei um garçom, pedi caneta e papel, e anotei um pedido de música para o cantor cantar. A escolha foi “Mais uma vez”, de Marisa Monte, uma música que tinha tudo a ver com o momento que eu e o Manuel estávamos vivendo. Pouco tempo depois, quando o cantor anunciou no microfone que eu estava dedicando aquela música ao Manuel, senti-me como um verdadeiro adolescente apaixonado.

Manuel escutou a música o tempo todo, segurando minha mão. Quando a canção terminou, diante de todos ali, ele me deu um abraço e um beijo, arrancando aplausos dos presentes.

Antes de se afastar do meu abraço, Manuel perguntou se algo havia acontecido no banheiro com meu primo. Naquele momento, fiquei sem saber o que responder. Arregalei os olhos, mas não podia mentir para Manuel. Totalmente sem jeito, confirmei com a cabeça e apenas disse que foi um beijo.

Manuel não demonstrou nenhuma reação, apenas voltou a conversar conosco, mencionando que achou a música muito bonita. Depois de um tempo, Pedro resolveu pedir as contas e fez questão de pagar, recusando nossa contribuição, pois havia nos convidado. Após o pagamento, nos levantamos e fomos em direção ao carro. Dessa vez, Manuel, Anderson e Pedro resolveram ir ao banheiro. Verônica, então, fez uma piada: “Nossa! Isso que dá tomar chopp demais!”

Pedro foi o primeiro a sair do banheiro. Ao olhar em seus olhos, notei que ali havia uma expressão de suspense. Ele desviou o olhar, olhando para Verônica. Então pensei comigo: Será que Anderson e Manuel estavam lá dentro se pegando? Logo depois, Anderson saiu, seguido por Manuel. Entramos no carro. Dessa vez, fiz questão de ir sentado ao lado de uma janela. Evitando, assim, ser acariciado novamente por Anderson. Não que eu não gostasse. Na verdade, eu gostei dos carinhos, daquele beijo lá no banheiro. Eu amava Anderson. Mas depois de tudo que passei e conquistei, e agora morando sozinho, não queria botar tudo a perder. Eu estou pensando mais em mim mesmo, e isso não é egoísmo, é amor próprio. Posso ter cedido a Anderson o beijando nesta noite, mas isso não significa que virei um brinquedo em suas mãos. Se envolver com ele agora poderia comprometer todo o progresso conquistado. A minha preocupação com a possível interpretação de minha família, sugerindo que saí de casa apenas para me relacionar com Anderson, é uma barreira que me impede de seguir meus desejos.

No caminho para casa, Anderson pediu para dormir lá. Respondi que era melhor ele dormir em sua própria casa, mas ele insistia. Pedro interveio, dizendo que Anderson iria dormir em sua casa. Diante disso, meu primo não insistiu mais. Após deixar Anderson na porta de casa, Pedro seguiu para minha casa. Ele expressou que queria me pedir algo. Então, disse: Você sabe que meu filho vai embora amanhã, e eu tenho que levá-lo ao aeroporto. Verônica vai comigo, e com isso, não tenho com quem deixar a contabilidade. Preciso que você fique responsável pela contabilidade amanhã, que me substitua, eu confio em você… você poderia ficar lá para mim, cuidar das coisas?
Não tinha como eu dizer não para Pedro, principalmente depois de tudo que ele fez por mim. Mas eu sabia que aceitando, não poderia ir ao aeroporto junto com ele me despedir de Manuel. Portanto, olhei para Manuel, olhei para Pedro e disse: “Tudo bem, chefe. Amanhã eu serei o gerente daquele lugar.” Arranquei risadas de todos. Pedro me agradeceu e deixou eu e Manuel na porta de casa. Antes de entrar em casa, perguntei a Manuel o que aconteceu quando ele, seu pai e meu primo entraram no banheiro. Ele admitiu que ficou com Anderson, alegando que eu também tinha ficado. Eu exclamei: mas o seu pai viu? Com muita calma, ele explicou. Não, ele não viu, porque fechamos a porta da cabine, mas sabia que estávamos nos pegando. Brinquei chamando ele de safadinho. E ele respondeu de volta: “Safado na verdade é o seu primo.” Assim que entramos, e um clima de tristeza se fez presente e vendo que fiquei triste, Manuel veio com seu abraço aconchegante, dizendo para melhorar a cara, senão ele também iria ficar triste. Só respondi de volta: “eu vou sentir tua falta”. Ele me abraçou, fomos tomar um banho juntos; ali não houve sexo, só amor, nos beijávamos, nos acariciávamos. E por saber que eram as últimas horas que ele estaria comigo, eu curti a presença dele, o toque dele. A gente se permitiu transar, mas naquele momento o sexo avassalador que costumávamos fazer deu espaço a algo mais especial e íntimo, nossos corpos estavam na mesma sintonia, ouso dizer que em outra dimensão.

