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Lanoyhesma

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Os 100 pares de seios deslizavam com facilidade pela grama imunda, banhados por camadas espessas e salgadas de pus amarelado que escorriam pelos bicos acastanhados. Mesclava-se ao sangue conforme a raríssima espécime de Cento-peitus-Anomalus subia pelo carvalho; cascalho lacerando-lhe luxurioso mente a pele. Vê um aglomerado de ovos de cor febril, uma tênue camada gelatinosa que parecia envolta em névoa de enxofre. Desliza em direção à entrada da vagina e do ânus, tirando-lhe suspiros excitados.
Larvas chocam imediatamente em contato com a superfície úmida e quente de seu interior, pequeninos seres famintos devorando-lhe os os órgãos com milhares de minúsculas presas, até atravessar a carne e sairem rasgado a pele despudoradamente, como se tirassem uma peça de roupa. A mulher se contorce em frenesi, suas centenas de pernas se debatendo contra os galhos até cair, formando um círculo no chão. O pus lhe empapa cada pedaço da carne; resultado de seu ardente orgasmo. Uma mulher com partes de mosca aproxima-se do corpo, enfiando a língua em cada recôndito desfigurado e ensanguentado, as asas zumbindo enquanto as patinhas penetram as vísceras, prendendo nos ossos.
Do lado, uma imensa planta carnívora exibe lábios dentados, o corpo se curvando ao vento em uma dança cópula tória. Um casal de percevejos pousa na luxuosa cama escarlate, no que o Homem penetra com seu pênis-adaga o estômago da fêmea, ejaculando na feria exposta. Ela emite furiosos grunhidos enquanto suas assas são rasgadas pelo falo, e ambos não percebem enquanto a planta fecha-se, mastigando-lhes prazerosamente, as partes duras da carcaça estralando como balas de hortelã.
Uma mulher lesma rasteja vagarosamente sobre o cadáver de outros insetos, sua buceta envolvendo-se plenamente aos corpos, dissolvendo-se em gosma, penetrando-lhes cada poro. Parte de sua cauda entra no interior de uma bela mulher arranha, com 5 olhares de um verde penetrante, que repousa coberta por suas pernas longas negras, para sair por seus lábios intacta, exceto pelos pedaços de órgãos e fluídos da vítima, limpando-lhe o interior e o devorando, simultaneamente, como quem come escargot. Logo sente em seu ventre algo sólido e doloroso, a carne gosmenta cedendo ao ferrão; O veneno escorre por seu corpo, derretendo-lhe em uma sopa ácida. A terra absorve cada gota, sedenta, igualmente excitada, gemendo com o som rasgado de milênios de anos mineralizada e fóssil, violentamente imersa nos prazeres terrenos, o palco para toda e qualquer orgia e deleite. Chega a tremer em seu êxtase milenar, causando o desmoronamento de diversas pedras e vegetações, que abruptamente soterram seus súditos; Alguns acabam gostando da sensação de sufocamento, dos pulmões queimando com a falta de oxigênio, dos ossos, patas e antenas esmagados por pedras colossais, na verdade, quase todos concordam que morrer de forma brutal é excitante pra caralho; à tontura, a leveza final nos momentos em que antecedem à morte, quando fita seu parceiro nos olhos e sentem-se, genuinamente unidos.
Nessa época, chamava-se Lanyeshnoesma. Mas após o grande cataclisma gerado pelo orgasmo do ventre terreno, com a extinção das espécies Homo-Insetoloide, tornou-se a Terra. Os remanescentes vivos são descendentes distantes dessa raça. Eterna vida e lembranças a Lanyeshnoesma, nosso paraíso perdido de luxúria. Que sua milenar gosma persista em nossos fluídos, e seus desejos em nossos corações corroídos.

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