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A nova realidade que mudou o mundo – parte 21: Depósitos

2416 palavras | 4 |4.38
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(Atendendo a pedidos, esse capítulo vai mostrar com mais detalhes os galpões onde as escravas públicas ficam, e os orfanatos para as escravas em treinamento. Além disso, vamos conhecer mais alguns galpões pouco citados)

Repouso merecido

Toda escrava pública possui uma rotina extremamente pesada de trabalho e sofrimento, e o seu único tempo de cuidado e descanso é dentro desses galpões que foram construídos conforme regras rígidas de projeto, para receber essas moradoras em seus horários de folga.
Todo galpão construído para escravas em idade de trabalho, foram construídos de forma que não possuam nenhuma árvore próxima ao prédio, e são enormes galpões sem nenhuma janela, com apenas duas portas pequenas, com medidas comuns de apenas um metro e meio de largura e dois metros de altura, ficando uma porta de cada um dos lados mais distantes do galpão, Todos possuem piso de cimento queimado, e algumas paredes internas e baias, assim como uma parede em frente cada porta, exigindo uma curva ao entrar ou sair do galpão, apenas com o intuito de impedir uma ventilação eficiente. São galpões baixos, com apenas três metros do chão ao telhado, que é coberto de folhas metálicas de zinco galvanizado, sem nenhum isolamento do calor. Alguns locais que precisam de mais escravas, podem ter galpões de dois andares, mas sempre com as mesmas medidas entre um piso e outro, apenas três metros de altura.
Os galpões possuem uma equipe de limpeza, sempre um grupo de escravas destinadas a essa função, e que quando as escravas são retiradas para ir ao local de trabalho, passam um tipo de rodo em todo o piso, arrastando para os cantos toda sujeira que está no chão. Pois como escravas são lavadas apenas semanalmente ou quinzenalmente, é comum que o chão fique cheio de barro, e sujeira que elas trazem do trabalho. Também suja muito os restos de comida que fica no chão após as refeições, e as fezes e urina que elas fazem no chão quando estão presas ali. Essa sujeira toda é levada para fora e descartada, mas nada é lavado, apenas empurrado para fora, e com o tempo, o chão acabou ficando imundo e mal cheiroso, como se fosse o piso de um curral de gado. E em um lugar abafado, sem ventilação, cheio de corpos sujos e suados, o fedor impregna e se torna indigesto. Porém as escravas estão tão acostumadas, que nem sentem mais o fedor.
As escravas que fazem um turno comum de apenas doze horas de trabalho, os galpões são compartilhados por escravas de dois turnos. São escravas de trabalham da meia noite até ao meio dia, e escravas que trabalham do meio dia até a meia noite, E que são retiradas algum tempo antes da jornada para caminharem até o trabalho, e nesse período a equipe de limpeza prepara o local para as escravas do outro turno, que estão vindo para o local descansar.
Dessa forma, os dois turnos pegam o galpão abafado pelo calor que o Sol no telhado metálico proporciona, e um momento escuro para dormir. Na teoria os turnos ficam em igualdade, mas na prática, o turno que descansa entre a meia noite e o meio dia, é retirado do galpão as onze horas da manhã, e acaba por ficar dentro do galpão durante a madrugada, quando é mais fresco, no caso do galpão, menos quente, e apenas por volta das dez horas é que esquenta muito o lugar, chegando a uma temperatura interna perto de quarenta graus Celsius. Já o turno que trabalha até o meio dia, esse chega no galpão perto das treze horas, quando o galpão está muito quente, e pegam a maior temperatura interna que se dá sempre perto das quinze horas, chegando em dias mais quente aos quarenta e seis, até quarenta e oito graus conforme a época, que torna esses galpões um castigo, e completamente insalubre.
O espaço fica apertado para o grande número de moradoras, pois da forma que elas são colocadas, para se deitar, cada escrava fica encostada em outra, e com elas deitadas, não fica espaços vazios. Parecendo uma cela muito cheia de penitenciária com escravas tendo que dormir sentadas até, por falta de espaço.
Para que elas fiquem em igualdade, e para humilhar as escravas, a alimentação é feita apenas durante a noite, já com o breu do lugar, e as luzes ficam acesas por um curto tempo para que elas comam. Alguns galpões servem marmitas para as escravas, que comem no chão, como cachorras, com a boca direto dentro dessas marmitas de alumínio, que por sinal, são reaproveitadas várias vezes. Outros galpões a comida são jogados no chão sujo, e elas comem juntas, com a boca e com as mãos. A regra para todas as escravas é que após elas serem liberadas a comer, elas terão cinco minutos antes que as luzes sejam apagadas, e ficarão em um breu total, dividindo os restos de comida com ratos e baratas que são em número muito alto nesses locais. Inclusive, onde está a comida, alguma escrava terá que se deitar sobre esses restos para conseguir descansar.
Quando as luzes se apagam, o silêncio no galpão é sepulcral, pois essas escravas preferem o silêncio ao dividir suas dores com suas colegas. Elas já não são humanas, são bichos adestrados ao trabalho, sem prazer na fala. E mesmo durante o período de Sol, o local é completamente escuro, e não permite nada além do suor e do desconforto.
As escravas de limpeza ficam em um pequeno anexo ao lado do galpão, deito de cimento e com telhado telado, que não impede a chuva, não protege do Sol e não esconde o céu a em momento nenhum. São escravas muito bronzeadas, e que durante o tempo que não estão trabalhando, precisam ficar ou em pé, ou sentadas, pois o local onde ficam é tão apertado, que elas nunca conseguem deitar para descansar.

