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Descobertas da Vida- Prólogo

2550 palavras | 7 |5.00
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Recordar é viver, espero que se deleitem com a minha história de vida nós próximos capítulos.

Eu estava na rua brincando até altas horas, minha avó me chama para jantar. Eu me chamo Alan, era um garoto franzino, cabelos na altura da orelha cacheados, branco, olhos meio acastanhados, tinha lordose então ficava arrebitada minha bunda, morava com meus avós.

Eu tinha entre 10 e 11 anos, já apresentava certa delicadeza, mas todos os menino me respeitavam; não sei se pelo medo do meu avô militar ou das coisas que eu lhes proporcionava: video game, piscina, TV com vários desenhos e lanches feito por vovó.

Meus avós eram amorosos, cresci uma criança livre de preconceito. Tinha 2 amigos, o Márcio 12 anos: pardo, lábios carnudos, , cabelos raspados, era entroncado, fortinho de jogar bola, tinha tanquinho, ele estava na puberdade, bigode crescendo, pelos nas axilas e caminho da felicidade, muito engraçado, debochado e parecia mais velho nas atitudes.

Jairo tinha 13 anos, era branco, cabelo liso com uma franja e o tique de tentar tirar o cabelo dos olhos balançando a cabeça a todo momento, ele era gordinho, ele tinha bastante pelos nas pernas grossas dele, imagine lá naquele lugar, meio envergonhado em ficar sem camisa porque apresentava início de ginecomastia, meio tímido, mas inteligente e conseguia reverter as piadas do Márcio.

Um dia eu os convidei para tomar banho de piscina. Mauro chegou animado só de calção e Jairo sempre de camisa, mas não via problema nisso.
Mauro: – E aí, mano, vai ter lanche, né?
Jairo : – Nossa, só pensa na comida?
Mauro: – No dia que você comer você vai saber o que é bom
Eu: O que vocês tão falando?
Jairo: – Nada não, mano, tirando onda como sempre

Mauro fez o gesto de sexo com as mãos em Jairo e eu ri na hora, para mim aquilo não tinha muito sentido…ainda

Mauro: – Sai daí, tá pensando que sou viado?
Eu: – Man, o que é viado que os meninos ficam me chamando?
Mauro: – Eu quebro a cara deles se disserem isso contigo, sempre vou te proteger desses covardes.
Jairo: – Vamos tomar banho, depois te explico Alanzinho

Eu tirei minha roupa e fiquei de sunga, os meninos ficaram olhando para mim, pareciam paralisados.

Eu: – Tão brincando e estátua é? Terra para Marte e Júpiter
Jairo: – Eu posso tomar banho de calção e camisa?
Mauro: – Ê, ê, ê, ê
Eu: – Pronto, agora tá gago. Cês são comédia
Mauro: – Ê, ê Eu vou de sunga

Nessa hora não tive como não olhar, tinha um pacote entre as pernas dele. Ele ficou vermelho e pulou na piscina.

Jairo: – Ele dessa idade já é um jumento
Eu: – Como assim, Mauro?
Jairo: – Depois te explico, vem aqui vou te jogar na piscina

Nessa hora ele conseguiu me segurar, eu gritando e ele me jogou na piscina no que afundei fiquei desesperado porque eles sabiam nadar e eu não. De repente sinto ser puxado, o Mauro me ergueu e já estávamos no raso, foi só um susto. Ele me abraçou e perguntou se eu estava bem

Jairo: – Nossa, Man, cê ia matando o cara
Mauro: – Foi mal, Alanzin, foi mal
Eu: – Não foi nada

Então, o Jairo passou a mão na minha cabeça, sacudindo dizendo que eu tinha que aprender a nadar, para não matá-lo de susto. Em seguida minha avó chegou e me viu com o rosto vermelho, eu disse que havia engolido um pouco de água.

Após comermos um pouco, voltamos para a piscina. Eu só me molhei e me deitei para bronzear as costas na borda da piscina. Os meninos ficaram brincando. Acho que cochilei um instante e acordei sentido uns dedos no meu rosto. Jairo estava escorado e olhando para mim.