Ao despertar no dia seguinte, permiti-me apreciar a beleza daquele homem nu em minha cama por um momento. Acariciei seus cabelos antes de me levantar para me preparar para o trabalho. Antes de sair, o acordei para nos despedirmos com um beijo e desejei uma excelente viagem, finalizando com um sincero “te amo”. Optei por utilizar um carro de aplicativo naquela manhã e, ao chegar na contabilidade, iniciei o dia ligando computadores e equipamentos, enquanto os funcionários chegavam. Anunciei a todos que estava substituindo Pedro naquele dia.
Por volta das dez horas, Manuel me ligou, informando que Pedro estava a caminho de buscá-lo lá em casa. Um aperto no coração surgiu, desejei que tudo ocorresse bem. Expressando minha saudade, disse a Manuel que já estava ansioso pelo seu retorno. A ligação encerrou-se com as palavras de Manuel: Só não se esqueça que te amo.

Aguardei ansioso por uma ligação de Manuel durante todo o dia, mas ao chegar em casa, deparei-me com uma carta escrita à mão por ele, cuidadosamente posicionada sobre a mesa.

Meu Amor Renato,

Não consigo conter a felicidade ao expressar o que sinto por você. Estes dias ao seu lado foram verdadeiramente incríveis, preenchidos de momentos que guardarei para sempre em meu coração.

Cada riso compartilhado, cada abraço trocado, e cada instante ao seu lado contribuíram para fazer desses dias uma experiência inesquecível. Sua presença ilumina minha vida, e a alegria que sinto ao estar ao seu lado é indescritível.

Mal posso esperar para reviver esses momentos e criar novas memórias juntos. A cada segundo que passa, a saudade só aumenta, e meu coração já aguarda pelo próximo encontro. Contar os dias até nos reencontrarmos tornou-se um exercício de paciência, pois não vejo a hora de estar novamente nos seus braços.

Amo cada pedacinho de quem você é, e meu amor por você só cresce a cada dia que passamos juntos.

Com todo meu amor,
Manuel

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19 Comentários

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  • Responder Star ID:h5hn7tt0c

    Conto sensacional! Gente eles são um trisal…. Anderson , tá voltando devagarinho 😁

  • Responder Fã do trisal e do daniel ID:1dn9dvfexp09

    Que perfeição! Me sinto lendo um livro de romance, pode você fazer dessa história um livro, eu certamente compraria, sua escrita é extraordinária. Estou tão imerso nessa história que pulo as partes de sexo e foco mais na história, você através dos textos é capaz de estimular diversas emoções, uma hora estou alegre e outra melancólico, meus parabéns!!! Que essa história renda mais e que você nunca perca sua criatividade, sempre estarei aqui apoiando, amo muito o que você faz, ansioso para o próximo!!!

  • Responder Taylor ID:1ej8ptqt4h10

    Acho que eles o trisal devia reatar

  • Responder ...um fã ID:1e99o16zhy9a

    INFELIZMENTE, vejo Renato aceitando Manuel com seu joguinho. Onde oferece ele para outro, onde quer colocar Anderson novamente na historia. Novamente, Manuel não ama o Renato. Anderson so quer ter posse sobre os dois. Sei que curtem putaria, mas se Renato voltar para Anderson, não será amor, sera dependencia emocional.
    Renato deveria conhecer alguém de fora. Que faça ele desistir dos dois.
    Manuel continuar com os joguinhos com Anderson. E buscar aprovação e tentar ser assumido pelo Anderson, ate conseguir. e os dois passarem a ser casal. e anderson aprender a levar rola. Mas quem deveria comer o Anderson, deveria ser o mestre de capoeira. Deixando Manoel a ver navios. Sem Renato que o idolatrava. e sem Anderson, que achava ser o melhor na cama. Finalizando versatil passivo, com Daniel.
    Enquanto Renato, encontre alguem que nao o divida com outro. Mas o sacie na cama.
    deixando Renato bem, a familia de Renato orgulhosa. e Anderson e Manuel, vejam e se arrependam de nao terem valorizado Renato.
    E Renato, nem ai p eles

    Manoel ficar com Anderson, so pq Renato ficou?
    Anderson, consegue tudo.
    Ele nao se arrependeu. Ele so está se chegando.
    Ranço do Manuel, que nao valoriza renato.
    Anderson… so deveria ser feliz, se aprendesse a levar rola do mestre

    • Edson ID:1ewd6k7nfpgx

      Não sei se essas últimas palavras do Manuel não são um caminho para que ele se redima e, de fato, passe a amar o Renato.
      Concordo que esse lance de tentar enfiar o Anderson na jogada não é comportamento de quem ama, mas sim de quem tá ali mesmo apenas pelo sexo.
      O que me dá uma esperança de que o Manuel possa realmente passar a amar o Renato e exigir exclusividsde, e vice-versa, foi o convite que ele lhe fez para que pensasse na possibilidade de se mudar para o Sul, ficando com ele.
      Quanto ao Anderson, penso que ele tem em si uma homofobia internalizada e rejeita qualquer hipótese que o classifique quanto ao gênero. E concordo que existe ali apenas a vontade se chegar para ter posse de ambos: Manuel e Renato; não é amor, mas dominação. E também sinto que não se arrepende de nada. Mas essa de imaginar que ele, Anderson, poderia ser passivo para o Naldo, eu ía rir muito!
      Seja como for o acho tóxico para um relacionamento saudável, mas com o Naldo, mestre de capoeira, seria como aquele trecho de música: De igual pra igual, quem sabe a gente pode ser feliz!