Orfanatos maiores

Os orfanatos maiores são os galpões projetados para receber as meninas públicas entre nove e suas vidas funcionais. São locais de transição, para irem se acostumando com a vida plena de uma escrava pública típica.
São barracões nos mesmos moldes dos galpões para escravas trabalhadoras, com a única diferença que o piso ao invés de um cimento queimado e liso, é todo de pedras britadas, que torna a limpeza ainda mais difícil, e ao deitar sobre essas pedras, o desconforto é muito maior. O que muda desses galpões para o de trabalhadoras, é que as escravas nessa idade só tem um turno de trabalho nas escolas, e passam as noites dentro do galpão. As escravas escolares são lavadas todos os dias, porém os galpões delas não possuem equipe de limpeza, e a faxina é realizada apenas uma vez ao mês, tornando o local muito mais fétido, imundo e nojento para elas. O grande intuito é que nessa fase elas sejam treinadas e acostumadas aos tormentos da vida adulta, potencializando a maldade para elas.
A comida é servida como nos galpões de trabalhadoras, jogadas no chão imundo, porém ao invés de cinco minutos, as jovens têm apenas três para se alimentar com luzes. E como o lugar não é sequer rastelado, a comida de hoje, se mistura com restos de vários dias, e outras nojeiras que as escravas deixam no local.
Como esses galpões são menores e mais cheios, elas têm muita dificuldade para dormir, e boa parte delas dorme encostadas umas as outras, sentadas e encolhidas para caber suas colegas. E diferente das adultas, essas jovens passam menos calor, pois durante os momentos mais quentes, elas estão fora do galpão.

Orfanatos menores

Esses são os orfanatos para as meninas menores, é o primeiro lar de uma escrava pública, e tem muitas diferenças para o orfanato maior, sendo que nesses galpões não possuem piso, sendo apenas terra batida, e dentro do galpão existem várias divisões para idades diferentes. E a limpeza é realizada todos os dias, incluindo um banho nas escravas, que é feito por um aspersor de irrigação, jogado durante as madrugadas, e que fica instalado abaixo do telhado. Que limpa o suor, e mantem o local enlameado sempre.
A alimentação é feita por idade, e começa sempre com as maiores que ganham sua alimentação em um cocho, sempre com a luz acesa, sem pressa como nas maiores. Em seguida as maiores ajudam a alimentar as menores, que além da comida no cocho, uma mistura pastosa, ganham mamadeiras com leite de vaca, leite humano, sêmen e alguma mistura nutritiva.
Aquelas que costumam chorar muito, são amordaçadas, e como crescem em meio ao caos da escravidão, poucas aprenderam a falar, e quando falam, tem uma linguagem ruim. Todavia, é visível um carinho e um amor entre elas, com interações fraternais dessas pobres meninas que não conhecem, nem irão conhecer a vida livre.