Jairo: – Tá, tá, tava uma sujeira no seu rosto
Eu: – Porque você tá gaguejando, Jairo
Jairo: – Sei lá, mano, culpa sua

Ele fica vermelho novamente e entra na piscina, enquanto eu me sento e fico com as pernas dentro da água e não entendi ele me culpando daquela reação. Procuro o Mauro, acho que foi ao banheiro. Eu tive outro susto quando o Jairo subiu de vez e agarrou na minha cintura escorando os braços na minha perna.

Eu: – Jairo me solta, cara, tá doido
Jairo: – Tente se soltar sozinho, não vou soltar
Eu: – Vou te chutar

Eu quando tentei chutar como ele estava preso fazia-o levantar na água. Ele fica olhando para mim, e sem eu imaginar, começa a fazer cócegas com o rosto na minha barriga, os pelinhos do bigode e da barba rala esperam, a sensação era de cócegas e prazer, bem eu não sabia o que era. Mas, nessa hora o Mauro entra enfurecido.

Mauro: – Que porra é essa aqui?

Jairo se solta de mim e vai para a borda e eu fico sem entender a reação dele

Eu: – Pare de ser grosso, Mauro. A gente estava brincando, seu idiota
Jairo: – É, Mauro, a gente estava brincando
Mauro: – Alanzin, para você pode ser brincadeira, mas não é. Jairo venha aqui agora
Eu: – Ah, vocês são uns chatos, não vou mais tomar banho

Eu saí para a cozinha, cheguei lá e estava sentindo a sensação dele fazendo cócegas em mim, eu ri na hora.

Vó: – Meu neto, por que está rindo para o nada?

Eu fiquei vermelho na hora e disse que não era nada. Mas, ela sentou-se e puxou um cadeira.
Vó: – Lembra que a vovó disse que sempre seria sua melhor amiga, maior confidente e protetora. Tudo que você quiser falar estou aqui para te explicar.

Eu: – Não, vó. É que o Jairo estava me dando cócegas na barriga passando a barba, aí o Mauro entrou e disse que aquilo era errado.
Vó: – E você sentiu o quê?
Eu: – Ah, eu achei engraçado, agora tô sentindo formiguinhas na barriga
Vó: – Ah, meu amor. Você gostou desse contato
Eu: – Vovó, ele é muito engraçado, né? Meio maluquinho, mas é engraçado.
Vó:- Venha cá me dá um abraço…Nossa todo molhado, já para o banho, mocinho

Enquanto eu fui para o banheiro minha avó vai para o quintal escutando gritos, quando chega lá vê que o Jairo empurrou o Mauro.

Vó: – Ei, Ei rapazes. Para quê essa briga, vocês estavam se divertindo tanto?
Jairo: – Esse idiota disse que eu estava me aproveitando do Alanzin, e eu nunca faria isso com ele
Vó: – Com ele e com ninguém. Não julgue as pessoas assim, Mauro. Sentem-se para eu conversar com os dois.
Mauro: – Se a senhora tivesse visto, ele…
Vó: – Não precisa me disse nada, meu neto já me contou tudo
Jairo: – Contou, o que ele disse?
Vó: – Não precisa se assustar, filho. Meu neto é a única pessoa que tenho além do meu marido. Sua mãe faleceu no nascimento dele, minha única filha. Eu não quero que nada de ruim aconteça com ele. Vocês são mais velhos, nem por isso os privo da amizade que vem desde a infância. Nessa fase de adolescência há muita curiosidade, as vezes fazemos coisas no impulso e machucar outras pessoas
Mauro: – Ele fez uma coisa errada, vó
Jairo: – Desculpe, não deveria ter tocado meu rosto na barriga dele.
Vó: – Alan me disse que você mencionou que sempre o protegeria de quem lhe chamasse de homossexual, a palavra não é viado, viado é um termo errado.
Jairo: – É que os garotos sempre gozam dele, ele não entende essas coisas e ele não é viado, ele não é “homensexual”
Mauro: – Ô anta, a palavra é homossexual, homossexual
Vó: – Maurinho meu querido, não o chame de anta, tenha paciência com quem ainda não sabe de algo, a gente ensina com paciência.
Jairo: – Ele disse isso a senhora? Da minha proteção?
Vó: Disse sim, então quero que vocês sempre protejam meu neto, se ele for homossexual que vocês não soltem a mão dele. Deixe ele ser feliz do jeito que for. Ele continuará sendo o amigo de vocês. Prometem?
Mauro: – Tá certo, vó, tá certo
Jairo: – A gente dá uma corça em quem se atrever a gozar da cara dele.
Vó: – Então, combinado. Agora vão para casa que já está tarde.