  • Responder Marcos ID:g62fq6209

    Parece que eu conheço os personagens, sinto o que eles sentem… Parabéns… Excelente… Fico contando os dias para o próximo capítulo…

  • Responder Semaj ID:1d8dpkpds311

    Que show de texto.

    Aplauso de pé.

    Já dar para escrever um livro sobre esse romance sexual, com indicação inapropriada para menores (infelizmente), pois todo o contexto está ótimo.
    Livro esse que pode ser colocado em PDF com todas suas indicações e notas.

    Aguardo os próximos capítulos.

    Você me emocionou em alguns parágrafos.

  • Responder Luiz ID:3v6otnnr6ic

    Ainda bem que Manoel voltou pro Sul o canto ficou chato so com ele, e agora eu espero que finalmente Renato descubra que o homem certo para ele é Pedro

    • Edson ID:1e3gswl5ubix

      O Pedro pode ser um bom partido para o Renato. Entretanto, não sei como isso pode acontecer sem que haja um conflito com seu filho, Manuel que, mesmo à distância, tem sido um apoio e tanto para o Renato.
      Todavia, a insistência do Manuel para que o Renato evite eventuais investidas de seu pai dá margem para que exista algo aí que ainda desconhecemos. Fato é que a ída do Manuel para o Sul teve dedo de seu pai e, além disso, o Pedro tem sido essencial no resgate da autoestima do Renato (emprego e casa).
      A conferir!

  • Responder Eu ID:2ql4dg7hm

    Continuo torcendo pelo Anderson. Acho que ele tem que amadurecer seus sentimentos, ver o quanto foi cruel em várias situações, mas não se permitir ser esnobado pelo Renato, como está ocorrendo. É decisão do Renato e ele precisa respeitar isso. E abrir os olhos e ver que o Renato não vale tanto empenho assim. Deixa o cara trepar em paz com o Manuel… Naldo… Cristiano… Pedro… Daniel… etc… etc… etc… Como já disse antes, o Anderson, para mim, é o que mais sofre e justamente dentro da própria família. Não tem o apoio que o Renato e o Manuel têm. O Renato tem uma família que nunca o descriminou por ser gay e nem o forçou a arrumar uma namoradas. O Manuel tem um pai que apoia seu namoro com o Renato e apoia tanto que já comeu aquele cu também. As situações são diferentes e querem dele as mesmas atitudes diante de seus sentimentos. Não percebem a desvantagem do Anderson que, certamente não perdoa, mas justifica seus abusos.

  • Responder Mfs ID:41ih1j56zra

    A história tá tão boa, que nem tô ficando mais nas partes da foda. Pulo pra historia. Cara, tu é um escritor muito foda. Parabéns

    • Eu ID:2ql4dg7hm

      E eu que pensei que era o único a fazer isso…

    • Leitorcasado ID:1cqzw5womgop

      Tô em outro nível,só leio os comentários

  • Responder Nivinho16 ID:bf9fb9mzri

    Quem tiver afim de um novinho dominador chama no Twitter JPedro097 chega mandando

  • Responder Edson ID:1ewd6k7nfpgx

    Excelente o capítulo! A reflexão do Renato sobre seu amor próprio e seu lento resgate, dez!
    Por óbvio que a ausência do Anderson tem trazido o lado mais carinhoso do Manuel de volta nos momentos em que está com o Renato. Por vezes o Anderson incentivou o então Cabeção a destruir a autoestima do Renato durante o sexo, visto que, se por um lado, no furor do sexo, as veladas agressões estimulam a libido; por outro, se realizadas repetidas vezes, e com violência, causam baixa da autoestima em que as recebe e uma espécie de síndrome de Estocolmo, na qual a vítima se “apaixona” por seu algoz.
    Torço pelo amadurecimento do Renato e sua felicidade, seja com o Manuel, com o Pedro ou outro qualquer, mas, no caso do Anderson, opinião minha, vejo-o como um narcisista, cujo único “amor” que sente é por si mesmo.

  • Responder Fênix negra ID:1daifftfia

    Nossa que capítulo lindoo Renato amadureceu muito, acho que ele manuel irão terminar juntos no final

    • Edson ID:1e3gswl5ubix

      Também acho que o Renato está amadurecendo, principalmente nesses últimos capítulos, com toda sua exposição.
      Já o Manuel, neste capítulo, foi irreprensível, consciente das dificuldades que o Renato estava enfrentando.

  • Responder Tati ID:40von6safia

    Ai gente ,que lindoooooooooooo …amo

  • Responder Caiçara ID:fi07cbmm4

    Que capítulo lindo demais
    Amei muito parabéns