Caminhos do coração

ME DESCOBRINDO

De suor pelo futebol, da sua barriga de fora quando ele levantou sua camiseta para enxugar o rosto, do voluminho aparente em sua bermuda apesar de já tê lo visto nu …eu não sei o que está acontecendo comigo, ultimamente eu me sinto tão confuso, eu gosto muito dele como amigo, mas nunca senti essas coisas, agora que estou na pré adolescência e com ela vem a puberdade e esses sentimentos que eu não consigo explicar, ele percebeu que eu o olhava e sorriu pra mim, eu disfarcei desviando o olhar e não sei se foi impressão minha, mas acho que o Pedro percebeu.
—Oi gente, vou embora, olha quem está chegando aí, é a Sabrina com as amigas dela – disse o Pedro.

A Sabrina é uma garota moreninha clara, cabelos compridos ondulados e lisos que estuda na mesma escola que a nossa e muito gente boa, não sei quantos anos ela tem, nunca lhe perguntei e não me atrevo a perguntar, mas acho que deve ter mais ou menos a mesma idade do Pedro, ela é bonita mas não sinto atração por ela, pra falar a verdade eu não sinto atração por garota nenhuma …porque eu sou assim? Há deixa isso pra lá, eu ainda sou novo, talvez seja por isso, mas o Pedro é caidinho por ela, um vês ele nos contou meio que sem querer …que idiotice a minha falar que ela estuda na mesma escola se na nossa cidade só tem uma escola, mas como eu estava falando, ela estuda na mesma sala em que o Pedro, pois eles estão adiantado um ano mais que nós, eles são mais velhos que eu e o Junior, eu e ele estamos no mesmo ano assim como a chata da minha irmã.
—porque você não fala pra ela que gosta dela Pedro?
—Ficou louco Zezinho?
—é só chegar nela e dizer Pedro!
—você acha que é fácil né Junior! …se eu levar um fora?
—se você não arriscar nunca vai saber – eu disse.
—Chega dessa conversa, deixa eu ir logo antes que ela me veja.

Ele disse e saiu, eu continuei ali sentado com o Junior naquelas cadeiras de plásticos em volta da mesa sem nos importar com a presença delas.

—que chato né cara, eu imagino como ele se sente, é tão ruim gostar de uma pessoa e não poder dizer a ela.
—Você também gosta de alguém Junior?
—você nem imagina o tanto – ele disse perdido em seus pensamentos olhando para o nada.
Acho que ele estava tão pensativo que não se deu conta do que falou, não sei porque, mas me deu uma dor tão grande no coração quando ele disse que gostava de alguém.
—Fala aí? ..de quem você gosta?
—o que? …ele disse saindo do seu estado hipnótico.

—você acabou de falar que gostava de alguém, eu quero saber quem é.
—tá doido Zezinho? …eu não gosto de ninguém não.
—Mas você falou que gostava.
—não falei.
—falou sim.
—eu já disse que não falei.
—eu ouvi.
—poxa! …como você é chato caralho, eu vou embora – ele disse e se levantou.
—espera. fica mais?
—Estou indo, amanhã a gente se vê …tchau – ele disse e se foi.
Eu hein! …não sei porque ele ficou chateado só porque eu queria saber de quem ele gostava, não custava nada dizer.
Bom. Já era tarde, acho que minha mãe já deve ter saído do serviço, o jeito era ir embora também, já que cada um foi pra sua casa só me restava ir para a minha.
—Oi mãe, já chegou?
—não só cheguei como já tomei um banho também, você precisa parar de ficar até tarde na rua assim.
—más nem escureceu ainda.
—e tem que esperar ficar escuro para voltar?
—desculpa mãe, é que eu estava jogando bola com meus amigos.
—Estou vendo mesma.

—Há mãezinha querida, deixa eu te dar um abraço – eu disse rindo e fui com meus braços abertos para abraçá-la brincalhão como sempre fui com ela.
—Nem pensa nisso menino, você está todo sujo e fedendo, vai tomar um banho primeiro, depois você pode me abraçar – ela disse sorrindo e se esquivando.
—De jeito nenhum, quem vai tomar banho agora sou eu – disse a chata da minha irmã.
—vai no outro banheiro maninha.
—Nem pensar, o chuveiro lá está queimado, se quiser vai você tomar banho lá ou espere eu tomar o meu.
—tinha que ser a chata da Clarinha mesmo!
—chato é você.
—não sou, você que é.
—é você.
—Calem a boca vocês dois, parecem gato e cachorro, agora vai logo filho tomar o seu banho, daqui a pouco o seu pai chega.
—e eu mãe? – disse a Clarinha.
—Você que espere ou vai no outro banheiro, ficou o dia inteiro dentro de casa e não tomou, agora vai ter que esperar todo mundo tomar o seu primeiro.
—droga – ela disse brava indo pra sala.
A água do chuveiro estava uma delícia, eu até que podia ir no outro banheiro e tomar um banho de água fria de tanto que estava calor, mas só de pirraça por causa da Clarinha eu decidi tomar banho aqui mesmo, quando eu comecei passar a mão no meu peito e a esfregar meu saco meu pinto estava durinho, peguei nele e iniciei uma punheta, eu tentava pensar nas garotas do colégio mas como sempre acabei pensando muito no Junior e gozei gostoso …que droga, eu não consigo tirar ele da minha cabeça, já não é a primeira vez que bato punheta pensando nele, eu já tinha ouvido falar muito desse assunto de homens que gostam de homens, mulheres que gostam de mulheres …será que eu sou uma dessas pessoas tinha até um vizinho nosso que ele tinha 17 anos que seus pais expulsaram ele de casa por gostar de meninos e agora que saco isso?
—O MÃEEE …TRAZ A TOALHA.
Toma – ela disse me entregando pela pequena fresta que deixei na porta, me sequei e fui com ela enrolada na cintura, cheguei ao quarto e coloquei um calção leve de pijama sem cueca mesmo e então fui à sala assistir televisão, a Clarinha ficava olhando pra mim rindo más não sei porque, alguns minutos depois meu pai chegou e já foi entrando no banheiro. —FILHO! – disse a minha mãe chamando minha atenção ao chegar na sala.
Que foi mãe?
Quantas vezes eu já disse para você usar cueca e sentar direito? …fica aí com suas pernas arreganhadas e sua irmã está vendo todo o seu negócio aí de fora.

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