Quando os meninos iam saindo eu vi da janela do meu quarto, fui até lá e acenei para eles. Eles deram tchau e saíram.

Já era noite e meu avô tinha chegado do centro, tinha ido fazer compras e resolver pendências. Minha avó o beijou no rosto e ele foi lavar as mãos para jantar. Durante a refeição ele indaga

Vô: – Tomou sol, hein mocinho?
Eu: – Eu juro que passei protetor, é que adormeci vô.
Vó: – Foi só um bronze, Arnaldo. Os meninos se divertiram bastante.
Vô: – Aprontaram o quê dessa vez?
Eu: – Vovô, eles brigaram por minha causa, só porquê o Jairo me deu cócegas na barriga com a boca dele, nada a ver.
Vó: – Eu já contei para o seu avô, meu neto. Ele já está a pá da situação.
Vô: – Obrigado por contar ao vovô. Saiba que sempre pode contar tudo e confiar na gente. Ahh, quase me esqueço do presente.
Eu: – Oba, cadê haha
Vô: – Tome, seu primeiro celular, para podermos nos comunicar mais fácil. Tenha zelo e se usar nas horas erradas já sabe.
Vó: – Não exagere, querido. Ele sempre foi um menino de ouro. Vovó ama
Eu: – A campainha essa hora, deixa que atendo

A campainha do portão tocou e quando atendi era o Jairo.

Eu: – Oi, mano. O que cê veio fazer essa hora?
Ele: – Posso te dar um abraço?
Eu: – Oxe, você nunca perguntou isso?
Ele: – Má, má, mas
Eu: – De novo tá gago hahaha, claro que pode

Ele deu um abraço bem forte, sua boca foi direto no meu pescoço, senti aquele cheiro de perfume e um cheiro bom misturado, não sabia o.que era. Só sei que não sei quanto tempo ficamos abraçados. Ele falou ao meu ouvido enquanto puxava com a mão na minha cintura. Eu senti pela primeira vez algo duro na minha coxa.

Jairo: – Jamais te machucaria, eu sempre vou te proteger, eu te amo
Eu: – Eu gostei do abraço, mas tem algo duro cutucando minha coxa
Jairo: – E, E, eu peço desculpa, fico sempre assim perto de ti.

Dessa vez eu fiquei vermelho, meio sem entender. Ele passa a mão no rosto dizendo que fico lindo vermelho. Nessa hora passou como uma descarga elétrica, quem já sentiu sabe do que estou falando e um frio na barriga em seguida.

Jairo: – Celular novo, posso ver? Nossa, novinho mesmo, quer ajuda para configurar?
Eu: – Sim, vamos. Tem jantar, quer?
Jairo: – Tô de boa

Quando entramos Jairo se assustou quando viu meu avô. Ele tem uma presença seria mesmo, mas é um doce de côco.

Jairo: – Boa noite, seu Arnaldo e Dona Carmélia
Vó: – Oi, querido. Sente-se para jantar
Vô: – Como vai meu jovem? Nossa, como você mudou, já está criando barba, tô ficando velho
Jairo: – Tô de boa, obrigado.
Eu: – Vô, ele me deu um abraço agora que arrepiei com essa barbinha dele.
Vó: – Eu também fico arrepiada1 quando seu avô faz isso, filho
Jairo: – Seu neto puxou a vocês, é amoroso, diferente dos meus pais que são brutos
Vó: – Depois, se quiser conversar, estarei aqui tá bem, filho?
Jairo: – Valeu, quer dizer, obrigado
Eu: – Eu queria ter minha mãe e meu pai. Vó, falando em pai, nunca mais papai me ligou. Vou colocar o número dele no meu celular.
Vó: – Está bem, filho. Podem ir para o quarto, só não aumentem tanto o volume dos jogos.
Eu: – Ele vai me ajudar a configurar o celular, vó
Vô: – Ótima ideia, e nós vamos assistir nossa novela
Vó: – Assim que o senhor enxugar os pratos.