Recanto das prenhas

Um galpão pouco explorado é o destinado ao pré-natal das escravas públicas que acabam engravidando. Pois esses galpões são transitórios, e ao perceber uma gravidez, a escrava é levado para um deles, onde fica até o nascimento de sua cria, e ao nascer da cria, ela vai para o galpão de recuperação, onde fica mais um tempo, e depois volta ao seu galpão de origem.
Como as grávidas não são funcionais para o trabalho, ao ir para um galpão desses, a escrava não vê mais a luz do sol até o nascimento de sua cria, porém, não quer dizer que ela vai ficar em paz nesse local. Nos galpões para grávidas, como nos demais, não existem janelas, e todos possuem apenas uma porta, que fica trancada o tempo todo. O piso é de cimento batido, e nunca é feito limpeza do local, sendo o mais imundo dos galpões. E como as escravas nunca saem para fora do galpão no período de gestação, a luz permanece ligada por dois períodos de quinze minutos por dia, e a alimentação é feita nesses períodos.
As escravas grávidas, todas são amordaçadas com mordaças de metal, com cadeado, onde elas não podem fechar a boca, e um alargador anal é deixado em cada uma delas, impedindo a contração anal e fazendo elas evacuarem suas fezes quase o tempo todo. Elas também ficam o tempo todo algemadas com as mãos para trás, e possuem grilhões nas pernas impedindo um caminhar natural. São escravas que tendem a ficar sentadas ou ajoelhadas, e com o tempo, o peso da barriga força elas a se mexerem menos ainda.
O alimento que é dado a elas, é enriquecido com uma ração, mas como é jogado em um chão coberto de restos de comida desde a construção do galpão, fezes, urina, insetos e outras nojeiras, elas tem a pior refeição de todos os galpões, intragável e inimaginável para uma grávida livre do mundo anterior. E para elas, se comecem no escuro, o castigo seria muito menor.
Câmeras monitoram para ver quando uma grávida começa a ter contrações ou entra em trabalho de parto, e nesse momento elas são retiradas do galpão e levadas para os locais de parto. Todavia, já ocorreram momentos em que grávidas deram à luz ali dentro do galpão, com a sua cria caindo no chão imundo, forçando os guardas a puni-la por isso. E algumas escravas morreram nesse local, por problemas na gestação, ou pelo calor excessivo do local.
Essas escravas com certeza passam por uma experiência inesquecível para serem mães.

Galpão pós parto

Após darem à luz, as crias são levadas embora, e a escrava vai para um recanto de recuperação, onde ela ficar por alguns dias até estar apta ao retorno ao trabalho.
É o único galpão que possui janelas, porém elas não possuem aberturas, apenas entra a luz solar, e as escravas nesse período ficam livres de amarras, mordaças e plugs. A alimentação é feita com tigelas no chão, e o chão é limpo todos os dias. Ficando apenas a sujeira momentânea. É uma falsa esperança, um acalento a mãe privada de ver o filho, e que torna a sua mente mais quebrada ainda quando retornar à realidade da escravidão.
É nesses galpões que a escrava usa xampu e sabonete pela única vez na vida, no dia que é retirada para retornar ao trabalho. E ela ganha uma refeição limpa, saborosa e repleta de mimos logo após o banho. Também é nesse galpão que uma escrava nascida na escravidão, dormirá em um colchonete pela primeira vez, e terá o conforto de não dormir no chão como sempre fez. É um momento de paz, tranquilidade, repleto de humanidade, e que faz elas esquecerem o quanto pode ser perigoso viver como escrava nesse mundo cruel.
A escrava fica dias e dias sendo cuidada, humanizada, respeitada, sem apanhar, sem sofrer, sem sujeira, que esquece o risco desse local. E só no dia que recebe a notícia que vai retornar ao mundo real, é que percebe que tudo vai ser ainda mais cruel para ela. Pois ao sair desse galpão recebe uma marca de ferro quente em um dos seios, informando que já pariu, e a data do retorno. E geralmente os guardas organizam um estupro coletivo, para dar boa viagem a vadia, que pelo parto recente, sente fortes dores, e sofre muito. Ela então está liberada a retornar ao seu imprestável destino junto a suas cadelas irmãs, em um trabalho degradante e fundamental para o mundo.

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4 Comentários

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  • Responder Jair Renan ID:46kphpcdv9j

    Pensa no cheiro ruim e no calor que elas passam

  • Responder Sult ID:sfmpy0fsxow

    Quem dera eu pudesse replicar isso, mesmo que em escala menor. Me chamem no telegram @sultanvetiver

    • Robiçon ID:46kphpcdv9j

      Mundo perfeito. Deveria ser assim

  • Responder Kelly ID:1eq6qzbb4gpp

    Dá para sentir o cheiro desses lugares