Eu e Jairo saímos rindo da situação. Entramos no quarto e sentamos lado a lado na cama, ele começou a mexer nas instruções. Ele concentrado no jogo, eu senti vontade de beijar a bochecha dele, ele se assustou e afastou-se olhando sério

Eu: – Desculpa, desculpa, eu senti vontade de fazer isso, igual você sentiu de me dar cócegas. Não posso fazer eu sei, só meninos e meninas que podem e os avós e tios.
Jairo: – Ei, Ei, pare com isso

Ele segura minhas mãos e me dá um abraço aconchegante. Eu não sabia explicar o que sentia, só sentia vontade de estar com ele por perto.

Jairo: – Eu quero que toque no meu peito e sinta o meu coração? Vou tocar no seu também, posso?
Eu: – Pode sim
Jairo: – Nossa, seu coração está acelerado
Eu: – O sei também disparado
Jairo: – O que você sente?
Eu: – Não posso dizer
Jairo: – Você fica tão lindo assim, vermelhinho. Diga o que sente?
Eu: – Eu tô sentindo um frio na barriga e meu, ahh, não vou falar
Jairo: – Sua pica tá dura, é isso?
Eu: – Como você sabe? Ah, na piscina a sua tbm ficou quando
Jairo: – Quando eu te vi de sunga, quando você me levantou pelos pés, quando eu dei cócegas, quando te abracei mais cedo e agora de novo

Nossos rosto se aproximaram, ele fez carinho com o nariz dele no meu, eu de olhos fechados, ele beija minha bochecha

Jairo: -Tem cheiro tão bom
Eu: – Você também, o que você vai fazer?
Jairo: – Eu nada, só quero você. Eu posso perguntar uma coisa?
Eu: – Pode sim, sua barba faz cócegas, mas é bom
Jairo: – Será que a gente pode se beijar ou é errado?
Eu: – Beijar, dois meninos se beijando?

Ele se afasta novamente, coçando a cabeça como se saísse de um transe. Se eu soubesse não teria falado aquilo, talvez ter feito seria melhor hahaha

Jairo: – Eu, eu, eu já tô indo, a gente se vê amanhã na escola.
Eu: – Desculpa se falei algo, mas é que

Ele deve ter ouvido minhas desculpas da porta, ainda corri para ver, mas meus avós disseram que ele passou voado. Quando eu ia imaginar que aquilo que eu estava sentindo tinha a ver com sentimento amoroso, ainda tinha muita coisa para aprender. Espero que ele não fique com raiva de mim.

Espero que gostem, retornem nos comentários para que eu possa saber se estão gostando.

Beijos, Deleite

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7 Comentários

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  • Responder Ostra Carioca ID:1dgwozni7uav

    Ótimo conto!
    Já estou no segundo episódio, mas voltei aqui para confirmar umas dúvidas: Márcio virou Mauro, e Jairo deixou de ser o gordinho no lugar de Mauro.
    Mas fora isso, o conto está top. Estou ansioso pelo final.

    Obs: Caso eu esteja errado nas minhas dúvidas me perdoem rs

  • Responder Rudy Long ID:1cyjxjzqop4k

    Putaria que é bom, NADA. Que merda.

  • Responder Nelson ID:8cio2sam9k

    Delícia. Um pouco precoce mas legal porque os dois são novinhos. Tomara que tenha mais.

  • Responder Naldo ID:1d247tglucay

    Adorei .
    Espero a continuação e sem demora.

  • Responder ..... ID:hhbjfqqhzwd

    Muito merece parte 2…

    • Anônimo ID:1dl9k824lcpg

      Quero mais TnT

  • Responder Leitor13 ID:1ejjv1kogu05

    Fofinho, de fato me fez recordar o primeiro amor. Família que nos entende é tudo. Dica: Coloque mais detalhes, não deixe um só núcleo e tenha cuidado com a escrita.